Os saltos atrás dela foram ouvidos e depois de olhar mais uma vez para a sua própria tumba ela virou e seu corpo todo tremeu, tremeu de medo, pavor e pensou por um momento que estava alucinando com aquela imagem ali frente a ela. Ela sorriu para Victória e seu espanto e disse:

— Como se sente olhando para a sua tumba?

— Ana?

— Surpresa... - moveu as mãos como se fosse surpresa. - Pensou mesmo que eu estava morta?

Victória não sabia o que falar não sabia o que sentir apenas queria sumir dali e naquele momento seus pensamentos foram todos em seu amor. Heriberto.

— Como? - foi o único que saiu de seus lábios.

— Osvaldo Rios! - se aproximou um pouco mais dela. - Ele disse pra mim que tinha a certeza que você faria isso porque você não presta, você nunca prestou. - tocou o tecido da blusa dela e a olhou com cuidado. - Um dia você me perguntou como era me deitar com ele mesmo sabendo que era a você que ele via em mim, mas agora eu te faço a mesma pergunta...

Victória tentou falar, mas Ana não permitiu.

— Me deixa terminar querida irmã. - sorriu caminhando ao redor dela. - Me diz como é ser chamada de Ana me diz como é fazer amor e saber que ele está gozando pra mim e não pra você me diz o que sente ao ter tudo e ao mesmo tempo nada!

— Eu só estou no lugar que me corresponde e que você usurpou. - Ana riu com as palavras dela.

— O que você nunca entendeu Sandoval é que eu não precisei de maldade para conseguir o que é meu! - parou na frente dela. - Tudo que eu consegui ali foi por meu esforço pela pessoa que sou e se Heriberto me amou não foi por ter a minha cara igual a sua... Se bem que eu já não acredito tanto assim no seu amor já que se deitou facilmente com uma cópia barata e manca porque eu tenho certeza que você ainda manca!

Victória bufou não iria perder tudo de novo e por culpa dela não ia, ela se afastou ainda a encarando.

— O que quer?

— É meio óbvio, não? - cruzou os braços. - Quero meu filho... E antes que pergunte. - sorriu. - Não, eu não quero seu amado Heriberto! Eu não sou como você que usa das pessoas a sua maneira ele não soube diferenciar a mim de você então ele te merece.

— Você não sabe de nada! Você é somente a minha sombra e não vou deixar que me tire tudo de novo. - se alterou.

— Pensando bem aqui eu me pergunto o que vão pensar seus filhos quando descobrirem que choraram a morte da mãe pela segunda vez com ela viva e o pior com você todo esse tempo ao lado deles...

Victória avançou para cima de Ana com ódio por aquelas palavras, mas Ana foi mais rápida e a empurrou a fazendo cair sentada na lápide.

— Aí deveria ser o seu lugar porque você está morta e seca por dentro não merece amor de ninguém, não merece! Você é má e merece mesmo é ficar sozinha. - bufava de raiva. - As seis eu vou até a minha casa para buscar o meu filho e espero que pelo menos você tenha a decência de contar a verdade pelo menos dessa vez. - Ana virou em seus saltos e caminhou saindo dali.

Victória se desesperou naquele momento e não conseguiu controlar suas lágrimas estava perdida com a volta de Ana e seria odiada por todos, se perguntou naquele momento o que faria como contaria a todos quem ela era de fato.

muitas coisas se passaram em sua cabeça e ela perdeu ali mais meia hora sentada e em lágrimas por não saber o que fazer até que levantou e secou seu rosto e caminhou até seu carro. Foram vinte minutos até que ela entrou em casa dando de cara com Heriberto e Lucas em seu colo, seu coração acelerou e ela sabia que iria perder aquilo para sempre.

— Oi amor! - ele se aproximou e beijou os lábios dela. - Onde foi?

— Eu precisei resolver algumas coisas! - Lucas deu os braços a ela e ela o pegou beijando. - Precisamos conversar!

— Vamos tomar café e depois resolvemos qualquer pendência, hoje é domingo e eu quero aproveitar com a minha família! - sorriu e ela assentiu caminhando com eles para a mesa.

[...]

LONGE DALI...

Ana entrou em sua nova casa batendo porta, tinha as mãos tremendo e no peito uma incerteza terrível a mais de vinte anos vivia uma mentira contada por todos ao seu redor e principalmente uma mentira montada por Osvaldo.

Ela se sentou em seu sofá e olhou um porta-retratos que tinha ganhado de um dos capangas de Osvaldo e na foto estava seu filho junto a Max, Maria e Heriberto, ela se perguntava aonde deveria estar Fernanda que Osvaldo nunca a tinha mencionado em suas conversas.

sentia algo estranho em seu coração quando se tratava de sua menina e queria saber dela mais antes tinha outros problemas para resolver, mas não tinha coragem de acreditar em tudo que ouvirá de Osvaldo durante todos aqueles meses e o que havia descoberto sozinha.

Ela levantou pegou o porta-retratos e voltou a sentar em seu sofá branco e apertou o objeto contra seu peito e mais uma vez se rasgou de chorar mais uma vez tinha lhe tirado tudo, mas ela não iria ficar de braços cruzados já tinha perdido muito ao longo de vinte anos.

— Eu vou recuperar a todos vocês meus filhos... - ela soluçou e deitou no sofá pensando em tudo que aconteceria naquele dia e o principal como seria estar frente a frente com ele que era o homem de sua vida.

[...]

MAIS TARDE...

Victória passou o dia tentando falar com todos, mas não conseguiu e no meio do dia desistiu, Ana apareceria ali mesmo e todos saberiam de qualquer forma, mas o nervosismo dela não passou despercebido por Heriberto que naquele momento estava frente a seu amor a encarando.

— O que está acontecendo? - os olhos dela se encheram de lágrimas e ela o agarrou.

— Me perdoe por tudo! - ele abraçou ela e sorriu.

— Te perdoar porque meu amor? - ela se afastou e o olhou.

— Quero que saiba que tudo que eu fiz foi por amor a você! - ele secou as lágrimas dela e quando ia responder a campainha tocou.

Victória se afastou e secou o rosto naquele momento começaria o seu inferno em vida, mas ela sabia que tudo era por suas escolhas. Quando a porta se abriu a empregada até confundiu por um momento e Ana sorriu seria sempre assim.

— Eu posso entrar? - a mocinha apenas assentiu.

— O patrão está na sala! - Ana assentiu e caminhou com seu coração na boca a hora da verdade estava ali em sua cara.

O caminho até a sala foi mais longo do que ela imaginou e seus saltos soando no chão e deixando seu presente ali ainda mais próximo causava uma grande dor no estômago.

— Boa noite! - foi o único que ela disse e viu Heriberto virar lentamente e a olhar nos olhos e ali o mundo parou para os dois....

Continua!