Enxergando Vermelho

POV DIANA

Tudo acontece tão rápido que eu mal tenho tempo para piscar.

Talia apontava uma arma para mim e Bruce gritava com ela para que ela não fizesse algo idiota. Steve estava ficando nervoso ao meu lado e logo depois Talia puxa o gatilho e tudo acontece muito rápido.

— NÃO! – Steve e Bruce gritam.

E Clark aparece na minha frente como se fosse o Flash.

A bala bate em seu peito e logo cai no chão.

Steve olha boquiaberto para mim e eu tento sorrir para ele, mas tudo o que eu sinto é raiva de Talia.

Ela atira mais uma vez em Clark enquanto ele se aproxima dela, mas as balas não o afetam e ela não sabia disso e por isso usa todas as elas.

— Agora chega. – Clark diz pegando arma dela e a queimando com o seus olhos.

A arma derrete em sua mão e os seus restos param no chão.

Me aproximo rapidamente da mulher que queria me ferir e lhe dou uma bela surra no rosto, fazendo com que sua boca sangre. Ela tenta revidar, mas eu desvio e lhe dou um soco na barriga e ela arfa e eu fico satisfeita quando ela cai de joelhos.

Me preparo para dar uma joelhada em seu queixo, mas alguém coloca mão em meu ombro e eu me obrigo a virar para trás. Era Bruce e sua cara estava séria.

— Deixe que eu cuide dela. – ele pede.

Olho para Talia e ela está sorrindo.

— Isso é tudo o que você tem? – ela cospe sangue no chão.

— Você tem sorte deu deixar você viver. – digo.

E ela ri do que eu falo me deixando com mais raiva.

Levanto a mão para lhe dar um tapa na cara, mas Bruce me detém.

— Eu cuido dela. – ele diz.

Me solto dele e me afasto de Talia.

— Faça o que você quiser. – digo com raiva.

Dou as costas para ele e Steve me segue e assim deixamos Clark e Bruce com a vadia.

— Steve, vamos sair daqui. – falo.

— Como quiser anjo. – ele concorda.

Voltamos para o restaurante e minha filha e Hades estão voltando do banheiro.

Gaia sai correndo em minha direção e eu a pego no colo e a abraço forte.

— Mamãe, fiquei com medo. – ela diz deitando a cabeça no meu ombro.

— Desculpe meu amor, estou aqui agora. – falo para ela.

— Sua mãe é muito corajosa. – Steve fala para Gaia que logo levanta a cabeça.

— Ela é valente. – Gaia diz e eu sorrio.

— Vamos embora? – pergunto para todos.

— Vamos. – Hades diz.

Vamos andando para a entrada e eu lembro que não paguei a conta.

— Tenho que pagar a conta. – eu falo dando meia volta.

— Eu acho que você não deve se preocupar com isso.– Hades diz.

— Por que? – pergunto.

— O garçom disse que esse restaurante é do Bruce. – ele me responde.

Reviro os olhos.

— Vamos embora daqui. – falo com raiva.

Andamos até o estacionamento e Gaia quer ir para o chão. Ela desce do meu colo e dá as mãos para Steve e Hades e eu acho a cena engraçada.

Paramos em frente ao meu carro e Gaia e Hades entram no banco de trás.

— Steve, você quer uma carona? – pergunto.

Ele fica vermelho.

— Não precisa se incomodar. – ele diz.

— Vai ser um prazer. – falo.

— Já que você insiste... – ele fala sorrindo.

Entramos no carro e Gaia sorri de felicidade por Steve vir com a gente.

Começo a dirigir pelas ruas de Gotham e Steve pede para eu ligar o rádio.

Começa a tocar umas músicas que eu nunca ouvi na vida, mas Steve conhece todas as letras e canta tudo. Sua voz sai meio desafinada e isso faz com que todos nós ricemos.

Ter Steve nesse carro é um alívio e muito bom e me faz pensar em como eu senti a falta dele. Mesmo que a gente não tenha dado certo, poderíamos ser bons amigos não é mesmo? Eu queria isso, esperava que ele também.

Nos divertimos tanto no carro que eu me esqueço completamente que tenho que deixar Steve em casa primeiro e quando me dou conta, já estou chegando na mansão de Bruce.

— Steve, me desculpa! – digo quase chegando à mansão.

— Eu posso pegar um táxi. – ele diz.

— De jeito nenhum! – digo já entrando no pátio da mansão.

Desligo o carro e Hades ajuda Gaia a se soltar do cinto de segurança.

— Eu te deixo em casa. – eu falo.

— Mamãe, eu quero ir! – Gaia pede.

— Meu anjo, você vai ficar em casa com os seus vovôs. – falo e ela fica triste.

— Poxa... – ela fala.

— Anjinha, eu prometo vir te visitar. – Steve fala para ela, que abre um sorriso enorme.

— Promete? – ela pergunta.

— Prometo. – Steve diz.

— De dedinho? – ela pergunta e mostra o mindinho.

Steve segura o mindinho dela com o dele e sorri.

— De dedinho, eu prometo vir te visitar anjinha. – ele fala.

— Oba! – ela comemora.

— Foi um prazer te conhecer Steve Trevor. – Hades fala.

— Igualmente Hades. – Steve diz.

— Você pode ficar com Gaia? Não vou demorar muito e Bruce deve voltar logo... – falo olhando para Hades.

— Será um prazer minha filha. – ele diz sorrindo e eu sorrio também.

— Obrigada, pai. – digo e ele abre um sorriso maior.

Gaia e Hades saem do carro e os vejo entrar em casa.

Suspiro e ligo os motores.

Saímos da mansão e eu penso onde é que Bruce se meteu.

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POV BRUCE

Talia mal conseguia andar, devida à surra que levou de Diana e eu tive que ajudá-la a andar até o meu carro.

Clark nos segue em silêncio e eu paro quando Talia vomita no chão.

— Que nojo. – Clark fala atrás de mim.

— Nunca vomitou não? – Talia fala com raiva.

Clark fecha a cara para ela e não a responde.

— Precisamos de J’oon. – falo para ele.

— Por que? – Clark pergunta.

— Porque ele vai ser útil. – falo.

— Vou atrás dele. – ele diz.

— Nos encontre na Torre da Liga. – falo.

Clark faz que sim com a cabeça e voa pelo céu.

— Finalmente sozinhos. – Talia diz para mim.

— Não quero que você abra essa boca. – digo sem paciência.

Coloco ela sentada no banco de trás e a prendo bem, para que não tente nenhuma coisa estúpida.

— O que você vai fazer comigo? – ela pergunta.

— Fazer você esquecer. – digo.

Ela me olha assustada.

— Agora cale a boca, porque você está com um bafo terrível. – falo.

Ligo o carro e sigo para a mansão para que eu possa me teletransportar para Torre da Liga.

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POV DIANA

Durante o caminho para a casa de Steve, conversamos de várias coisas da vida dele o que me faz morrer de rir, porque esse homem é muito engraçado. Rio tanto que minha barriga dói.

— Você não devia dirigir rindo desse jeito. – ele fala rindo.

— Relaxa, que comigo você está a salvo. – digo para ele.

Ele para de rir e fica sério.

— O que foi? – pergunto.

— Me desculpe por não ter feito nada, quando aquela mulher apontou a arma para você naquele beco. – ele fala.

A gente ainda não tinha tocado no assunto Talia desde o restaurante.

— Steve, você brigou com ela dentro do restaurante. – lembro ele.

— Eu sei. Quando eu vi que ela estava apontando uma arma para você lá dentro, eu tive que reagir, não podia deixar que ela a ferisse. – ele diz sincero.

Seguro a mão dele e ele a aperta.

— Obrigada. – digo olhando rápido para ele e logo depois solto a minha mão da dele e pego no volante.

— Não tem que agradecer anjo. – ele fala.

— Você me ajudou bastante e salvou a minha vida. – digo agradecida.

— Superman também ajudou você. – ele me lembra.

— Eu sei disso. – concordo – Mas acho que todos se esquecem, que eu sou tão forte como o Superman. – falo suspirando.

– Você pode até ser mais forte que ele, mas não é a prova de balas Diana. – Steve fala.

— Isso eu não sei ainda, mas você pode estar certo. – falo.

— Como não sabe ainda? – ele pergunta.

— Steve, meu pai é um Deus. O que me torna uma semi deusa... – falo.

Ele me olha sem entender.

— Acho que eu faltei na aula de história anjo. – ele fala rindo.

Sorrio para ele e conto toda a minha história para ele. Do meu nascimento, do pai que eu acabei de descobrir, dos meus poderes e conto até que Zeus está vindo atrás de mim. Conto tudo para ele e me sinto um pouco aliviada.

— Caramba! Quanta coisa eu perdi nesses anos. – ele fala com os olhos arregalados.

— Eu também perdi muita coisa. – digo.

— Como assim?

— Steve, eu fiquei dois anos em Themyscira sem me lembrar de nada, porque Bruce tinha decidido que seria melhor para mim, já que ele achava que não poderia me proteger depois do que o Coringa fez comigo. – falo.

— O que o Coringa fez? – pergunta.

— Me espancou até quase eu morrer, mas conseguiram me salvar a tempo. E eu estava grávida na época, mas graças aos Deuses minha filha sobreviveu. – falo.

— Isso é muita coisa para eu absorver. – ele diz em choque.

— Enfim, você agora sabe tudo o que passou comigo, desde quase morte a semi deusa sendo caçada pelo o meu próprio tio. – falo como se fosse nada.

— Diana, se você precisar de ajuda, eu estou aqui. – ele fala e eu sorrio.

— Não precisa. – falo, pois eu não quero colocar ele em perigo.

— Mas eu quero ajudar. Eu posso adiar a minha mudança para Chicago e ficar mais tempo em Gotham... – ele fala.

— Steve, eu não quero que você corra perigo desnecessário. – falo.

— Você não pode decidir por mim. – ele fala.

Reviro os olhos.

— Vamos mudar de assunto. – peço.

Ele concorda.

— Eu não vou esquecer disso. – ele fala.

Seguro com força o volante.

Steve é teimoso demais e eu não quero que ele se meta em confusão por minha causa. Hoje ele já tinha se arriscado demais e poderia ter levado um tiro e eu não conseguiria suportar perdê-lo. Ele era um amigo muito importante para mim e eu não queria pensar nisso.

— Afinal, quem era aquela mulher do restaurante? – ele pergunta.

— Talia Al Ghul. – respondo com raiva.

— Ela conhece você de onde? – pergunta.

— Não me conhece, mas conhece Bruce. – falo com nojo.

Ele tinha decido cuidar dela e não tinha deixado com que eu desse um jeito nela bem ali.

— Ela é uma psicopata. – digo me lembrando das fotos que ela tinha deixado para Bruce na noite passada.

— Esse Wayne...

— O que tem ele?

— Sempre tem alguma coisa que te chateia e mulheres doidas na vida dele. – Steve fala.

— Nem me lembre. – falo chateada.

— Vai até o final dessa rua e vira à direita. – Steve fala e eu concordo.

Faço o que ele me pede e logo chegamos a uma rua cheia de casas e um prédio.

— Eu moro no prédio azul ali na frente. – Steve fala.

Chego até o prédio e estaciono.

Steve se solta do cinto e me olha.

— Foi muito bom te ver anjo. – ele fala.

— Digo o mesmo. – falo para ele que sorri.

— Quando precisar de mim, me chame. – ele diz.

— Me passa o seu número de celular. – peço.

Ele me passa e eu gravo no meu celular.

— Vamos nos encontrar um dia desses. – falo.

— Claro! – ele responde animado.

— Gaia vai adorar te ver de novo. – falo lembrando da carinha de Gaia ao ver Steve.

— Sua filha é uma graça, tão linda. – ele fala e eu sorrio.

— Ela é mesmo. – concordo.

— Linda igual a você. – ele fala e se aproxima lentamente do meu rosto.

Fico nervosa e me afasto dele.

— Me desculpe. – ele pede sem graça.

Sorrio sem graça.

— Tenho que ir. – falo para ele.

— Eu entendo. – ele fala de um jeito estranho.

E então sai do carro e anda em direção ao prédio sem olhar para trás, o que faz com que eu me sinta mal.

Parece que ele ainda sente algo por mim e eu não queria lhe dar falsas esperanças, porque eu estou com Bruce e o amo com todo o meu ser. Mas não queria que Steve ficasse magoado de novo por minha culpa. Eu tinha que dar um jeito nessa situação.

Ligo o motor e sinto um vazio por Steve não está no carro para me fazer esquecer da raiva que eu estou sentindo de Bruce por ele ter decidido cuidar de Talia sozinho.

Sigo o caminho para a mansão Wayne e logo começa a chover forte.

Ótimo, era tudo o que eu precisava.

Espero que essa chuva não atrase a minha volta para casa.

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POV BRUCE

Clark e J’oon demoram demais para chegar à Torre da Liga e quando chegam eu já estou sem paciência.

— Finalmente. – digo.

— Desculpe pela demora Bruce. – J’oon fala.

Ignoro o que ele diz e peço para que me sigam até a enfermaria, onde Talia está devido aos seus ferimentos.

— Bruce, o que você quer que eu faça? – J’oon pergunta.

— Apague as memórias dela para que ela não se lembre de mim. – peço.

Talia ouve tudo com os olhos arregalados.

— Você não pode fazer isso. – ela diz.

— Posso e vou. – digo.

— Eu não sei se isso é certo. – J’oon fala e eu reviro os olhos.

— Ela é um perigo para minha família. – falo.

— Entendo. – J’oon diz.

Ele se aproxima dela e ela tenta se afastar dele, mas não consegue, pois está presa na cama.

— Isso pode doer um pouco. – J’oon fala.

Saio do quarto junto com Clark e Talia grita.

— Você está fazendo a coisa certa Bruce. – Clark diz.

— Eu sei. – concordo.

Andamos pelo corredor até chegar à sala de operações.

— Tudo certo com a Lois? – pergunto e Clark fica tenso.

— Ela ainda insiste para que nós voltemos. – ele fala.

— E o que você quer? – pergunto.

— Não posso perdoá-la. – ele diz.

— Eu entendo. – falo.

— Tudo ocorreu bem no apartamento dela? – pergunta.

— Sim. E tenho uma coisa para perguntar. – falo.

— O que?

— Onde que vive o filho da Lois?

Clark olha para o chão.

— Ela perdeu o bebê.

O clima fica pesado e eu me sinto idiota.

— Sinto muito. – falo.

— Não era meu filho mesmo. – Clark diz triste.

J’oon aparece e eu dou graças a Deus por ele mudar de assunto.

— Tudo pronto. – ele diz.

— Ótimo. – digo.

— Como que ela vai para casa? – pergunta para mim.

— Eu levo ela. – Clark oferece.

Agradeço a ele por isso, pois eu tenho que lidar com Diana o quanto antes.

Digo o onde que ele tem que deixar Talia e ele faz o que eu peço.

— Tenho que voltar para casa. – digo exausto.

— Eu posso ir também? – J’oon pergunta.

— Claro. – concordo.

J’oon mexe nos painéis e em instantes para dentro da Batcaverna.

Subimos para entrar na mansão e seguimos o caminho para a sala de estar.

Hades está brincando com Gaia junto com Hipólita e eu fico nervoso. Olho para J’oon e seu rosto se fecha na hora.

Minha filha percebe que eu estou na sala e vem correndo ao meu encontro.

— Papaaai! – ela grita de felicidade e eu a pego no colo.

Hipólita e Hades olham para gente e a cara da minha sogra se fecha.

Vai dar merda.

— Acho melhor eu ir embora. – J’oon fala.

— J’oon, fique. – peço.

— Fique J’oon! – Gaia pede.

J’oon olha para Gaia e sorri.

— Eu ficaria mais, só que eu lembrei agora que eu tenho um compromisso. – ele fala para minha filha.

— Poxa... Pelo menos espera a minha mamãe chegar. – Gaia pede.

— Onde está a sua mãe? – pergunto.

— Ela foi levar o tio Steve em casa. – Gaia fala.

Não acredito que Diana está com Steve Trevor.

A porta da sala se abre e Diana entra e eu olho furioso para ela.

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POV DIANA

Graças aos Deuses não peguei nenhum transito ao voltar para casa.

Será que Bruce já tinha chegado? Eu esperava que sim, porque eu precisava conversar com ele sobre o que tinha acontecido no beco daquele restaurante.

Assim que entro em casa, vejo que temos visitas e acho que hoje não terei sossego tão cedo.

Olho para Bruce e ele me olha com raiva e eu não entendo o porquê, afinal, eu que deveria estar com raiva dele.

— Mamãeee! – minha filha fala no colo do seu pai.

Sorrio para ela e ando devagar.

Meu pai, minha mãe e J’oon no mesmo recinto e um Bruce irritado.

Ótimo, era tudo o que eu precisava.

Agora, tudo o que eu quero é voltar para o meu carro e ficar lá até que tudo esfrie, mas infelizmente não posso.

Gaia sai do colo de Bruce e anda até mim.

— Quando que o Steve vai voltar? – ela me pergunta.

— Não sei meu amor. – digo.

Olho para as visitas e sorrio para eles.

Minha mãe não está com a cara boa, assim como J’oon.

— J’oon! – digo e lhe dou um abraço – Quanto tempo!

— Saudades de você Diana. – ele diz e eu sorrio.

— Eu também estava! – digo.

— Eu estou indo embora. – Hipólita fala.

— Mas já? – pergunto.

— Sim. – ela responde.

— Vou com você, preciso de carona nesse portal que você usa. – Hades fala.

Minha mãe fica nervosa e concorda.

J’oon fica triste.

— Também estou indo. – ele fala.

— Tudo bem. – falo para todos.

Cada um vai embora do seu jeito e a sala fica em silêncio.

— Gaia, por que você não vai subindo e procura o vovô? – Bruce pergunta.

— Tá bom. – Gaia fala e sai da sala.

Bruce se vira para mim com a expressão mais séria do mundo.

— Agora, você pode me explicar o que você estava fazendo com Steve Trevor até agora?

Droga.

Continua...