– senhorita Paulina? Chamou uma empregada enquanto batia na porta do quarto de paulina.

– sim? Disse ao atender a porta.

– Chegou esse bilhete para senhorita! Disse a empregada lhe entregando um pequeno pedaço de papel.

– sabe quem trouxe? Perguntou Paulina pegando o bilhete na mão da empregada.

– não senhorita! Disse a empregada a olhando. – apenas deixaram com um dos guardas dizendo para entregar entregue a senhorita! Explicou.

– Tudo bem, Obrigada! Disse entrando e fechando a porta do quarto.

Paulina seguiu ate sua cama enquanto desdobrava o pequeno pedaço de papel em suas mãos...

Preciso falar com você!

Encontre-me amanhã ao nascer do sol no lago que corta o castelo.

Ass: Paola

Paulina não pode conter a alegria de saber que sua irmã tinha entrado em contato com ela, e tratou logo de esconder o bilhete antes que Carlos Daniel o visse, depois teria de pedir à empregada que lhe entregou esse bilhete para que mantivesse a descrição. Só contaria ao Carlos Daniel depois de saber o que sua irmã Paola queria.

Paulina passou o dia inteiro agitada pensando no que sua irmã poderia esta querendo falar com ela... tantas coisas passavam por sua cabeça... tantas perguntas surgiam em sua mente...

– Olá, meu amor! Disse Carlos Daniel entrando no quarto de Paulina e a pegando distraída.

– O-oi! Disse Paulina sorrindo enquanto lhe dava um selinho.

– Você esta... Pensativa! Disse sorrindo enquanto a olhava com curiosidade. – O que aconteceu? Perguntou sorrindo.

– Nada! Disse Paulina tentando disfarçar seu nervosismo. – Como foi sua reunião? Perguntou tentando mudar o foco de sua atenção.

– Foi o de sempre! Disse a observando de testa franzida, Não tinha se convencido com sua resposta. – Amanhã o novo General que te falei era jantar conosco! Lembrou-se

– ótimo! Disse sorrindo.

Paulina a Carlos Daniel ficaram em silencio, Carlos Daniel podia ver que Paulina estava lhe escondendo alguma coisa, mas decidiu que ela diria quando se sentisse à-vontade para isso. Sabia que não adiantaria insistir em fazê-la falar.

As horas se arrastaram e quando a noite finalmente chegou e junto com ela um frio de cortar, Paulina deitou-se aconchegada nos braços de Carlos Daniel. O Calor que emanava do corpo dele a mantendo aquecida do frio congelante que invadia o quarto, a segurança que sentia sempre que estava ali, nem mesmo isso foi suficiente para fazer com que Paulina se sentisse melhor com relação ao que esse encontro com sua irmã poderia significar.

– O que você tem? Carlos Daniel perguntou a Paulina quando ela se deitou em silencio em seus braços.

– Não tenho nada! Ela disse o olhando. – só estou um pouco cansada! Completou sorrindo.

– Você não me engana Paulina! Ele disse a olhando seriamente. – sei que esta escondendo algo!

Carlos Daniel a olhou procurando as resposta em seu olhar, e lá estava ela, quando Paulina desviou o olhar rapidamente. Carlos Daniel apenas sorriu e segurando seu queixo virou seu rosto ate que seus olhares se encontrassem novamente.

– Quando quiser conversar estarei aqui! Disse a ela sorrindo.

Paulina não disse nada apenas lhe sorriu aliviada e se aproximou roçando seus lábios nos dele e iniciando um beijo suave, cheio de carinho. Carlos Daniel correspondeu ao beijo prontamente, saboreando o doce sabor dos lábios daquela que ele tanto amava e a segurando firme junto de si, enquanto suas mãos percorriam por seu corpo de forma ousada. O beijo se tornava exigente, quente...

– é melhor a gente ir dormir! Disse Paulina ofegante ao encerrarem o beijo.

– Hum, certo! Disse sorrindo enquanto a olhava sem entender o motivo para ela esta fugindo. Ela parecia querer tanto quanto ele queria tê-la em seus braços. Mas algo a estava preocupando e ele pode perceber isso. Mas o que? Se perguntava enquanto a olhava seriamente.

– desculpe, não estou muito bem hoje! Ela disse ao entender seu olhar. – só... Quero dormir! Completou nervosa.

Seus pensamentos estavam sempre em Paola, no que ela tinha para lhe dizer, no reencontro com sua irmã depois de tantos anos sem noticias... Queria dormir, assim talvez o dia amanhecesse logo e finalmente ela poderia encontrar-se com Paola.

Paulina Praticamente não dormiu naquela noite, seus pensamentos eram uma bagunça em sua mente, tentava entender porque sua irmã nunca respondeu as inúmeras cartas que lhe enviou? Ou porque nunca entrou em contato durante todos esses anos e principalmente porque estava do lado dos rebeldes? Era tantas perguntas rondando sua mente.

Paulina conseguiu cochilar, mas sempre em alerta para não perder a hora e quando o dia estava amanhecendo levantou-se devagar fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar Carlos Daniel que ainda dormia e se arrumou Rapidamente e saiu pé por pé do quarto fechando a porta.

Andou pelos corredores escuros sempre tomando cuidado para que ninguém a visse sair... E seguiu o mais rápido que pode para o tal lago que cortava o castelo. Ainda estava frio e a neblina da madrugada dificultava um pouco enxergar o que tinha a frente...

– Paola! Disse chamando a atenção da pessoa que estava sentada na beira do rio distraída.

Paola levantou-se Rapidamente alarmada, mas vendo Paulina parada ali não se conteve e correu para abraçá-la.

– Paulina! Disse sorrindo ao olhá-la.

Ficaram em silencio por apenas um instante e então se sentaram uma do lado da outra.

– Porque me chamou? Perguntou Paulina não agüentando mais esperar.

– Porque a encontrei e tinha que te ver... Levei tanto tempo para te encontrar! Disse sorrindo.

– você estava me procurando? Perguntou Paulina incrédula.

– eu sempre te procurei Paulina, desde quando fomos separadas! Explicou seriamente.

– Mas eu te escrevi e você nunca me respondeu! Rebateu Paulina seriamente.

– eu nunca recebi nada! Rebateu.

– Tenho tantas perguntar para te fazer! Disse a olhando com expectativa.

– não posso demorar muito aqui e acredito que você também não! Disse sorrindo.

– é eu não posso... Disse a olhando. – o que aconteceu Paola? Porque nunca me escreveu ou deu noticias? Perguntou com expectativa. – eu cheguei a pensar que não se importava comigo! Completou.

– Aconteceram tantas coisas desde que nos separamos, desde a morte do papai e da mamãe! Paulina pode sentir a dor de Paola ao falar dos Pais.

– me conta! Pediu colocando a mãos sobre a de Paola e a incentivando a falar.

– Certo, vou contar! Disse sorrindo triste. – mas tem que me prometer não me julgar! Pediu.

– Eu prometo! Disse Paulina a olhando com preocupação.

– certo... Disse Paola ficando em silencio Por um instante enquanto olhava a neblina a sua frente sem realmente a vê-la, sua mente estava bem longe agora.

– quando fui morar com meus Padrinhos pensei que poderia superar a morte dos nossos Pais e eu tentei, no inicio minha Madrinha Fazia de tudo para que me sentisse da família, e eu juro que tentei Paulina, Mas nunca conseguia me conformar com a perda dos nossos Pais e o fato deles não terem te aceitado La... Eles me separaram de você...no inicio pensei que eles gostassem de mim de verdade, mas como eu estava enganada, como fui idiota! Disse sorrindo sem graça nenhuma, um sorriso irônico.

– O que quer dizer Paola? Perguntou Paulina a olhando sem entender nada.

– eles não queria ficar comigo porque eram meus Padrinhos ou algo parecido, Paulina. Eles queriam me usar, iriam me vender... estavam tramando um casamento milionário. descobri isso ouvindo uma conversa deles, estavam me negociando como uma mercadoria. iriam ganhar muito dinheiro com esse casamento... Eu senti tanta raiva fiquei enojada, como era capazes de fazer isso? Não conseguia entender, mas um dia quando estava discutindo com minha madrinha eu joguei na cara dela que já tinha descoberto tudo sobre o casamento e então minha vida acabou ai...

– o que eles fizeram? Perguntou paulina perplexa com o relato da irmã.

– eles me entregaram para os rebeldes Paulina... Entregaram-me para que eu fosse morta por eles como nossos pais foram!

– O QUE? Perguntou Paulina sem acreditar em seus ouvidos. “como foram capazes de fazer uma coisa dessas?” pensava Paulina horrorizada enquanto olhava a irmã.

– Eu não sei como consegui sobreviver tantos dias nas mãos dos rebeldes, eu passei fome, frio,sede... Espancaram-me e nem vou enumerar o que mais fizeram, mas você pode imagina... eu uma menina bonita, sem ninguém por mim, sozinha, marcada para morrer! Disse com a voz embargada, mas tratou de engolir em seco o nó em sua garganta.

– Paola... Eu... Eu sinto tanto! Disse Paulina com lagrimas nos olhos por sua irmã.

– Bom, eu não sei quanto tempo fiquei nas mãos dos rebeldes, para mim pareceu anos, mas um dia os rebeldes foram atacados e eu estava tão fraca a beira da morte e naquele momento não me importei com quem estava ali, matando as pessoas que queriam me matar lentamente, eu não agüentaria muito tempo e sabia disso. E então um homem, ajoelhou-se ao meu lado nunca pude me esquecer do seu rosto ele era bonito apesar da cicatriz no olho esquerdo... Dizia Paola enquanto sorria diante da lembrança, à única lembrança que valia a pena ser lembrada de toda essa historia.

– o que aconteceu com ele? Perguntou Paulina a olhando seriamente.

– esta morto! Disse Paola olhando o nada. – Os rebeldes o mataram diante dos meus olhos... esta morto e porque tentou me levar daquele lugar, mas nunca esqueci aquele rosto... Bom, os rebeldes ganharam desse grupo que os atacou eles mataram todos e minha chance de viver esvaiu-se por entre meus dedos... E quando estava me entregando à morte fomos atacados novamente, ataques entre grupos era sempre constante então nunca dei importância a isso... Mas esse foi diferente, eles não estava ali para matar, eles estavam ali para salvar, para me salvar... De alguma forma um dos caras que foi ferido durante o primeiro ataque conseguiu chegar vivo aos outros a avisou sobre nos... Eu não era a única presa ali...

– os rebeldes fazem prisioneiro? Perguntou Paulina surpresa.

–sim, fazem eles se divertem com o sofrimento! Disse a olhando seriamente. – bom... Fui resgatada e eles cuidaram de mim, passei dias apenas dormindo e acordando, mal tinha forças para parar sentada... É quando estava forte o suficiente eu simplesmente peguei uma arma e fugi dali, não podia dizer a ninguém o que pretendia fazer ou eles nunca permitiriam que eu o fizesse.

– o que você fez Paola? Perguntou Paulina a olhando com espanto.

– Matei meus Padrinhos! Disse Paola a olhando de volta. – sujei minhas mãos com o sangue deles, por culpa dele eu quase morri e sofri o diabo nas mãos dos rebeldes e eu era só uma criança paulina!

– Paola! Disse Paulina com os olhos marejados.

– Nunca me esqueço do olhar deles quando me viram entrar em suas casas no meio da noite! Disse Paola com o olhar distante e um sorriso nos lábios. – Nunca me esqueço do medo deles ao me verem, eu os fiz implorar por suas vidas...

=== Inicio do Flash Back ====

– Por Favor, Paola! Pedia a senhora de Cabelos castanhos longo. – nos perdoe pelo que fizemos, nos dê uma chance de nos redimir com você! Pedia a senhora com Lagrimas nos olhos.

– você me deram uma chance? Perguntou Paola parada a frente dos Padrinhos com uma arma apontada para eles. – Você não me deram uma chance! Disse irritada. - porque eu daria a vocês? Perguntava enquanto as lagrimas escorriam por seu rosto.

– Somos seus padrinhos! Disse o senhor de meia idade de cabelos brancos com uma voz tremula. – e seus Pais eles...

– NÃO TOQUE NO NOME DOS MEUS PAIS! Gritou Paola com raiva, como ousavam fala nos seus Pais quando eles a tinha jogado nas mãos dos rebeldes para morrer. – Vocês só estão colhendo o que plantaram! Completou sorrindo em meio as lagrimas.

– Você pode ir presa por isso! Disse o senhor a olhando seriamente.

– você estão aqui, não estão? Perguntou os olhando com diversão. – estaria fazendo um grande favor à sociedade a livrando de pessoas como vocês! Completou sorrindo.

– Paola... Eu... Eu sei onde esta sua irmã! Disse a senhora apelando para a única coisa que sabia que poderia fazer com que ela não continuasse com isso.

Paola gargalhou diante daquelas palavras, eles não tinha limites...

– vocês dois são patéticos! Disse os olhando.

E enquanto dizia isso apontou a arma para seu Padrinho apertando o gatinho e então o estrondo da arma soou alto em seus ouvidos... E instantes depois ouviu-se apenas um gemido de dor e um baque surdo e então o senhor caiu sem vida no chão de madeira enquanto uma poça escura formava-se a sua volta.

– quero olhá-la nos olhos quando sua vida estiver se esvaído do seu corpo! Disse Paola olhando a senhora que tremia ajoelhada ao lado do corpo do marido. E então Paola atirou e a senhora caiu e Paola ajoelhou-se ao lado do seu corpo esperando que a vida a abandonasse...

==== Fim do Flash Back =====

Paola terminou sua narração em meio as lagrimas e soluços, nunca se orgulhou com o que fez, mas lhe serviu para se tornar uma pessoa dura, uma pessoa que sobreviveria no mundo La fora, tinha que se tornar forte, tinha que se proteger sozinha...

– Você não devia ter feito isso, Paola. Vingança nunca faz bem! Disse Paulina enquanto a abraçava com um nó na garganta.

– eu tenho que ir! Disse Paola se afastando e ignorando as palavras de Paulina, tinha descoberto sozinha o quanto a vingança destrói uma pessoa. – se cuida irmãzinha! Disse forçando um sorriso enquanto secava as lagrimas.

– Fique aqui Paola! Pediu Paulina a segurando pela mão. – Fique no Castelo comigo, tenho certeza que o Carlos Daniel não vai se importar! Completou aflita.

– Não... Esse não é o meu lugar... E tenho pessoas me esperando! Disse sorrindo. – Minha historia ainda não acabou. logo nos encontraremos novamente e então te contarei e tenho certeza que você tem muito que me contar também! Completou sorrindo.

Paulina em um impulso puxou sua irmã e a abraçou forte... Não queria ter de deixar que ela fosse embora, ela já havia passado por tantas coisa, ela precisava de alguém que a amasse do seu lado.

– promete que vai voltar? Pediu Paulina enquanto a abraçava.

– eu prometo maninha... Agora que te achei não vou deixar que desapareça novamente! Sorriu retribuindo o abraço. – ate logo! Disse se afastando.

Paulina ficou parada a olhando ir embora e levar com ela toda suas historia, toda sua dor... Paulina ainda ficou na beira daquele lado pensado em tudo que Paola havia lhe contado. E apesar das coisas horríveis que ela teve de fazer, apesar de carregar em suas costas o fardo da vingança, pode ver o quanto Paola se tornara uma mulher forte.

– POR ONDE VOCÊ ANDOU? Gritou Carlos Daniel quando viu Paulina entrar pela porta.