— "Bruce? Bruce?", Steve gritou ao máximo de sua voz. "Meu Deus! Bruce! Tenho de descer até lá, Gavião!"

— "Minha aljava ficou no quarto, Capitão!", Barton suava tanto que mal conseguia segurar-se nos degraus. "Hill! Está aí? Preciso que traga a aljava!"

"Estou a caminho, rapazes! Mandarei uma equipe de socorro até o Banner!", ela disse, prontamente.

— "Rápido, Maria!", Clint finalmente alcançou a porta de acesso ao andar superior da base, sentindo-se aliviado por não mais ter de usar os próprios braços naquela escalada doentia. "Algo está muito errado aqui!"

— "Não posso esperar, Barton!", Rogers apertou as luvas de couro em suas mãos.

— "O quê? O que vai fazer?", Gavião perguntou, agoniado. "Está louco?"

— "Talvez…", Steve jogou-se poço abaixo e segurou-se bruscamente em um dos degraus a uma altura suficiente para não colidir com a tampa do elevador. Soltou um grito quando sentiu o ombro deslocar, deixando Barton ainda mais preocupado.

— "Nunca foi uma boa ideia!", Gavião gritou lá de cima. "O socorro já está a caminho!"

— "Não dá pra contar com a sorte, Clinton!", Capitão grunhiu ao usar o braço recém machucado para descer pela mesma abertura que havia saído minutos antes. "A base pode estar infestada de legionários."

— "Tem razão, tem razão! Vamos, onde está o doutor?"

— "Ah meu Deus!" - Rogers exclamou. -"Precisamos de um médico aqui! Ah meu Deus!", Capitão não podia acreditar no que via. Bruce não só estava inconsciente no chão frio da caixa metálica, como sua aparência inspirava puro horror. Sua face expressava dor intensa e a coloração verde-esmeralda, junto com espasmos musculares característicos de sua transformação corporal, surgiam e desapareciam a cada poucos segundos, como que seguindo o ritmo de um coração enfraquecido. Sem pensar duas vezes, Steve sentou-se e pôs o amigo em seus braços, tentando confortá-lo até a chegada dos paramédicos. "Há pulso, Barton! Graças a Deus!"

— "Como é possível? Se uma queda dessas não o transformou no Hulk, deveria tê-lo matado!", Gavião disse, estupefato.

— "Não posso dizer o porquê, caro amigo.", Capitão sentiu lágrimas descendo por seu rosto. "Só posso afirmar que estou muito grato por algo de bom ter nos acontecido hoje!"

*****

— "Sexta-feira! Rápido, libere a escotilha do painel de força!", Tony ordenou, jogando o próprio corpo debaixo da grande estrutura subterrânea que comportava o reator de fusão a frio responsável por alimentar o edifício.

— "Desculpe, senhor, mas há algum problema no sistema eletrônico deste andar.", ela explicou. "Não consigo acessar meus protocolos."

— "Ultron, seu filho da mãe!", ele berrou.

— "Devo mesmo me ofender, papai?", a voz sinistra espalhou-se pela câmara, o que tornava difícil localizá-lo com exatidão. "Não haverá golpe de sorte desta vez, Stark."

— "Veremos…", Tony sussurrou. "Força máxima nos propulsores, Sexta!"

— "É pra já, senhor."

A armadura saiu como um relâmpago por uma fresta de luz, deixando um rastro de poeira e faíscas para trás. Num piscar de olhos, Tony voou em direção ao Hudson e mergulhou com a agilidade de uma foca pelas águas escuras do grande rio.

— "Concentre 60% da energia nos lasers, Sexta. Preciso romper essa chapa e acabar com esse troço.", ele ordenou após checar o dispositivo de distribuição de energia que instalara pessoalmente poucos anos atrás, antes da fatídica batalha de Nova York.

— "Cuidado, Tony!", Sexta-feira gritou.

Ultron lançou uma rajada energética tão forte que pulverizou instantaneamente centenas de cabos submersos próximos ao dispositivo, destruindo o mesmo no processo.

— "O processo de transferência neural do berço regenerador foi interrompido, senhor." , ela o informou. "Mas receio dizer que o protótipo desenvolvido por Ultron já foi finalizado."

— "Pelo menos já podemos riscar um item da lista, né? Dois, na verdade. A mira perfeita do garoto fez todo o meu trabalho.", Tony caçoou, travando um ataque contínuo contra o oponente que permanecia sobrevoando as águas. "Deixou o papai orgulhoso!"

— "Stark!", Ultron bradou, atirando novamente na direção de Tony, que agilmente se esquivava das suas investidas infrutíferas.

— "Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro…", Tony subiu alguns metros acima do nível da água, colocando-se em posição de defesa e sentindo-se muito bem por usar a frase de Ultron contra ele mesmo. "De novo."

—"Se acha muito esperto, não é?", os olhos de Ultron brilhavam de um modo sádico demais para um rosto robótico. "Pode estar ganhando o jogo aqui, Stark, mas quantos dos seus amigos estarão vivos para recebê-lo no complexo?"

*****

— "Steve", Hill o chamou. "Consegue deitá-lo na maca?"

— "É claro!", Capitão moveu o braço machucado com dificuldade, mas ainda assim pôs o amigo nos braços e o deitou cuidadosamente sob o olhar preocupado da equipe de paramédicos da base. Certamente não tinham nenhuma ideia do que fazer para ajudar Banner naquele estado. "O que faremos agora?"

— "Chamem o Tony!", a voz cansada de Natasha veio do fim do corredor, chamando atenção para si, que caminhava sofregamente pelo local. "Chamem o Stark, agora! Não fiquem aí parados!"

— "Que droga, Natasha!", Hill correu em socorro a amiga, oferecendo os ombros para lhe dar suporte. "Não pode sair assim pela base! Poderia ser atacada!"

— "Sei me defender, Maria.", ela revirou os olhos.

— "Com um ferimento desses na barriga?"

— "De olhos fechados.", a ruiva vangloriou-se. "O que diabos aconteceu aqui? Bruce? Fala comigo! Bruce!"

— "Ele caiu trinta metros, Nat.", Gavião gritou lá de cima.

— "E está vivo?", ela esticou o braço e tocou no pescoço de Banner, que continuava contorcendo-se ininterruptamente. "Não deveria ter se transformado?"

— "É o que todos estamos tentando entender.", Steve falou.

— "Não podemos perder tempo aqui, precisamos levá-lo, Capitão!", um dos membros da equipe médica disse.

— "Tem razão, Collins.", ele concordou. "Quanto mais rápido agirmos, menores serão as complicações."

— "Levem-no para a ala de alta complexidade, rapazes. E chequem o braço do Capitão.", Hill os orientou. "Ah, quase esqueci, tragam uma cadeira de rodas para essa mocinha."

Natasha olhou atravessado para Hill, que franziu o cenho em desafio.

— "Posso ir andando com sua ajuda, Hill!"

— "Mas não precisa fazer isso, Romanoff!"

— "Olha só!", ela se desvencilhou dos braços da comandante e caminhou alguns passos antes de sentir uma fisgada pra lá de incômoda no local do ferimento. "Merda!"

— "Na cadeira, agora!", Maria tentou soar o mais firme possível. "É uma ordem, agente."

— "Que eu com certeza não quero desobedecer.", Romanoff sentou-se sem mais reclamações.

— "Obrigada por cooperar.", Hill começou a conduzi-la rumo ao andar superior.

— "De nada.", Natasha sorriu discretamente. "Agora, me ponha na linha com Stark."



Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.