Tudo Para Dar Errado
A Lista das 7 Prioridades
PDV Geral
Carly foi uma das pessoas mais abaladas ao saber que não poderia entrar no seu próprio apartamento após o incêndio. Segundo os bombeiros, 'as chamas poderiam voltar a ocorrer inesperadamente' e, para isso, seria preciso realizar uma vistoria geral.
Sam logo se propôs de oferecer sua casa aos irmãos Shays, enquanto a vistoria teria de ser realizada. Sem pensar duas vezes, Carly e Spencer aceitaram a proposta.
Pam enlouqueceu quando recebeu a notícia de que a filha havia trazido seus amigos para se abrigarem na casa, mas relevou tudo quando Spencer se ofereceu a fazer os serviços de casa.
Dias se passaram e, finalmente, o final de semana se instalara em Seattle. Finalmente havia chegado o dia da Sam conhecer sua "sogra".
Carly - que havia se tornado uma espécie de colega de quarto da Sam - ajudava a amiga a se arrumar de uma maneira mais comportada.
— Freddie acabou de me mandar uma mensagem - A loira, sentada na própria cama, falou abertamente para sua nova "colega de quarto". - Ele disse que já está a caminho.
A Puckett nem se quer havia começado a se arrumar ainda. Estava disposta a usar qualquer uma de suas roupas, mas, com Carly a sua frente, as coisas teriam de ser como a Shay queria.
— Esquece, Sam - A morena, preocupada, revirou o guarda-roupa de cima para baixo. - Não tem uma roupa que preste...
— Claro que tem! Olha direito.
Carly suspira, desistindo de procurar roupas no armário da amiga. Logo procura retirar um vestido extremamente feminino de dentro de uma mala rosa:
— Toma. Usa uma de minhas roupas - Ela joga um vestido azulado e cheio de brilho para cima da loira.
A pesar de odiar a ideia, Sam decidiu experimentar o vestido emprestado. Olhou por um momento para o espelho e mesmo assim não se sentiu muito a vontade com tudo aquilo.
— Ficou perfeito. - disse a morena para a Puckett.
Assim que terminou de por um salto - também da Carly - Sam é avisada pelo grito do Spencer: "Freddie já chegou!".
— Boa sorte - foi a última coisa que Carly pôde dizer para a amiga.
As duas garotas desceram até a sala de estar, onde encontraram Spencer e Freddie conversando na entrada principal da casa. O moreno logo lançou um sorriso quando bateu os olhos na namorada.
O nerd encaminhou Sam até um carro preto estacionado na frente da residência dos Pucketts. Os dois não conversaram muito enquanto estavam a caminho da casa dos Bensons, visto que Freddie evitava ao máximo dar detalhes sobre sua relação com a mãe:
— Eu só queria saber como ela é... Não há nada de mais nisso.
— Já estamos chegando - Ele faz um breve carinho na bochecha da loira. - Tudo o que você precisa saber é que ela é um pouco rígida. Nada mais.
Sam frangiu a testa:
— Rígida como? - Ela queria saber mais.
— Bem... - Ele sorri, nervoso. - Rígida no jeito dela. Na verdade, ela nunca aprovou a maioria das minhas namoradas.
A loira ficou surpresa com o que ouviu, não só pelo fato da mãe do Freddie possivelmente ser uma "chata", mas, também, pelo fato do nerd já ter tido outras namoradas antes dela.
— Não sabia que você já tinha namorado outras garotas. Você nunca tinha me contado isso...
— Não fica com ciúmes, amor, nunca mais as vi.
Sam sorri ironicamente, ainda assim não perdeu a oportunidade de dar um pequeno empurrão no Benson.
Quando o carro parou, a loira teve a noção de que teria de encarar a Sra. Benson de uma maneira ou outra. Freddie foi o primeiro a sair do carro, que estacionou na frente de um casarão. Sam saiu logo em seguida e logo recebeu o aviso do nerd: "É melhor você tirar os seus saltos, antes de entrar aqui".
— Estavam me matando! - Ela admite, jogando-os para o alto.
Freddie - que também retirou os sapatos - deu as mãos a namorada e juntos adentraram ao lar dos Benson. A casa tinha um ar barroco, meio clássico e um pouco antigo também, porém, amplamente limpa e intacto de poeiras. Havia, inclusive, dois 'empregados' ilustrando um gigantesco vaso esverdeado quando Sam e Freddie passaram, momentaneamente, pela sala de estar.
— Ela deve estar na cozinha - Freddie cochichou no ouvido da loira.
Ao chegar na cozinha, os dois encontraram mais dois empregados posicionando os talheres a mesa. A primeira coisa que a loira notou foi o grandioso banquete naquela grandiosa mesa de refeição, a segunda foi a quantidade de rosa aos arredores da cozinha - havia rosa no móveis, rosa no piso, rosa nas paredes, etc. -, por fim, notou uma pessoa sentada à mesa. Ela não sabia quem era, pois as folhas de jornais tampavam o rosto da tal pessoa, mas as mãos que seguravam as folhas eram femininas e, as pernas cruzadas, só poderiam indicar que aquela pessoa era a mãe do Freddie.
— Mãe - Freddie quebra o silêncio naquela casa. A mulher rapidamente abaixa o jornal, finalmente relevando o seu rosto. Pela cara, Sam chutou uns 50 anos no máximo. - Essa é a Sam, minha namorada. Sam, essa é minha mãe, Marissa Benson.
Marissa olha do filho para a loira. Primeiramente olhou a garota da cabeça aos pés, para depois cumprimentá-la com um sorriso forçado.
— Prazer em conhecê-la. - disse Marissa para a Puckett. Ela continuou com uma expressão robótica, enquanto falava diretamente com o filho - Freddie, quero que você, por gentileza, vá tirar aquela... - Ela hesita e faz uma expressão de dor, como se tivesse sido interrompida por uma mordida de um animal. - Aquela toalha molhada da sua cama imediatamente!
Freddie troca olhares com a Sam, cochichando no ouvido da namorada um dos problemas da mãe "Ela tem TOC".
— Eu já estou indo lá! - Freddie revira os olhos, enquanto se encaminha até o quarto.
Sozinha, Sam continuou em pé, analisando todas as comidas na mesa. Logo a Sra. Benson fez um sinal para que a loira se aproximasse e se acomodasse à mesa. Os empregados se retiraram quando a mãe do Freddie decidiu dedicar um tempo para conhecer a namorada do filho.
— Então, Sam - Marissa deixa os jornais de lado. - Gostaria de saber como você se aproximou do meu filho?
A loira arregalou os olhos para a pergunta:
— Eh... Eu não sei exatamente como foi. Só sei que aconteceu... Com o tempo, o meu ódio pelo Freddie foi se tornando um Amor por Presunto, se é que me entende.
— Ah, o Freddie tem dessas coisas mesmo - Ela sorriu de um jeito debochado. - Se aproxima de umas garotas que não têm nada a ver com ele. - A loira se sentiu um pouco despachada pelo comentário, porém, continuo firme. - Não sei se ele chegou a comentar com você, mas eu criei o Freddie sozinha. O pai dele faleceu meses antes do nascimento, então eu mesma tive de me preparar para educá-lo como um garoto culto, espontâneo e de classe. Não é a toa que o meu livro "Como Criar Seu Filho Antes Dele Nascer" se tornou um Best-Seller Mundial. O fato é... Você não é páreo para o porte do meu Freddie.
A loira ergue uma das sobrancelhas:
— Tá, o que quer dizer com isso?
— Freddie não ama você como ama a mãe dele. - Ela disse com um sorriso vitorioso no rosto. - Eu sei, pois nenhuma das namoradinhas durou mais de dois meses.
Sam sorri, agora encarando a Sra. Benson.
— Está me dizendo que fará de tudo para acabar com o nosso namoro?
Sra. Benson nega tudo com a cabeça.
— Minha cara, o Freddie segue uma linha de pensamento totalmente diferente do seu. Eu sei o que passa na mente do meu filho. Eu instalei um microchip na cabeça dele. - Não havia dúvidas de que a Sra. Benson era uma lunática, ainda mais para admitir uma loucura como aquela. - Por essa razão, criei a Lista das 7 Prioridades do Freddie.
Marissa retira de dentro dos jornais uma pequena ficha rosada e entrega diretamente a loira raivosa. Sam encara a ficha e depois volta a olhar para a Sra. Benson.
— Veja que a primeira das prioridades do Freddie sou eu. A mãe dele.
Freddie finalmente volta de seu quarto e, imediatamente, as duas ficam caladas. Assim que se sentou ao lado de Sam, o moreno sentiu um clima pesado entre a namorada e mãe.
— Bom, vamos dar início ao banquete. - Marissa estala os dedos, o que faz com que uma série de pessoas surjam para servir os três.
Enquanto olhava para Freddie, Sam procurava guardar a tal lista em algum canto daquele vestido azulado.
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