Tudo Para Dar Errado

O Primeiro Encontro


PDV Geral

Após o "entediante" e desprazeroso encontro com o tal Ronald na academia, Sam decidiu ir para a sua casa. Como de costume, a Puckett sempre voltava para sua estranha vizinhança sem companhia alguma, porém, este dia foi diferente.

— Cara, o que você estava fazendo lá? - Sam questionou Freddie, que fazia questão de lhe acompanhar até em casa. - Pensei que tivesse ido com Tasha, Wendy e Gibby.

— E fui. Só voltei porque tinha perdido o meu celular em algum canto da academia e depois que encontrei, decidi comprar um lanche naquela cantina. - Ele respondeu com as mãos no bolso. - Pelo visto acabei conseguindo atrapalhar o seu encontro com aquele ruivo, não?

— Era um idiota. - Ela comentou, como se realmente não fosse relevante.

— Qual é? Por quê aceitou ter um encontro com aquele cara e não ter um encontro comigo?

Sam revirou os olhos.

— Por que você não vai lá convidar aquela "morena-sem-sal" que você estava conversando na academia? Ela parecia bem interessada em você.

— Bem... Ela não é você.

Eles trocaram olhares, mas não entraram em nenhum assunto construtivo até a Sam chegar ao seu destino final.

— Oh, então é aqui que você mora? - Ele perguntou a loira, que retirava uma chave de dentro do bolso. Apesar de ser uma pergunta retórica, a loira cogitou responde-lo com uma patada, mas relevou. Antes que ela entrasse, Freddie voltou a propor um encontro: - O que me diz de aceitar sair comigo?

Ela suspirou fundo, já com uma resposta negativa na língua, embora sua mente tivesse uma resposta positiva a ser dita. Mexida com a presença de Freddie, a loira lutou contra si para dar a tão esperada resposta:

— Tudo bem! Agora, é apenas um encontro, ouviu? - Ela lhe avisou, enquanto entrava em sua própria casa - Nada de tentar me agarrar ou já sabe... - Seu tom soou totalmente ameaçador no início, mas depois tentou se controlar: - Estou disponível hoje a noite.

— Sem problemas, te pego às 20h - Ele disse com um sorriso vitorioso.

Sam fechou a porta sem dizer mais uma palavra ou se despedir do garoto. Assim que deu as costas à porta, a loira se pegou rindo abobada enquanto se direcionava à cozinha.

— Que susto, mãe! - Logo fechou a cara quando notou a presença da mãe na entrada da cozinha.

— Quem era o rapaz? Eu estava de olho na janela e não deu para me controlar... Hmm... - Ela voltou a correr para a janela da cozinha - Ele até que é bonito para você.

— Deixa de ser intrometida, dona Puckett. Não era ninguém importante. - Abriu a geladeira, pegou um copo com água e se retirou da cozinha.

Por volta das 19h, Sam começou o seu suposto ritual de "beleza". Não quis se arrumar muito ou por uma maquiagem extremamente voluptuosa, pois essa não era a "Sam Puckett" que ela costumava pregar. Fez apenas o básico: tomou banho, colocou roupas frias (camiseta de uma banda britânica, um casaco comum e uma calça jeans) e se perfumou.

Sem pedir permissão, Pam entra no quarto de sua filha e se depara com o resultado final:

- Uau - disse ela ao ver sua filha pronta em apenas 40 minutos.

— Para... - Sam sorriu e voltou a pentear os seus cabelos loiros como se não tivesse ninguém em volta.

De repente, escuta o seu Pear Phone vermelho tocar e rapidamente o atende. Ela chegou a pensar que fosse o Freddie avisando que já estaria chegando, mas, não, era a Carly.

O desespero foi tão grande que ela não sabia ao certo se contava a verdade em relação ao encontro ou inventava uma desculpa qualquer, caso fosse questionada.

— Oi, Carls - disse Sam ao atender o telefonema. Ainda assim, não deixou de pentear o cabelo.

Carly [Telefone]: E aí? Olha, só estava querendo saber se você gostaria de vir dormir aqui no meu apartamento hoje, sabe? E me contar sobre a sua conversa com o Ronald da academia. A Tasha e a Wendy vão dar uma passada aqui mais tarde e estou pensando em fazer uma maratona de filmes... Comprei até frango frito!

— Ah, sabe o que é, Carly... - Sam não sabia de que forma dizer. Suspirou fundo e falou: - Eu vou ter que sair hoje a noite...

A loira nem se quer teve tempo de continuar falando o que gostaria de falar, pois Pam roubou o aparelho celular de suas mãos - o que a deixou muito surpresa e irritada.

— É, ela vai sair com um bonitão que veio deixá-la em casa, hoje, mais cedo! - disse uma Pam bastante agitada no celular da filha.

Carly [via telefone]: Bonitão!?

Rapidamente Sam conseguiu recuperar seu celular de volta e falar com sua amiga livremente:

— Tchau, Carly! - Ela optou em desligar a chamada da amiga e enquadrar a mãe por ser tão intrometida: - Você ficou louca!?

— É meu direito como mãe - Pam tentou se justificar, sorrindo. - Vamos, Samantha! É o seu primeiro encontro, garota! Nunca te vi saindo com nenhum menino...

Durante a pequena discussão das duas, uma buzina alta começou a soar pela vizinhança das Pucketts. Pam Puckett não tinha dúvidas de que poderia se tratar do par de sua filha.

— JÁ VAI! - Sam berrou, fazendo a buzina parar de fazer barulho. O grito foi tão alto que, talvez, tenham ouvido em outros quarteirões daquela rua.

A loira correu para atender a porta, sem muito entusiasmo ou vontade, mas, no final, acabou se surpreendendo com o que viu.

Freddie se apresentava totalmente formal. Ela sorriu quando o viu de terno azul escuro e uma aparência que deixou Pam abismada e invejada do par de sua própria filha. Logo atrás do Benson, havia uma grandiosa limousine preta à espera.

— Boa noite - Ele se curvou para cumprimentar Sam. Os dois acabaram dando gargalhadas com a tamanha formalidade e a surpresa na expressão facial da loira raivosa. Foi a primeira vez que Freddie se sentiu seguro ao ver um sorriso da Sam. Desde que se conheceram, ela o encarava com ódio ou tédio no olhar. - E ai? Vamos?

Enquanto isso no Bushwell Plazza...

Carly não se continha de felicidades naquele momento. Na cabeça dela, seu plano de tentar juntar Ronald, um desconhecido da academia, e sua amiga Sam dera certo, pois Pam confirmou que a loira iria ter um encontro naquela noite. Mal sabe a morena que sua amiga estava tendo um encontro com Freddie.

A Shay nem se quer ficou chateada pela amiga ter recusado ir para seu apartamento.

— Dessa vez vai dar certo, garotas! - Carly contava a novidade para Tasha e Wendy. - Estou sentindo que Sam vai se dar bem com esse novo rapaz da academia.

— Eu pensei que ela fosse lésbica - argumentou Wendy, após o comentário da Shay. As garotas assistiam um filme de terror sem graça e comiam frango frito, enquanto comentavam sobre o suposto encontro da Puckett.

— Sam não é lésbica - Carly ergueu as sobrancelhas para as garotas. - Ela apenas não se entrega para qualquer um facilmente. Eu até entendo o lado dela... Pam, mãe da Sam, sempre acaba quebrando a cara por conta de certos idiotas.

— Nem me fale... - Tasha revirou os olhos ao se lembrar do ex e de seu recente namoro com Craig.

— Será que eu ligo para Sam? - Carly perguntou as garotas. Ela não queria ser muito evasiva, pois era apenas uma preocupação boba diante dos mil pensamentos viajados. Para Carly, Sam poderia estar em um restaurante chique e comendo toda comida com as mãos ou falando palavrão a todo momento, etc. - Não quero que ela estrague esse encontro com o rapaz, sabe?

Tanto Wendy como Tasha desaprovaram a atitude da morena, que decidiu ligar assim mesmo.

Enquanto isso na Limousine Prime & Alugada de Freddie...

— Você é louco! - Sam não parava de rir com toda situação em si. Ela evitou ao máximo caçoar sua roupa extremamente elegante e sua Limousine "particular". Por um momento, pensou na quantidade de dinheiro que o rapaz gastou apenas para tentar sair com ela. - Para onde estamos indo? Alguma espécie de baile?

— Talvez...

Os dois deram mais gargalhadas enquanto comiam e bebiam coisas chiques no espaçoso banco de trás. Freddie decidiu aumentar o som de uma música eletrônica vibrante e, por essa razão, a Puckett não ouviu seu Pear Phone tocar diversas vezes seguidas.

Depois da limosine e da recepção com o terno, Sam esperava ser surpreendida mais uma vez pelo Benson. Os dois foram parar em um shopping de Seattle.

O ambiente se encontrava pouco movimentado para o horário, o que dava a impressão de ser uma área dominada apenas pelos dois. Primeiramente pegaram veículos de animais para rodear o shopping de cima para baixo - Sam pilotava um tigre amarelo, que, inclusive, atropelou o elefante azul de Freddie em uma das derrapadas.

— Ha ha, muito engraçado! - disse o Benson após ser abatido pelo tigre e por quase cair do veículo.

Depois foram para um campo de games. Sam pensou seriamente que seria um tédio ficar entre as máquinas, mas no final acabou gostando de jogar os vários jogos. Seu estímulo competitivo deixou as partidas ainda mais acirradas, embora tenha perdido para o "Rei" Benson, como o próprio denominou.

— Vê se cresce - Sam revirou os olhos e deu risadas.

Para finalizar, os dois decidiram pegar um filme em cartaz. Sentaram nos últimos bancos, colocaram os óculos 3D e esperaram as luzes se apagarem para começarem a comer as várias porcarias (bombons, refrigerantes, etc.).

A loira ficou extremamente irritada quando várias crianças, acompanhadas por uma responsável, entraram na sessão fazendo barulho e atrapalhando a visão do telão. O Benson apenas sorriu e refletiu consigo próprio. Nem ele nem a Puckett se imaginariam saindo juntos antes.

Diante de uma noite surpreendente para Sam, Freddie apenas esperava que ela tivesse se divertindo bastante e nada mais do que isso. No entanto, ele não esperava receber uma contribuição da loira raivosa nem tão cedo.

Ele estava totalmente errado ao pensar aquilo...

Aconteceu durante o final do filme. Todos a volta se levantaram da cadeira e se retiravam da sala, enquanto os créditos apareciam na tela. Freddie estava prestes a se levantar também, pois as luzes se apagaram por completo. Justo no momento que retirava os óculos, o nerd sentiu uma mão fria alisar seu pescoço, um perfume doce se aproximar de seu rosto e, por fim, uma respiração leve acima de seus lábios. Eles haviam se beijado novamente.

Dessa vez a iniciativa partiu da própria Sam, que, após o beijo, pousou a cabeça no ombro do moreno. Os dois ficaram nesse estado por um longo período, sem pronunciar uma única palavra ou se mexerem.

Meia hora depois, as luzes se acenderam, dois rapazes da limpeza surgiram e obrigaram o "casal" a se retirar da sala imediatamente.