uma de nós - trigésimo quarto capítulo

uma casa de estrelas, por lyn black

{bellatrix}

Bella será sempre muito amarga, será sempre muito ácida e será sempre corrosiva demais para ser parte de um todo. Ela é inteligente, ela é a beleza vil dos contos de bruxas, e ela é tudo que não se deve, também, ser. A primeira estrela a despontar no céu, primeiro nascimento a iluminar o mundo, ela é prima, obra prima, primeira obra; à seus olhos, os outros são cópias.

{andrômeda}

Drômeda é tempestiva, é enxurrada de verbos e objetos indiretos, ela rejeita o inteiro, é parcial. Espelho quebrado, olhos contorcidos, a menina do meio é feita dos grãos de areia e dos brilhos do céu. Meio isolada, com inseguranças tremendas, Andie é o silêncio mais pertubador, o discurso mais inflamado. Ela não sabe ser parte, ela já não quer mais forçar seu corpo dentro das alianças.

{narcisa}

Cissy é o último beijo, a penúltima tragada do vício mais potente e a opacidade num mundo de cor. Narcisa é o fim da imagem, a morte da beleza e muitas palavras vazias, difíceis e sem sentido algum. Ela nem tem ideia de que nunca fará parte, pois sempre esteve em pé pelo seu veneno e pelos seus orgasmos. É o ápice da tragédia em juventude, ela engole o mundo com diminutivos.

{indissociáveis}

Não se enganem pelos caminhos do tempo, pois não há início sem percurso e gran finale. Bella, Drômeda e Cissy são o nó cego, tão invisível que elas mesmas continuarão o tecendo sem perceberem. Não existe uma sem a outra, elas são partes que se negam a encaixar no resto. Ninguém será como uma delas, unidade perfeita entre individuo-estrela, coletivo-galáxia e inconsciente-narciso.

"Você nunca será uma de nós", sibilam entre si, como se não soubessem que são da mesma água, do mesmo parto e da mesma morte.