Por Manuela...

Observando São Francisco em volta eu pensava o que faria agora, afinal não dava pra mim ficar aqui depois do o Domênico aprontou, e principalmente por causa do Igor ele não estava bem, e eu mais uma vez estava extremamente preocupada com meu irmão, e com toda volta que minha vida havia dado nos últimos dias, meu pai preso, e pior sendo o culpado por tudo, eu tive que sair da minha cidade, as crises do Igor, e quando eu arrumei um emprego aceitei, vim pra cá, achando que tudo começaria a dar certo, me acontece uma dessas, já não bastante eu ficar sabendo que o emprego que o Domênico me arrumou era ilegal, tinha que ter mais essa, ele tendo um caso com a namorada do meu irmão, eu não estava nem um pouco disposta a perdoar isso e nem perdoaria, pra mim a situação havia chegado no limite, eu precisava dar um outro rumo para minha vida, só não sabia qual ainda. Fui chamada de volta a realidade, ao som do meu computador que estava ligado ao meu lado.

Era uma mensagem de um rival do game do qual eu participava, ele era bom, eu tinha que admitir, mas ainda não tinha sido o suficiente para me superar, pelo menos não foi nas primeiras vezes que duelamos. - E aí, amarelou mesmo, sumiu não te vi mais por aqui. – Golias.

– Porque, tá com saudade de perder pra mim. – Respondi de volta sem me intimidar.

– Não, acho que foi ao contrário, poderosa Maya, você é que sumiu com medo de uma revanche. – Ele afirmou de volta.

– De modo algum, te ganhar já virou rotina, posso fazer isso agora inclusive. – Eu teclei, me perguntando quem seria o rosto por trás do jogador, afinal ele era hábil, e pelo jeito não fugia de um desafio.

– Vamos lá, você tá me devendo uma partida. – Ele concordou, e nós iniciamos mais uma disputa acirrada. – Andou treinado foi, resolveu seguir minhas dicas. – Afirmei, quando percebi que ele estava mais atendo as manhas do jogo.

– Não, você é que anda sem sorte hoje, ou nos outros dias foi sorte de amadora. – Disse ele, de uma forma que eu julguei confiante de mais pra quem já tinha perdido pra mim algumas vezes.

– Nunca sou qualquer coisa menos amadora, já você eu não sei hein. – Impliquei.

– Certo, você é de onde. – Perguntou.

– Não sei, me diz você primeiro. – Devolvi a pergunta.

– Não vale, eu perguntei primeiro. – Ele me respondeu.

– Ok admito, eu sou. – Fui interrompido por Igor antes que eu pudesse terminar o que estava digitando. - Oi, como você tá. – Deixei o computador de lado, pois eu realmente estava preocupada com meu irmão, apesar de que o papo com o garoto do game estava bastante animado.

– Eu to bem, Magrela, não se preocupa não, cuida de você. – Igor respondeu com um abraço.

– Eu sempre vou me preocupar, você é meu irmão querido, a única pessoa que eu tenho na vida agora, já que o nosso pai tá lá naquela cadeia preso no Brasil. – Eu afirmei, de forma sincera.

– Eu sei Manu, mais vai dar tudo certo, nós dois vamos dar a volta por cima, e juntos. – Igor disse com um sorriso, que me acalentou por um momento.

– Certo, você tem toda razão. – Eu falei, querendo muito estar certa de minhas ideias, afinal eu não aguentava mais ver tudo dar errado.

– Você vai conseguir. – Igor respondeu a mim, e nós dois ficamos ali por alguns instantes só curtindo aquele por -do- sol maravilhoso na cidade naquele momento.

– Ai tá vendo assustou ela, te deixou no vácuo de novo. – Vicente afirmou a Davi.

– Cara eu não, eu comecei a ganhar ela sumiu de novo, mas de repente foi à conexão dela, sei lá. – Davi justificou, mais um perdido que levou da guerreira virtual que ele só conhecia por Maya.

– Pra mim é você que sempre corre a gata. – Disse Vicente, decepcionado com a situação.

– Gata? – E como você tem certeza disso, você nem conhece ela, não sabe nem o nome de verdade dela. – Davi alfinetou.

– Claro que é, você não viu a voz dela naqueles vídeos de tutoriais, só pela voz da pra saber, ela deve ser linda. – Vicente viajou imaginado o rosto da verdadeira Maya.

– Que viagem, sei não, pra mim esse teu pensamento aí, não tem o mínimo fundo de verdade. – Davi riu.

– Vai por mim, quer apostar quanto que eu estou certo. – Afirmou o garoto.

– Tá bom cara, mais eu tenho que ir, mais tarde eu tento enquadrar a guerreira aí, se ela aparecer de novo, isso se ela não ficar com medo de perder pra mim. – Davi brincou alegre.

– Duvido, você é que tem que ter medo dela, essa mulher não tem medo de perder pra ninguém. – Vicente respondeu.

– Tchau moleque, que tenho que ir mesmo. – Davi de despediu do amigo.

– Tchau, e ó, vê não vai perder muito pra Maya, se não o teu filme vai ficar meio queimado, poderoso Golias. – Vicente zoou com a cara do amigo.

– Você é que anda enchendo muito a bola dessa Maya, pra mim ela não é isso tudo. – Afirmou Davi, mesmo querendo muito saber quem era a verdadeira Maya.