Tom On.

– NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – Logo quando minha namorada saiu com o meu carro da garagem apareceu um caminhão, que provavelmente entrou na rua errada e logo bateu com ela.

O caminhão ficou do jeito que estava e Laís capotou e ficou de cabeça para baixo. Com todo o barulho todos vieram ver o que tinham acontecido.

Eu sai correndo para ver como ela estava, sua cabeça sangrava e sua barriga também.

– NÃO, NÃO POR FAVOR, NÃO! ELA ABORTOU, ABORTOU E SUA CABEÇA ESTA SANGRANDO! ALGUÉM ME AJUDA A TIRA – LÁ DAQUI E LIGUEM PARA UMA AMBULANCIA, AGORA!

Bill e Georg vieram ver a Laís, as meninas quiseram vir mais Gustav não deixou! Escutava os soluços da minha cunhada e pelo visto Ana e bia também choravam, só que menos do que minha cunhada.

– Tom... É perigoso tirar ela daí sem médicos.

– BILL, E SE O CARRO EXPLODIR? ESTÁ LIGADO O MOTOR! E DE CABEÇA PARA BAIXO O SANGRAMENTO DELA SÓ VAI PIORAR, MUITO SANGUE NO CEREBRO ELA MORRE BILL! VAI ME AJUDAR A TIRAR ELA DAQUI LOGO OU NÃO?

Eu estava tenso e nervoso então gritei com meu irmão, coisa que nunca faço, mas no momento não pude me segurar. Com muito cuidado conseguimos tirar ela dali e colocamo-la deitada na calçada enfrente a casa de minha mãe.

Eu fiquei ajoelhado ao lado dela e logo as meninas e minha sogra fizeram o mesmo.

– Por favor, não. NÃO! NÃO! NÃO! – Quando percebi, haviam algumas lágrimas nos meus olhos.

– Laís, fique forte, você vai conseguir VOCÊ É FORTE MINHA AMIGA, FIQUE FORTE! – Bia não pode se conter e começo a chorar tanto quanto a minha cunhada e com as mãos cheias de sangue, sangue de minha namorada. Sangue que Laís estava perdendo demais.

– Abre os olhos Laís, por favor, você vai conseguir você vai ficar bem, você vai ver! – Isabela tentava falar através dos soluços e das lágrimas.

Meu irmão veio entre eu e minha cunhada, e sem pensar duas vezes eu abracei o meu irmão e cai nas lágrimas, então ele chorou junto comigo. Bill e eu nunca chorávamos mas quando isso acontecia os dois acabava chorando.

– Bill, Bill, diga para mim que ela vai ficar bem, ela vai superar, não vai?

– Vai meu irmão, vai! – Bill me abraçou mais forte ainda e as meninas também estavam abraçadas entre si com minha sogra ao lado delas.

Logo ouvi o barulho de duas ambulâncias chegando. Uma foi direto ao caminhão e outra parou bem atrás de nos.

– Senhor Kaulitz, o que houve? – O médico abriu espaço entre a gente e viu Laís.

– Minha... Minha namorada, Doutor. Ela estava saindo da garagem e o caminhão entrou na rua errada e eles deram de cara. Ela estava grávida, doutor.

– Meu Deus! A coisa está pior do que pensava então! Dêem licença, por favor, Sr. Kaulitz.

Alguns enfermeiros chegaram e colocaram-na na maca junto com o colete. O Doutor já ligava para o hospital, devia estar falando o que tinha acontecido e mandou alguns médicos ou enfermeiros prepararem uma sala, alguma coisa assim.

Logo colocaram ela na ambulância e um monte de coisa que eu não sei pra que era.

– Quem irá vir com ela? Só pode uma pessoa.

Sem falar nada a mãe dela entrou na ambulância e eu fui atrás, não ia deixar ela sozinha.

– Sr. Kaulitz, só pode uma pessoa...

– Por favor, Doutor...

– Tudo bem, mas só porque o caso parece que está grave!

Então o médico fechou as portas e ouvi meu irmão dizer alguma coisa que logo estariam no hospital, não me importei. Minha sogra estava meio que me abraçando e chorando ainda, não a abraçava afinal minhas mãos estava com sangue, sangue de sua filha e minha futura noiva.

Sim, eu ia pedir Laís em casamento antes que o nosso bebe nascesse. Ia ser daqui uma semana. Eu já até tinha combinado com meu irmão... Íamos todos sair para jantar fora, eu ia pedir ela em casamento e depois íamos comprar as alianças. Mas com esse acidente... Não ia mais ter bebe por tanto sem noivado.

No caminho eu tentava consolar minha sogra que ainda chorava, eu não mais, estava me segurando.

Chegando ao hospital os enfermeiros já saíram correndo com a Laís na maca e eu e a minha sogra tivemos que ficar na sala de espera. Iam tratar dos sangramentos e ferimentos dela e iam ver o que ela tinha. Ela respirava, pelo menos.

O resto demorou um pouco para chegar, não sei porque, era só pegar o carro... Nossa, o meu carro. No meio de tanta confusão eu nem tinha reparado no meu carro. Minha sogra sentou no sofá e começou rezar em português. Eu ficava andando, tenso. Até que o resto chegou.

Minha mãe estava com uma mochila, provavelmente com minhas roupas já que ela entregou a mim, sem dizer uma palavra. As meninas tinham trazido uma bolsa também para a minha sogra e mais umas duas, deviam ser delas... Todos estavam com uma aparência péssima.

Minha cunhada tinha prendido o cabelo em um coque que obviamente ela fez e com o rosto inchado. Bia com os olhos super vermelhos e rosto também inchado. Ana toda vermelha, principalmente os olhos. Havia marcas que lágrimas haviam caído do rosto do meu irmão e o meu devia estar assim também. Minha sogra estava realmente acabada, nem sei descrever o estado em que ela se encontrava.

Eu continuei andando pela sala e Bill também começou. Ninguém dizia palavra alguma. Ana, Bia, minha sogra e minha cunhada estavam sentadas no sofá, acho que rezando junto com a minha sogra. Georg e Gustav em pé do lado do sofá de braços cruzados e com as expressões tentas. Até que o Doutor chegou.

– Doutor, por favor, o que houve com minha namorada?

– Primeiros nos cuidamos dos seus machucados. Ela só teve um corte em sua cabeça, mas nada de grave, já demos alguns pontos. Quanto ao bebe Sr. Kaulitz... – Senti algumas lágrimas caírem dos meus rostos e também caíram algumas dos rostos das meninas e de minha sogra.

– Mas o que aconteceu realmente com ela Doutor? Minha filha vai ficar bem?

– Mãe... – Ele abaixou a cabeça para dizer o que minha namorada tinha.

– Fala Doutor, por favor! Diga logo! – Ela chorava de desespero juntos com as meninas.

– Ela está viva, sim. – Todos soltamos um “ufa” juntos. – Mas...

– MAS DOUTOR? MAS? DIGA LOGO! – Eu já estava me irritando com aquele Doutor!

– Ela está em coma! – Eu apenas senti o meu irmão me abraçando e cai nas lágrimas nos seus braços. Pelo barulho senti que as meninas e minha sogra devem ter feito o mesmo.

To be continued...