Correio Elegante

Cebola a olhou sorrindo, e Monica se sentiu um pouco envergonhada.

– Nossa, não sabia que teria show aqui hoje – Toni disse passando por eles.

– Cala boca Toni – Cebola rebateu. – Nem sei o que veio fazer aqui hoje.

– Ué, também estudei aqui esqueceu? Além do mais te garanto que receberei milhões de correios elegantes – Toni falou se gabando e saindo de perto deles.

–Aff, ele não se toca mesmo né – Titi disse chegando com Aninha de mão dadas.

– Não, mas deixa ele, um dia ainda vou arrebentar a cara dele – Cebola comentou bravo.

– Aff, deixa de briga – Monica concluiu.

– Ai Aninhaaa como está lindinha sua barriga – Magali disse se aproximando e colocando a mão.

– Own Maga, estou a cada dia mais apaixonada pelo meu Baby – Aninha disse olhando para própria barriga, que já estava tomando a forma redondinha, ainda pequena.

– Vamos amor, a sua antiga professora comentou no face que quer muito ver a gente e nos dar parabéns, vamos dar um pulo lá – Titi disse chamando a namorada para a sala dos professores.

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Cebola sentia seu estomago se agitar ansioso. Ele mexia no bolso toda hora pra se certificar que estava ali mantida em segurança.

Olhou ao redor e viu que a festa já estava lotada, reconheceu alguns ex alunos, alguns alunos das salas anteriores das dele quando ele estudava lá, e com choque no peito viu sua irmã abraçada com alguém do outro lado da quadra, sem nem pensar foi correndo se aproximar.

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Maria Cebolinha se encontrava do outro lado do colégio, ela estava no primeiro colegial, e tinha um grupo enorme de amigos, tinha se tornado uma adolescente linda e cheia de personalidade, cabelo preto até os ombros, um pouco mais baixa que as meninas da sua idade, e um pouco mais magra também, era estilosa e cheia de personalidade. Desde que entrou para a escola se sentiu atraída por ele, Carlos Eduardo, mais conhecido como Dudu, hoje ele não gosta mais que o chamem assim, seu apelido era Du.

O admirava de longe, achando que ele não ligaria para um menina do primeiro enquanto ele era do terceiro. Porém um dia no começo do ano letivo, ele a chamou para estudar, e começou a se aproximar, como a família deles já eram amigas desde antes deles nascerem a aproximação foi muito mais fácil. Até que um dia na saída da escola, ele a abraçou rindo e foram abraçados embora, quando chegou na praça, ele a convidou para ficar um pouco mais por la, e foi em meio a uma de suas conversas que ele a beijou. Desde então estavam juntos, mas o Cebola não podia nem sonhar, toda irmã mais nova tem seu irmão superprotetor não é?!

Esquecendo totalmente que seu irmão estaria na escola hoje, ela estava lá abraçada com o Du, quando sentiu alguém a cutucar.

Ela se virou rindo, e o sorriso desapareceu rapidinho quando viu a cara do irmão. Du o olhou se virando também uma vez que estavam abraçados.

– Maria, posso saber que palhaçada é essa? – Cebola falou de braços cruzados, arrancando olhares curiosos dos amigos da irmã, e olhares de interesse das amigas.

– Cebola, sério? – Maria respondeu se irritando.

– Calma careca, pega nada – Du tentou acalma-lo dando risada.

– Calma o que? – Cebola perguntou bravo ao ouvir o menino o respondendo.

Monica que observava tudo de longe cutucou a Magali para irem lá, vendo que ia dar problema.

– Dudu desgruda dela, não quero ninguém agarrando minha irmã – Cebola disse sentindo seu rosto quente.

– É Du, e eu não vou tirar o braço, credo que paranóia – Dudu respondeu apertando o abraço e fazendo Maria chegar mais perto deles.

– Ah seu moleque – Cebola ia continuar a falar mas sentiu alguém puxando seu braço para trás.

– Oi pessoal – Monica cumprimentou com um sorrisinho envergonhado – Vem Ce, vamos tomar alguma coisa.

– Não Mo, olha que pouca vergonha – Cebola se defendeu.

– Cebola por favor, ta todo mundo te olhando, você vai matar sua irmã de vergonha – Monica sussurrou em seu ouvido – Desculpa viu gente, ele ta meio alterado hoje.

Antes do Cebola responder qualquer outra coisa, Monica o puxou para se juntarem a galera que estava perto das barraquinhas de comida comendo.

– Ai Du, desculpa, o Cebola tem essa Mania de irmão mega protetor, mas relaxa – Maria tentou concertar o mico.

– De boa gata, nem liguei para o que ele falou, to ligado que na sua idade ele já namorava a Monica, dava em cima de várias meninas... Pega nada – Du disse dando um selinho nela.

– Mariaaaa, onde você estava escondendo seu irmão ein – Sua amiga perguntou a cutucando.

– É Maria, aff nunca nem falou que tinha um gato em casa, e olha imagina ele me defendendo assim – Outra de suas amigas comentou.

– Aff gente, tão precisando de óculos mesmo, alias ele é gamadão na Monica, sem chance pra vocês. – Maria concluiu rindo.

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– Monica você não precisava ter me tirado de lá daquele jeito – Cebola disse ao chegarem perto dos amigos.

– Lógico que precisava, tu tava pagando o maior micão – Titi comentou rindo.

– Aff gente, ter irmã mais nova é difícil – Cebola disse pegando uma bebida.

– Ah Ce, fala sério mó fofo a Maria com o Dudu, e além do mais melhor com ele que já conhecemos desde pequenos do que com quem você nem sabe. – Magali disse aprovando a atitude do primo.

– Verdade Ce, muito lindinho os dois, olha lá a cara dela de apaixonada. – Monica disse admirando.

– Tá, não quero mais falar disso – Cebola concluiu.

Monica estava distraída conversando com a Marina, Cascuda e Magali quando sentiu alguém se aproximar, as três pararam e olharam era uma menina, aparentava ter a idade da Maria Cebolinha, carregando uma cesta com um coração.

– Oi Meninas, quem de vocês é a Monica?

– Oi – As três responderam.

– Monica sou eu – Monica respondeu analisando a cesta e vendo o que tinha dentro.

– Ah – A menina sorriu – Esse é pra você. – Entregou um papel em forma de uma flor para Monica e saiu.

– Espera, quem mandou? – Marina perguntou curiosa.

Mas a menina apenas sorriu em resposta e virou.

– Vai Mo, abre – Magali disse ansiosa

Monica analisou o bilhete, era uma flor amarela, quando ela abriu em letras laranjas estava escrito:

– Para a menina mais linda da festa saber que eu estou aqui te admirando. Beijos.

Monica terminou de ler para as amigas e virou o bilhete tentando achar o remetente. Não encontrou. Olhou para o Cebola que estava conversando perto delas com o Cascão e o Titi rindo, deduzindo que poderia ter sido ele.

O menino analisava de longe se ela tinha recebido o bilhete, tomando uma bebida ao lado da quadra. Depois de se certificar do recebimento virou e caminhou de volta para a roda dos amigos onde estava anteriormente conversando.