Capítulo 21

Narrado por Anne.

-Garota você esta parecendo um zumbi! – debochou Stela.

-Hoje estou um zumbi. – falei colocando os óculos escuros, quando chegávamos ao estacionamento – Por isso vim de carro com meu pai – “Que achou que estava doente, porque não conseguia acordar.” - e você vai me levar em casa.

-Pode deixar Stela, eu levo essa maluca em casa. – disse Jared que abraçou Stela e a mim, por trás.

-Obrigada Jay. – ela deu um beijo na bochecha dele – Tchau amiga. – e saiu quicando até o carro.

-Jay? A que situação chegamos. – debochei rindo.

-Anne Sherwood! – falou ficando na minha frente – Eu nem sei o que você esta aprontando, mas é a segunda noite que me acorda as quatro da manhã, pra ir buscar carrinhos seus, nos lugares mais perigosos e feios!

-Ah não reclama, tá ok? Foi você quem disse que era meu irmão. – dei de ombros e me encostei-me a seu carro. Ele deu a volta e foi abrir o carro.

Quando me virei, olhei e vi Kaily. Ela andava em minha direção com um sorriso no rosto.

-Anne? – falou ela a me ver.

-Não Katy Perry! – debochei e ela virou os olhos – O que quer garota, fala logo.

-Estava nos computares da biblioteca estudando.

-Ah corta essa garota. – debochei a interrompendo.

-Estava na biblioteca, quando vi isso em um site qualquer. – e me estendeu a folha.

“Selena Gomez e Justin Bieber. Será a volta do casal Jelena?” Li a noticia: O cantor Justin Bieber, foi visto ontem em um restaurante em Madri e trocavam caricias e beijos, com sua ex-namorada e atriz Selena Gomez...

-Posso saber por que esta me mostrando isso? – perguntei e Jared já estava ao meu lado novamente, entreguei o papel pra ele.

-Como já fomos amigas e já vi você e o Justin pelos cantos da escola - deu uma risadinha e continuou – se beijando. – Pensei que devesse te mostrar isso.

-Obrigada Kaily, não sei o que faria sem você. – olhei para o lado e vi Geise se aproximar correndo.

-Disponha – e virou, saindo. Ao passar por Geise, fez uma cara de nojo e seguiu até seu carro.

-Cheguei tarde! – disse Geise que parou com as mãos no joelho e a respiração acelerada. – Isso é uma montagem Anne, eles não voltaram. – e falou cansada.

-Isso não é uma montagem. – falou Jared e Geise o olhou com cara feia.

-Não me importo. – disse dando de ombros – Podemos ir? – Jared me olhou sem entender nada e Geise andou até a minha.

-Como pode ser tão fria? –perguntou me dando um abraço – Sei que gosta dele.

-Não eu não gosto. – respondi lutando com cada lágrima que queria sair dos meus olhos e agradeci por estar de óculos escuros – Agora vou embora dormir, estou muito cansada.

Jared e eu seguimos até a minha casa calados, não porque Jared quis assim, pois ele tentou conversar comigo, mas não queria responder. Estava imersa no meu autocontrole.

-Obrigada! – falei dando um beijo na bochecha dele ao sair do carro.

Andei calmamente até a porta, a abri, acenei pra ele e ele deu a partida, indo embora.

Entrei, fechei a porta e corri para meu quarto me trancando lá dentro.

Me joguei na cama e comecei a chorar.

-Por que vez isso comigo? – e disse entre os soluços – Seu idiota.

Comecei a sentir meus olhos ficarem pesados então a inconsciência me pegou.

-Anne. – gritou Mandy da porta e acordei assustada.

-Oi Mandy. – respondi meio rouca e sonolenta.

-O Jared esta aqui, pode mandar-lo subir?

-Pode. – gritei em resposta e fui até o banheiro, levei o rosto e ouvi batidas na porta.

Andei até a porta e destranquei.

-Não me importo. – ele me olhou e me abraçou – Acha mesmo que lavar o rosto adiantaria? – comecei a chorar de ódio, não gosto dele, mas ele podia ter pelo menos me avisado.

-Ele voltou com ela e nem se importou em como me sentiria. – falei chorando – Sei que sou meio problemática e só o enfiei em roubadas, mas – não consegui continuar.

-Talvez eles não voltaram. – argumentou Jared.

-Ela estava no colo dele. – respondi enojada – No colo dele. E sem contar o beijo.

-É uma foto bem explicativa. – falou meio que pensativo – Vou com você hoje.

-Eu não vou. – menti e ele segurou meu queixo.

-Nós dois sabemos que você vai, vou dormir aqui hoje. E vou com você. – tentei argumentar – Não adianta estou apenas avisando.

Ele deitou e coloquei a cabeça no seu peito.

-Jared! Eu transei com ele. – falei e senti meu rosto corar – Ele foi minha primeira vez.

-Se arrepende? – perguntou me fazendo olhar pra ele.

-Não. – respondi sem ao menos pensar.

-Era o que pensava. – respondeu Jared beijando o alto da minha cabeça – Eu sei que você gosta dele – fiquei rígida e ele mudou de assunto - Você é a irmã que nunca tive sabia? Minha irmãzinha te amo e vou ficar sempre ao seu lado.

-Eu sei maninho. – brinquei e meu pai apareceu na porta.

-Oi filha, oi adotado! – ele olhou nossas caras e ficou meio sem graça – Que tal paintball?

Eu olhei para o Jared ele me olhou e gargalhamos.

-Agora! – respondemos juntos.

-Então adotado, temos que passar na sua casa? – “É meu pai chama o Jared de adotado. Adivinhem por quê? Por que ele é meu irmão oras.”

-Não papati. – “Vou ter que explicar o papati também? Tudo bem: Papai + Tio = papati” – Vou assim mesmo.

-Então saiam, vou me trocar! – falei colocando os dois pra fora – E pai, o Jay – debochei fazendo uma voz engraçada - como diz a Stela vai dormir aqui hoje.

-Tudo bem, a casa já é dele mesmo. – brincou meu pai.

-Agora chispem! – dei uma gargalhada e fechei a porta.

Nem adiantaria tomar banho, quando voltasse estaria completamente imunda.

Vesti uma roupa escura e calcei um tênis e desci.

-Vamos? – perguntei ao ver os dois assistindo um jogo de beisebol.

-Vamos, estamos perdendo mesmo. – reclamou Jared.

-Vamos no meu carro ou no seu filha? – perguntou meu pai sorrindo.

-Vamos de BMW. – disse Jared animado.

-Agora você fica desfazendo do meu Tesla. – meu pai gargalhou e saiu.

-Tchau Mandy! – gritei e Jared também.

-Divirtam-se. – gritou em resposta e saímos.

Fomos conversando sobre diversas coisas e estava amando essa proximidade com meu pai.

Estar com eles era tão bom e afastava a tristeza do Justin ter desistido de mim da minha cabeça.

Chegamos ao campo e fomos ao vestiário colocar os macacões.

Pegamos nossas armas e munições, então saímos rindo e felizes. Foi quando o vi.

-Jared. – sussurrei e ele me encarou boquiaberto também.

-É ele mesmo, Anne. – respondeu Jared no meu ouvido e meu pai foi na frente.

-Senhor Governador e seu filho. Como esse rapaz cresceu. – disse meu pai apertando a mão do homem e depois a do Shane. “Então é por isso que te respeitam, filho do governador”

-Comandante Sherwood. – cumprimentou o tal GOVERNADOR – O que lhe traz aqui.

-Vim fazer um passeio com minha filha e meu filho adotado. – brincou meu pai apontando para nós dois, olhei para Shane e percebi um sorriso debochando no seu rosto.

-Não sabia que tinha um garoto. – falou o governador, se dirigindo a nós dois.

-É uma brincadeira. Ele é o melhor amigo da minha filha e ela o chama de irmão. Então o adotei.

-Como vai Srta? – perguntou olhando pra mim com a mão estendida.

-Anne. – respondi pegando a mão dele e dei um sorriso de canto.

- E o Sr?

-Madison. – respondeu pegando a mão dele – Jared Madison.

-Filho do Sr Julius Madison? O da rede de hotéis?

-Sim, sou o caçula dele. – respondeu Jared sem graça.

-Se parece muito com seu pai, mas os olhos são de sua mãe, doce Jane. – disse o governador pensativo – Minhas ultimas férias foram nos hotéis de sua família no Caribe. Lembra-se Shane. Ah deixe-me apresentar meu filho Shane Deal. – e Shane deu dois passos e estendi a mão. Ele ignorou minha mão, me puxando para dois beijinhos na bochecha.

-Acredita em destino Sherwood? – perguntou sussurrando no meu ouvido ao dar os beijos.

-E aí cara? – cumprimentou Jared com um aperto de mão.

-Que tal jogarmos juntos? – sugeriu meu pai. “Merda”

-Por mim tudo bem e vocês garotos? – perguntou o governador.

-Por mim tudo bem Sr Governador. – disse Jared sem graça.

-Me chame de John. – disse o governador – Eu e Shane contra vocês?

-Por mim tudo bem, mas vocês estão com um a menos. – falou meu pai.

-Minha filha veio conosco. – anuncio o John. “Intimidade né?”

-Vou chamá-la papai, vem comigo Anne? – propôs Shane e apenas assenti olhando para Jared que balançou os ombros.

O segui e ele me esperou.

-Então acredita em destino? – fez novamente a pergunta – Nem precisei te ligar, para que nós dois nos encontrássemos de novo.

-Eu acredito em azar serve? – “Que garoto chato”

-Mary, achamos concorrentes. – ele andou até uma menina que estava sentada em uma mesa tomando uma coca. Ela era magra, alta, os olhos de um tom verde iguais ao do pai, pele clara e os cabelos louros ondulados até a cintura.

-Ótimo não queria ganhar de vocês. – disse em um tom brincalhão ela parecia bem simpática.

-Mary essa é Anne Sherwood. – e me apresentou, com certeza estava corando.

-Então você é a famosa filha do comandante Sherwood. – brincou ela se aproximando e me dando três beijinhos.

-Não sei sou famosa? – brinquei e lembrei-me do Justin. “Tem como sair dos meus pensamentos?”

-Claro seu pai sempre fala de você. – me senti feliz em saber que ele sempre fala de mim.

-Mas como...

-Mas como sei? Trabalho com ele. Sou agente especial. – respondeu ela com um sorriso.

-Agora vamos o Agente Deal? – Shane virou os olhos e ela pegou meu braço e fomos andando.

-Mary! – disse meu pai animado ao vê-la.

-Charlie! –eles se cumprimentaram e então começamos.

Fiz um rabo e coloquei os óculos, não fazia idéia de onde Jared e papai estava. Só precisava achar um deles. Entrei em um corredor escuro e segui andando devagar para que ninguém me ouvisse. Foi então que senti alguém puxar meu braço. Era Shane, ele puxou meu braço e colocou nossos corpos e então foi se aproximando, seus lábios se espremeram loucamente contra os meus, senti sua boca quente e seu beijo. Senti seus lábios se moverem com os meus em perfeita sincronia. Ele se afastou me olhando, então dei um tapa na cara dele.

-Nunca. – falei pausadamente – Faça isso, sem que eu deixe. – peguei e acertei-o – E se revidar, falo para meu pai e seu pai que me agarrou.

E sai deixando-o com um sorriso debochado.

Não, nem se compara ao beijo do Justin. Dei uma gargalhada ao pensar isso e sai andando.

Jogamos mais um pouco e o Shane agiu como se nada tivesse acontecido. No final, ficamos sujos, imundos e ganhamos.

-Deixei vocês ganhar. – brincou Mary que estava toda suja de tintas de multicores.

-Claro que deixou filha. – disse o governador rindo e tirando um pouco de tinta do ouvido.

-Claro que não ganhamos merecidamente, somos os melhores. – disse meu pai animadamente.

-O que aconteceu que vocês está tão emburrada? – perguntou Jared sussurrando para que ninguém ouvisse.

-O idiota me agarrou. – respondi e ele começou a rir.

-O que fez?

-Dei um tapa na cara dele. – ele deu de ombros rindo e continuamos andando.

***

Nos despedimos de todos e não olhei na cara do abusado do Shane, entramos no carro do meu pai e fomos pra casa.

-Eu preciso de um banho. – falei tentado tirar um monte de tinta que tinha no final do meu rabo de cavalo.

-Tenho que passar em casa, pegar uma roupa. – disse Jared.

-Pega uma minha, toma banho depois vai lá. – sugeriu meu pai.

-Tudo bem. – concordou e fiquei calada, imersa em meus pensamentos. Estava tão cansada que hoje, dormia tranquilamente e torceria para tirá-lo dos meus pensamentos. Mas sabia que isso era impossível.