-Peguem o garoto! – Alex mandou dois homens, que havia surgindo não sei da onde, pegar o Shane – Você vem comigo! – e saiu me puxando pelo braço.

-Acha mesmo que vai conseguir passar por ele? – perguntei enquanto ele puxava.

-Eu tenho certeza. – respondeu e continuamos andando. Podia ouvir o barulho das sirenes cada vez mais próximo. Ele sorria no momento em que saiamos do navio, ficamos parados na rampa sobre o mar e Alex apontou a arma para minha cabeça, meu cabelo voava por causa do movimento das hélices do helicóptero. Senti meu coração parar e logo vi Jared que estava atrás da irmã do Shane, que se assustou ao vê-lo ao meu lado. Ela nos olhava de maneira preocupada. O rosto do meu pai estava cansado, então olhei em volta procurando o Justin, mas não encontrei nem sinal dele. Meu coração parou de medo ao pensar que talvez Alex o tivesse encontrado. Olhei para Jared desesperada e ele sussurrou um: “ele esta bem”. Deixando-me tranqüila. Virei-me e Shane estava bem atrás da gente com os capangas do Alex.

-Solte os dois Alex, você não tem pra onde fugir! – falou meu pai pelo megafone.

-Ah e quem disse que quero fugir Charlie Sherwood? – perguntou Alex calmamente – Pra que eu vou fugir se vai me deixar passar? Tenho sua filha e o filhinho do governador, o que mais poderia pedir? – perguntou sorrindo.

-Alex é melhor se entregar. – falou Mary pegado o megafone com meu pai. Alex começou a rir e me abraçou colocando a arma no meu pescoço.

-É melhor saírem da minha frente porque vou passar com eles. E se alguém tentar me impedir a garotinha vai ser a primeira a sofrer. – Mary sussurrou alguma coisa com o meu pai. Ele fez uma cara de que não aceitaria a proposta dela e pegou o megafone de novo.

-Alex solta os dois, não tem pra onde você fugir. As fronteiras estão fechadas. – gritou meu pai ignorando totalmente o comentário do Alex.

-Ah Charlie você sempre duvidou do que eu sou capaz, não é mesmo. Desde a época do ginásio. Será que vou ter que matar sua filhinha com a doce Maria? – meu pai o olhou e pude ver em seu rosto a mascara de ódio, enquanto Alex ria – Charlie quando você vai deixar cair sua linda mascara de bom moço? Não acha que sua filha já é bem crescidinha?– gritou Alex – Quando vai contar pra sua linda filha que sua mulher não era tão pura e casta? – perguntou e beijou minha bochecha – Conta pra ela Charlie que sua mulher já pensou em te largar pra ficar comigo. – olhei para o meu pai que estava estático, e fiquei assim, sem entender do que Alex falava - Conta Charlie. Ela se parece tanto com a Maria. – e tirou a arma do meu pescoço passando por meus cabelos. – foi quando senti algo puxando meu pé, meu corpo cair e em questão de segundos estava ao mar. Senti a água salgada entrar por minhas narinas e busquei a superfície rapidamente.

Respirei e comecei a nadar indo a praia. Nadei o mais rápido que pude e saí do mar ofegante, dois policiais vieram me buscar, me pegaram me enfiando dentro de uma viatura.

-Srta Sherwood. Sente dor em algum lugar? Bateu em alguma pedra? Sente dormência em alguma parte do corpo? – perguntou um policial me enchendo de perguntas.

-Eu estou bem! – gritei irritada – Cadê o Shane? – ele me olhou de forma triste e gritei novamente agora tentando sair da viatura – Quero sair preciso vê-lo! – empurrei um policial e abri a porta, o outro tentou me segurar e dei um soco nele, então corri saindo do carro.

Corri em direção a onde estávamos e não vi meu pai nem a Mary, apenas algumas viaturas e um corpo caído em meio à poça de sangue.

Senti minhas pernas pesarem e meus olhos se encheram de lágrimas.

Corri em direção ao corpo e as lágrimas já desciam descontroladamente por meus olhos.

-Senhor José fala comigo! – gritei tentando balançá-lo, mas seu corpo não me dava nem um sinal de vida – Chamem um médico, por favor! – gritei olhando em volta e os policias balançavam a cabeça triste – Me perdoa. – sussurrei para o corpo sem vida de um amigo, que deu sua vida por mim.

-Vem. – ouvi a voz de Shane e ele estendeu a mão para que a pegasse – Vai ficar tudo bem! – peguei a mão dele e ele me envolveu em um abraço apertado me passando segurança.

-O que aconteceu? Quem me jogou no mar? – perguntei confusa.

-Ele estava embaixo da rampa e te puxou. – explicou e me afastei o encarando – Ele atirou no braço do Alex. Os caras me soltaram para fugir das balas e corri para o navio – ele fez uma pausa e continuou – Os caras pegaram Alex e entraram em carro. Seu pai e Mary saíram atrás deles.

-Ele morreu para me salvar. Tenho que achar a família e a filha dele. – falei e Shane me abraçou.

-Vamos achar! – disse decidido.

-Vocês dois, podem nos acompanhar. - disse o policial que soquei meio sem graça.

-O que vão fazer com o corpo? – perguntei tentando não olhar.

-Os responsaveis vão buscá-lo. – respondeu e o acompanhamos.

Ele nos levou até uma ambulância. E um médico veio nos receber. Entramos na ambulância ele nos examinou.

Olhou meus reflexos, pulsação e feriu minha pressão. Depois repetiu os mesmo procedimentos com Shane. Anotou os dados em uma prancheta. E nos encarou.

-Tudo certo com vocês. Só precisam de descanso. – falou o médico e assentimos.

-Anne! – gritou Jared a me ver e sai da ambulância pulando no colo dele.

-Jay! – beijei a bochecha dele e o rosto dele todo, ainda agarrada no colo dele – Você está bem? – perguntei e ele riu.

-Estou bem! Desculpe fui um idiota, só te atrapalhei. Não deveria ter vindo, mas fiquei com medo. Medo de que você fosse sozinha com aquele louco e nunca... – ele não continuou e o abracei forte.

-Eu te amo meu amigo! Meu irmãozinho. Mas se fizer isso de novo. Eu mesma te mato! – falei e ele começou a rir.

-Você não tem noção do quanto é pesada. – reclamou e saí do colo dele.

-Como ele está?! – perguntei ansiosa - Pra onde o levaram?

-Ele não está bem Anne. – sussurrou Jared me encarando – Eles o levaram imediatamente, quando nos acharam. Ele perdeu muito sangue. – me virei encarando Shane.

-Pede pra ele nos levarem ao hospital. – Shane me encarou de forma triste e se virou saindo.

-Vai ficar tudo bem. – falou Jared secando lagrimas que saiam de maneira incontrolável dos meus olhos – Ele é forte! - ficamos abraçados uns minutos até que o Shane voltou.

-Vem ele vai levar vocês! – avisou Shane e encarei confusa.

-Não vai com a gente?

-Por hoje, cansei de ser a segunda opção. – respondeu se virando.

-Shane – chamei e ele se virou – Me desculpe, vai encontrar alguém que ame você da forma que merece.

-Já encontrei e vou a fazer perceber. Que eu sou tudo o que ela sempre quis. – ele continuou caminhando e uma viatura parou na nossa frente.

-Srta Sherwood podemos ir? – fiquei olhando Shane se afastar.

-Anne vamos? – perguntou Jared me puxando e entramos na viatura.

Seguimos o caminho, calados. Estava imersa em meus pensamentos. Pensamentos que iam do que o Shane havia me falado. Até o estado do Justin, que não fazia idéia estava. Suspirei escorando minha cabeça no ombro do Jared. Ele apertou minha mão e fechei os olhos.

Tentei me desligar um pouco daquela loucura. Mas meus pensamentos estavam confusos, tristes, preocupados. Lágrimas insistiam em sair dos meus olhos molhando a blusa de Jared.

Comecei a pensar em todos que se machucaram com aquela loucura. Pensei na minha mãe.

Meu pai já conhecia o Alex. Há muito tempo. Tinha tantas perguntas para fazer. Tantas respostas pra buscar sozinha.

Senti o carro parando e abri os olhos lentamente. Ouvi um barulho e olhei para fora do carro. E na porta do hospital tinha uma multidão.

-Jared o que é isso? – perguntei assustada.

-Beliebers. – respondeu como se não fosse obvio – E um pouco de paparazzis.

-Vão precisar de ajuda? – perguntou o policial.

-Sim. – respondeu Jared meio preocupado.

-Tudo bem. – o policial saiu do carro, dando a volta e abrindo a porta para nós dois.

Abaixamos e passamos correndo com ele ao nosso lado. De maneira rápida entramos no hospital e a multidão não percebeu quem eu era, ou não me reconheceu. O que era muito bom.

-Obrigado. – agradeceu Jared e o policial se virou nos deixando na recepção.

-Poderia me informar o andar que o Justin Bieber está? – perguntou Jared.

-Essa informação é confidencial. – respondeu a enfermeira calmamente.

-Somos amigos dele, não é possível que não possamos entrar. – disse Jared irritado.

-Se fosse acreditar em todos que se dizem amigos do Senhor Bieber. Esse hospital estaria lotado de garotas. – falou a enfermeira sorrindo sinicamente.

-Eu tenho cara de que sou completamente louco e apaixonado pelo Justin Bieber? – perguntou Jared e continuei calada observando a discussão dos dois.

-Não posso falar. Ordens do supervisor. – respondeu sem se importar com o comentário do Jared.

-Olha aqui. Eu não sei se você assiste jornal, ou se tem acesso à internet, mas eu sou Jared Madison e fui seqüestrado juntamente com o Justin. Somos amigos dele e precisamos vê-lo. Liga pra mãe dele, para o empresário, liga para o presidente se preciso, mas precisamos vê-lo. – gritou Jared e os seguranças nos olharam. A enfermeira arregalou nos entregando duas credencias de acesso ao hospital.

-Desculpe Senhor Madison. Ele está no 12° andar. O elevador é à direita. – disse sorrindo sem graça e saímos correndo pelos corredores até o elevador.

-Obrigada. – agradeci e ele sorriu – Não estou em condições de discutir.

-É o mínimo. – respondeu e a porta do elevador abriu, entramos rapidamente.

Segundos depois estávamos no 12°. A porta do elevador se abriu e vimos os pais do Justin, a esposa do pai do Justin e os irmãos dele, Scooter e sua namorada, Kenny, Ryan G, Ryan B, Chaz, Chris, Taylor Swift abraçada com a Selena e um casal que não conhecia, mas pelo que me lembro do filme, são os avôs dele.

Eles ocupavam todo o andar. Pattie chorava e estava sentada em um grande sofá, abraçada com o Ryan B que a consolava. Jeremy, sua esposa também estavam sentados no sofá e o irmão do Justin dormia. Scooter andava impacientemente pelo local, Chaz, Ryan G, Chris estavam escorados na parede conversando baixo entre eles, Selena chorava descontroladamente e Taylor a consolava abraçando-a, no momento em que me virão Selena se levantou nervosa.

-É tudo culpa sua. – apontou pra mim gritando e todos me olharam – Você é a causa de tudo isso.

-Selena. – falou Pattie que se levantou juntamente com o Ryan B – Por favor.

- Pattie você não percebe? – perguntou Selena – Por culpa dela, Justin está nesse estado e não sabemos se ele vai sair dessa com vida. – acusou – Vocês não percebem?

-Selena vem, vamos tomar uma água precisa se acalmar. – disse Taylor calmamente e a puxou saindo com ela que ainda resmungava.

Pattie se aproximou de mim e colocou a mão no ombro. Secou uma lágrima que escorria por meu rosto e tentou um sorriso.

-Ela está certa. Isso realmente é minha culpa. Desculpe-me. – falei tentando conter o nó em minha garganta, ela tentou dizer algo, mas a cortei – E com ele está?

-Não está bem. – respondeu de maneira sincera – Mas vai ficar meu filho é forte. – a abracei.

-Posso vê-lo? – perguntei me soltando do abraço.

-Podemos perguntar para o médico. – falou e chamou Scooter.

-Como você está Anne? – perguntou Scooter.

-Estou bem. – respondi e ele sorriu.

-Ela pode vê-lo? – perguntou Pattie.

-Vou pedir ao medico Anne, um instante. – falou e se afastando e Pattie o seguiu.

Cruzei os braços e fiquei esperando. Não tinha coragem de me virar em encarar os garotos depois do escândalo da Selena, então continuei parada olhando para as paredes esperando que Pattie e Scooter voltassem. Senti alguém colocar a mão no meu ombro e me virei.