Tu mirada - Lm

☆ Capítulo vinte e nove ☆


— Pelo amor de Deus, Cornélio.

Ele a olhou com frieza total.

— Não se preocupe que irei te entregar seu queridinho no caixão! — saiu correndo como pode.

Estevão correu o quanto pode mais ao virar a curva que dava para a avenida se deparou com cinco homens armados e Geraldo de braços cruzados o esperando.

— Estava te esperando querido! — sorriu diabólico.

Estevão estava cansado pela corrida e levantou os dois braços para cima tossindo um pouco, Cornélio logo apareceu com seus homens e engatilhou a arma querendo acabar logo com ele, tinha tanto ódio em seu peito que nada nem ninguém iria impedi-lo de disparar. Geraldo se desencostou do carro e deu dois passos para frente querendo impedir o próximo passo de seu comparsa, mas via em seus olhos o mesmo ódio que sentia e daria sim a ele o gosto de disparar a arma que o faria deixar de respeitar, mas somente depois de saber onde estava sua mulher e seu filho.

— Depois que conversarmos você pode fazer com ele o que quiser! — advertiu.

— A reunião vai ser boa então! — Estevão riu olhando de um para o outro. — Vocês acham mesmo que vivem numa terra sem lei e que nunca vão cair não é? — se mostrou confiante no olhar e em suas palavras.

— Com o dinheiro que temos é certo que nada nos acontecerá! — Cornélio garantiu.

Estevão gargalhou na cara dele que se enfureceu dando um passo para acertá-lo com a arma, mas ele o segurou o olhando nos olhos porque não iria dar a ele o gosto de acertá-lo naquele momento, mesmo que isso fosse acontecer no meio daquela conversa e como já havia acontecido frente a casa de sua mãe que ele esperava já estar a caminho de seu apartamento para estar segura.

— Você não tem mais dinheiro, não tem poder porque todos aqui só estão do seu lado pelo valor que paga a eles, mas isso acabou porque você não tem mais um mísero tostão na conta! — o empurrou. — Eu disse pra você que iria perder tudo e seu dia chegou!

— Isso é mentira! — berrou olhando para seus homens que deram um passo para trás.

— A lealdade deles acaba aqui porque você não tem dinheiro para bancar se quer a cerveja que eles gostam de beber! — riu.

— Mais eu tenho! — Geraldo garantiu. — E pagarei pela lealdade deles como foi combinado!

Estevão o olhou cruzando os braços em completo desafio a eles.

— Tem certeza?

Geraldo sem pena alguma o socou como queria fazer desde que o viu ali e Estevão não deixou barato e o acerto bem no olho fazendo sangrar, socou mais uma vez no estômago o fazendo se curvar e seus seguranças o seguraram dando-lhe dois socos na barriga.

— Maldito covarde! — respirou com dificuldade.

— Acredito que sua valentia não seja tão grande agora! — riu mesmo com um pouco de dor.

— Mande-os me soltar e eu te mostro toda a valentia que quiser, covarde! — berrou com ele. — Só é homem com a ajuda deles porque sozinho nem você e nem Cornélio se garante!

— Vamos dar um passeio! — o ignorou ou iria acabar com ele ali mesmo e não era assim que tinha planejado.

Abriu a porta do carro e seus homens o colocaram dentro, ele entrou junto com Cornélio e saíram cantando pneu sem que Estevão soubesse o que iria acontecer enquanto os dois sorriam a seu lado.

(...)

NO APARTAMENTO...

A campainha tocou e Maria sentiu seu coração dispara com o medo que sentiu, seu amor estava lá fora tentando resolver a vida de ambos e a cada minuto que passava seu coração lhe traia com o que vinha em sua mente, suas pernas travaram com o filho em seus braços e mais uma vez ouviu o som da campainha a obrigando a caminhar até a porta, olhou pelo olho mágico e se deparou com a figura feminina que tinha os olhos assustados e aparentemente tinha chorado muito.

— Maria, sou Daniela e mãe de Estevão! — se apresentou ou tinha certeza que ela não abriria. — Por favor, abra pra mim!

Maria rapidamente abriu a porta e seus olhos procuraram por seu amor, mas ele não estava ali e mais uma vez sentiu um medo terrível, não queria nem imaginar o que poderia estar se passando se ele tivesse nas mãos de Geraldo ou te Cornélio. Ela sentiu vontade de chorar mais se controlou porque chorar não adiantaria nada naquele momento.

— Onde ele está? — a olhou nos olhos.

— Eu não sei! — os olhos se umedeceram. — Um policial me deixou aqui e foi embora!

Maria deu passagem para que ela entrasse, fechou a porta atrás de si e a observou caminhar com calma para o sofá e se sentar.

— Eu tenho medo do que possa acontecer entre meus filhos! — a voz era somente desespero. — Eu nunca pensei que eles poderiam ser inimigos como os vejo agora! — estava tão chateada com aquela situação.

— Eu sinto o mesmo desespero! — sentou na outra ponta do sofá. — Estevão me prometeu resolver tudo rapidamente para que ninguém se machucasse, mas pelo tempo que leva fora de casa as coisas certamente se complicaram!

— Não era assim que eu pensava conhecer minha nora! — tentou sorrir mais sem sucesso. — Meu filho em perigo e eu aqui sem poder fazer nada!

Maria deu um meio sorriso e olhou o filho que se moveu em seus braços.

— Teremos tempo para isso quando Estevão chegar! — a olhou novamente. — A senhora está bem?

— Estou melhorando a cada dia! — olhou o bebê. — Me deixe ver meu neto porque Estevão não para de falar nele todas as vezes que nos falamos!

Maria se aproximou e as duas ficaram ali tentando se distrair enquanto Estevão não voltava para casa, mas o coração de ambas estava pequeno ao sentir que algo de muito ruim estava se passando.

(...)

LONGE DALI...

Estevão foi praticamente jogado do carro e sentia que daria tudo errado a partir daquele momento e ele não sairia bem daquele plano que tão bem tinha sido montado para ele não se machucar, mas Geraldo estava decidido a acabar com sua vida de qualquer maneira e se não fosse ele seria seu próprio irmão. Cornélio olhou para o irmão ali parado frente a eles e sorriu por sentir seu medo pela primeira vez desde que tinham começado aquele encontro.

— Eu posso sentir o medo na sua respiração! — riu.

— E eu posso sentir o quanto você está mais pobre e daqui não sai sem ser algemado! — tirou o celular de seu bolso lendo uma mensagem na tela. — Senhores olhem seus celulares! — respirou mais aliviado e os olhou.

Cornélio assim como Geraldo pegou seus respectivos celulares e olharam sentindo o ar faltar e olharam ao redor por estarem sendo filmados.

— O que fez maldito! — Cornélio engatilhou sua arma pronto para disparar, mas o que aconteceu nos segundos seguintes foi ele indo ao chão com um tiro no ombro. — Aaahhh...

Geraldo automaticamente correu para o carro pronto para fugir, mas muitos polícias saíram do meio do mato com suas armas engatilhadas e prontas para qualquer coisa os fazendo se render.

— Acabou pra vocês!