Capitulo 9

Foi tudo tão intenso hoje, preciso contar pra alguém. Mary.

“Mary vem pra cá. Trás suas coisas pra dormir. Muitas novidades. “

“Chego em 10 minutos, amigaaa!”

A campanhinha toca e eu desço correndo gritando que é pra mim. Mary aparece na porta e atrás dela tem uma mala gingante.

– Amiga eu chamei você pra dormir aqui, não pra morar. - digo e aponto pra mala. Rimos alto.

–Eu tenho um probleminha básico com dias especiais. Amanhã é um dia especial. Preciso estar arrasando, então não quis que faltasse nada.

Empurramos a mala junta pela escada, tava bem pesada. Deitamos sobre a cama exaustas.

– E você e o Travis? Conte-me tudo.

– Primeiro ele me chegou pra me levar pra jantar com rosas, e chocolate. Depois me levou a um restaurante super requintado com uma mesa reservada pra nós em uma varanda super romântica, teve até uma musica pra nós dançarmos. E no final da noite um pedido de namoro.

– AAH que lindo amiga. Parabéns!

– É lindo, mas é segredo, então pra todos os efeitos a gente ta se conhecendo. - ela completou seria.

– Segredo guardado com sucesso. Minha vez, mas antes de tudo tem que me prometer que não vai contar pra ninguém o que eu disser a partir de agora. – eu disse olhando em seus olhos.

–Prometo- ela falou fazendo um sinal- palavra de escoteira.

– Escoteira? Ah Mary só você. – ela sorri e rimos juntas. - Enfim sai com o Rush. O que tinha pra ser uma noite de amigos, ele transformou num cenário de filme romântico e o pior ele ficou interessante. Longe da sua popularidade e seu superego ele mostrou ser um cara incrível. Jantamos em um iate, conversamos muito e no final da noite acabamos fazendo uma aposta.

– Ai meu Deus! Apostas.. Não sei por que, mas nunca as faço.

– Não tinha como eu voltar atrás, eu duvidei dele. Eu tive que apostar. Eu queria saber do que ele era capaz. Precisava saber se aquilo era só pra me impressionar.

– Vejo que alguém mordeu a língua – ela fala e ri- Tá interessada no Rush.

– Quieta Mary não precisa de mais pressão. Continuando, apostamos e depois dele me seqüestrar hoje de manhã e me levar pra mergulhar na praia e pra almoçar na casa dos seus avôs, eu perdi a aposta.

–E o que você tem que fazer?

–Tenho que sair com ele durante toda a semana, sem restrições. Ou seja, do jeito que ele quiser, onde ele quiser, como ele quiser.

–Ai meu Deus!- ela fala e faz uma pausa olhando em meus olhos- Que maravilhoso. Perfeito. Podemos sair em casal, depois da aposta é claro. Porque acho que ele vai querer aproveitar isso. – ela diz histérica e sorrindo maliciosamente. Então ela começa a imaginar nós saindo em casal, ela fala sem parar.

– Para Mary! – falo tampando a boca dela. – Não temos nada. E não vamos ter nada, ele é interessante e lindo, mas é só. Não quero nada com ninguém, e quando falo ninguém inclui o Rush. Seremos só amigos e ponto.

– E o Luke?

– O que tem ele?- pergunto sem saber o porquê da mudança repentina.

– Ele vai ficar furioso, quando descobrir.

– Mary, presta bem atenção. - coloco minhas mãos em seu rosto e faço-a olhar pra mim. - Ele não vai ficar furioso porque você não vai falar nada, ok? Mas porque ele ficaria?

–Todo mundo sabe que ele o Rush não vão um com a cara do outro. Ninguém sabe por que, mas existe alguma coisa. E ele não vai gostar de saber que ta disputando a mesma garota com Rush.

– Seja lá o que eles têm, não é por minha causa nem vou ser motivo pra se esmurrarem. Os dois vão saber com quem estão lidando, isso eu garanto. Agora vamos dormir antes que você me deixe louca.

– Eu? – Mary ri. – Tem dois super gatos disputando você e eu que te deixo louca. Aham sei. Boa noite Abby gatinha. Não vá destruir mais nenhum coração, viu.

– Boa noite- apaguei o abajur e o silencio se instala. – Mary?

– Oi?

– Você não vai falar nada pra ninguém né?

– Eu não, mas o Rush..

No outro dia como de costume minha mãe veio até meu quarto me acorda com um beijo no rosto, bom dia e hora de acordar. Mary sai do banheiro enrolada na toalha.

– Já acordada Mary?Caiu da cama?

–Acordo todo dia com despertador no mesmo horário. Sua mãe te acorda todo dia assim?

– Sim. Por quê?

– Sorte a sua- então ela aperta um botão que faz sua mala se transformar em um mini guarda roupa com cabide e sapateira. – eu adoro essa maquina, ultima tecnologia no Japão.

Ela tira um computador e na tela varias roupas começam a girar. Ela digita escola, impressionar, namorado e aperta enter. O computador mostra três opções ela seleciona uma e a roupa surge no mini guarda roupa. Enfim, nos trocamos e descemos para o café da manhã. Tem bolo, pretzel, donuts e panquecas, pra beber leite com chocolate, cappuccino e café. Mary fala que não vai comer, e eu estranho o estomago dela roncou lá em cima e chega aqui ela não come, mas não quis falar nada na frente da minha mãe. Fomos pra escola, nos separamos depois dos armários ela foi pra aula de Frances básico e eu biologia. Segunda é sempre um tédio.

Rush está na bancada debruçado sobre o caderno, quando chego e me sento ao seu lado. Ele desenha algo na folha do caderno. Primeiro ele nem tinha caderno, agora ele tem e ainda desenha? Trocaram meu parceiro? Inclino-me e tento ver o que ele desenha.

– Oi anjo, já estou acabando o meu desenho. Vou deixar você ver se parar de me desconcentrar. – ele fala sem tirar o olho do desenho, mas sorrindo.

– Ok.

A aula começa e o professor fala algo sobre células, nada interessante. Eu deito sobre a bancada, não tinha dormido quase nada pensando no que aconteceu no final de semana e o que eu teria que enfrentar pela frente. Eu mudei de escola pra me ver longe de garotos, e eu acabo numa confusão com dois e o pior é que os dois parecem perfeitos e não tem chance de eu magoar qualquer um.

– Anjo?- ele me cutuca. – Levanta e presta atenção. Acho que você não gosta muito dessa matéria, mas essa parte é essencial então acorda. Eu levanto a cabeça e olho para o professor que fala desenfreadamente, abaixo novamente.

– Levanta pelo menos pra ver meu desenho.

Levanto a cabeça enquanto ele segura a folha voltada pra si.

– Pronta pra ver minha obra de arte.

– Você é muito convencido não acha? Mostra aí, se for bom eu até posso fazer um elogio.

Ele vira a folha, o desenho é impactante, com variação de cinza. Mostra uma borboleta dentro de um recipiente fechado e outra fora do vidro, as duas pareciam se comunicar uma parecia entender o sofrimento da outra e querer ajudar já a outra parecia conformada com a situação.

– E ai, muito ruim Sra. Critica artística?

– Avaliando bem o desenho- digo e faço um silencio proposital. – Você desenha muito bem, mas posso saber a inspiração pra tal imagem? Transmite muita emoção.

– Uau, uma critica positiva. E não, não pode saber a inspiração.

O professor encerra a aula antes do horário, e o Rush puxa papo comigo do lado de fora da sala. De repente sinto um toque em meu ombro, interrompendo minha conversa com Rush.

– Oi Mary, será que podemos conversar a sós?- É Luke com seus olhos verdes, neste momento fixado em Rush. Agora era evidente o desafeto entre eles.

– Mary, vou indo. Te mando mensagem sobre hoje a noite. – ele diz e me da um beijo no rosto. Aquilo foi provocação, nos nunca chegamos tão perto. Ele tava nervoso e provocação era a cara de Rush. Despeço-me virando para Luke, que agora olha em meus olhos.

–Olá Luke, o que queria falar comigo?

– Queria lhe fazer um convite pra hoje a noite, mas vejo que já tem planos, mas o convite pode mudar que tal tomarmos um sorvete hoje a tarde.

– Não vejo problema- eu via sim todo problema. Eu estava realmente sendo disputada, era excelente a sensação de autoestima, mas péssima a reação que causava ao pensar no que aquilo daria. – Só me fala o local e o horário.

– Sem querer ser invasivo, mas posso te pegar na sua casa? Vamos a um lugar meio complicado de chegar.

– Ok, passa daqui umas duas horas, lá- falo escrevo o endereço num pedaço de papel do meu caderno e entrego a ele.

....

Ouço o som da buzina, olho pela janela um Porsche 911 branco estaciona em frente minha casa. Pra ocasião uso um vestido solto de flores pequenas e sapatilhas. Despeço-me da minha mãe que espia pela janela e faz referencia a eu estar arrasando coração como uma trituradeira mecânica. Ele me recebe com um sorriso lindo iluminado por seu par de olhos exóticos. Não tinha reparado, mas seus olhos são verdes degrade escuro para o centro, o tornando mais lindos.

– Oi, você está linda como sempre. – ele me cumprimenta com beijo no rosto. Acho que ele não é do tipo competitivo, só não gosta de ficar pra trás.

– Obrigado, e ai vai me falar onde vamos ou é surpresa?

– Surpresa!- ele fala abrindo a porta do carro pra mim.

Ele dirigiu suave com calma, nada da agressividade de Rush. Conversamos enquanto toca uma musica ambiente em seu carro, pegamos a rodovia e ele entra em uma pequena estrada de terra. Chegamos a uma pequena fazendo com bancos de madeira e um pequeno vidro escrito sorveteria Castellan.

– Onde estamos Luke?- pergunto olhando ao redor. Tem bastante verde e gado. – É lindo aqui!

– Estamos na sorveteria da família, tudo caseiro. Você vai adorar.

Escolhemos os sorvetes, um sundae de chocolate com castanhas pra mim e pra ele um Milk shake de chocolate branco. A conversa flui livremente até ele me convidar pra sair na noite seguinte e eu recusar.

– Está me evitando Abby?

– Não Luke. Não me interprete mal, só tenho encontros todas as noites na próxima semana. Perdi uma aposta e tenho que cumprir- não sabia por que me desculpava, mas ele era muito educado pra eu só dizer não.

– Entendo tudo já. Apostou com Rush. E perdeu, ele ta realmente afim de você não é?

– Não tenho nada com ele Luke, só perdi uma aposta pra um amigo e tenho que pagar o preço. Você não acha que está preocupado demais?

– Desculpe Abby eu sei que não temos nada. Mas queria deixar claro pra você que eu me interessei em você desde o dia que a vi naquela festa. E não é segredo pra ninguém que Rush não é meu maior fã nem eu dele. Vamos fazer assim, marco o encontro pra semana que vem e saímos pra um jantar, pode ser?

– Marcado, mas quero deixar claro que somos apenas amigos. Assim com sou amiga de Rush.

– Tudo bem Abby, só quero estar com você. – ele diz pegando em minha mão. Eu olho e sorriu, mas retiro minha mão e falo que temos que ir está ficando tarde.

Eu tinha um encontro em uma hora e não tinha ideia do que vestir e aonde iria. Meu celular toca, é o Rush.

– Alô?

– Olá anjo, encontro numero um. Vista se como se fosse sair, vamos a um restaurante. Te pego em uma hora. Beijos.

– Ok, até mais.

Depois de revirar meu guarda roupa, estou com um vestido longo, tomara que caia de renda bege e sandália Pink. Ele é pontual. Minha mãe me admira e diz que vou acabar com os garotos da minha escola. Desta vez um Grand Cherokee preto.

– Acertei no veiculo já um ponto pra mim. Vamos ver se vou acertar na culinária. – ele diz enquanto entramos no carro.

Paramos e vejo a placa culinária tailandesa, o local é tranquilo e ele resevou uma mesa reservada. O chefe veio nos cumprimentar e nos disse que seria especial nosso cardápio.

– E ai acertei? – ele pergunta com entusiasmo.

– Não sei.

– Porque?

– Nunca comi. Se comi não sabia, mas hoje será uma ótima oportunidade. E temos cardápio especial do chefe.

– Então acertei novas sensações. Gosto de proporcionar isso às pessoas. - ele sorri maliciosamente.

A conversa se desenrola sem pressa. A entrada estava uma delicia, descobri que o principal ícone da culinária e sua mistura agridoce.

– Então você conhece o Sr capitão do time?

– Acho que se refere a Luke. Sim, somos amigos. E a propósito porque existe essa desavença entre vocês?

– Ele se faz de príncipe pra todas as garotas que pego. E coloca a culpa em mim pra pegar alguém.

– A o tipo pegador, uso e jogo fora. Me enoja, você engana as garotas e depois as despenca como latas de cerveja vazias.

– Não sou desse tipo, fico com varias garotas sim, mas todas que ficam comigo são avisadas que não tenho nada com ninguém é apenas sexo. E elas se iludem com uma possível relação que nunca existiu. E ele se aproveita da situação e as apoia em sua paranoia.

– Não vou dizer que entendo. Mas pelo que fala é aceitável.

Chegando a minha casa ele me acompanha até a porta.

– Noite incrível, companhia maravilhosa. - ele diz me olhando nos olhos. Até no escuro aqueles olhos brilhavam com sua cor vibrante me hipnotizante.

– Nem tenta Rush, não vou cair no seu papo. Não sou suas amigas casuais.

– Eu sei que não pequena Abby, percebi isso desde o primeiro dia. Não estou tentando nada, pelo menos não por enquanto. Mas você me atrai.

– Boa noite Rush- falo colocando a chave na porta e tentando acabar com aquele clima.

– Boa noite Abby, e a propósito você é surpreendente. – ele diz pegando em minha mão, eu abro a porta e ele sai me olhando. Um sorriso lindo e sincero se distancia da minha porta. A noite foi realmente incrível e Rush está se mostrando cada vez melhor.

Hora de dormir Abby. Antes que você enlouqueça. Celular vibra, duas vezes. Primeiro uma mensagem do Luke

Boa noite linda! Espero nos vermos amanhã. Beijos. Luke

A outra era de Rush.

Você é diferente Abby, no sentido de me impressionar. Boa noite e até amanhã.

P.S.:temos trabalho de biologia amanhã, mas não surte você tem o melhor parceiro.