Casa dos Espiões. 15:01.

Blake abriu a porta de sua casa bruscamente. Ele e Cristian entraram apressados, passando em cada cômodo em busca do ruivo ao passo que gritavam-no preocupados. Somente quando atingiram a sala foram conseguir suspirar em alivio. Wade, de costas para ambos e observando algo na janela, se demonstrava muito bem.

— Responder quando te chamam é educado, sabia? — reclamou Cristian. O outro simplesmente o ignorou.

— O maluco do doutor Andrew foi avistado vindo pra cá! — advertiu Blake, se aproximando do colega espião. — Viemos correndo checar se você estava bem!

— Um “obrigado!” seria bom... — sugeria o loiro. — Mas... Então o tal do doutor louco não está aqui, né? Pelo menos isso de bom...

— Veja novamente, espião!

Cristian e Blake ficaram sem reação ao escutar aquela voz um tanto familiar. Seca, rouca, sarcástica... Só podia se tratar de uma pessoa...

Doutor Andrew?! — O moreno distinguiu, virando-se pasmo para a porta de entrada e vendo, lá, o vilão com um largo e doentio sorriso no rosto.

— Enfim, estamos todos reunidos! — disse ele. — Finalmente posso colocar minha vingança contra a WOOHP e seus detestáveis agentes em prática!

— “Em prática” uma ova, se acha que vamos deixar! — Cristian se manifestou.

— Bom, é por isso que, primeiro, acabarei com vocês! Quando não passarem mais de repugnantes lembranças, vou pessoalmente ao escritório da senhorita Jeniffer dar a ela o mesmo tratamento... Por fim, explodirei uma bomba que mandará toda a WOOHP pelos ares!

— Isso é o que veremos!

Cristian estava prestes a pular no vilão para lhe aplicar um golpe quando sentiu ser fortemente entrelaçado por uma coisa. O mesmo aconteceu a Blake. Eles só se deram conta de que estavam suspensos ao ar e amarrados por uma cortina presa ao teto quando viram Wade passar, às gargalhadas, logo abaixo deles.

— MASOQ... O que significa isso? — O loiro se perguntou, em choque.

— Wade, ataca ele! — Blake sugeria, notando que o ruivo se aproximava estranhamente do doutor. — O que você está esperando?

— Não sei como vocês ainda não se deram conta de que este não é o seu amigo... — esclareceu o doutor, aos risos.

— Não é o Wade? — Cristian ficou incrédulo, pondo-se a pensar. — Bom, isso até explica o comportamento idiota que ele andou tendo...

— É claro! — Blake montou o quebra-cabeças. — Esse é um de seus robôs feitos com o DNA do Wade para se parecer com ele, não é?

— Ora, ora... Até que não são tão burros quanto parecem!

— Se mais alguém chamar a gente de burro, eu não respondo por mim! — Cristian levou pro lado pessoal, sussurrando para o amigo amarrado ao seu lado. — E onde está o verdadeiro Wade? — prosseguiu, exigindo explicações do vilão.

— Bem ali...

Loth apontou com o dedo para uma parte do teto logo atrás dos rapazes e eles o acompanharam com os olhos, enfim deparando com o verdadeiro Wade. O ruivo assemelhava estar bem, no entanto encontrava-se amarrado ao teto assim como eles, a diferença é que ele também estava com a boca amarrada.

— Wade... — Blake comentou aliviado. — Que bom ver você!

Murmurando algumas coisas incompreensíveis devido ao pano em sua boca, ele parecia dizer o mesmo.

— Bom, acho que vou deixá-los pôr a conversa em dia com o tempo que ainda lhes resta... — contou Loth, virando-se para a porta e sendo seguido por seu robô na aparência de Wade. — Eu e o “Wade” aqui vamos fazer uma visitinha à WOOHP. Enquanto isso, desejo que vocês se divirtam com essa pequena amostra da bomba que detonarei na WOOHP. — nesse instante, ele pegou um objeto pequeno em formato quadriculado e atirou ao meio da sala. O timer de 01 minuto estava congelado. — Parece pequena, mas tem força para acabar com duas casas dessa. Bom papo, rapazes!

Dado o momento, o vilão pegou um controle e apertou sem qualquer remorso um botão vermelho cujo qual disparou de imediato a contagem para a detonação da bomba. Gargalhando maliciosamente, ele e seu robô fantasiado deixaram a casa, que em 57 segundos seria inteiramente esmigalhada e levaria Blake, Cristian e o verdadeiro Wade com ela.