Tu mirada - Lm

☆ Capítulo nove ☆


— Veja só quem está aqui... - ele falou sorrindo. - Que delicia, Estevão... - falou olhando Maria que se agarrou nele.

— Nos deixe em paz! - ele falou serio o fazendo rir. - Ela está grávida! - falou com medo.

— Achou que poderia entregar um de meus homens e ficar por isso mesmo? - puxou Maria que quase caiu com o modo rude dele. - Vai aprender a lição!

Estevão não entendeu nada naquele momento e apenas sentiu o primeiro soco e ouviu o grito de Maria ecoar... Ele estava apanhando e ela se desesperou com aquela maldito homem segurando o braço dela, não podia ser verdade que depois de um passeio tão maravilhoso ele iria terminar quebrado por aqueles marginais e ela olhou para aquele homem com tanto ódio que nem pensou em sua condição apenas o chutou entre as pernas dando um tapa em sua cara o fazendo cair de joelhos.

— Soltem ele agora! - ela gritou com raiva e ao mesmo tempo com muito medo de ser ainda pior.

— Maldita vagabunda! - Cornélio gritou sentindo muita dor.

— Se não soltarem ele agora, eu vou chamar a polícia! - gritava enquanto olhava para aqueles dois homens segurando Estevão.

— Você, não sabe mesmo com quem está se metendo! - ele levantou gemendo de dor e a encarou.

— Maria, deixe que ele faça o que quiser! - Estevão falou com medo por ela.

Mas Maria não iria permitir que ele fosse agredido em sua frente e encarou Cornélio com muito ódio de toda aquela situação.

— Eu posso não saber quem o senhor é, mas não vai bater nele sem um motivo! - os olhos pegavam fogo e ele gostou do que viu e sorriu. - Do que está acusando ele?

— Ele entregou um de meus homens! - falou sem tirar os olhos dela. - Isso é motivo suficiente pra ele morrer!

Maria sentiu seu coração disparar e olhou para Estevão que apenas com um olhar pediu calma.

— Você fez isso, Estevão? - tocou a barriga sentindo o bebê chutar muito. - Você fez isso que ele está falando?

Estevão respirou sentindo dor no estômago pelos socos e com o pouco de voz disse:

— Eu não sei nem do que ele está falando! - olhou para Cornélio. - Eu não denunciei ninguém!

— Ele me disse que foi você e que o viu com um homem! - falou com ódio e um dos caras deu mais um soco nele.

— Para com isso! - Maria gritou indo até eles e os fazendo soltá-lo.

Eles não trabalhavam sem ordem e Cornélio permitiu que eles o soltassem e ele fraquejou sendo segurado por ela que o abraçou com medo. Cornélio a olhava com fascinação e era a primeira vez que permitia que uma mulher batesse nele, mas ele sentia que ela era diferente e não fez nada com ela apenas deixou que ela estivesse no controle daquela situação.

— Eu estava apenas trabalhando o dia todo e não sei que homem é esse e nem muito menos sei quem entrou um de seus homens! - falou com raiva e sentindo dor. - Você sabe que não me meto em seus problemas e muito menos na vida que escolheu! - Maria o segurou melhor com o coração acelerado.

— Não é porque você é meu irmão que eu vou te poupar, Estevão! - ainda segurava entre as pernas sentindo um pequeno desconforto.

Estevão suspirou e seus olhos foram no de Maria que estava assustada com toda aquela conversa e seus olhos choravam sem ela conseguir controlar e ele a segurou melhor em seus braços. Maria o olhava e se perguntava por que dois irmãos se tratavam daquela maneira? Por que estavam naquela "guerra" quando deveriam se apoiar? Tantas perguntas que ele não poderia responder naquele momento mais iria assim que tivesse uma chance.

— Nós deixe em paz porque eu não tenho nada a ver com esse cara, eu só quero levar a minha vida em paz! - o encarava. - Eu odeio essa sua vida e não me meto, você pode ser o meu irmão, mas não vai mais tocar em mim ou em minha mulher! - falou tão certo do que dizia que Maria sentiu seu corpo arrepiar. - Nunca mais toque em mim, ou melhor, seja homem suficiente e venha você me bater ou você sabe o que vou fazer de verdade, Cornélio! - puxou Maria mais para ele e começou a caminhar para irem embora.

Ele os olhou passar por ele e disse:

— Você não vai poder fugir do seu destino para sempre, Estevão!

— Esse destino é seu! - e sem mais ele se foi junto a Maria que mesmo não tendo tanta força o ajudou a caminhar como pode até chegar em casa.

Quando entraram em casa ela o sentou no sofá e foi até a cozinha e pegou os gelos que tinha e enrolou num pano sem falar nada e foi a ele que já estava sem camisa sentindo muita dor, ela deu a ele e sentou a seu lado com as mãos trêmulas e ele a segurou fazendo com que ela o olhasse nos olhos.

— Nunca mais faça isso! - falou bem sério. - Ele não perdoa ninguém! - respirou com dificuldade.

— Vocês são irmãos... - falou com os lábios tremendo de susto.

— Somos, mas ele escolheu o caminho errado e eu não! - tocou o rosto dela. - Você está bem? O bebê? - tocou a barriga dela.

— Agora estamos bem! - tocou a não dele. - Estevão, eu estou com muito medo! - deixou que as lágrimas voltassem a cair de seus olhos e ele a trouxe para ele e a abraçou mesmo sentindo dor.

— Eu estou aqui e mesmo que hoje tenha sido você a me defender... - sorriu de leve. - Eu estou aqui para cuidar de vocês para sempre! - falou com toda certeza de seu coração e Maria levantou o rosto para olhá-lo.

— Eu não te quero mais nessa vida! - tocou o rosto. - Vamos procurar um emprego descente pra você... Eu sei que pode! - não deixou que ele falasse. - Você pode tudo que quiser, é um homem bom!

Estevão pode sentir seu coração disparar com as palavras dela e não mais pensou ou respondeu, apenas a beijou na boca mostrando a ela o tamanho de seu amor e seu orgulho por ela. O beijo era calmo e quando ganhou uma intensidade maior ele gemeu de dor a fazendo soltar-se dele de imediato e ofegou o olhando nos olhos.

— Você precisa ir ao médico! - se colocou de pé para pegar a bolsa e irem, mas ele a segurou e a fez sentar novamente dizendo a frase que mudaria tudo a partir dali.

— Te amo...