Eu procurei por toda cidade pela Artêmis, e não achei absolutamente nada! Eu sabia que ela iria se encontrar com Hermes no meio do mato, então eu procurei por algum rastro deles por todo canto. Tentei encontrá-la pelo seu cheiro, mas a chuva havia levado tudo embora. Eu procurei até mesmo em algumas casas que ficavam perto da floresta, mas logo desisti. Ela não ficaria em nenhuma outra casa sendo que ela tinha uma para ir, certo? Eu pensei em procurar por Hermes e saber o que ouve, mas eu soube através de algumas Ninfas da floresta que ele havia retornado para a Grécia no dia em que a Artêmis desapareceu. Acho que ela foi com ele. Eu acho que ela não quis se envolver e decidiu ir embora. Eu só acho estranho que ela tenha feito isso sem nem me avisar, mas às vezes ela ficou com muito medo ou sem jeito de falar comigo. É, deve ser isso. Ela podia ter pelo menos ter me dado notícias da Macária para eu ficar tranqüila, tipo, não custava nada. Mas se ela não deu nenhum aviso, provavelmente é por que está tudo bem. Eu sei, eu sinto que tem algo errado, algo mais, mas eu não consigo descobrir o que é. A única coisa que eu consigo enxergar é isso. Artêmis me abandonou quando eu mais precisava. Há, Hades tinha razão. No final nós estamos sozinhos e não nos resta nada além do deserto frio da eternidade, (n/a qualquer semelhança com o filme Rainha dos Condenados não é mera coincidência kkkk) eu tive que aprender isso na prática.

Eu decidi continuar com o plano de Artêmis. Eu iria ficar no máximo dois anos aqui e depois eu iria me mudar para outro país. Evitaria ficar saindo e ficaria atenta a tudo. Já era sexta-feira, a semana havia passado voando, e no sábado eu iria fazer o maldito trabalho na casa da mestiça Renesmee. Não será de todo chato, vai ser bem divertido até. Desde segunda-feira ela e a sua família estão tentando descobrir o que eu sou, mas eles são espertos e cuidadosos. No refeitório, quando eles entraram, todos estavam pensando na Renesmee e isso facilitou a minha “pesquisa”. Eu vasculhei a mente de cada um deles procurando informações sobre ela, eu queria saber o que ela é. Obtive tudo, desde o seu nascimento até aquele dia no refeitório. Achei interessante toda a história, eu não sabia que vampiros podiam se relacionar com humanos. Quando eu ia investigar mais o vampiro leitor de mentes captou a minha e viu o que eu estava fazendo. Ele ficou em choque e eu ri internamente, mas confesso que fiquei curiosa sobre uma coisa. Quando eu pensei no fato de que a Artêmis iria adorar essa história ele demonstrou estar bem curioso sobre ela. Acho que é porque a Artêmis é linda. Quando eu ia continuar com a nossa conversa mental, a Renesmee me distrai e chama a minha atenção. Foi o tempo necessário para Edward pedir a Bella para por o escudo em todos. Eu não liguei e fiz o mesmo com a minha mente, chocando-o mais ainda, nem mesmo tentei romper a barreira porque se eu fizesse isso eles iriam ficar muito alarmados e isso poderia gerar problemas desnecessários. Além do mais, eu não quero perder o meu tempo atormentando-os, tenho coisas mais importantes para fazer. O dia foi chato, como sempre, e quando a aula acabou eu fui embora a pé como de costume. Eu decidi caminhar hoje ao invés de correr. Eu não tinha pressa, afinal, não tinha ninguém me esperando em casa. Quando eu estava na metade do caminho eu percebi que alguém estava me seguindo, um carro para ser mais precisa. Era um Corvette C6 preto e nele estavam Edward, Bella, Alice e Jasper. Fala sério! O que eles querem? Eu parei de andar e me virei em direção ao carro, cruzei os braços e esperei pelo próximo movimento deles.

- A maioria dos humanos não percebem quando estão sendo seguidos.

- Muito menos quando são seguidos por pessoas discretas e cuidadosas como nós.

Edward e Jasper tinham um sorriso cínico no rosto. Logo atrás deles estavam Bella e Alice.

- Sério? Num diga!

- Quem é você?

- Sua filha não te contou, Edward? Meu nome é Melanie.

Eles ficaram parados feito estátuas e eu pude ver a expressão de alarme que eles estavam tentando camuflar. Eu não sei por que o Edward também estava tão alarmado, afinal, ele viu quando eu entrei na mente de todo mundo querendo saber sobre ela, era mais do que óbvio que eu sabia que ele e a Bella eram os pais dela.

- Eu não sei do que você está falando...

- Negando a própria filha? Que coisa feia!

- Olha aqui, fica longe dela, está me ouvindo?

- Você fala como se eu quisesse ficar perto dela.

Eles soltaram um rosnado e vieram na minha direção tentando me intimidar. Eu não agüentei e ri. Isso é o que eles chamam de intimidar?

- Do que está rindo?

- Fala sério, Jasper! É isso o que vocês chamam de intimidação? Vocês vampiros tem muito o que aprender.

Eles se entreolharam e então a Bella deu mais alguns passos até ficar na minha frente.

- Deixa eu reformular a pergunta do meu marido...

- Bella!

- O que é Edward? Não é como se ela não soubesse disso!

- É, e eu sei disso.

- Ah! Então...

- Você dizia?

- O que é você? Que tipo de criatura é você? O que você quer com a gente? E você não pretende fazer nada com a Nessie não é?

Bella me olhava aflita e dava pra ver que ela esperava que eu tivesse entendido tudo, já que ela havia dito tudo muito rápido.

- Vou responder na ordem das perguntas: Não é da sua conta. Também não é da sua conta. Não quero nada. E por que diabos eu iria querer fazer algo com a “Nessie”? Fala sério!

- É que eu penssei... que você podia...

- Ser alguém dos Volturi que tá aqui pra tirar a filha de vocês?

- Sim.

- Não eu não sou uma “enviada” dos Volturi, pode ficar tranqüila. E eu não trabalho pra nenhum outro tipo de clã, ok? Eu tenho os meus próprios problemas para resolver. Então, por favor, fiquem na sua que eu fico na minha. Vai ser melhor pra todo mundo.

Eu já ia saindo quando a Alice me puxou pelo braço. Eu odeio quando alguém faz isso, me lembra o Hades nas suas crises de raiva, então quando eu virei o meu rosto para ela eu soltei um rosnado e tenho certeza que um brilho avermelhado surgiu em meus olhos. Eles se afastaram imediatamente e assumiram uma posição de defesa. O rosto deles era de puro pavor.

- Oops! Foi mal.

- O QUE É VOCÊ?????

- Será que eu vou ter que repetir de novo? ISSO NÃO É DA CONTA DE VOCÊS!

Eu já ia saindo quando a Alice apareceu na minha frente e falou meio sem-graça e receosa.

- Desculpa, eu acho que você não gostou muito do meu gesto não é? Eu só queria saber se você vai lá em casa amanhã.

- Eu tenho que fazer um trabalho então provavelmente sim. Não se preocupem, eu não fazer nada.

- Não é isso. É que a Esme queria saber o que você gosta de comer.

- Eu adoro bolo de chocolate.

Eu ri da careta da Alice, provavelmente ela não esperava por isso. Ela acenou com a cabeça e entrou no carro e eu continuei seguindo o meu caminho.