Tudo não é Um Conto de Fadas...

Preparação para o Festival


Olho para o lado, Darlen estava rindo igual a uma boba. Ela olha para mim e diz:

- Rachel... O que.. HAHAHAHA... O que o tijolo disse para "a" tijolo? HAHAHAHAH...

Olho para ela e levanto uma sobrancelha. As minha "amigas" começam a rir da minha reação. Sorriu baixinho e volto a olhar para Darlen.

- O que? - eu pergunto.

Ela se mata de rir e limpa os olhos.

- Entre nós.. Existe um CIUmento. HAHAHAHAHAHA... - e se mata de rir, se jogando no banco e rindo demais. Abro a boca e bufo. As pessoas ao meu lado dão muita risada. Sorriu e volto a olhar para o campo de futebol. Escola Novamente. Sim, estou aqui. Não queria vir para cá, mas... A escola havia me mandado uma carta pedindo para que todos os alunos comparecessem á escola, pelo fato de que haveria uma surpresa. A questão é que: a surpresa era que nós, alunos, iriamos ver um festival de professores e alunos. Que a coordenação decidiu fazer todo muito junto! E para piorar a situação, tá um frio da peste.

Olho para o campo e observo os garotos correndo de um lado a outro. Parecendo ... retardado, vamos dizer. Eles corriam e corriam, sem falar nada. Somente rindo. Balanço a cabeça negativamente.

Darlen e Marie estavam comigo e com mais umas outras pessoas que eu não fazia ideia que elas conheciam, na arquibancada mais acima do campo de futebol, que era relativamente grande. O uniforme do meu colégio era uma roupa... Estranha.

Tinhamos que usar um blusão azul escuro, com capuz, um semblante da escola no peito e uma calça 'bailarina' azul marinha. Legal até. Abaixo a cabeça e mexo um pouco nos meus cabelos.

- Upps... Escorregou... - bate uma mão na minha cabeça, um tanto de leve. Levanto minha cabeça e me deparo com Natasha Skitter. Ela estava com os cabelos castanho claro para trás, com mais algumas meninas atrás dela. A mão dela estava meio que levantada para a frente, como se estivesse queimado em algo e deixado a mão de lado. Olhei para a mão dela e depois para o chão. Me levanto e digo:

- Escorregou é? - levanto uma sobrancelha. Ela sorri para mim e eu me encolhe de frio. Aquele sorriso também, falso igual a um...

- É, escorregou.

E se virou para continuar subindo as escadas da arquibancada.

Olho para ela.

Levanto a minha mão direita em forma de soco.

- Ah.. Escorregou, é?

E vou mexendo ela.

De repente uma mão segura no meu pulso e diz, atrás de mim.

- Rachel Prinstoll não deveria ficar brigando na escola, deveria?

Olho para trás. Aquela voz me dava raiva.

- SAM~! - grita Brittany. Olho para ela. Traira. - Oiiiii~

E se levanta da arquibancada e coloca os braços nos ombros de Sam. Brittany tinha os cabelos castanhos, com vários fios loiros. Os cabelos curtos já haviam crescido, já estavam na altura dos ombros. Ela era pequena, mais pequena que eu. E olha que eu sou pequena. O rosto redondo dava um toque fofo nela, mas o jeito : tento ser inocente, distorcia tudo.

- O que está fazendo aqui, meu fofo~? - ela pergunta, toda manhosa, Sam faz cara de nojo e eu olho para Karya. Minha melhor amiga desde o fraudário. Ela... Não posso dizer que estava me traindo, mas era muito falsa. Comecei a perder a amizade dela nesses meses. Os cabelos negros e compridos, davam um toque um tanto chamativo para a pele branca igual papel, os olhos um pouco puxados, guardavam uma cor castanha cor de mel. A boca um pouco para fora, até inchada. Rosada com o gloss que agora passava quando podia. Ela sempre me olhava quando Brittany fazia esse tipo de coisa. Ela sabia o que eu sentia pelo Sam. Ela sabia que: Brittany não percebera que eu gostava de Sam e tentando ser mais popular ficava pulando e batendo divagarzinho nos ombros fortes dele.

Já Sam, era um garoto alto, com cabelos loiro escuro. Os olhos cor mel, eram maliciosos, e a pele branca parecia que fora tocada por anjos. A pele de Alan não era tão branca, era... normal?

- Vim falar com você, mas aí, vi a Rachel querendo bater em certo alguém... - ele diz, me olhando pelo canto do olho e sorrindo. Levanto os ombros e olho para o chão.

- Se você deixasse minha mão quieta, ela só teria escorregado, Sam. Só escorregado.

Ele dá uma gargalhada e todos o acompanham. Sorriu e me sento no banco.

- Os alunos que irão participar em arrumar as salas e o campo de futebol, por favor, se agrupem no centro do campo que cada professor irá dar uma tarefa a cada aluno. Dividindo em grupos. Repetindo: Os alunos que irão participar...

Olho para Karya e ela concorda com a cabeça.

- Acho que estão me chamando. - me levanto.

- A mim também. - Karya diz, com o sotaque asiático na fala. Ela desce algumas arquibancadas e fica ao meu lado. Brittany olha para mim e depois para Karya. Karya sorri, mas eu, percebi. Era um sorriso falso. Brittany sorri de volta e diz:

- Bem, acho que eu também acompanho vocês. Sam... Querido, não se preocupa que eu já volto~! - e beija a testa de Sam. Sam revira os olhos e quando Brittany não está olhando, ele passa a manga da blusa na testa, um toque de repulsa. Balanço a cabeça negativamente.

- Acho melhor, Sam, você ficar para desarrumar as coisas. - ele me olha e desvia o olhar rapidamente. Vergonha.

Semicerros os olhos e aperto a boca. Ele sorri para o nada e vira o rosto para olhar para a arquibancada.

- Sim, sim... Por que não, nee? - e se vira para ir até Natasha. Aquele... traidor vergonhoso.

Viro o rosto, deixando meus cabelos balançarem e darem um tanto de inveja para Brittany. Ela tenta me imitar e sai uma coisa... Estranha. Karya sorri e vai descendo comigo.

- Acho estranho o jeito em que você gruda no Sam, Brittany. - Karya diz, sorrindo e descendo as arquibancadas. Olho para frente, determinada.

- Ahwn... Eu acho que eu trato o Sam como um irmão, Karya! Eu gosto dele, eu já gostei dele!!! É normal isso, não é?

Karya abafa o riso e eu reviro os olhos.

Depois de descermos a aquibancada, ficamos esperando um tempo no centro do campo de futebol, estava tudo muito gelado. Me encolhia de tanto frio. A professora havia chegado e explicado para nós que iriamos nos separar em grupos e cada grupo iria fazer alguma coisa em algum lugar. Certos meninos levaram isso na malícia, eu e Karya reviramos os olhos e Brittany começou a rir. Eu, Brittany e Karya ficamos em diferentes grupos. Eu iria colocar algumas coisas nas barracas, escrever alguns cartazes e depois mudar de grupo e ir no grupo dos instrumentos. Não fazia ideia de que grupo era esse, só sei que era alguma coisa sobre instrumentos. Ah vá!

Karya ficou com o grupo de comidas, pelo visto iria ficar em decidir o cardápio e talvez, fazer algumas coisas de seu país. Ela se entrozou facilmente entre os alunos das salas. Conversava rindo e brincava.

Brittany ficou na parte do campo. Ficava correndo de um lado para o outro, com alguns garotos que faziam parte de seu grupo, outras vezes com garotas mesmo. Ficava levando fitas e sacolar de um lado para o outro. Do lugar em que eu estava, sentada em um banquinho, escrevendo um cartaz com minha melhor letra, dava para ver algumas garotas e garotos. Parei para observar... Um garoto alto, de pele não tão clara e os cabelos castanhos com fios mais escuros se encontrava de costas e meio encolhido, conversando com outras pessoas no centro do campo. Aquele jeito de mudar o peso entre as pernas... Me era familiar..

- Rachel! - gritou uma garota do outro lado do campo. Olhei para ela e mexi a cabeça perguntando : " o que foi?" somente mexendo a boca. Ela gesticulou a mão, acenando. Me levantei e olhei novamente para o lado. O garoto que estava de costas agora havia se virado.

- Alan? - perguntei em voz baixa. Ele estava lá. Sorrindo para mim. A roupa que estava usando não era da escola. Deveria ser algum amigo de algum aluno. Ele sorri para mim e acena. Sorriu de volta, me levanto até os dedinhos dos pés e aceno de volta. Ele sorri e pisca para mim, se virando novamente para o outro lado e voltando a conversar com o amigo dele. Sorriu e vou correndo até a garota que havia me chamado.

- O que foi? - eu pergunto. Fechando um pouco os olhos. O sol detrás das nuvens podia estar fraco, mas os raios ainda continuavam lá. E entre todos, um atingiu meu olho e assim, quase me cegando. Sim, eu sou dramática.

- Precisamos de você lá em cima. Na sala de instrumentos...

Olho para ela.

- Mas.. em qual instrumento?

Ela sorri e responde, já se virando e indo em direção ao prédio da escola e me guiando até a escada que dava nas salas.

- Não se preocupe, sabemos que você toca esse instrumento. - ela sorri. Sorriu de volta e entro na escola com as mãos escondidas nas mangas das blusas.