Luke

As coisas agora mudaram, Rush que antes era um peso morto agora representava perigo. Eu tinha Abby perto de mim e eu não iria entrega-la pra ele como se eu fosse um covarde. E tem alguém que precisa saber disso.

Estou na escola e antes de entrar na aula pro por Rush. Ele acaba de chegar de moto, e eu o intercepto antes que ele posso entrar.

– Quero falar com você – digo entrando em seu caminho, ele para imediatamente e me encara.

–O que quer?

–É sobre a Abby.

–Pelo visto ela já te contou.

–É já. E eu estou aqui pra dizer que não vou desistir dela. Você é um idiota e mais cedo ou mais tarde ela vai ver isso e quando isso acontecer é comigo que ela vai ficar.

–Veremos. - Ele me encara e entra na escola.

Meu punho estala de tanta força que faço pra não socar a cara desse retardado. Quem ele pensa que é. Eu sei quem ele é um cafajeste que engana as pessoas, mas ele não vai machucar a Abby novamente.

...

Abby

Acabo de sair da sala de aula e Rush me espera com um sorriso.

–Já sei to te devendo um almoço. – eu digo fazendo sinal de rendição.

–Exatamente, então vamos?

Eu aceno que sim com a cabeça e saímos. De longe eu vejo sua Harley.

–Aonde vamos?- pergunto subindo na moto logo após ele.

–A la México. – ele ri e acelera.

O vento em meu rosto me desvia os pensamentos, tinha esquecido como é relaxante andar de moto com ele. A velocidade traz adrenalina, mas o vento na face traz paz essa mistura de sensações é única e só ele consegue proporcionar, tudo isso lógico somado ao prazer de segurar forte nele tendo o prazer de desfrutar de seu abdômen definido. Paramos em frente a sua casa.

–Não sabia que você morava no México? – provoco

–Tem muita coisa que não sabe. – ele abra a porta e o ambiente está totalmente diferente.

Na sala a sombreiros nas paredes, cadeira de balançar tem uma almofada com estampa de caveiras mexicanas, seu sofá agora tem uma manta colorida por cima e preso ao teto por uma corda tem um boneco parecido com um burro. Olho pra ele surpresa e ele ri.

–Gostou da decoração?

–Tá brincando? Isso tá incrível, como fez tudo isso? – ele não responde apenas vai até a cozinha eu o sigo.

A cozinha também tem uma parede pintada de vermelho com colagens de pimenta, caveiras, chocalhos e um sobreiro. A toalha da mesa é a bandeira do México, sobre ela a bandejas com placas na frente indicando o prato. Temos guacamole, tacos, chilli, nachos, quesadilha, fajitas e burritos. Alem de vários vidros de pimenta espalhados.

Ele veio em minha direção com duas doses de tequila.

–Não é México sem tequila. – eu pego de sua mão e falamos ao mesmo tempo.

–Arriba, abajo, al centro e adentro!- a bebida desce forte queimando na garganta.

–Quem mais vai vim comer com a gente?

–Ninguém. - ele me olha confuso.

–Rush pra tudo isso de comida? Você tá doido.

– Eu empolguei- ele fala passando a mão na cabeça. – tem alguma ideia?

–Lógico que tenho. – pego telefone e ligo pra Mary, falo a situação e ela concorda imediatamente. - Mary e Travis estão vindo ai.

Ele vai pra sala e se joga no sofá.

–E lá vai nosso almoço a sós. – eu sorrio e sento na cadeira. Os minutos passam e Mary entra pela porta, Travis esta logo atrás.

–Chegamos! Cadê o super almoço?- levanto e vamos até a cozinha aponto pra mesa e Mary arregala os olhos. - Nossa quanto comida, está me dando água na boca.

–Então vamos comer. – Rush diz e pega um prato.

O almoço foi muito engraçado Mary tinha mudado muito convivendo com Travis, ela não era mais a mesma patricinha mimada. Ela contou de quando Travis a levou pra buscar droga na favela, ela só faltou fazer as necessidades no banco do carro. Travis por outro lado tinha tomado um banho de loja visível, agora seus jeans eram de marca e ele usava jaqueta de couro. Rush passou o tempo todo me observando, e ele sorria quando eu o encarava.

–Então você já contou pra sua mãe qual a sensação de fumar um baseado? – perguntei pra Mary.

–Ela nem sonha, pra ela Travis é um moço do bem. – ela olha pra ele todos rimos.

Depois da refeição fomos pra sala. Mary estava abraçada com Travis e Rush tinha ido buscar algo.

–Qual é a do lustre novo?- perguntei quando ele voltou.

–O jogo de hoje, e adivinha quem vai brincar? – ele me olha e estica uma faixa preta em suas mãos.

–Eu? Porque não pode ser Mary?

–Porque ela esta muito ocupada me beijando lá no meu quarto. – diz Travis levando Mary no colo.

Rush sorri pra mim e eu viro, ele coloca a faixa em meus olhos e me da um taco de beisebol.

–O objetivo do jogo é destruir o boneco. – ele diz

–Fica tranquilo, estou com raiva suficiente pra bater em alguém.

–Espero que não seja eu o culpado de tanta raiva. – ele ri.

–Vai sonhando.

Eu destruo o boneco em poucos segundos e tiro a faixa, a sala está cheia de papeis brilhantes e pimentas.

–Pronto um já foi. O próximo é você!

–Você vai querer bater no premio? – ele diz levantando as mãos em rendição. Eu me aproximo e sussurro em seu ouvido.

–Eu não queria brincar mesmo. – me viro e largo o taco no sofá. Antes que eu possa ir ele me paga pelo braço me fazendo virar.

–Está recusando o premio?

–Sim, nada contra o jogo é só que o premio não me agrada. Eu passo. – eu provoco e ele sorri maliciosamente.

–Não acho que seja verdade.

–Pois é, não leva a mal super ego.

–Eu duvido. – ele se aproxima e eu me afasto de devagar até eu encostar na parede, agora eu n tinha pra onde correr ele estava perto o suficiente pra eu sentir seu perfume. – Quer apostar?

–O que?

–Você não consegue resistir ao meu charme. – ele sussurra e minha pele solta arrepios.

– Seu ego cresceu ainda mais desde a ultima vez que você tentou me conquistar. Mas vamos lá, eu aposto.

– Valendo um jantar.

–Ok.

Ele agora sussurra em meu ouvido.

–Você vai jantar comigo hoje

Eu não respondo a boca dele já esta em meu pescoço e suas mãos avançam em minha cintura, seu toque é alucinante. Eu viajo com seu toque, uma de suas mãos agora está em minha nuca e seus dedos passam por meus cabelos. Ele para sua boca está a milímetros da minha e ele sorri, e eu me lembro do primeiro sorriso malicioso. A combinação com seus olhos azuis é fatal. Ele encosta seus lábios no meu, o beijo é calmo mas envolvente, sua adrenalina passa nos movimentos feitos, sua língua brinca com a minha. De repente ele se afasta eu o olho assustada procurando o que o fez parar, mas um sorriso triunfante paira em sua face.

– Acho que eu ganhei um jantar com você.

–Você acha?

–Tenho certeza.

– Eu ainda nem dei minha resposta.

–Estou ansioso pra ouvir.

Ando em direção a ele, que me olha agora surpreso. Aproximo-me mais ainda e fico a centímetros de sua boca e sussurro

–Quem disse que eu vou falar.

Vejo suas pupilas saltarem e o azul de seus olhos avivarem, toco os meus lábios nos seus e sua mão automaticamente alcança minha nuca me fazendo arrepiar com seu toque. Em menos de segundos estamos deitados no sofá, estou por cima dele e sua mão agora por baixo de minha camiseta desliza em minha pele. Ele se levanta e tira a camisa agora seu peitoral está exposto, todos aqueles músculos estão à mostra, seu abdômen definido, seus bíceps inchados. Eu deslizo a mão observando a arte, meus olhos atentos em cada curva ficam ali por minutos.

–Acho que gosta do que vê. – não respondo apenas olhos em seus olhos. Voltamos a nos beijar e ele está começando a ficar calor demais a ponto de eu querer muito tirar minha camiseta. Seus dedos percebem que minhas costas agora soam e ele começa a puxar minha blusa pra cima. Quando alguém bate na porta. Paramos ofegantes, olhamos um pro outro Rush se levanta.

–Seja quem for eu vou dispensar e nós voltamos ao assunto da aposta. – ele diz sorrindo e eu concordo.

Ele abre a porta e fica parado lá sem pronunciar uma palavra. Eu levanto e agora posso ver quem está do outro lado. Luke. Agora ele me olha, sua cara é de pura raiva e vejo seus músculos se tencionarem.

–O que quer? –Rush diz.

–Nada. Desculpe atrapalhar o romance. – ele se vira e sai correndo.

Olho meu reflexo na TV desligada minha camiseta amassada e meu cabelo estão bagunçados, Rush está sem camisa e suando. Parece exatamente o que é. Só que Luke não precisava ver, ele vai me odiar muito agora e eu não tenho uma desculpa que o faça acreditar que estava acontecendo ao contrario, por que simplesmente a verdade é essa eu estava me pegando com Rush.

Luke

Eu não podia acreditar no que tinha visto, lagrimas não acabam com a dor que eu estava sentindo. Mas eu não podia ficar aqui chorando por que Rush estava se pegando com Abby, eu falei que iria lutar e era isso que eu ia fazer. Eu tinha ido pra conversarmos de homem pra homem, mas ele não merece trégua. Ele quer guerra então é guerra que ele vai ter.