POV CLARK

Hipólita parecia não ter entendido o que eu tinha acabado de falar, ela não falou nada durante um bom tempo, quando finalmente se recompôs e olhou para mim.

– Sabia que esse dia chegaria... – disse ela fazendo com que eu ficasse confuso.

– Como assim? – perguntei a ela.

– Venha comigo Superman. Temos que conversar. – disse ela se virando e começando a andar.

Fui andando atrás dela, até ela chegar ao templo de Hera. Hipólita sentou em um dos degraus da escada e fez sinal para que eu sentasse do lado dela. E foi o que eu fiz. Agora só esperava que ela me explicasse o que ela queria dizer com “ Sabia que esse dia chegaria “ .

– Sabe Superman...

– Clark. Você pode me chamar de Clark. – disse a ela que deu um sorriso.

– Certo, Clark. – sorriu – Você veio aqui para buscar minha filha, creio que isso tenha alguma coisa a ver com o Bruce não é? – perguntou ela.

– Ele está ficando insano. – respondi.

– Ele precisa dela. – disse Hipólita.

– Precisa mesmo. Se ela pudesse voltar e ajudar ele...

– Clark, Diana não se lembra de nada. Ela não vai te reconhecer.

– Eu sei... Mas se ela pudesse lembrar...

– Clark, eu preciso te contar uma coisa. – disse Hipólita num tom sério.

– Pode falar. – falei.

– É uma longa história e eu preciso que você tenha a mente aberta. – disse ela.

– Vou tentar. – respondi sem entender o que ela queria dizer.

– Diana não perdeu o bebê dela.

– O que?!

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POV BRUCE

Observo sua foto todos os dias. Fico lembrando do nosso tempo juntos, nossos momentos mais românticos e até o nossos momentos mais íntimos. Por que isso tudo teve que acabar? Por que coisas assim, só acontecem comigo? Eu não conseguia entender. Sinto sua falta Diana. Uma parte de mim se foi, quando eu a tive que deixar ir. Nunca vou me perdoar por não ter conseguido salvar nosso filho e por ter deixado o Coringa tirar nossa felicidade. Mas eu te juro Diana, que eu vou acabar com esse verme desprezível. Nem que seja a ultima coisa que eu faça.

Me preparo para pegar o Coringa de novo. Dessa vez eu tinha me certificado de que ninguém iria me atrapalhar. Hoje a noite teria que ser o fim do Coringa, eu daria um jeito nele de uma vez por todas.

– Patrão Bruce, o senhor vai sair de novo? – perguntou Alfred que tinha acabado de entrar na Batcaverna.

– Vou Alfred. – respondi.

– Acho que o senhor precisa descansar. – disse ele.

– Não se meta onde não é chamado. – disse sem paciência para o que iria vir.

Escuto Alfred se aproximar de mim e o sinto parar atrás de mim. Tento me afastar dele, mas ele segura o meu ombro e tira a minha máscara.

– Vamos conversar. –disse ele com uma voz extremamente calma.

– Não tenho tempo para conversas Alfred. – respondi botando de novo a minha máscara.

– Mas hoje o senhor vai ter! – gritou ele me pegando desprevenido.

Olhei para ele, esperando ele começar a falar. Mas ele não falou, apenas me olhou.

– Estou esperando. – disse para ele.

– Eu fico aqui esse tempo todo vendo o senhor se destruir e eu não podendo fazer nada para impedir isso. Cansei de te ver assim Bruce. Eu compreendo o que o senhor sente e porque o senhor acha que deve fazer isso. Mas isso já está saindo completamente do limite! O Coringa é um ser desprezível e eu concordo com o senhor, mas matar nunca foi a sua filosofia! Olha o que você está fazendo consigo mesmo e com as pessoas que estão a sua volta.

– Alfred...

– Deixa eu terminar de falar! – gritou ele – O senhor está afastando as pessoas de você. Quando foi a última vez que o Dick veio aqui? Quando foi a última vez que o senhor saiu com seus amigos da Liga? Você está tão ocupado com essa sua vingança, que parou de dar importância para as pessoas que estão a sua volta.

– Eu dou importância sim. – disse em voz baixa.

– O senhor dava importância. Agora o que existe dentro de você é raiva e vingança. Os seus pais ficariam decepcionados com você. Até mesmo Diana ficaria.

– Não tem como você saber disso! – gritei para ele com raiva.

– Sei sim! Porque eu estou decepcionado. – disse ele olhando para mim e depois me dando as costas.

Vejo Alfred sumir no corredor e me deixando apenas com os meus pensamentos.

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POV CLARK

Eu ainda não conseguia acreditar na história que Hipólita havia me contado. Era muita coisa para processar. Muita mesmo! Imagino a cara de todos quando descobrir isso. E não quero nem pensar no que o Bruce vai pensar quando descobrir.

Só consigo pensar no que Hipólita havia me revelado.

*Flashback on*

POV HIPÓLITA

– J’onn trouxe Diana para cá e ela ainda estava inconsciente. Ele tinha me contado tudo o que tinha acontecido e tinha me contado também que o bebê poderia ter uma chance. Ouvi com bastante atenção o plano dele e comecei a ficar esperançosa. Diana poderia ser salva e o bebê também. Eu apenas tinha que ter fé nisso.

“ Pedi para que J’onn me acompanhasse até esse templo, para que Hera pudesse me ajudar. Hera era uma Deusa boa comigo, me deixou ter Diana... Então ela iria ajudar. Era isso que eu pensava. Então quando eu orei, chamei por ela e ela não apareceu, eu fiquei desesperada.

– Por que ela não aparece? – disse eu desesperada.

– Tenha paciência. – dizia J’onn.

Mas a cada minuto que passava eu ficava mais preocupada com a minha filha e o seu bebê. Chamei de novo por Hera e nada. Chamei por ela diversas vezes e quando eu estava pronta pra desistir e tentar outra forma de ajuda, ela apareceu pra mim.

– Hipólita...

– Hera! Preciso de ajuda.

– Eu sei. Minha demora para chegar aqui, foi por isso. Zeus não queria que eu interferisse.

– Por quê?

– Porque ele disse que as coisas tinham que ser assim.

– Então minha filha não vai receber sua ajuda? – perguntei ficando sem esperanças.

– Vai sim. Mas com uma condição. – disse ela.

– Fale.

– Ela não vai poder se lembrar . Nem de quem é o pai dessa criança. – disse ela.

– E o que eu vou dizer pra ela, quando essa criança nascer? – perguntei.

– Isso é com você. Você terá que pensar em alguma coisa. – respondeu ela.

– Certo.

– Deixe-me vê-la. – disse Hera indo em direção de minha filha. – Ela iria ficar bem, assim como essa criança que ela carrega no ventre. – disse ela passando a mão no rosto de Diana e depois passando a mão em sua barriga.

– Obrigada Hera.

Hera sorriu para mim e se afastou.

– Uma pergunta. Por que ela não pode se lembrar? – perguntou J’onn que estava quieto o tempo todo.

– Porque foi essa a condição que Zeus me deu. – respondeu Hera e logo depois sumiu.

J’onn e eu ficamos um bom tempo olhando Diana, nos certificando de que ela e o bebê estavam bem. E logo depois disso, ele a fez esquecer de tudo. “

POV CLARK

– Então Diana conseguiu ter o filho dela? – perguntei surpreso.

– Filha. – corrigiu ela – E sim, ela conseguiu. Gaia é uma bebê espetacular, vai fazer dois anos no final do ano e já tão forte como a mãe.

– Forte? – perguntei surpreso.

– Sim. Gaia herdou os poderes da mãe. – respondeu ela.

– Impressionante. – respondi.

– Diana voltou com os seus poderes também. Parece que Hera ajudou nessa parte. – disse ela.

– Posso vê-la? – perguntei animado.

– Não sei se isso é uma boa ideia. – respondeu ela.

– Por favor! – implorei.

– Tá legal. Mas antes, quero que você chame o J’onn. Temos que nos preparar para a volta de Diana.

* Flashback off *

E agora eu estou aqui fora, esperando J’onn e Hipólita aparecerem com Diana e Gaia. Hipólita pediu para ele dar algumas memórias para Diana, para que ela não se sentisse tão deslocada quando voltasse comigo. Espero que ele tenha feito com que ela se lembrasse de mim, do Bruce e dos nossos amigos...

Diana tinha que se lembrar de alguma coisa.

Isso tudo era tão surreal, não conseguia acreditar nisso tudo até agora. O que será que os outros vão pensar? Mal podia esperar para ver a cara do Bruce! Ele iria ficar tão feliz!

– Clark? – uma voz me chama atrás de mim.

Viro e vejo que é Diana, segurando sua filha no colo.

Ela vem andando até mim e me puxa para um abraço.

Quanto tempo! – disse ela sorrindo.

Muito tempo. – respondi para ela.

E então? O que eu perdi? – perguntou ela me deixando sem palavras.

Continua...