A reportagem logo mostrou imagens gravadas de uma das câmeras de vigilância do estádio, do exato momento onde ocorreu a petrificação.

— Vejam... — Wade notou algo. — Parece que um estranho flash veio ao ar segundos antes deles virarem estátuas...

— Espera um pouco... Se eles foram atacados antes da partida começar, quer dizer que a final do campeonato mineiro ainda não aconteceu, como estava prevista para ontem à noite... — Christian se levantou, apreensivo. — A Jeniffer já sabe disso? Onde será que deixei o meu comunicador? — Ele partiu a revirar tudo o que encontrava no caminho. — Onde estão as passagens para a WOOHP quando a gente precisa delas?!

— Talvez estejam sendo incendiadas... — Wade foi sarcástico, fuzilando novamente o outro, que tratou de devolver o mesmo olhar.

De repente, a televisão ficou sem sinal e caiu numa tela de chuviscos, que apenas Blake acompanhou. Curioso, o moreno se levantou do sofá e caminhou até o aparelho eletrônico enquanto os demais espiões prosseguiam trocando olhares ferozes.

Ao tocar na tela da TV, Blake a viu sumir sem explicações e aparecer um buraco extenso por detrás dela. Dali, uma forte sucção apareceu e o puxou de surpresa para o interior do tubo, vindo a fazer o mesmo com Wade e Christian.

— Graças a Deus a Jeniffer chamou a gente! Temos que salvar aqueles jogadores para que eu possa assistir à final que estou esperando faz 2 anos! — o loiro comentou enquanto deslizavam por um túnel.

— Vai com calma... Ela pode ter chamado a gente apenas para apagar um incêndio na WOOHP. — o ruivo alfinetou Christian de novo, que o mirou já estressado.

***

Central da WOOHP, Rio de Janeiro. 19:25.

Desgovernados, os três rapazes caíram sobre diferentes poltronas no escritório de sua chefe. Wade caiu sentado no móvel fofo, enquanto Christian terminou o trajeto em pé sobre as plumas da poltrona, deu uma pirueta e pisou no piso da sala também em pé. E Blake caiu de ponta a cabeça na mobília.

— Olá, rapazes. — Jeniffer cumprimentou-os com meio sorriso, ao fundo de sua mesa.

— Sem cortesias, Jen. É sobre os times de futebol, certo? — o loiro cortou a chefe. — Passe os dispositivos, temos uma investigação importantíssima pela frente!

A moça esbugalhou os olhos, sentindo-se até arrepiada. Até os próprios companheiros de trabalho estavam incrédulos quanto a toda aquela seriedade de Christian para com a missão da vez.

— Tem certeza que ele é o Christian que a gente conhece? — Blake perguntou a Wade, preocupado.

— Acho que o verdadeiro desapareceu junto com o incêndio de mentira que ocorreu na nossa casa... — ele mandou uma nova indireta para o outro, que decidiu ignorar. O ruivo voltou-se à Jeniffer. — Além do flash demasiadamente forte que aconteceu logo antes do ataque, a WOOHP conseguiu mais alguma informação?

— Infelizmente não, Wade. Exatamente por isso estou enviando vocês ao estádio que abrigou o incidente, para ver se descobrem novas pistas, antes que outro ataque correspondente ocorra.

— Tá, tá... Chega de fofoca! Os apetrechos, por favor! — Christian perfilhou e Jeniffer revirou os olhos.

— Para esta investigação vocês irão usar os relógios com cabo bamph expansível, o Tough-Ioiô, um pequeno dispositivo ioiô que, quando ativado, tem o poder de fazer descer qualquer objeto a ele preso, e por fim, a Scanner 7000, uma maleta portátil que conta com todos os instrumentos necessários para análises de qualquer material ou composto em tempo recorde!

Os agentes se muniram.

— Já podemos ir? — perguntou o loiro, impaciente.

— Claro, e para que cheguem até lá de modo super-rápido, a WOOHP está dando a vocês o K-500, um veículo de última geração e que alcança velocidades impressionantes!

Algumas luzes se acenderam de repente e deixaram visível um maravilhoso carro conversível estacionado logo atrás dos rapazes.

— Eu dirijo! — Blake exclamou com os olhos brilhando. Os parceiros o olharam secamente devido ao seu fraco desempenho ao volante.

Jeniffer então os mandou num voo brusco até o respetivo veículo disponível para a missão quando o piso a baixo deles virou uma poderosa mola que os lançou para o alto.

Caindo no banco do motorista, Christian tratou de ligar o carro e dar a partida sem perder tempo. Wade ficou no banco de carona dianteiro, e o moreno, entre ambos, no assento traseiro.

— Aff... Porque é o Chris que vai pilotar? — questionou, desapontado.

— Porquê da última vez que você dirigiu - na perseguição àquele bandido na semana passada - quase tivemos que salvar o criminoso de você! — o loiro relembrou, mantendo o foco na pista de metal que acabava diretamente na BR de saída do Rio.

O veículo teve um sobressalto ao passar para a estrada, mas Christian ignorou completamente o transito tumultuado e pisou fundo no acelerador. Blake, que estava sem se firmar, voou brutalmente para o bando de trás e caiu todo contorcido. Já Wade, usou ambos os braços para se sustentar e fitou o amigo ao volante, aflito.

— Não acha que já está bom 350 km/h numa estrada onde o máximo permitido é 60 km/h? — perguntou.

— Se formos mais devagar que isso, quem transformou os jogadores em pedra pode fazer mais vítimas! — mencionou. — Além do mais, eu ainda nem estou correndo...

Wade e Blake se entreolharam, assustados.

— Nunca mais deixamos ele dirigir quando o assunto for futebol! — garantiu o ruivo e o moreno concordou.