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Ai ai... É hoje o grande dia. O Baile. Fui fuçar nas coisas que comprei ontem... Uns enfeites de cabelo, maquiagens, um perfume novo, sapatos e um bicho de pelúcia super fofo. Ain como eu amo bichos de pelúcia! Kizu estava em cima da minha cama, brincando com as minhas fitas de cabelo e uns gizos que eu comprei pra ela. Essa raposa parece um gato de vez em quando, minha lindinha.

Tomei um longo banho de banheira e lavei os cabelos com o meu shampoo preferido. Me enrolei em um roupão e comecei a me arrumar. Prendi somente a parte de cima do cabelo comprido e ondulado. Ainda me lembro de como no inicio do ano o meu cabelo mudava tão fácil de cor de acordo com as minhas emoções... Deixar as emoções me levarem, para ter um pouco de alegria depois de tanta coisa... Mas agora não é hora de pensar em tristezas! Deixe esse mau pressentimento de lado! Acabei de arrumar meu cabelo e fiz uma maquiagem bem preta nos olhos e passei um batom vermelho igual ás minhas unhas.

Essas cores entravam em contraste com a minha pele, que estava mais branca que o normal. Eu sabia que ia acontecer logo, mas espero que não seja tão logo assim... Tem coisas que eu realmente dispenso. A minha fantasia estava já no meu armário.

Noiva cadáver. O vestido era lindo! Bem solto e super esvoaçante, tomara-que caia, curtinho na frente e longo atrás. Lembrava o vestido da Perséfone do filme ‘Percy Jackson e o Ladrão de Raios’, só que branco com uns detalhes azuis e prata. Enfim, lindo. Coloquei o véu no cabelo e me olhei no espelho... Tanto o véu quanto o vestido estavam cheios de rasgos e partes queimadas. Efeito especial.

Kizu ficou tentando pegar os fios do meu corpete branco enquanto eu o amarrava. Como quase não conseguia respirar com aquilo, afrouxei um pouquinho e muito que bem. Não estava a fim de usar luvas, por isso as dei para Kizu brincar e coloquei os meus sapatos de salto (beeem) altos. Então ouvi alguém bater na porta. Era Hiei!

­ Espera só um instantinho! - Eita, que garoto apressado! Passei o meu perfume favorito , peguei o buquê de rosas mortas. Quase me esqueci da máscara! A minha máscara era inteira prata e azul (assim como o meu vestido) e tinha uma borboleta. Fofa. Abri a porta com Kizu do meu lado e quase esbarrei no Hiei. - Oie

­- O...Oi... – Mesmo com a máscara de fantasma da ópera, deu pra ver a cara de espanto do Hiei. Ele ficou meio abobado e eu ri. Olha, até que ele estava bonito hein... – Você... Nossa, você tá linda!

-­ Para de graça! Vamos logo, Senhor Fantasma – Eu ri e fui andando pelo campus até chegar ao salão. Lá, Hiei fez questão de dar o braço pra mim. Aff, esse garoto só inventa hein... Mas ainda sim eu ri. Estava com um ótimo humor hoje!

­- Onde estão os outros?

­- Sei lá...

­- Porque as garotas estão me olhando tão feio? Que horror...

­- Não sei... Deve ser porque você está comigo – Ele disse toooodo sorridente.

-­ Engraçadinho – Eu ri, me sentei em uma mesa e bebi uma taça de vinho. Que delicia! Vi que todos os professores estavam usando um terno preto, parecendo pinguins. Ri daquele pensamento.

­- E ae, Aiko...

­- AI MEU DEUS! PORQUE?! – PUTA QUE PARIU! O OROCHI VESTIDO DE DANÇARINA DE CAN CAN, O NARUTO DE PRINCESSA COR-DE-ROSA E O SASUKE DE RAINHA FODONA FORNECEDORA DE INDECENCIAS!

­- Tenha piedade dos meus olhos!

­- Puta que pariu...

­- Vem, vamos dançar...

­- Ah... Não sei... Deixa quieto vai...

­- Vamos – Ele sorriu e me puxou para a pista de dança. A musica eletrônica estava alta, as luzes eram somente aquelas coloridas de boate. Tudo maravilhoso! O som foi diminuindo e começou a tocar a musica lenta. Os casais foram se formando e eu saí rapidinho de fininho para não ficar lá no meio segurando vela pra geral. Nisso alguém me puxou de volta e começou a dançar comigo.

­- Z-Z-Zero?!

­- Não vejo nenhum outro aqui – Ele sorriu. Ahn? Reparei que ele estava com a gravata frouxa, a blusa aberta fora da calça e as mangas arregaçadas e sem o terno. Um quase pinguim...

­- Uhn... Porque você está... ?

­- É de praxe que os professores dancem com os alunos.

­- Quem é você e o que fez com o Zero? – Eu ri.

­- Não, dessa vez sou eu mesmo...

­- O que deu em você então? Porque, convenhamos que você nunca ligou muito para o que é de praxe...

­- Eu fiquei pensando... Quando você ainda achava que aquela coisa era eu... Você não fugiu. Mas sempre que está comigo você dá um jeito de se esquivar e dá o fora. Por quê? – Eu mal abri a boca pra responder e ele me interrompeu. – Ai eu vi como... Ahn... Ele (?)... Te tratava bem. Então resolvi tentar fazer o mesmo.

­- Uhn... – Ele me rodopiou de vagar e quando virei para olhar pra ele, dei de cara com Inuyasha! Olhei para o lado e vi Zero se afastando. Inuyasha sorria pra mim todo feliz.

­- ‘É de praxe que os professores dancem com os alunos’ ?

­- É? Não sabia... Só queria dançar mesmo – Ele sorriu e se atrapalhou um pouquinho nos passos. Eu ri. Ele era fofo e quando percebi estava brincando com as orelhas dele enquanto ele me encarava.

­- Com licença? – Uma voz cortou os meus pensamentos avoados sobre coisas fofas e non-senses. Kaname estava parado nos encarando e estendeu a mão para mim. Inuyasha me deu um sorriso torto e saiu andando. Bufei e dei a mão para ele e começamos a dançar, eu extremamente emburrada.

­- O que foi?

­- Vai ficar me corrigindo aqui também? – Ele sorriu com o meu comentário.

­- Hoje não... Hoje tudo o que eu quero é dançar com a minha aluna...

­- Como se você nunca fizesse isso.

­- Para de dar patada! Não posso nem ser legal com você?

­- Rum...

­- Professor? Posso tomar ela emprestada um segundinho? – Disse Hiei cortando o barato de Kaname e imitando o jeito pomposo dele

­- Claro... Até mais

­- Pelo visto os professores gostam mesmo de você– Disse Hiei rindo meio nervoso.

- Eles estão bem estranhos hoje... Mais que o normal, é claro – Dançamos por algum tempo, até que comecei a me sentir estranha... Olhei para o meu pulso direito e vi que a minha tatuagem estava voltando a aparecer. A flor de cerejeira em chamas rodeada por símbolos e tribais que formava uma pulseira agora estava totalmente visível... Se essa já estava à mostra, provavelmente a das minhas costas também! Como um despertar de um espírito adormecido, dei um risinho maléfico. Tantas pessoas... Que belo banquete! Eu coloquei os braços em volta de Hiei e o trouxe mais perto... Ele seria uma boa entrada... Eu ri maldosamente enquanto ele olhava para o nada inexpressivo.

-­ Não faz isso não...

­- Ahn? O que houve, meu bem?

­- Eu sempre tenho a impressão que você vai sumir... Que eu vou te perder. Isso ta me fazendo mal, sabia? –Ora ora ora... Um coração iludido... Quanto tempo eu não fisgava um desses...

­- Não se preocupe, meu anjo... Logo logo vai passar. – Eu ri e mordi o pescoço dele. Ou pelo menos pensei que tivesse mordido, porque alguém me puxou dali e me arrastou até um canto mais isolado do salão. Era o Zero!

­- Você não vai fazer nenhuma besteira!

­- Que fofo, o vampiro com coração de gelo está com ciúmes! – Eu dei uma risada debochada

­- O que aconteceu com você?

­- Você notou! Que milagre, um homem que repara no cabelo de uma mulher!

­- Para de brincadeira!

­- Eu simplesmente fiquei mais forte! E quer saber? Eu estou fa-min-ta! – Dei um sorriso, mostrando minhas presas prateadas. Ele ficou perplexo e depois com uma expressão irritada. Depois em um movimento inesperado ele me abraçou e encosto a cabeça no meu ombro.

­- Volta... Por favor, volta pra mim...

­- Esse seu teatro não me engana, você sabe disso né? Eu sei muito bem desse revólver na sua mão.

­- Então já sabe que se tentar fazer alguma coisa errada, você sai daqui igual uma peneira, né? – Uns alunos estranhos da outra unidade da U.I. passaram por nós, se pegando, de forma que nem repararam na nossa presença.

­- Você não atiraria em mim, não é? – Eu fiz bico e dei uma risada sarcástica, enquanto ele engatilhava o revólver. Não tenho nada a perder... Ah, se ele soubesse...Fui saindo do salão toda feliz e saltitante. Ele foi me seguindo sério e começou a tocar uma musica romântica. Eu sorri e o puxei para dançar, o olhando de forma sarcástica. Ele tirou o meu cabelo da frente do meu pescoço e observou as minhas tatuagens. Eu tentei mordê-lo, mas o que aconteceu foi o inverso! Minhas forças foram se esvaindo conforme ele bebia o meu sangue. Por fim me desvencilhei dele. Ele limpou a boca e voltou a me encarar, frio. Eu não acredito que fiz isso de novo!

­- Desculpe... – Ele disse quando viu que eu ainda estava paralisada. Eu tentei falar, mas minha garganta queimava e parecia que se atrofiava a cada instante que passava. Vi algo estranho pela janela do salão. AI NÃO! Era um deles... Como me encontraram aqui?! Era um dos demônios caçadores... Merda, mais essa! Eu saí correndo para a floresta. Sabia que meu estado psicopata poderia voltar a qualquer instante.

­- EU ESTOU AQUI!!!!!!!!!!!! – O vento rodopiou ao meu redor e tudo começou a ficar mais frio. Os demônios me cercaram e me encararam. Estes eram pequenos e praticamente feitos de sombra. Tinham dentes extremamente afiados e olhos vermelho sangue.

­- ‘Como se eu precisasse mandar alguém te procurar... Meu pequeno monstrinho’ - Disse uma voz dentro da minha cabeça.

­- Onde você está?!?!

­- Onde eu sempre estive... Dentro de você... – Uma sombra saiu do meu corpo e se materializou na minha frente. Era ele... Leonard. O mago negro que me assombrava desde muito tempo atrás. Ele era extremamente alto e feito praticamente de fumaça preta. A não ser pela pele cinza e os dentes vermelhos. Ele sorriu para mim e logo evaporou junto com os demônios. Eu senti como se um choque elétrico percorresse meu corpo. ‘Toda a doçura... Todo o amor... Todo e qualquer sentimento hão de desaparecer... Agora é só você’ Sussurrou a voz na minha cabeça. Eu comecei a andar pela floresta, sem rumo... Até que ouvi alguém gritando. Era uma voz de garota. Vi que ela estava se debatendo enquanto um cara estranho a segurava pelos pulsos. Com toda a naturalidade do mundo, chutei seus pés e ele caiu no chão.

-­ FICOU LOUCA, MINA?! – Ele se levantou e tentou vir pra cima de mim. Sem sequer mudar a expressão de tédio do meu rosto, eu segurei o pescoço. Pude ver dentro da mente dele toda a sua vida. Não passava de mais um assassino... O ergui do chão usando apenas uma mão e o atirei contra uma árvore. Ele caiu desacordado e a garota olhava pra mim aterrorizada.

­- Pode voltar pra lá tranquila... Nada vai te perturbar... – E com um pequeno hipinotismo ela voltou para o salão sem se lembrar de nada. Fui até o corpo no chão e arranquei seu Coração fora. Dele mesmo bebi todo o sangue que tinha naquele condenado e então devorei o órgão em minhas mãos. Tirei da minha perneira (a comum cinta de coxa) um vidrinho com um liquido prateado e bebi uma gota. Isso ia me limpar de toda a sujeira que havia naquela criatura. Então ateei fogo no que restou dele. Olhei para o meu vestido e para minhas mãos e vi que estavam cobertas de sangue... Dele e meu... Dei de ombros e continuei andando, dessa vez em direção á um som familiar que vinha de outra parte da floresta.