3:45 da madrugada - FB corporation

Sala de reunião~

Todos estavam tensos encarando um ao outro, pesquisas e mais pesquisas nas mesas e nenhuma delas era conclusiva.

— Precisamos de outras formas de pesquisas, sem a colaboração dela não podemos chegar a lugar nenhum — diz um senhor de jaleco branco jogando mais papéis nas mesas.

— Ela diz que não sabe o que está acontecendo, que não entende nada — diz uma mulher sentada confortavelmente.

— Ela está mentindo — disse o senhor sentado na ponta da mesa em uma enorme cadeira — alguém comentou algo próximo a ela e deve saber de alguma coisa.

Todos se olhavam provavelmente se perguntando quem seria tolo de estragar uma pesquisa de mais de 2 bilhões de dólares.

— Como isso seria possível? ninguém é idiota o bastante de falar algo perto dela — disse a mulher se endireitando na cadeira.

— Talvez não precisasse falar ...— disse um rapaz de óculos que estava calado até agora.

— Isso é impossível, ela só tem um poder definido que é o vidência — gritou a mulher — e os outros ela não sabe como usar.

— Esqueceu que ela pode "pegar emprestado" outros poderes — disse o de óculos — alguém deve ter entrado lá sem proteção.

— Ela teria marcas se tivesse pegado algum poder — retrucou a mulher.

— A quanto tempo vocês não verificam o corpo dela? — perguntou o velho batendo na mesa.

— Faz duas semanas, quem poderia ter entrado lá sem proteção? — perguntou o de jaleco branco.

— Sófia... — disse o velho — vamos seguir com o segundo plano, ela não vai mais colaborar com a gente.

— Você tem certeza? — perguntou o de jaleco — é uma situação sem volta e é provável que não teremos visões específicas...

— É isso ou podemos ter mais problemas, procurem os diagnósticos do exame dela vamos fazer as pesquisas finais e começar com o plano B.

Todos começaram a mexer nos papéis na mesa, recolhendo cada exame e diagnóstico de leitura cerebral, quando foram surpreendidos pelo baque da porta se abrindo.

— Ela está descontrolada, vão para o refúgio rápido — disse um soldado com uma metralhadora na mão.

Todos os executivos e médicos da sala saíram correndo acompanhados do soldado.

— O que aconteceu com ela? — perguntou o velho.

— Ela atacou um dos nossos soldados e pegou a arma dele tirando a vida de todos que estavam próximo dela.

— Atirando nos soldados humanos e depois nos médicos que estavam com o traje anti poder, eles não teriam como se defender — disse o velho para si mesmo.

— Sim, ela conseguiu sair do quarto com a digital dos médicos — disse e se virou vendo a área livre — conseguiu absorver os poderes de outros como vocês e está tentando fugir, o prédio já está cercado faremos o possível para a controlar de novo.

Todos chegaram ao refúgio e entraram um por um.

— Soldado, não me importa se ela vier sem pernas ou toda desfigurada mas ela tem que voltar viva entendeu? — disse com uma expressão de raiva.

— Sim, senhor!

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??? Pov

Preciso sair daqui, eu preciso sair, essas eram as palavras desde que eu ouvi o que aquela menina pensava.

"A única pessoa que poderia ser minha irmã mais velha está sendo trancada aqui pelo idiota do meu pai, não sei o que ele está tramando mas não acho que seja boa coisa"

As palavras daquela menina eram estranhas para mim, não tinha sentido algum quando ouvi e após o a única pessoa que me tocava e falava comigo entrar naquele quarto tudo se esclareceu.

"Já estou de saco cheio de ficar cuidando dessa menina idiota que não presta pra nada, podiam logo deixar ela vegetando em uma cama e usar o cérebro dela sem problema, mas aquele velho idiota insisti que eu tenho que fazer amizade com essa coisa"

" Sendo trancada aqui por aquele velho idiota", " aquele velho idiota insisti que eu tenho que fazer amizade com essa coisa", essas palavras, ele mentiu pra mim, disse que eu estava doente e que se eu pudesse usar meus poderes poderia encontrar uma forma de me curar, ele mentiu dizendo essas palavras olhando nos meus olhos, ele não é meu pai de verdade, não pode ser.

Sentindo o cheiro do sangue ao meu redor minha boca começou a salivar e mesmo com lágrimas nós olhos minha fome ainda era evidente, eu estava passando por todos os soldados sem levantar um dedo sequer e a cada passo que eu dava eu deixava o rastro de sangue marcado com meus pés, com meus poderes o poder de ler mentes que eu adquiri da pequena Sofia eu lia as mentes dos soldados trilhando o caminho para fora desse inferno, quando finalmente sai pela porta várias luzes se acenderam em minha direção me cegando por um momento, haviam vários deles cercando o prédio e outros parados em cima do muro, todos apontavam as armas para mim, olhando para o céu eu podia ver a lua e meu desejo de lhe fazer companhia como fazia todas as noites sentada na janela bateu no meu coração mas ao voltar meu olhar para os soldados a minha frente gritando comigo me fez voltar a realidade, a raiva crescendo dentro de mim me fez correr em sua direção ouvindo dois tiros e logo senti uma dor pulsante na minha perna mas a vontade de sair dali falou mais alto e milésimos de segundos depois eu voei para o céu saindo das extremidades do prédio, minhas asas estavam pesadas havia usado muito poder em tão pouco tempo e isso me desgastou bastante, mas eu precisava sair daquele lugar e onde seria mais útil para eu me esconder seria na floresta mas estava ainda muito longe para eu chegar perto, ao longe eu podia ouvir helicópteros se aproximando de mim então eu abaixei vôo em uma rua sem saída, olhando para o céu vendo os helicópteros sobrevoando a área eu estava Praticamente segura porque eles não iriam atirar ou fazer qualquer coisa que chamasse a atenção de todos, fui caminhando pela calçada tentando evitar as luzes dos postes e me escondi em uma esquina mal iluminada.

— Se espalhem e procure por ela, não quero ouvir nenhum barulho mas se precisar atirem nela o suficiente para a deixar imóvel, não importa o estado dela mais ela tem que voltar viva.

Depois de ouvir aquilo meu coração disparou, eu comecei a correr ao sentido contrário da voz pela rua mal iluminada, minha perna latejava e cada passo que eu dava alimentava a dor mais ainda, meu poderes estavam escassos e tudo o que eu podia fazer era correr.

— Ela está ali rápido

Tentei correr mais rapido ainda, os soldados estavam se aproximando e com algum esforço eu consegui usar o único resquício de telecinese que eu havia roubado derrubando todos os postes de luz atrás de mim os atrasando, minha visão ja esta ficando turva assim que virei a esquina eu bati em algo que impediu que eu caísse, minhas forças estavam acabadas e eu não aguentava mais os meus pés, alguém que viveu uma vida inteira dentro de um quarto não servia para correr livremente nas ruas, eu precisava de ajuda.

— Me ajuda, por favor me leva pra longe deles...

Essa foram as unicas palavras que eu consegui pronunciar depois de desmaiar completamente.

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Eu estava prestes a matar qualquer pessoa ou animal que passava pela minha frente pena que quem apareceu já estivesse quase morta e pedindo minha ajuda, não sou de ajudar quem eu não conheço mas ver um batalhão de soldados armados vindo em sua direção depois que uma maluca cai nos seus braços pedindo ajuda para fugir não acontece todo dia, a coisa mais sensata a se fazer seria deixar que a peguem e sair dali o mais rápido possível, mas como sempre minha mente nunca pensa direito então coloquei a estranha em meus braços e sai correndo para a floresta, os soldados mal viram meu vulto passar, humanos patéticos as únicas coisas que sabiam fazer era segurar suas armas idiotas e atirar sem se importar quem quer que fosse o alvo, parei no meio da floresta e olhei para a mulher nos meus braços parecia mais uma boneca de pano do que um ser vivo, olho para sua perna com dois buracos de tiro e com partes de sangue já seco, deve ter aguentado a dor por muito tempo e pela quantidade de sangue espalhada pela sua perna correu por bastante tempo também, agora me pergunto aonde deixo essa menina não devia a ter trazido para a floresta se alguém do bando me ver vão ficar perguntando coisas que eu não sei.

— Ele mentiu... — ouço ela dizer com a voz fraca — eu preciso correr... Ele vai me matar...