Um Título vazio

Capítulo 5- A recepção


Naquele dia, para Marguerite, as horas pareciam estar se arrastando. A herdeira, sempre tão dona de suas emoções, estava tendo dificuldades pra controlar a ansiedade pelo reencontro com o caçador. Não era só a saudade que a devorava, mas, principalmente a importância da notícia que tinha lhe contar.

Conforme o combinado, Arthur e Benjamin a buscaram em sua propriedade e a acompanharam à recepção. O médico ficou completamente hipnotizado pela imagem da linda morena descendo o lance de escadas que ligavam o térreo ao andar superior da sua residência. Ele sabia que nunca conseguiria tirar da memória este momento. Concluiu de que a maternidade, em algumas mulheres, era capaz de realçar a beleza, induzindo a um brilho e graça especial. “Como se isso fosse possível a Marguerite” ele sorriu com o próprio pensamento “ela é sem dúvida a mulher mais linda que já conheci”.

“Você está encantadora, minha querida!” Arthur foi o responsável pela quebra do silêncio constrangedor.

“Obrigada” ela sorriu.

‘“Meu avô tem razão, você está muito bonita, Marguerite”.

“Bem... fazia anos que não me arrumava para uma ocasião como essa. Eu confesso que fiquei com receio de ter perdido o jeito” ela expressou uma modéstia sincera.

“De maneira nenhuma, atrevo-me a dizer que não encontraremos em toda Londres uma dama mais graciosa que você” Benjamin se assustou com a sua confissão e temendo falar mais alguma coisa que o constrangesse ele sugeriu: “Vamos, já estamos um pouco atrasados”.

Os outros assentiram e os dois cavalheiros conduziram a bela dama até o automóvel que os esperava.

Na residência de Challenger, Marguerite mal conseguia disfarçar seu olha fixo na porta de entrada do salão principal. “Ele está demorando” pensou.

A caminho do jantar, Roxton também sentia apreensão por reencontrar a herdeira. Ele havia pensando em milhares de formas para contar a Marguerite sobre sua repentina viagem, mas, nenhuma delas parecia ser apropriada para tal revelação. Ele tinha uma enorme preocupação que suas palavras a magoassem, não suportaria embarcar para a América brigado com Marguerite e esperar quase dois meses por uma reconciliação.

O soar da campainha fez a herdeira se virar entusiasmada, ela ajeitou o vestido no corpo e não se importou em esconder o sorriso que estampava no rosto. Sorriso este que foi lentamente se apagando quando ela percebeu que Lorde John Roxton não foi anunciado sozinho. Marguerite examinou a mulher que o acompanhava, não podia negar que era uma jovem bonita, mas, percebeu que seus semblante culto e erudito era o principal atrativo da garota. Ela estava muito curiosa por saber quem era aquela mulher, mas, não daria o braço a torcer, com o decorrer da noite ela teria oportunidade de descobrir.

No outro canto da sala Roxton não teve trabalho para encontrar sua amada em meio aos convidados. Ela estava particularmente deslumbrante, o vestido vermelho realçava sua pele branca e contrastava com o preto de seus lindos cachos que caiam sobre os ombros em cascata. Era como se ela estivesse radiando luz própria e nem ele tinha real magnitude da falta que sentia dela. A vontade de atravessar o salão e tomá-la nos braços era quase incontrolável. Sentir seu perfume era como o ar necessário para respirar, entretanto, todo o seu desejo foi contido quando notou que a expressão de Marguerite se fechou, seus olhos se apertaram com raiva e ela se virou evitando o contato visual com ele. Neste instante percebeu que foi uma péssima ideia chegar acompanhado de Christine ao jantar, e agora, além de explicar uma viagem repentina a uma mulher furiosa, ele teria que desfazer esse mal entendido o mais rápido possível. “Será uma noite longa” pensou.

As chances de falar a sós com a herdeira foram quase nulas. Christine não o soltava durante todo tempo e Roxton sabia que isso só fazia aumentar a fúria de Marguerite. Em uma única oportunidade o caçador conseguiu se livrar da assistente deixando-a falando sobre economia pós-guerra no ocidente com os professores e seguiu a amada que acabava de se retirar para a varanda, provavelmente em busca de ar fresco para pensar. “Velhos hábitos são difíceis de mudar” ele sorriu com o pensamento. Quando a viu de costas apoiada no balcão da varanda ele suspirou de admiração. Era a composição perfeita, a lua, a noite e ela, aquela imagem iria se eternizarem sua mente. Ele hesitou por um momento como se Marguerite fosse escapar a qualquer movimento dele. “Deus, como ela é linda e como eu a amo” pensou enquanto se aproximava silenciosamente. A herdeira estava tão absorvida em seus desvaneios que não notou sua presença.

“O que uma garota tão bonita faz aqui sozinha?” brincou tentando amenizar os humores, mas, não foi eficaz. Notou que ela estremeceu ao ouvir sua voz, porém, não se virou. Ele já esperava por uma reação assim.

“Apenas pensando como eu ainda posso ser tão boba e confiar em alguém, principalmente em um homem, mesmo com toda a minha experiência em confiar em pessoas” respondeu sem rodeios ou jogos.

Ela se virou para encará-lo e tinha mágoa em seu olhar. Ele sentiu como se a lâmina fria de uma espada o estivesse atravessando novamente.

“Marguerite, me escute, eu sei o que você deve estar pensando, mas Chris”... ele parou antes de piorar as coisa chamando a assistente pelo seu primeiro nome “ ... a Srta. Fraser é minha assistente e tem feito um excelente trabalho a frente da administração do patrimônio da minha família...”

“Não sabia que era seu costume convidar seus empregados para as recepções em que você é o convidado. Aliás, porque você não trouxe o Alfred, já que é seu amigo? Ou você só tem esse costume com moças loiras e atraentes?” o desafiou. Ela o conhecia o suficiente para saber que ele lhe escondia algo.

“Eu prefiro as morenas, mas, você sabe disso.” Ele tentou brincar, mas ela apertou ainda mais o olhar. “Ouça” ele tentou segurar seus ombros, mas Marguerite se esquivou. “Eu preciso lhe contar uma coisa, na verdade duas. A primeira delas e mais importante é que eu te amo e estava morrendo de saudades”.

Roxton observou que suas palavras tinham surtido efeitos e a expressão de Marguerite se suavizou em um pequeno sorriso que iluminou seu rosto e fez o caçador voltar a respirar da maneira correta. “Agora vem a pior parte” ele refletiu.

“A segunda coisa é que...” ele não conseguiu terminar a frase. Uma voz feminina ecoou atrás deles.

“John! Oh, desculpe, não queria interromper” Christine se desculpou.

Marguerite arqueou uma das sobrancelhas questionadoramente para o caçador que pela primeira vez em muito tempo não sabia como reagir. “Maldição!” ele disse internamente.

“Eu não queria incomodá-los, mas, gostaria de saber se você pretende se tardar? Lembre-se que nosso vapor parte amanhã cedo.”

Roxton se contraiu diante da forma infeliz que a informação foi entregue a Marguerite. Ele pode notar que a expressão da herdeira mudou de questionadora para surpresa e indignada.

“Christine, eu agradeço sua preocupação, agora, se puder nos dar licença” o caçador tentou se livrar da presença da jovem.

“Não! Christine... por favor, fique. Lorde Roxton não tratava de nada importante comigo” havia rancor em sua voz quando ela mencionou com ênfase Lorde Roxton, olhando diretamente nos olhos dele. “Eu me retiro, com licença” ela saiu sem olhar para trás ignorando os chamados do caçador.

Marguerite sequer se despediu dos anfitriões, precisava sair daquele lugar antes que não suportasse conter as lágrimas contingenciadas em seus olhos. Ela buscou o casaco no armário. Como esperar por um carro de aluguel demoraria muito ela estava disposta a ir caminhando para casa, não seria a primeira vez, quantas vezes ela fez isso no platô? A recordação da casa da árvore a fez refletir momentaneamente de como ela era feliz lá em comparação a Londres. Quando sua mão fez um movimento para abrir a maçaneta foi impedida por um toque conhecido.

“Que diabos pensa que está fazendo?” questionou Roxton.

“Que diabos você pensa que esta fazendo? Eu estou indo para minha casa, me solte!”

“Você não pode sair sozinha a noite pelas ruas, é perigoso. Deixe que eu a leve.”

“Lorde Roxton” disse com um sorriso cínico “Londres não é o platô e você não é mais o responsável pela segurança da expedição, tampouco precisa ficar o tempo todo salvando donzelas em perigo” ele sabia que ao que o comentário ácido se referia “Agora, deixe-me ir”ordenou.

“Você não vai sair daqui sozinha” ele a enfrentou.

“Roxton, você não perde o habito irritante de ficar me dizendo o que fazer” os olhos dela cintilavam de ódio. Antes que o caçador a replicasse uma voz calma e com argumentos sensatos surgiu o fundo.

“Marguerite, uma dama sempre volta pra casa com o cavalheiro que a trouxe. Por favor, permita que eu a acompanhe” Benjamin intercedeu evitando que a briga tomasse proporções maiores.

Em outra situação Roxton odiaria a ideia de ver sua amada na companhia do médico, mas, não estava em posição de negociar. Deixá-la caminhar desprotegida pelas ruas à noite era uma ideia ainda mais perturbadora do que vê-la indo embora com Benjamin.

“Você tem razão, Benjamin, como sempre. Mas, se não houver problemas eu gostaria de ir embora imediatamente.”

“Como você quiser. Vou buscar meu casaco e avisar meu avó que logo retorno.”

Ela assentiu e se recusou a olhar novamente para o caçador que se lamentava pela noite ter terminado de maneira tá catastrófica. Marguerite passou em silêncio todo o percurso até sua casa. O médico respeitou as reservas da herdeira e não insistiu no assunto, apenas compreendeu que as coisas não saíram como o planejado. Ao deixá–la na entrada da casa perguntou se a mulher precisava de algo, ela apenas acenou com a cabeça que não e entrou.

Marguerite preparou um banho quente e se demorou. Pensou nos acontecimentos da noite, em como estava confusa e sem saber o que fazer. Mas, sorriu quando lembrou que não estava sozinha e que provavelmente jamais estaria. Institivamente ela acariciou o ventre e imaginou que talvez ela não fosse uma pessoa tão ruim assim para ser agraciada com tal milagre. “Milagres” ela riu “essa gravidez está me deixando sentimental demais”. Ela se levantou da banheira e vestiu uma camisola de seda branca, estava quase pronta para se deitar quando a campainha soou. Há muito tempo ela tinha dispensado os empregados e então decidiu ela mesma atender a porta. “Quem pode ser nesse horário?” Vestiu o robe e desceu a escadas. Ao abrir a porta ela se surpreendeu.

“O que você está fazendo aqui?”

Roxton não esperou que ela protestasse, num ímpeto tomou-a nos braços e beijou-a apaixonadamente, fechando a porta atrás dele com os pés. Marguerite tentou recusar o beijo de inicio, mas era inútil negar que o seu corpo também ansiava desesperadamente pelo toque do caçador e em pouco tempo ela correspondia ardentemente à paixão avassaladora dos seus beijos. John podia sentir a excitação de sua amada sob o tecido fino da camisola, agora, ele saboreava seu doce perfume enquanto beijava seu pescoço e apalpava delicadamente seus seios ainda cobertos. Marguerite emaranhava suas mãos nos curtos cabelos dele. Em um impulso ele a colocou em seu colo e caminhou em direção as escadas. O movimento repentino a fez despertar de seu frenesi e se lembrar do que havia acontecido horas antes.

“Roxton! O que você pensa que está fazendo?”

“Ora, minha Marguerite, achei que você saberia” sorriu maliciosamente “Já fizemos isso umas dezenas de vezes, ou seriam centenas” fingiu uma confusão divertida.

“Eu não nem estava contando, se é o que quer saber” jogou com falso desdém e ele ficou feliz com o comentário típico da herdeira “E não se faça de desentendido, você sabe que temos assuntos importantes para resolver. Você tem explicações a me oferecer. Não pense que pode chegar à minha casa me beijando e tudo está resolvido” ela completou.

Roxton suspirou e colocou-a no chão. “Eu achei que meus beijos resolveriam tudo” brincou, mas parou a brincadeira quando percebeu os olhos da morena estreitarem de raiva novamente “Ok, você tem razão. Pode me oferecer um conhaque para facilitar o assunto”?

Ela caminhou até a cômoda e pegou a bebida colocando num copo apropriado.

“Você não vai me acompanhar?” Roxton sabia que a herdeira era conhecida por apreciar uma dose da bebida forte.

“Não... eu quero estar bem sóbria para ouvir o que você tem a me dizer” ela achou a desculpa perfeita para negar o convite.

“Bem...” ele começou “em poucas horas embarco para a América com minha assistente” decidiu falar sem rodeios “No tempo em que estive no platô minha mãe prosperou surpreendentemente, e muito disso se deve ao empreendedorismo da Srta. Fraser que a auxiliou na administração dos negócios” Marguerite revirou os olhos e fez uma careta de nojo “elas investiram em ações de empresas norte-americanas emergentes que se valorizaram consideravelmente nos últimos tempos” Roxton achou que mencionar o aumento no seu patrimônio ajudaria a facilitar as coisas com Marguerite, mas estava enganado.

“Srta. Fraser? Na casa de Challenger você a chamou de Christine e ela parecia muito intima ao chamá-lo de John”.

“Talvez por que esse seja o meu nome” ele tentou uma piada, mas fracassou.

“Lorde Roxton, para um caçador experiente, você está brincando na cara do perigo” ela disse ameaçadoramente “eu não estou brincando, caso não tenha percebido, isso é importante para mim. Não tente me fazer de boba, você sabe o que eu quis dizer. Verônica te salvou uma centena de vezes no platô e nunca se sentiu na intimidade de chamá-lo pelo seu primeiro nome, algum tipo de confiança você deu a sua assistente para ter com você esse tipo de tratamento”.

“Ok” ele suspirou derrotado “talvez eu tenha dito a ela para deixar de lado as formalidades, mas, isso é realmente importante para você, Marguerite? Como a minha assistente me chama é o que menos importa! Você acha que se isso significasse alguma coisa eu estaria aqui em sua casa a essa hora da noite esclarecendo as coisa e implorando pelo seu perdão?”.

Marguerite refletiu e percebeu que ele tinha um pouco de razão, “mas só um pouco” ela ponderou.

“Ouça, eu não quero que pense que estou viajando de boa vontade ou que me importa os negócios, ou seja, lá o que for. Preciso te contar que meu reencontro com minha mãe não foi como eu esperava, ela foi fria e distante e eu estou tentando de todas as maneiras me aproximar dela. Eu sei que ela está magoada por que estive sempre alheio as responsabilidades do meu título e penso que assumindo o controle do patrimônio ela se sentirá mais feliz. Afinal, essa foi a sua ideia”.

“A qual você aceito com muita facilidade” ela o confrontou, mas sabia que ele tinha razão.

“Porque era um bom plano” o caçador fez jus ao seus reflexos e foi rápido em responder “Você não está pensando que está sendo fácil para mim ficar separado de você, está?” ele parecia magoado com a desconfiança dela “ minhas noites tem sido de uma tortura incessante. As poucas horas em que o sono me abraça eu ocupo sonhando com você, seu perfume impregnado neste lenço que carrego sempre comigo” ele tirou o pano do bolso “é o meu alento” confessou. Marguerite olhou para o lenço com os olhos rasos d’agua e sussurrou:

“Eu o amo, John Roxton. Meus dias e noites não tem sido diferentes dos seus. Meu corpo ânsia desesperadamente pelo seu toque”.

O caçador se aproximou colocando o copo de conhaque, agora quase vazio, sobre a mesa de centro. Ele tirou uma mecha de cabelo que perturbava a nítida visão do rosto de Marguerite e com as duas mãos tocando cada lado do seu rosto ele a beijou. Marguerite podia sentir o gosto etílico do hálito de Roxton, mas isso não a incomodou. A ternura do beijo foi se transformando em uma louca paixão e o caçador habilmente se livrou do robe e camisola dela, enquanto ela desabotoava a elegante camisa que ele vestia. Marguerite não pôde deixar de pensar que esta era a primeira vez que ela o despia em uma situação civilizada. A sensação de tocar o tecido requintado e limpo da camisa dele era tão diferente do seu toque nos trapos surrados que ele costumava usar no platô. Esta sensação delicada aliada ao perfume caro que ele estava usando a deixou ainda mais excitada.

Sem parar de se beijar, em pouco tempo ambos estavam nus. Roxton delicadamente a deitou no sofá e a observou “ela consegue estar ainda mais linda do que na ultima vez que estivemos juntos, ainda no planalto” pensou consigo mesmo. Então se lembrou de como sua amada esteve afastada dele durante toda a viagem de retorno pra casa evitando qualquer tipo de contato mais íntimo. Rapidamente o caçador afastou essas lembranças de sua mente e concentrou-se em disfrutar daquele momento com ela como se sua vida dependesse disso, e realmente dependia, aquela mulher nua diante dele detinha seu destino na palma de suas delicadas mãos e ele dedicaria cada segundo de sua vida para fazê-la feliz.

Exaustos eles descansaram nos braços um do outro. Marguerite observou Roxton adormecido e refletiu se esse seria o melhor momento para revelar sobre a gravidez. Haviam problemas demais consumindo o nobre homem e ela sabia como ele se comportava diante de situações como essas: assumindo todas as culpas e reponsabilidades. Ela concluiu que contar a respeito do bebê só causaria mais turbulência e divisão ao coração de John, ela esperaria o seu retorno e então contaria a novidade. A herdeira não queria que a preocupação com ela e com o filho interferisse na cruzada que ele estava trilhando rumo à aceitação e perdão de sua mãe. “Ele faria o mesmo se estivesse no meu lugar” decidiu.

Quando ela acordou, pela manhã, Roxton já havia partido. Ela encontrou um bilhete manuscrito sobre a mesa, preso com o copo que ele havia usado na noite anterior. Rapidamente ela reconheceu a caligrafia como sendo a do homem com quem havia compartilhado momentos inesquecíveis horas antes. Pegando o papel entre as mãos com cuidado ela sentiu o perfume marcante de Roxton antes de abri-lo. Sentou-se na poltrona, suspirou fundo buscando forças para não sucumbir à emoção, e então começou a ler a nota.

“Querida Marguerite.

Quando estiver lendo este bilhete provavelmente estarei a caminho da América. Preferi não acordá-la por que não tive coragem de me despedir, quero que você fique com a recordação da nossa linda noite ontem. Deixo meu coração em Londres, como você. Estarei contando as horas para o retorno a seus braços e prometo que será definitivamente.

Com amor, John”.

Ela beijou o bilhete e o apertou contra o peito. Não era a primeira vez que alguém lhe escrevia um bilhete amoroso, mas ainda sim era como se fosse e por isso sentiu acréscimo de estima por si mesma. Concordou silenciosamente que ela também estaria contando os segundos para revê-lo. Em um movimento brusco ela se levantou da poltrona e sentiu a terra girar em torno dela. Por instinto ela tentou se apoiar em algum móvel, mas não encontrou nada a sua frente, o desequilíbrio a fez cair e sua cabeça encontrar a quina da mesa central. Ela tentou lutar pela consciência, mas a dor forte a fez perder os sentidos e ela se rendeu desacorda.