Um Novo Aluno

Cap. 04 No Ônibus


Horário de aulas

Segunda-feira/Terça-feira/Quarta-feira/Quinta-feira/Sexta-feira

1°Matemática/Português /Física /Biologia /Leitura

2°Matemática/Português /Física /Biologia /Leitura

3°História /Geografia /Sociologia /Francês /Ed. Física

4°História /Geografia /Estudo /Estudo /Ed. Física

5°Estudo /Filosofia /Estudo /Estudo / Estudo

6°Dança /Etiqueta /Química /Dança /Etiqueta

7°Dança /Etiqueta /Química /Dança /Etiqueta

8°Duelo /Música /Inglês /Duelo /Música

9°Duelo /Música /Espanhol /Duelo /Música

Terça-feira, o segundo dia de aula de Finn. Jake o acordara cedo, mais do que deveria, para que ele tomasse café da manhã e contasse como foi segunda, já que na noite anterior o loiro alegara estar cansado demais para conversar.

— E aí? As pessoas lá são legais? — Jake foi direto ao ponto, ele não era de rodeios, sabia que seu irmãozinho não era bem tratado na última escola que frequentara e queria descobrir se no Colégio Ooo poderia acontecer o mesmo.

— Normais. — Finn respondeu dando de ombros, levando uma torrada à boca lentamente, ainda meio grogue de sono.

— Ah cara, vamos, eu quero detalhes! Conseguiu fazer amigos?

— Cadê a Lady? — o loiro perguntou olhando ao redor da cozinha.

— Não muda de assunto!

Finn deu um sorriso, comprovando que estava realmente enrolando para irritar o cão.

— Você não vai acreditar em quem eu conheci! — o loiro disse, espantando o sono para longe.

— Conta logo!

— O Rei e a Rainha dos vampiros. — Finn falou solene — que também são os herdeiros da Noitosfera.

Jake encarava o irmão, o queixo caído. Finn deu uma risadinha, o cachorro não era nem um pouco fã de vampiros. Mas ainda não tinha terminado.

—E também a Princesa doce.

— Não brinca! O Reino Doce fica aqui ao lado!

— É. — Finn confirmou pegando a mochila, que já tinha preenchido com os livros do dia na noite passada — Já vou indo ou vou acabar perdendo o ônibus.

O loiro se despediu do irmão dando um “até mais tarde” e saindo para esperar o ônibus. Não demorou muito e Finn estava embarcando. Ele avistou, nos mesmos bancos do dia anterior, Marshall, Marceline e Jujuba.

— Bom dia. — o loiro cumprimentou, sentando-se ao lado de Marshall.

O vampiro respondeu sonolento, mas com um grande sorriso. Finn sentiu o rosto esquentar e sacudiu a cabeça, o capuz de seu moletom branco caiu para trás, revelando os cabelos loiros. Marshall estava vestido no mesmo estilo do dia anterior, só que dessa vez usava uma camisa vermelha e uma jaqueta de couro. O moreno não poderia estar mais legal.

— Bom dia, Finn. — Jujuba disse do banco ao lado.

Ela trazia no corpo um vestido rosa florido até os joelhos e um moletom branco, os pés calçados em sapatilhas delicadas. Finn quase se esqueceu do brilho feroz que vira nos olhos da Princesa doce na aula de duelo.

Marceline, sentada ao lado de Jujuba, não disse nada, um boné preto cobrindo o rosto. Finn sacou na hora que a vampira estava dormindo; ela não poderia contrastar mais com a rosada. Um short jeans curto deixava suas pernas pálidas quase totalmente descobertas, uma blusa de alguma banda de rock fazia jus aos seus gostos e ela trazia nos pés pesadas botas pretas.

Finn sentiu algo caindo em seu ombro direito, ele virou a cabeça e se deparou com um Marshall desacordado, apoiando-se em seu ombro. O café da manhã se revirou no estômago do loiro, aquilo na orelha pontuda do vampiro era um alargador?

— Isso... Eles parecem cansados. — Finn falou baixinho, olhando para Jujuba, mas ela tinha desviado o olhar para a janela.

O loiro pôde reparar nas bochechas da rosada colorindo-se de vermelho.

—É. — ela respondeu sem olha-lo.

Finn não entendeu de início, mas aí viu algumas outras pessoas subindo no ônibus, entre elas, Flame. O loiro reparou que os olhos verdes do Príncipe de fogo voaram instantaneamente para Jujuba.

O ruivo sentou no banco atrás da Princesa doce, acompanhado de uma garota parecidíssima com ele que Finn jugou ser a irmã mais nova de Flame, que estudava no primeiro ano.

— Ei, por que Marceline e Marshall estudam na mesma série? Eu me lembro dela dizer que Marshall é mais velho. — Finn perguntou para Jujuba, baixinho para não acordar os vampiros.

— E é, ele tem alguns minutos de diferença, são gêmeos.

— Ah, minha nossa! Mais que fedor aqui! — uma voz anasalada invadiu o ônibus.

Marshall despertou, erguendo a cabeça e se deparando com a escandalosa da Lumpy junta de Fionna e Cake.

— Claro, só podia ser, veja é o lixo de Ooo que está ali! — Fionna apontou para o banco de Jujuba.

— A traidora do sangue, andando com esses selvagens. — Cake acrescentou.

— Pelo menos ela não anda por aí cheirando a bunda cabeluda dessa encaroçada. — Marshall respondeu ao insulto, ignorando o “deixa para lá” que Jujuba lhe disse.

— Aconselho você a procurar gente melhor para andar Finn. — Lumpy disse para o loiro, um sorriso zombeteiro no rosto — Não vai conseguir muito com esses selvagens da Noitosfera e essa boboca da Jujuba.

— Não preciso do seu conselho. — Finn disse secamente.

— Ah, o que é isso? Será que o Brad já te largou de novo? É por isso que tá toda esquentadinha? — a voz de Marceline surgiu, cheia de uma falsa curiosidade.

Lumpy ficou vermelha e Marshall gargalhou.

— Sério?! De novo?! Mas eu não o culpo, deve ser insuportável ter você por perto mais do que o estritamente necessário. — o vampiro disse entre o riso.

As três garotas se sentaram em bancos distantes deles, sem dizerem mais nada.

Jujuba olhou para Marshall, mas logo baixou a cabeça, envergonhada quando ele lhe sorriu fazendo um gesto de cabeça, Finn também assentiu, mostrando que não se importara nem um pouco com o que Lumpy e sua turminha tinha dito.

— Desculpem-me por isso, elas só disseram essas coisas por minha causa.

— Deixe de bobagem, elas sempre implicam com a gente. — o moreno falou abanando a mão, como se o que se passara fosse algo extremamente banal.

— Não, — Jujuba sacudiu a cabeça e olhou para o loiro — ontem, na enfermaria, eu disse ao Chiclete e a Lumpy para deixarem você em paz.

— Que estúpida, Grudenta, eu torci o tornozelo dele por isso! Não precisava ter dito nada! — Marceline brigou, ajeitando o boné na cabeça, emburrada.

A Princesa só encarou os próprios pés, sentindo-se culpada demais para retrucar. Finn ficou incomodado e perguntou baixinho a Marshall se eles deveriam dizer alguma coisa.

— Não precisa, a Jujuba meio que tem um complexo de culpada, sei lá. Ás vezes acontece coisas e ela acha que a culpa é dela. — o vampiro falou alto o suficiente para a rosada escutar.

Finn sorriu com a atitude do moreno, o pulso acelerando.