Um Céu Para Rosa

Capítulo 1 - Os primeiros feridos


Alguns dias após o genocídio emDamcyan cometido pela bruxa, meu pai foi convocado como capitão do exército para matar a bruxa, ele e os soldados se reuniram em frente à igreja com suas espadas e logo depois partiram em busca da bruxa. Seguiram seu caminho se hesitar, muitos deles haviam perdido parentes, muitos deles tinham sede de vingança e outros apenas temiam perder que amavam, temiam ver pessoas importantes mortas e estavam dispostos a dar a sua vida para protegê-los. Eles caminharam o dia todo sem descanso, mas já estava escurecendo e eles ainda estavam muito longe do seu destino, então resolveram acampar ali mesmo em Kaipo. Encontraram uma caverna, e pelo que parecia ela estava livre de morcegos, insetos, ou qualquer outra coisa que os ameaçasse ou causasse nojo:

– É realmente estranho encontrar uma caverna que não seja habitada pelos morcegos e insetos – disse um dos soldados - Talvez seja pura sorte, o que você acha Capitão Cecil?

– Não acho que seja sorte, talvez essa caverna os assuste de alguma forma. É algo muito estranho aqui. – disse o Cecil, meu pai.

– Será magia? Será que esta caverna é encantada? - perguntou o soldado que montava uma barraca.

– Possível... – respondeu o capitão em meio aos seus pensamentos – Chega de conversa, voltem ao trabalho, logo irá escurecer!

– Sim senhor capitão! – gritaram os soldados logo depois voltando a montar o acampamento.

Uns saiam da caverna para procurar lenha na floresta pela qual eles passaram, outros estavam encarregados de abrir as caixas com os suprimentos, e os demais montavam as barracas em que eles iriam dormir. Um tempo depois de ter escurecido, os soldados que estavam trazendo a lenha não voltaram mais e isso estava preocupando os demais:

– Capitão, capitão! Um dos soldados voltou – gritou Yang, o mais jovem soldado –

O capitão correu até o soldado:

– O que houve? O que aconteceu com os demais? – ele perguntou ao ver o soldado ferido –

– Não s-sei, algo nos atacou, e-era muito rápido e já estava ficando escuro, não era possível ver – Falava o soldado já sem forças – Mas tenho t-toda certeza, seja o que for, não e-era o animal qualqu...er... – após terminar a frase com dificuldade o soldado desmaiou –

– Preciso ir lá agora, preciso salvá-los agora! – o capitão exclamou sem hesitar –

– Capitão, calma. Não vá só, é perigoso, nós iremos e daremos cobertura. – falou Kain, puxando sua espada –

– Isso mesmo, os demais cuidaram de Tellah, enquanto procuramos pelos outros – Yang uniu-se a Kain puxando a espada –

– Certo, vamos! Não temos muito tempo. – meu pai falou e foi saindo da caverna o mais depressa que podia –

Mesmo com as lanternas, mal podiam ver o havia a sua frente. O caminho estavam ficando estreito a medida que andavam pela florestas, as árvores eram altas, e suas folhas cobriam a luz da lua. Ali eles se tornaram alvos fáceis. Um barulho surgiu quebrando o silêncio. Eles apagaram as lanternas na mesma hora, e ficaram em silêncio por um momento. Fora o barulho do vento batendo nas folhas mais nada se ouviu.

– Acho que ele se foi... – sussurrou Yang dando uns passos a frente.

– Tummb! Yang tropeçou em algo, e foi recuperando o equilíbrio para não cair. Ele acendeu a lanterna novamente para ver o que era:

AHHHHHH! – gritou ele olhando aos corpos dos soldados, até que Kain tampou sua boca –

– Shiiii, não grite, vai acordá-lo – sussurrou Kain apontando a fera enorme com a boca ensangüentada que se encontrava mais a frente e parecia está acordado por causa do grito de Yang –

– Corram agora! – Gritou o Cecil sacando Lenda, a espada sagrada – Esse monstro é um guardião da bruxa! Eu vou segurá-la aqui, corram, vão para a caverna e avisem os outros!

Yang e Kain obedeceram e correram em direção a caverna. Chegaram e avisaram a todos para se preparem para lutar com um dos guardiões da bruxa. Cecil lutava e tentava levar a fera em direção a caverna. A fera usou as garras e feriu suas costas e o lançou com força no tronco de uma das árvores. Ele tentava se levantar, mas estava muito ferido. “Não posso morrer agora!” essa frase se repetia em sua mente, a fera se aproximou dele. Cecil se levantou e acertou a espada em um dos olhos do monstro e correu para a caverna:

– Capitão! Cuidado. – gritavam os soldados.

Cecil virou e viu a pata da fera vindo em sua direção...