As Pazes

PDV Geral

Carly, Tasha e Wendy conversavam abertamente em uma mesa de refeitório do Ridgeway, quando, inesperadamente, a Shay recebe uma mensagem de texto de Sam.

Sam [via mensagem de texto]: Assunto urgente, me encontre no corredor principal. Não traga ninguém com você.

A loira nem se quer tinha aparecido na sala de aula, o que estranhou profundamente a morena e suas amigas.

— Meninas... - Carly já se levanta da mesa, conferindo a mensagem de texto. - Eu vou precisar sair, ok?

— Vai pra onde? - quis saber Wendy. - Ainda temos mais uns dez minutos antes de voltar para a aula...

— É rapidinho! Eu vou e volto - E saiu apressada para fora do refeitório.

Ao chegar no corredor principal do colégio, a morena se depara com Sam - totalmente solitária - fazendo uma pequena limpeza em seu armário.

— Sam! - A morena logo corre ao encontro da amiga. - Sua doida! Pensei que não viesse para o colégio hoje. Por quê não apareceu nas primeiras aulas?

Sam demorou um pouco para responder essa questão. Estava com uma aparência esquisita...

Carly fez uma expressão de quem havia capitado uma mensagem subliminar no rosto da Puckett e fez uma suposição:

— Ah, não precisa me falar mais nada! - Ela deu gargalhadas. - Você acabou dormindo na casa do Freddie, né? E, por isso, perdeu o horário. Tudo bem - Carly segurou firmemente os ombros da amiga. - Por falar no Freddie… Vocês fizeram as pazes!?

Sam continuou com uma expressão estranha no rosto, o que fez com que a morena se preocupasse.

— Que cara é essa, Sam? Fala alguma coisa. - A morena agora tinha às mãos na cintura. - Você e o Freddie terminaram? Foi isso que aconteceu?

Sam suspirou, fechando o armário e olhando para a amiga de um jeito deprimente. Ela tomou fôlego para contar o que realmente havia ocorrido - sorte que não havia ninguém, além delas, no corredor principal. Todos os alunos se encontravam no refeitório.

— É que… - Ela hesitou. - Freddie e eu estávamos bem. Estávamos… Estávamos, você sabe - Ela olhou diretamente nos olhos da Carly, que, certamente, pensou besteira.

— Sei… - Carly riu de um jeito intimidador, mas não compreendeu o motivo da loira continuar estranha. - Mas o que aconteceu?! Ele broxou? Ah, amiga, isso é normal. Já aconteceu duas vezes quando Brad e eu…

Sam negou com a cabeça.

— Ah… - Carly se sentiu envergonhada por ter contado algo tão íntimo entre ela e Brad pra a Puckett, embora tenha relevado. - Então me conta logo! Tô ficando sem ideia.

— Nós fomos pegos! - Sam passou a mão na cabeça, relembrando a cena. Carly ficou em choque. - Pela mãe do Freddie.

— A Sra Benson? - A morena arregalou os olhos, surpresa.

Sam confirmou com a cabeça e, então, a Shay deu um alto grito desesperador, que rapidamente foi abafado pelo sinal do toque de recolher.

Durante as aulas, Carly confortava Sam de todas as maneiras possíveis. A loira nem se quer tinha prestado atenção no que os professores falavam, como de costume.

— Com o tempo vocês esquecem isso - Carly esperou todos saírem da sala para ter um papo com a loira.

— Eu já estou esquecendo… é só… meio estranho, sabe? A imagem dela 'nos pegando' sempre retorna a minha mente. É bizarro.

— Nossa - A Shay deixou escapar uma respiração profunda. - Vamos indo, eu vou comprar um milkshake para você.

— Oh, pode ser dois?

— Pode - A morena sorriu.

Justo quando saem da sala de aula, Sam e Carly são surpreendidas por Freddie e Brad, ambos bastante aflitos.

— Oi, Sam - Freddie rapidamente cumprimenta a namorada - Podemos conversar?

Carly, mais que depressa, puxa a mão do Brad e o leva para longe do casal.

— Oi… - Sam não sabia bem o que dizer, muito menos o Benson.

— Você está bem? - Ele fez as honras de perguntar - Eu queria muito ir atrás de você quando… Quando tudo aconteceu, mas minha mãe foi muito rígida ontem a noite. Pediu até que eu fosse tomar mais de dois banhos e umas outras bobagens.

Sam mordeu os lábios.

— Está tudo bem. - Ela cruzou os braços, olhando para as expressões do namorado. - Você está bem?

— Digamos que eu me sinto estranho… Ah, minha mãe acredita que eu possa ter te engravidado. Então ela te mandou esses anticoncepcionais para evitar… Você sabe.

Sam deu uma gargalhada quando o Benson tirou do bolso uma caixinha pequena com os comprimidos.

— Que louca… - A Puckett aproveitou o momento descontraído para tomar um beijo do Benson. - Bom, agora sei que não é 100% seguro aparecer na sua casa.

Freddie, que tocava as cinturas da namorada, atiçou os pensamentos da loira raivosa:

— Hmm… Podemos ir para a sua casa. - disse, enquanto depositava um beijo em sua nuca.

— Não é uma má ideia - Sam sorriu ao perceber que ele estava fazendo uma espécie de joguinho. - Minha mãe praticamente me abandona quase todos os dias da semana mesmo. Poderíamos ir hoje. Agora.

O Benson sorriu enquanto acompanhava a namorada até a saída do colégio.

(***)

Enquanto estava na casa da Puckett, Freddie comentava o quão ridículo toda a discussão entre os dois havia tomado rumo. Sam concordou plenamente, afirmando que tudo poderia ter sido resolvido com um diálogo civilizado.

— Realmente - Ela disse, entediada, quando os dois avistavam o sol se pôr, da janela da sala de estar. - Fomos dois idiotas. Já reparou quanto tempo perdemos discutindo por bobagens.

— Era esse ponto que eu queria chegar! - O nerd praticamente vibrou ao ouvir que a loira tinha a mesma linha de pensamento que ele.

O breve momento de silêncio deu a impressão de que tudo estava bem entre os dois, isso até a loira abrir a boca:

— Mas você tem que admitir que, na maioria das vezes, eu tô certa.

O nerd rapidamente parou de olhar para o pôr do sol, agora fitando a Puckett com um olhar de desdém.

— Admito que VOCÊ sempre começa com as discussões.

— EU!? - A loira olhou emburrada para o nerd. - Olhe agora! Você que começou essa nova discussão boba.

— Porque você me tira do sério, Ué! - Ele estava começando a ferver de irritação. - Você sempre começa.

— Cara, você que me tira do sério! - Ela corrigiu.

Freddie revirou os olhos, aproveitando o momento para recolher seus pertences pessoais no sofá e se retirar da casa da Puckett - de um jeito extremamente dramático.

Sam suspirou fundo e - em poucos segundos - lhe chamou de volta:

— PATETA! - Ela, com um sorriso no rosto, gritou da janela. - Volta!

E ele voltou sem ter ido muito longe.

Ao entrar novamente, largou tudo no sofá e se atirou nos braços da loira, que lhe recebeu com um beijo demorado.

Durante um dos quentes beijos, a loira abriu brecha para admitir algo que fez o Benson sorrir aliviado:

— Nós dois somos problemáticos.

— Isso eu concordo.

Naquele momento céu já havia dado espaço para a lua brilhar, embora a loira nem tenha dado muita atenção para isso.

— Vem, vamos ver a lua! - Freddie parou os beijos para apreciar o céu. A loira não curtiu muito a ideia. - Eu soube que hoje vai ter a Super Lua! Vai ser incrível ver…

— Ah, vamos ver lá do meu quarto - Ela sugeriu de imediato. - A vista é melhor… Tem mais espaço para você curtir suas nerdisses espaciais…

Justo quando chegaram no quarto, Freddie nem teve a oportunidade de se aproximar da janela. Sam logo jogou o garoto na cama.

— Fecha a porta! - foi a primeira coisa que o nerd pensou e disse para a loira, que estava prestes a tirar a roupa.