Um eterno e imortal amor...

Marceline no Reino dos Vampiros.


Porquê? Porquê?
Essas eram as únicas palavras que se passavam pela mente de Marceline. Porque sua vida era cheia de decepções, sofrimento e angustia. Marcy é apenas uma jovem de 16 anos e já havia passado por tanta coisa, é certo que ela é metade demônio, porém mesmo assim seu mundo havia desmoronada vezes demais...Ela perdeu tudo, sua mãe, sua Bonnie, seu Simon, e mais recentemente sua esperança, pois a única pessoa que sobrou para amá-la a havia traído. Seu pai, Hunson, não compreendia o sofrimento pelo qual ela havia passado, talvez devido a falta de humanidade, ele era um demônio afinal, e acabou ferindo sua filha ao comer as batatinhas dela, um pequeno gesto, mas foi o necessário para machucar uma jovem traumatizada...
Assim que entrou no portal Marcy não sabia para onde ir, então decidiu voltar para noitosfera, pois toda aquela tristeza se transformava em raiva, e ela não era mais uma criança indefesa, ela queria se vingar daquela pessoa que a fez sentir toda aquela tristeza e dor novamente, e essa pessoa no momento era seu pai. Seu plano era simples, mas ela sabia que iria irritar seu pai.
Marceline sempre adorou música, para ela escutar sua mãe tocar piano era o completo paraíso, e ela descobriu que não havia nada mais perfeito do que a música. Durante esses anos de considerável sossego que ela passou na noitosfera ela aprendeu a tocar alguns instrumentos, mas o seu preferido se tornou o baixo. Marcy possuía um baixo muito bom, mas não sentiu nem uma gota de remorso ao colocá-lo pendurado na parede do escritorio de seu pai, onde estava o adorado machado da família Abadeer, o qual ela transformou em seu mais novo baixo.
Agora Marceline precisava de um novo lugar para ir, então arrumou suas coisas; abriu um portal e saiu sem rumo. Ela visitou algumas dimensões, mas em cerca de dois anos ela encontrou um local onde se sentiu confortável e decidiu ficar. Marceline se instalou no submundo, mas precisamente no reino dos vampiros. Ela se sentia confortável com toda aquela escuridão, aquelas festas e orgias noturnas não a incomodavam (apesar de na realidade ser relativamente tímida e não muito social, e também ser imaculada...pura...bom, apesar de ainda ser virgem).
Não foi necessário nem mesmo uma semana para que o destino de Marceline fosse selado e sua vida se transformasse. Na noite do seu aniversário de 18 anos Marcy saiu para comemorar com alguns colegas que conhecera durante aquela semana, todos foram em um clube, e depois de algumas bebidas mágicas Marceline já sequer sabia onde estava. Ela entrou na pista de dança, estava lotada, mal conseguia mover a cabeça, todas as partes de seu corpo eram tocadas por estranhos, e quando menos esperava Marceline sentiu uma delicada pressão em seu pescoço, e de repente NHAC!! Ela sentiu tudo, e então sentiu nada, seu corpo se desfaleceu e ela passou por mais um agonizante apagão.
Marceline acordou, ela estava deitada no chão sujo, em um canto do mesmo clube, a diferença era que tudo estava quieto, e havia muitas pessoas desmaiadas ou bêbadas demais para ficarem de pé. Com muito esforço ela se levantou, cambaleando foi até a porta, mas assim que saiu e a luz do sol tocou sua pele tudo se tornou fogo.
Marcy rastejou até o banheiro da balada, e em meio a dor das queimaduras a verdadeira dor teve início. Primeiro Marceline pensou que aquela queimação interna fosse devido o exagero de bebidas da noite passada, mas então tudo começou a queimar, ela sentia seu sangue borbulhando, como se estivesse sendo cozinhada de dentro para fora. Tudo era fogo, será que estava cega? Pois só via vermelho. Será que estava morrendo? A dor, o sofrimento chegou ao seu limite, então ou ela estava morta ou depois de tanta dor ela não conseguia sentir mais nada. Foi então que com um leve e rápido estalo Marceline sentiu que algo dentro de si se quebrou. No momento ela não percebeu, mas depois acabou entendendo que aquilo era seu coração que havia parado de bater.
Tudo cessou. A dor, as queimaduras...Sua respiração, seu calor, seus batimentos, seu coração...Tudo cessou. No primeiro momento ela pensou estar morta, teria bebido demais, ou bebido algum veneno, e agora se tornou um espirito atormentado, como aqueles que andavam sobre os domínios de seu pai...Mas não, ela não se sentia morta de verdade, ela apenas não se sentia...viva.
Marceline se levantou, afinal não tinha o porquê ficar jogada no chão de um banheiro sujo, ela estava bem, na verdade ela estava mais do que bem, estava ótima, nunca havia se sentindo tão forte, tão completa e vazia ao mesmo tempo. Ela não tentou sair do clube, pois não queria arriscar de novo, mas resolveu ir para o salão. Assim que passou em frente ao grande espelho do corredor sentiu uma estranha sensação, como se ela não existisse. Mas que bobeira, é logico que ela existe, mas então porquê essa sensação? Ela logo descobriu, pois resolveu parar e olhar em volta de si, e assim que encarou o espelho ela não estava lá...bom suas roupas e seu colar estavam, mas ela não.
Foi nesse momento que tudo passou em sua mente, como um filme. A pressão no pescoço; as queimaduras de sol; as dores e então o vaziou; e claro a falta de reflexo. Marceline havia se tornado uma vampira. Bom, na verdade aquilo nem era uma grande surpresa assim, afinal ela era uma meia humana no meio de um reino de vampiros, e na verdade Marcy questionou porquê aquilo não havia acontecido antes...Desde que chegara nesse reino ela esperava, no mais fundo do seu ser, ser transformada em vampira, e agora ela realmente estava feliz, ser vampiro é algo bem radical, e fazia alguns dias que ela descobriu que depois da primeira refeição como vampiro, era possível se alimentar apenas da cor vermelha.
Então assim que o dia escureceu Marcy foi até o “restaurante” mais próximo e tomou um copo de sangue, essa foi a única vez que Marceline se alimentou de sangue de um ser vivo, até porque o sangue humano, era algo raro e escasso. Então ela se encontrou com seus colegas, e assim que perceberam a novidade Marcy foi aceita na sociedade vampiresca, e pode tornar o Reino dos Vampiros seu Lar.