Um dia dos namorado muito loko
O meu doctor
O Doctor e a Rose estavam descansando na TARDIS depois de uma cansativa busca por aliens em Paris. Ela havia machucado o braço enquanto eles corriam, e ele estava cuidando dela.
– Quer dizer que o Doctor é um doutor mesmo? – Disse Rose, sorrindo.
– Acho que você pode dizer que eu sei uma coisa ou duas sobre medicina.
– Quando você aprendeu essas coisas?
– Oh, Rose, eu tenho 900 anos de idade. Tive bastante tempo pra aprender tudo o que há para se aprender. – Disse ele, pomposo.
– Você tá me dizendo que não tem nada que você não tenha aprendido? – Desafiou-o Rose.
– Quase nada. – Murmurou Doctor, sem expressão.
Naquele momento, o ferimento de Rose já estava coberto por um pequeno curativo. Ela estava sentada no chão ao lado de Doctor, os dois com as costas contra o painel de controle.
– Eu provavelmente não deveria estar viajando com um homem tão velho.
– Ei, eu mereço um pouco de respeito por todas as vezes que salvei esse planeta!
– Bem, você não pode dizer que faz isso sozinho. Eu te ajudo a proteger a Terra também.
– Ah é, quando você não está tentando acabar com ela. – Brincou ele.
– O que você quer dizer com isso?
– Lembra quando você mexeu com o tempo e trouxe aquelas criaturas pra esse mundo e quase matou toda a população humana?
– Se me lembro bem, eu salvei a Terra dos Daleks uma vez, mesmo quando você me mandou pra casa.
– Ok, isso é verdade, mas você quase morreu.
– Eu estou viva, e você também, graças a mim. Mas já que estamos falando disso, eu ainda não sei como sobrevivi. Você disse que ninguém devia ver o vórtice temporal, então porque meu cérebro não explodiu com algo assim?
O Doctor de repente parecia um pouco desconfortável.
– Você não se lembra?
– Eu só me lembro de abrir o coração da TARDIS e ter tudo na minha cabeça de uma vez só. Aí, nada.
– Eu estava certo, você devia ter morrido. Você teria morrido, mas eu absorvi o vórtice de você e o devolvi pra nave.
– Sério? Como você fez isso?
– Por que você não pode simplesmente ficar agradecida por eu ter salvado a sua vida?
– Eu estou, mas quero saber o que aconteceu naquele dia. Por que você não me conta? Não confia em mim?
– Rose, se eu não confiasse em você, não te deixaria ficar aqui comigo, deixaria?
– Ok, então você pode dizer como tirou o vórtice de mim.
– Super poderes de Senhor do Tempo.
– Quantos anos você tem, 900 ou 12?
– Você não vai deixar isso pra lá, né?
– Nope. – Ela respondeu, imitando-o.
– Ok. Vamos apenas dizer que houve uma espécie de troca de DNA.
– Não teve agulhas, né? Você não faria isso, você sabe que odeio agulhas.
– Não, não havia nenhuma agulha.
– Se isso é verdade, como pode ter uma troca de DNA sem agulhas?
– Deus, Rose, confia em mim, não teve agulha nenhuma!
– Acredito em você, mas você não tá me contando a história toda.
– O DNA pode ser passado de um corpo para outro por vários meios de contato.
– Como…?
– Como… Fluídos orais. – Respondeu o Doctor, desconfortável.
Rose pareceu estupefata e começou a rir.
– Doctor, eu não sei como era no seu planeta, mas, na Terra, a troca de fluídos orais chama-se beijo.
– Eu não chamaria aquilo de beijo; eu só estava tentando salvar a sua vida.
– É isso mesmo? – Perguntou Rose, divertida.
– Claro, por que mais seria?
– Oh, Doctor, definitivamente há coisas que você não aprendeu ainda.
Rose se inclinou e lhe deu um beijo na bochecha.
– Obrigada por me salvar. – Ela disse.
Sem ao menos saber o que estava fazendo, o Doctor virou a face e juntou os lábios aos dela. Ele já havia feito isso, claro, mas era diferente. Dessa vez, Rose não estava morrendo com toda a informação do vórtice temporal. Na verdade, ele estava surpreso por ela não tê-lo estapeado ou afastado ainda. Centenas de anos haviam se passado desde a última vez em que ele beijou alguém assim, e era a primeira vez com um terráqueo. Ele não tinha a menor ideia de por que estava fazendo aquilo, mas não era estranho. Era certo. Estando lá, no chão com a Rose, ele podia quase se esquecer da Grande Guerra do Tempo e seu planeta perdido. Ele não era mais o último dos Senhores do Tempo – ele era o Doctor, apenas o Doctor.
Rose sorriu.
– Sabia que esse não era o único motivo.
– Talvez não.
– Vou tentar não pensar no fato de você ter 900 anos de idade.
– O cara de 900 anos de idade mais bonito que você conhece.
– O único cara de 900 anos de idade que eu conheço.
– Isso importa?
– Talvez não.
Eles riram e Rose apoiou a cabeça do ombro do Doctor.
– Paris… É uma cidade linda.
– Provavelmente é mais bonita ainda quando você não está perseguindo alienígenas malvados.
– Provavelmente. Olha… A gente não precisa de um nome, né?
– Não, não precisamos. – Disse Rose, sorrindo.
– Na última vez em que estive em Paris, era 1876. Queria ver o que mudou desde então. Seu braço está doendo?
– Nem um pouco.
– Quer dar uma volta comigo?
– Sem monstros?
– Sem monstros.
– Eu adoraria.
Eles sorriram e se levantaram. O Doctor segurou a mão dela e disse em seu ouvido:
– Allons-y!
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