Capítulo 3

Depois que se separaram Tony fazia qualquer coisa pra estar em missões e não voltar para a solidão de sua casa a essa altura a mídia já especulava que eles estavam separados pois funcionários das Indústrias Stark disseram que ela deixou o cargo e os dois já não eram mais vistos juntos, apesar de não confirmar ou negar as informações o povo já perguntava o que tinha acontecido para se separarem e claro que a resposta óbvia foi traição, mas ai veio a pergunta quem traiu quem? E lógico que a grande maioria apostava nele entre especulações os dias passaram e Tony se afundou no trabalho quando deu por si mais um final de semana havia ido embora e ele não tinha visto as crianças como forma de se desculpar ele ligou e explicou a situação a Pepper que a entendeu e explicou para as crianças que ainda acreditavam que tudo era um jogo, com o decorrer da nova semana JARVIS o lembrou que na sexta-feira ele teria de ir no aniversário da esposa de Rhodes no começo ele detestou a ideia, mas depois viu que Pepper provavelmente iria então decidiu que ia e ficou esperando ansiosamente pela sexta-feira que segundo ele demorou um século para chegar, por ser um jantar de aniversário, mas sem muitas formalidades Tony escolheu uma camisa social branca, calça e sapato sociais preto, mais uma vez passou a colônia masculina que ela gosta deixou seus cabelos bagunçados e foi a casa dos Rhodes.

— Feliz aniversário, Hayley! — Hayley era uma mulher de olhos verdes, pele morena e cabelos cacheados uma linda mulher que não precisou de muito papo para conquistar Rhodes. Tony a abraçou e ela retribuiu o abraço.
— Obrigado Tony e...— ela lhe deu um tapa forte na cabeça e ele já imaginava o por que - Isso foi pelo que você fez a Pepper — ela falou séria e ele ficou cabisbaixo.
— Ela está aqui?
— Sim, elas e as crianças estão lá no quintal — quando ia para o quintal encontrou com Steve, Natasha, Bruce e Hill na sala.
— E ai, pessoal, sabem me dizer se a Pepper ainda está no quintal?
— Ela está lá sim — Bruce respondeu e ele agradeceu.
— Cadê a Cabe? — Natasha perguntou pois ela assim como todos sabiam da traição o próprio Tony havia dito pois estava em busca de conselhos, mas ao invés disso ele recebeu sermões e rostos emburrados.
— Eu não namoro a Cabe, não sei onde ela está e também não quero saber — ele respondeu irritado.
— Sério? Eu achei que você e ela estavam tendo algo... Rhodes nos contou sobre o beijo de vocês.
— Eu não a beijei foi ela que me beijou.
— E você é uma garota indefesa que não pôde sair do caminho dela não é mesmo? — falou Hill.
— Olha, se eu fosse você procuraria a polícia prestaria queixa e ia no IML fazer o exame de conjunção carnal por que eu tenho certeza que ela te molestou — Natasha falou com ironia e Hill concordou.
— Alguém mais tem algo a dizer? — ele perguntou a Bruce e Steve que permaneceram calados - Ótimo! Vocês deveriam seguir o exemplo deles — ele falou indo para o quintal quando chegou lá viu Pepper com Heloísa e um homem que aparentemente estava fazendo uma mágica pra ela.
— Pai! — Matthew correu em sua direção e Tony se agachou para abraçá-lo.
— Que saudade, filhão! — ele o apertava e era isso que o menino mais queria.
— Helô, o papai! — a atenção da menina, de Pepper e do homem logo foram atraídas e assim que ela o viu se saiu deles e correu na direção de Tony que a acolheu em seu abraço.
— Como é bom ver vocês bem — ele falou os apertando pois lembrou da última missão que fez e a maioria das baixas era de crianças.
— Não quero mais — Heloísa falou com seu rosto enterrado na curva do pescoço dele.
— Não quer mais o que?
— A gente não quer mais brincar papai, a gente quer ir pra casa — falou Matthew.
— Eu vou dar um jeito de acabar com esse jogo e nós vamos pra casa.
— Tio Tony! — Christopher um menino de olhos verdes, pele morena e cabelos pretos o saudou era o filho de Rhodes e Hayley e era poucos meses mais novo que Matthew.
— E ai, Chris! — Tony bateu na mão dele e bagunçou seus cabelos - Vão lá brincar — as crianças se soltaram e saíram correndo alegremente pelo o gramado Tony agora procurou ver Pepper que estava mais magra, porém, linda com seus cabelos soltos caindo em cascata sobre os seus ombros e usando aquele vestido tomara que caia branco e foi quando ele lembrou que ele nunca tinha visto ela usar esse vestido e que também ela estava muito animada ao conversar com esse homem - Quem é esse cara? — ele perguntou ao Rhodes.
— Michael é um amigo da Hayley e também da Pepper, pelo que eu entendi os dois se conheceram no colegial.
— Eles fazem um belo par — Natasha falou despertando inquietude em Tony.
— Eu vou lá — ele deu dois passos, mas Rhodes o segurou.
— Não vai criar clima e se por algum acaso rolar algo entre eles...
— Lembre-se de que a culpa foi sua — dessa vez quem falou foi Steve, ignorando as alfinetadas de seus amigos Tony caminhou para perto deles.
— ...Sério que isso aconteceu? Se isso tivesse acontecido comigo eu teria morrido de tanta vergonha — eles riram - E por falar neles, como eles estão?
— Estão ótimos e como eu lhe contei mais apaixonados que nunca!
— Acho bonito uma relação assim.
— Também acho bonito, eu os invejo... quando eu pensei que tinha achado alguém pra me acompanhar pelo resto da vida ela vem e me da uma rasteira — Pepper nada disse, mas pelo olhar transmitiu a ele que sabia muito bem o que ele queria dizer.
— O que ela era sua?
— Era minha noiva.
— Sinto muito.
— Pepper — Tony chamou e os dois se viraram. O homem que estava com ela é alto, seu físico aparenta ser mediano, seus cabelos são castanhos e seus olhos assim como os de Pepper são azuis, sua barba por fazer e seu cabelo bagunçado lhe da um ar jovial e ressalta o rosto de um homem alegre.
— Oi, Tony — ela falou normalmente pois decidiu que não deixaria o clima ficar tenso para não estragar o aniversário de sua amiga.
— Quem é seu amigo? — ele perguntou em um tom zombeteiro.
— Ah, eu me chamo Michael — ele estendeu a mão e Tony o cumprimentou - Você quer mais uma taça de vinho?
— Quero sim — ele saiu e Pepper riu com uma lembrança do colegial.
— Bonito vestido nunca te vi usando.
— Comprei ontem.
— Você tá mais magra e devido a essas bolsas embaixos do teus olhos não tá dormindo também.
— Você viu as crianças? — perguntou tentando desconversar.
— Vi... eles me pediram pra voltar pra casa — Tony falou tentando comovê-la - Volta pra casa.
— Tony, aqui não.
— E onde vai ser? Você foge de mim a cada vez que eu falo em conversar, é sempre aqui não, hoje não, agora não...
— Virginia, a Hayley tá te chamando e aqui está seu vinho.
— Obrigada Mike, eu volto já — ela se foi deixando Tony e Michael se encarando.
— Nunca te vi com a Pepper.
— Ah, é que eu não moro aqui eu moro em São Francisco.
— E o que está fazendo aqui? — Tony perguntou sem rodeios.
— Vim festejar o aniversário de uma amiga e acabei reencontrando outra... mundo pequeno esse — "pequeno até demais" pensou Tony.
— Tony, as crianças tão chamando por você eles estão no quarto do Chris parece que se cansaram e finalmente resolveram dormir — ele se afastou e foi para o quarto onde encontrou Chris dormindo e seus filhos falando baixinho com Pepper.
— Me chamaram? — ele perguntou sorridente e as crianças confirmaram, pediram pra que eles lhe contassem uma história e os dois contaram antes mesmo de chegar na metade Heloísa pegou no sono e Matthew lutava contra o sono para ouvir o resto da história, mas não resistiu e se rendeu ao sono, os dois saíram do quarto em silêncio e logo foram chamados por seus amigos para a verdadeira comemoração.
— Eu queria propor um brinde em homenagem a minha esposa — disse Rhodes chamando a atenção de todos - A você querida, que me ajudou a ser um homem melhor, que me deu uma família e um motivo real para continuar com a vida... que essa data se repita por longos anos e que eu possa estar ao seu lado não só nesse dia, mas como em todos os outros, feliz aniversário, meu amor! — Rhodes a beijou e todos brindaram - Ah! E apesar de hoje ser o aniversário dela quem ganhou o presente fui eu... Hayley tá grávida — todos ficaram surpresos e parabenizaram o casal.
— Já pensou se for uma menina, Matt pode ficar com ela — Tony falou divertido e Rhodes fechou a cara - O meu filho namorando a filha do meu melhor amigo isso vai ser legal.
— É, assim como vai ser legal ver o Chris namorando a Helô — Tony fechou a cara e os outros riram.
— Minha filha não vai ter namorado nenhum! Heloísa está proibida de ter um namorado e ai dela se me desobedecer — Pepper rolou os olhos e balançou a cabeça negativamente.
— Sério que vocês vão discutir por algo que está tão distante? Quando chegar a pré adolescência nós nos preocupamos com isso — falou Hayley
— Não, nós não vamos ficar discutindo, mas eu já estou avisando que ela não vai namorar ninguém.
— Continue nessa ilusão — Pepper falou e Tony a olhou de cara feia, antes que ele recomeçasse Hayley tomou a frente e eles começaram a conversar entre os mais variados assuntos acabou vindo um que Tony estava evitando, mas que Steve colocou em pauta sem querer.
— Você fez o que pôde, Tony.
— É, mas eu poderia ter feito mais! Você viu quantas crianças morreram e quantos saíram vivas de lá? Se eu...
— Não adianta se culpar e como o Steve disse você fez o que pôde — disse Pepper olhando pra ele.
— Tinha uma menininha que parecia com a Helô — ele falou cabisbaixo e Pepper engoliu seco entendendo ainda mais o seu temor, missões assim sempre mexia com ele e com o nascimento das crianças passou a mexer ainda mais - Eu tentei... tentei, mas não deu tempo — o olhar deles se encontraram e por um momento todos os presentes sumiram - E se fosse ela? Ou o Matt? Eu nunca iria me perdoar se não chegasse a tempo de salvá-los — todos o observaram em silêncio a sua preocupação era evidente, apesar de seus erros e defeitos ele era um bom pai e ninguém podia negar.
— Eles estão bem e estão dormindo lá em cima — Pepper o lembrou e com um simples sorriso o aquietou - Nada de ruim vai acontecer a eles — embora o pensamento continuasse por hora ele preferiu acreditar nas palavras dela.
— Ih, a conversa pegou um rumo tão pesado... vamos mudar de assunto — sugeriu Hayley e logo mudaram para um assunto mais agradável, devido ao calor gritante todos foram para o quintal e apesar de sempre conversarem com todos, Mike e Pepper conversavam um pouco mais distante, em meio a taças de vinho ela começou a ficar alegre e logo começou a sorrir por conta de algumas lembranças do colegial.
— Sabe, no colegial eu gostava de você — ela confessou sorridente e ele pareceu surpreso.
— Sério? — ela confirmou - Deveria ter me dito.
— Pra quê? Pra tu rir da minha cara?
— Eu não ia rir, por que eu também gostava de você, mas eu nunca tive coragem de dizer por que eu achei que você não gostava de mim então eu não queria...
— Estragar nossa amizade — os dois falaram em uníssono e riram, os dois conversavam sempre riam e brincavam demonstrando ainda mais a afinidade deles e deixando Tony cada vez mais louco de ciúmes, por conta de um esbarrão com Natasha, Mike se sujou de vinho e atraiu os olhares das mulheres para seu corpo - Gente... você tá de parabéns — ele riu.
— Pepper! — Tony a repreendeu e ela não lhe deu atenção.
— Alguns anos se passaram, nós tivemos progressos.
— E que progresso — ela continuou a olhar pra ele de forma pretensiosa, Tony continuava a chamá-la, mas ela não ouvia apesar de estar gostando do modo como estava sendo cobiçado, Mike logo vestiu a camisa que pediu emprestado a Rhodes para o desapontamento dela.
— Pepper!
— O que é?!
— Vamos embora, agora! — ele falou autoritário e visivelmente enciumado.
— Tá... não pera ai, a gente não mora mais na mesma casa.
— Acho que ele quer te levar pra casa e eu até faria isso, mas tô sem carro e...— ele olhou a hora no celular e fez uma careta - Preciso ir para o meu hotel descansar pois amanhã tenho algo muito importante a fazer. Obrigado pela camisa, Rhodes, devolvo amanhã. Boa noite — todos o cumprimentaram e ele se despediu de Pepper com um beijo carinhoso em sua testa, ainda enciumado Tony pegou a mão de Pepper e a puxou.
— Ei, e as crianças?
— Rhodes, me pediu pra deixá-los dormir aqui amanhã ele os leva pra casa — desajeitadamente Pepper se despediu das pessoas e Tony a arrastou para o carro- Precisava de beijo? — ele perguntou se remoendo de raiva, mas ela não respondeu - O que vocês estavam conversando?
— Não lhe interessa, se fosse pra você saber eu teria conversando com você — ela respondeu com raiva.
— É lógico que me interessa...
— Olha, se você se ofereceu me levar só pra ficar me enchendo o saco, não precisava. Era só ter me deixado lá que eu tinha ido com o Mike e teríamos rachado...
— Rachado o que, a cama? — ele perguntou irritado e ela deixou um riso malicioso surgir em seus lábios.
— Até que não seria uma má ideia — ela deixou as palavras escaparem e Tony se irritou ainda mais, acelerando o carro ele se limitou a não responder e continuou a dirigir no meio do caminho Pepper dormiu e ele nem percebeu chegando a mansão ele parou o carro, mas assim como ela não desceu.
— Você teria dormido com ele? — silêncio - Teria?! — ele se virou para encará-la, mas a encontrou dormindo - Amor? — ele chamou, mas ela não respondeu se permitiu rir e desceu do carro a tirou de lá e a colocou em seus braços assim que entrou JARVIS o saudou e a voz dele junto da claridade da mansão a fizeram despertar por alguns segundos, mas ela logo voltou a dormir e ele a levou ao seu quarto a deitou na cama e depois de se livrar das suas roupas se deitou ao lado dela que logo procurou se aconchegar a ele que dormiu minutos mais tarde.
— Senhor? — a voz robótica e com sotaque britânico o chamava, aos poucos ele foi despertando e viu Pepper ao seu lado e dormindo profundamente - O Tenente Coronel Rhodes está na linha.
— Tá, já vou — ele se levantou e desceu para atender a ligação pois não queria acordá-la- Alô — ele falou sonolento.
— Tony, onde você deixou a Pepper? Estou ligando pra ela há um bom tempo e ela não atende eu estou preocupado e...
— Relaxa, ela está no lugar de onde nunca deveria ter saído, tá aqui na mansão sendo mais preciso ele está na minha cama.
— Pera ai, não vai me dizer que...— Tony riu baixo.
— Não, ela dormiu no carro e eu a levei pro meu quarto. Mas por que você ligou? Aconteceu alguma coisa com as crianças?
— Não, eu liguei pra saber se você sabia o paradeiro dela pois eu estava preocupado e também queria perguntar se ela deixava as crianças passarem o dia aqui.
— Eles podem sim, mais tarde nós vamos buscá-los.
— Tony, não quero cortar teu barato, mas não pense que por conta de uma noite ela...
— Eu sei, vou falar com ela vou tentar limpar a cagada que eu fiz.
— Então boa sorte, amigo — ele desligou e Tony subiu para fazer sua higiene pessoal depois que ele saiu teve a ideia.

Ligou para uma floricultura e pediu que fizessem um buque com rosas vermelhas, rosa, laranja, coral e branca adquiriu as flores e sendo quem é conseguiu comprar também uma caixa de bombons de licor os preferidos dela, enquanto a entrega não chegava ele foi fazer o café da manhã, nunca foi bom na cozinha, mas ao menos um saboroso sanduíche ele sabia preparar chegando a cozinha se surpreendeu com a imundice que lá estava, caixas de pizzas, latas de cervejas e garrafas de uísque faziam parte da "nova decoração" do comodo, ignorando o estado da cozinha ele fez sanduíches, café, resolveu levar também suco de laranja, foi receber o entregador lhe deu uma bela gorjeta, terminou de montar sua bandeja e voltou para o quarto, ao chegar lá viu Pepper deitada de buço seus cabelos estavam bagunçados e ela estava agarrada ao travesseiro dele, um pensamento travesso passou pela sua mente e ele depositou a bandeja em cima do criado mudo, rapidamente subiu a cama e trilhou beijos pela as costas de Pepper até sua nuca ela estremeceu ao sentir o roçar daquela barba e ele continuou até que sentiu ela mais desperta.

— Hum... Mike? — ela perguntou mais do que afirmou pois temia ser Tony que estivesse fazendo isso, no fundo ela sabia que era ele, mas tinha um fio de esperança que fosse seu amigo ou outro homem.
— Você me chamou de quê? — ele perguntou fechando os punhos e saindo de cima dela.
— Oh, não é o Mike — ela se ajeitou na cama e agradeceu internamente por ver que ainda estava de roupas e que o álcool ingerido na noite passa não fez ela cometer um erro.
— Não, não é! — ele falou irritado e saindo da cama, quando ela finalmente criou coragem pra se se sentar o viu de pé com o maxilar travado, punhos fechados e bufando de raiva - Era com ele que você queria ter acordado essa manhã?
— Acho melhor eu ir embora — ela falou sem graça por conta de toda a situação.
— Prefiro outra coisa, vamos brincar de verdade ou verdade! Eu começo. Era com ele que você queria ter acordado?! — ele perguntou aos berros e ela se irritou.
— Quer a verdade? Ótimo, aqui vai ela, eu preferia ter acordado com ele ou qualquer outro — Tony ficou com ainda mais raiva e ela se levantou para o olhar de igual pra igual - Agora que já lhe respondi eu vou embora — ela tentou passar, mas ele a impediu a segurando pelo braço.
— Já tem outro que você colocou na sua cama?! Já tem outro que você diz amar?!
— E se tiver do que te interessa? Se eu tiver me deitando com outro homem e sendo amada por ele você não tem nada a ver, por que nós não estamos mais juntos! — ela se soltou do aperto dele e saiu do quarto sendo seguida por ele.
— Você não está sendo amada está sendo iludida!
— Não vai ser a primeira ilusão amorosa que eu vou passar.
— Nenhum homem vai te amar como eu!
— Deus te ouça! — mais uma vez ele a puxou pelo braço e os dois se encararam procurando alguma verdade no olhar.
— Você ainda não me respondeu. Tem alguém no meu lugar?
— Não, ao contrário de você eu não troco de amor como quem troca de roupa! Mas já que você está fazendo tantas perguntas me sinto no direito de pelo menos fazer uma. Quantas você já levou para aquele quarto?!
— Muitas! Eu levei tantas que perdi as contas...— apesar de esperar que algo assim estivesse acontecendo ela não esperava que ele fosse jogar assim na lata e se condenou mentalmente por ainda amá-lo.
— Já ouvi o que eu queria, com licença — ela tentou soltar o braço, mas ele segurou com força.
— Mas desde o dia que você se entregou pra mim eu nunca mais coloquei outra mulher aqui... Pep, eu não aguento mais essa distância, isso tá me matando, estou com saudades das crianças, de vê-los brigando por qualquer tipo de besteira de ver a Helô andando pela casa arrastando aquele coelho e de ver o Matt demonstrando cada vez mais a sua inteligência, sinto falta de fazer aquele café da manhã desastroso que só eu e eles sabemos fazer, sinto falta da risada deles e de andar pela casa sabendo que eles estão em seus quartos brincando, se escondendo ou dormindo — ele riu timidamente e voltou a olhar pra ela - Sinto falta de acordar ao seu lado, de te ouvir brigar comigo por que fiquei tempo demais na oficina, de ver você tentando fugir de uma rapidinha antes de ir trabalhar, mas cedendo e reclamando depois por que eu sem querer deixei uma marquinha ou outra no seu pescoço, sinto falta do calor do seu corpo, da sua boca convidativa, dos seus beijos — ele soltou o braço dela e a puxou pela cintura - De te ter assim tão perto, de te fazer sentir arrepios, de fazer amor com você e te ouvir chamando meu nome, sinto falta de ser o seu homem. Eu sei que vacilei, que não mereço as suas desculpas, confiança e muito menos o seu amor, mas eu te quero de volta, quero os meus filhos em casa, quero chegar de uma missão e saber que vocês vão estar aqui, quero me sentir um homem realizado de novo, me perdoa, volta pra casa, volta pra mim!
— Pra quê? Pra que na próxima briga você vá procurar conforto ou que você queira achar nos braços dela ou de outra? Ela tem razão você ainda gosta dela e talvez esteja se sentindo assim por que sente gratidão pelo o que eu já te fiz ou então sente pena de mim e...
— Esquece o que ela disse isso só foram palavras de uma pessoa que não tem o que fazer, vamos recomeçar... eu sei que é difícil, mas me dê um último voto de confiança. É só isso que eu peço — ele acariciou o rosto dela e ambos sentiram um choque percorrer seus corpos, ela respirou pesadamente fechou os olhos e logo suas bocas se encontraram um misto de saudade e raiva era sentido, o beijo cessou por conta do ar que faltava e um sorriso se fez presente no rosto dele - Estamos juntos de novo? — ela ficou cala ainda o amava sentia a falta dele, mas seu coração estava em pedaços e se ele fizesse de novo ela não iria suportar e com esse pensamento se afastou.
— Você vai fazer de novo e isso dói...
— Não, eu não vou, eu prometi a mim mesmo que nunca mais faria, por favor...— impensadamente ela apenas fez um leve sinal com a cabeça e foi suficiente pra fazer Tony abrir um amplo sorriso e agarrá-la para um beijo mais demorado e também desesperado - Eu juro, amor, juro que nunca mais vou falhar com você — ele a beijou novamente a paixão era evidente apesar de todo o receio ela retribuiu o beijo, mas o afastou.
— Preciso ir buscar as crianças.
— Rhodes, me pediu para deixá-las passar o dia lá e eu deixei. O dia é nosso, vem cá — ele tentou beijá-la, mas ela o parou.
— Tenho que ir embora.
— Mas o que? Não, fica aqui, nós acabamos de voltar, precisamos matar as saudades se é que me entende.
— Eu tenho que resolver uns problemas...
— Pep, hoje é sábado.
— Problemas não escolhem os dias da semana eles simplesmente aparecem. Tenho que ir.
— Eu te levo.
— Não precisa, eu pego um táxi.
— Então tá, mas eu acabei de me lembrar que esqueci de te dar uma coisa — ele subiu e nesse meio tempo ela ligou para uma companhia de táxi e ficou pensando em com desfazer o que metade dela queria - Eu tinha pensando em uma coisa diferente para o nosso bom dia, mas de todo o jeito deu o resultado que eu queria — ele lhe entregou as flores e ela riu fraco - Você me disse uma vez os significados das cores das rosas, confesso que não tava nem ai pra mim são apenas flores de cores diferentes, mas reuni aquelas que transmitem o que eu quero dizer e resolvi te dar.
— São lindas, obrigada — ele riu e tentou outra aproximação, mas ela se saiu com a desculpa de que ia para a cozinha e ela nunca agradeceu tanto pela sujeira que ele deixou acumular o tempo que ela passou limpando foi suficiente para manter Tony longe e também para a chegada do táxi - Minha carona já chegou, tchau — ela falou apressadamente e Tony percebeu a sua inquietude.
— Não é assim que se dar tchau, é assim — ele a agarrou pela cintura entrelaçou sua mão aos cabelos dela e a beijou de forma intensa.
— Eu... preciso ir — ela falou ofegante e o afastando - Onde está a minha bolsa?— Tony a entregou e depois de outro beijo roubado ela foi embora, estava completamente perdida ligou para Charlie que estava na França, mas o celular deu desligado e ela ficou ainda mais nervosa, ela precisava desabafar e então se lembrou de seu amigo e do número que ele lhe deu - Alô, Mike?
— Sim, sou eu, é a Vi?
— Sou eu, sim.
— O que houve? Sua voz tá estanha.
— Mike, eu preciso de você.
— Eu também preciso de você, me encontre no restaurante do Hotel Beverly Whilshire — ele desligou e só depois de informar o novo endereço ao motorista foi que ela percebeu que poderia ter causado outro mal entendido.