Um eterno e imortal amor...

Um amargo doce passado.


O mundo vivia uma catástrofe...ninguém sabia mais o que fazer, tantas guerras, já era comum e cotidiano, um medo que virou rotina. Porém entre todo esse desespero ainda havia espaço para o carinho, a amizade e o amor.

Em uma pequena vila, próxima ao centro de toda guerra no EUA, viviam alguns refugiados. Mais precisamente em duas casinhas, uma em frente a outra, viviam duas meninas e suas mães.

Em uma casa morava Marceline, que junto com sua mãe Marcel tentavam sobreviver a tudo, o peculiar dessa família era que Marcel, quando garota havia sido prometida como pagamento das dividas do seu pai à um demônio de uma dimensão chamada Noitosfera. Apesar de amedrontada, Marcel acabou tendo uma grande surpresa ao descobrir que se apaixonou por esse demônio, chamado Hunson Abadeer.

Hunson estava em treinamento para se tornar demônio líder da Noitosfera, e também ficou surpreso ao perceber estar apaixonado por essa mortal. Os dois se casaram e não demorou muito até Marcel engravidar. Ela deu a luz a uma linda menininha metade demônio, que chamaram de Marceline.

Como nem tudo é um mar de rosas, principalmente para demônios, Hunson precisava se estabilizar como novo líder, e percebeu que aquele não era um bom momento para ter sua esposa e bebê perto dele na Noitosfera. Assim Marcel e Marceline foram enviadas de volta a Terra.

Mas o que ninguém esperava era que em tão pouco tempo a situação nesse planeta fosse piorar tanto, e em questão alguns anos a Terra já vivia um colapso. Todos continentes estavam em guerra, ninguém conseguia se aliar, e as principais potencias planejavam um ataque nuclear arrasador, porém potencialmente suicida.

Marceline foi criada nessa vila, por pelo menos 7 anos, quando uma catástrofe retirou tudo o que tinha, porém ate isso acontecer, ela era muito feliz, com sua mãe e sua melhor amiga Bonnibel.

Voltando à vila, na outra casinha, enfrente à casa de Marceline, morava uma mãe e sua filha Bonnibel. Essa família não possuía nada de extraordinário, Bonnibel era doce, meiga e adorava rosa. Sua mãe Bubble era uma doce mulher também e uma grande doceira, adorava cozinhar e adoçar a vida de todos.

Apesar de aparentemente mediocre, Bonnibel possuía uma inteligencia sobrehumana, e uma sagacidade e dissimulação inapropriada para uma criança de sua idade, porém como dito, isso não atrapalhava sua "meiguice" e doçura, todos a amavam, mas sua melhor amiga era Marceline.

A história de Bonniebel não tinha nada de doce...seu pai; Gunter; era um grande cientista, e por isso foi requisitado, junto com seu amigo arqueólogo Simon, pelo governo dos estados unidos, para trabalhar em conjunto em prol da grande guerra.

Gunter viajou para o centro de criação junto a Simon quando Bonnibel ainda não tinha sequer um ano, e desde então ninguém ouviu falar mais dele. Sua esposa e sua filha foram movidas para uma vila, onde poucos refugiados tentavam sobreviver, e foi ali que Bonnibel conheceu Marceline.

Marcy e Bonnie, era assim que ambas se chamavam, por puro carinho. Eram duas garotinhas, criadas no conturbado horror da guerra. Porém com determinação elas não se deixavam abater.

Marcy sempre foi mais sentimental, porém mais tímida e introvertida. Já Bonnie tinha o espirito de liderança, sabia o que fazer, mesmo sendo tão jovem, mas mesmo assim não perdia a delicadeza que apenas uma princesa possuiria.

Bonnie, apesar de tão doce, era muito racional e cientifica, adorava fazer experimentos com rãs e insetos, lia muito mais do que uma garotinha de 7 anos "deveria" e mesmo sendo gentil com todos, guardava todo seu carinho e amor para sua mãe e principalmente para Marcy. Esta como disse sempre foi muito sentimental, sentia tudo profundamente, e vivia escrevendo em seu diário para colocar tantas emoções para fora. Talvez todo esse sentimentalismo tenha sido gerado pela mistura de sangue humano e sangue demoníaco, bom nunca saberemos o porquê. A questão era que tudo isso levou Marcy a ser uma artista nata, possuindo uma linda voz ela deixava sua mãe orgulhosa e encantava sua amiga Bonnie.

As duas brincavam de tudo, de casinha, de médico, de pega-pega, esconde-esconde,amarelinha, chazinho e muito mais, viviam intensamente a infância que possuíam.

O maior problema para Marcy era saber quem era seu pai, e porque ele a abandonou. Sua mãe nunca teve coragem de dizer a ela a verdade e assim alimentou mais toda essa carga emocional que Marcy possuía.

A relação de Marcy e Bonnie era muito bonita, eram amigas inseparáveis e uma sentia que a presença da outra era fundamental para sua existência. Marcy adorava dizer que Bonnie era sua princesinha, pois esta era muito mandona, porém muito delicada e bonita, e Marcy também a chamava de bubblegum(jujuba) pois os cabelos ruivos claros e a pele clara roseada de Bonnie lembravam uma balinha, e seu jeito doce apenas completava o apelido. Por sua vez Bonnie demonstrava muito amor por Marcy, e era a única, tirando a mãe da menina, que não tinha medo de se aproximar e ficar junto dela, pois a pele esverdeada e a áurea demoníaca de Marcy afugentava e assustava a todos. Na realidade Bonnie percebia essa diferença na amiga, porém tinha apenas curiosidade e jamais medo.

A guerra estava ficando cada vez mais tensa, e boatos diziam que o EUA já havia desenvolvido a tal arma nuclear arrasadora e suicida. Todos estavam assustados e temerosos, quando em uma manhã o rádio municipal da vila tocou um alarme e um pronunciamento do governo teve início:

—Senhores e senhoras, por favor não se desesperem. O governo americano em colaboração de inúmeros cientistas e estudiosos desenvolveram uma arma nuclear super poderosa. A bomba será lançado no centro da região Sul do país, pois não há tempo de levá-la até outro continente...sim a bomba nos destruirá, porém ela é tão potente que destruirá nossos inimigos também...deveremos nos sacrificar por uma causa maior, espero que entendam, vocês possuem cerca de 15 minutos até a energia da bomba atingir essa vila; boa sorte e até um dia cidadães.

BUM....Todos estouraram como uma bomba, as pessoas começaram a correr desesperadamente pela vila, era um completo caus.

Marceline estava na varanda de sua casa, sua mãe correu desesperadamente para cozinha e sem dizer nada desenhou um rosto na parede, e se preparava para jogar leite nele quando olho para porta e viu Marcy correndo em direção ao outro lado da rua. Sem pensar, Marcel correu atrás da filha.

Marcy chegou à casa de Bonnie, bateu desesperadamente na porta da amiga, que abriu um segundo depois. Marcy jamais irá esquecer o desespero no olhar do jovem rosto de Bonnie, que gaguejando disse que não sabia onde sua mãe estava.

Marceline acalmou Bonnibel, disse que tudo ficaria bem e que as duas deveriam voltar para casa de Marcy, pois sua mãe ajudaria a encontrar a Bubble. Então as duas correram de volta para casa de Marcy, mas assim que entraram viram a mãe de Marceline deitada no chão, com sangue escorrendo de sua boca e um ferimento estranho no meio de sua barriga, Marcel com muita dificuldade e tossindo disse à Marcy que levou um tiro enquanto corria atrás dela, pois havia pessoas desesperadas e armadas naquele momento, dizendo em seu último suspiro que amava Marcy. Marcel morreu, e antes de ser arrancada a força de perto de sua mãe por Bonnie, pois Marceline estava perdendo a cabeça de tanto chorar; percebeu que havia um bilhete entre os dedos de sua mãe, ela pegou o bilhete, guardou no bolso de seu vestido, pegou a mão de Bonnie e as duas saíram correndo.

Para infelicidade de todos os 15 minutos chegavam ao fim, e o governo não poderia ser mais pontual, pois sem nenhum aviso uma onda verde e fedorenta aparecia no horizonte. As duas meninas perceberam o que acontecia, e como uma tonelada a compreensão de que não conseguiria fugir caiu nos ombros dessa doce menina de 7 anos. Bonnie soltou a mão de Marcy, pois esta conseguia correr muito mais e possuía uma velocidade quase sobre-humana, e disse:

—Por favor, vá Marcy, se salve por mim e por sua mãe.

—Você está louca Eu jamais irei deixá-la aqui!!!

—Marcy, apenas vá, eu não consigo correr mais e estou atrasando você!Por favor corra e se salve!!

—Nunca vou te abandonar minha bubblegum (jujuba), se você quer ficar eu ficarei com você!

—Ah Marcy, como você é boba....eu amo você por isso...

E Bonnie não conseguiu terminar sua frase, pois nesse instante uma rajada de energia a atingiu, e na frente dos olhos de Marcy, Bonnie foi reduzida à uma gosma rosa, rosa como seus cabelos, suas roupas e seu coração...Marcy sentiu seu coração quebrar, porém não pode pensar mais nada naquele momento, pois aquela energia logo à atingiu, e Marcy afundou em escuridão, com um vago pensamento...uma roupa rosa, cabelos avermelhados e amor.