True Love

Capítulo Unico


E mais um outono estava chegando e juntamente com ele a alegria de comemorar mais um ano de vida da caçula da família de Goku, Pan, que já não era mais uma garotinha, já era um mocinha e estava prestes a completar quinze anos.

Pan mudou muito seu jeito de ser. Ela continuava treinando e ficando cada vez mais forte, mas era uma adolescente como outra qualquer: gostava de fazer compras, passear com amigas e, é claro, garotos. Na verdade ela nutria uma paixão por Trunks. Os dois eram muito próximos há alguns anos, antes de Goku se tornar um deus. Porém ela se afastou dele, talvez Pan tenha se afastado pelas lembranças que o, até então amigo, trazia do avô.

Ficaram cerca de três anos sem se vê, pois Pan havia se mudado com os pais para outra cidade. E quando voltaram a se encontrar, no último Natal, Pan percebeu que estava apaixonada pelo amigo. Ele estava mais bonito, mais forte, mais maduro. Já era um homem. Mas o amou em silêncio, ela tinha vergonha de se declarar por medo de rejeição. Tentou a todo custo se manter longe, mas a paixão foi mais forte. Parecia que para sobreviver tinha que nutrir esse amor e que a vida dela não tinha sentido sem ele.

Ela sempre o via quando ia visitar Bra. Ele treinava, estudava e ainda ajudava a mãe no laboratório e sempre saia à noite para se divertir, mas nunca o havia visto namorando sério. E isso a tranquilizava. Pan vivia num mundo paralelo, onde ela idealizava a vida dela com Trunks: os dois namorando, se casando, tendo filhos, etc.

O aniversário dela estava próximo e seria um baile debutante. Era a grande chance de ficar perto do amado, isso por que ela conseguiu convencer a mãe a falar com Bulma para que convencesse Trunks a dançar a valsa com ela, logo depois de dançar com o pai, Gohan. E Trunks aceitou de bom grado. E Pan fez de um modo que parecesse que foi ideia de Videl e Bulma.

Videl preparava tudo, mas a filha participava de todas as decisões: a escolha do local, da decoração, o cardápio e, é claro, os vestidos. Seriam dois vestidos: o primeiro seria usado no início da noite para recepcionar os convidados e o segundo a meia noite quando fosse dançar a valsa, que seria com seu pai e também com um certo sayajin de cabelos roxos.

A garota estava muito empolgada e não falava de outra coisa. E ela fez questão de entregar todos os convites pessoalmente, mas um convite em especial que a fazia tremer as pernas só de pensar: o de Trunks. Ela já tinha tudo em mente, assim que saísse da escola iria até a faculdade dele, entregaria o convite e quem sabe os dois saíssem para tomar um sorvete e rolasse algo a mais. Ela tinha tudo em mente, seria tudo perfeito.

***

– Pan – gritou Bra quando viu a amiga saindo com pressa da escola – Aonde vai com tanta pressa? – Pan virou-se rapidamente quando já estava virando a esquina.

– É... – gaguejou – Eu vou entregar os convites da minha festa de aniversário.

– E o meu? – perguntou Bra olhando para a amiga intrigada.

– Eu... é... esqueci em casa, trago amanhã para você.

– Tudo bem, então – Bra achou meio estranho a atitude da amiga, mas não insistiu.

***

Pan ainda estava com a farda da escola e andava com uma mochila nas costas, ela estava muito apressada, a ansiedade tomava de conta da garota. Quando chegou na porta da faculdade de Trunks ela congelou e até pensou em desistir, mas criou coragem e o aguardou no portão. Depois de trinta minutos de espera, ele finalmente saiu. Ela o olhava de longe e abriu um lindo sorriso. Muita gente saia e entrava, por isso havia uma multidão. Mas aqueles cabelos roxos eram inconfundíveis.

– TRUNKS! – gritou acenando com as mãos para chamar a atenção dele. Ele também sorriu e foi até ela. Mas havia alguma coisa errada, ele vinha de mãos dadas com uma garota. E era uma garota linda: loira, alta, da pele branca e dos olhos castanhos, muito bem vestida. Pan ficou por alguns segundos sem entender nada, e o sorriso que dera quando o viu, se desfez naquele momento.

– Oi Pan – disse Trunks abraçando-a, a garota nem sequer conseguiu corresponder o abraço de tão decepcionada que ficou – O que a trouxe aqui?

– Hã?! – Pan não tinha prestado atenção no que Trunks dissera – O que disse?

– Eu perguntei o que veio fazer aqui?

– Eu? – perguntou nervosa, mas depois criou coragem, ela abriu a mochila e tirou um envelope e o entregou a Trunks – Vim trazer o convite para minha festa de aniversário...

– Ah sim, sua festa de aniversário – disse o sayajin contente – Com certeza irei.

– E não esqueça que minha mãe combinou com a sua que nós dançaremos a valsa meia-noite, depois que eu dançar com papai.

– Claro, claro – disse constrangido.

– Trunks – chamou a garota que o acompanhava – Que história é essa de dançar a valsa com essa garotinha?

– Eu não sou nenhuma garotinha – disse Pan encarando a rival – Eu vou fazer quinze anos.

– Nossa já é quase uma adulta – ironizou a loira.

– Calma gente – disse Trunks – não precisam brigar.

– Quem é essa daí Trunks? – perguntou Pan firme enfrentando a loira – E por que ela está se intrometendo na nossa conversa.

– Espera, eu não apresentei vocês: Terlla essa é Pan, uma grande amiga e Pan essa é Terlla, minha namorada.

“Namorada?” quando ouviu essa palavra, o coração da garota parecia que tinha se dividido em mil pedaços, mas ela segurou a onda.

– Acho que estou atrapalhando – disse Pan não conseguindo disfarçar a tristeza – Eu já vou – ela então virou-se e saiu correndo.

– Espere, Pan – chamou Trunks, mas em vão, ela não voltou. Então sayajin resolveu ir atrás.

– Onde pensa que vai? – perguntou Terlla.

– Eu vou atrás dela.

– E me deixar aqui sozinha? – dramatizou a namorada – Vai mesmo deixar sua namorada sozinha para ir atrás de outra?

– A Pan não é outra, ela é minha amiga – enfatizou o sayajin – minha melhor amiga.

– Se for, não precisa mais ir à minha casa hoje à noite e nem nunca mais.

O sayajin respirou fundo, ele estava preocupado com Pan, nunca a vira daquela maneira.

– Terlla, a Pan é minha amiga e está precisando de mim. Então eu vou, quer você queira ou não...

– Tudo bem, vai. Eu entendo, está preocupado com sua amiga, pode ir.

Trunks ficou alegre e a beijou antes de ir procurar Pan. Quando o sayajin saiu, Terlla teve um ataque de histerismo e jogou os livros que segurava no chão.

– Arg... essa garota vai me trazer muitos problemas.

***

– PAN... PAN – gritava enquanto ela se perdia no meio da multidão. A garota entrara numa rua muito movimentada, onde havia várias lojas, mas ela não podia se esconder dele, ele podia sentir o ki dela. Trunks seguia o ki, mas era sempre esbarrado por alguém o que o impedia de ser mais rápido, teve vontade de sair voando, mas sabia que não podia chamar a atenção.

O sayajin não entendia de por que a garota agir daquela forma. Depois que saíram daquela rua, ficou mais fácil alcança-la. Ele a agarrou pelo braço.

– Espere, Pan – ele a olhou nos olhos, ela chorava descontroladamente – O que aconteceu? Eu fiz alguma coisa errada?

– Não, Trunks – disse baixando a cabeça – É que não deveria ter vindo.

– Por que não? – ele levantou o queixo dela com a ponta dos dedos – Ei, nós somos amigos, esqueceu?

– É, mas sua namorada não gostou de mim – disse ela mais uma baixando um olhar.

– Que ela goste ou não, isso sinceramente não importa, nós sempre seremos amigos. E nada vai mudar isso.

Trunks pensava que falando tais palavras estaria acalmando o coração da jovem, mas na verdade ele estava a magoando mais ainda. Ela não o queria como amigo, a amizade dele era pouco, ela queria mais.

– Vamos, eu te levo para casa – disse ele a abraçando. Trunks fez o que prometera e a levou para casa.

***

Já se passara três dias desde o ocorrido. Pan simplesmente não comia nada e não tinha mais ânimo para nada, nem mesmo para sua festa de aniversário, o que despertou a preocupação de Videl e Gohan, mas a garota não falava nada, simplesmente passava a maior parte do tempo sozinha e triste.

Todas as coisas pareciam não ter sentido. Um desespero tomava conta só de pensar a cada minuto que ele estaria com a namorada e não com ela. Ela o queria muito e o queria de qualquer jeito, ela tinha que tê-lo. De repente ela ficou tonta e tudo escureceu.

***

Ela mal conseguia abrir olhos, via somente uma claridade. Olhou para os lados e percebeu que estava deitada na cama de hospital, como foi parar lá, ela não sabia, mas não queria ficar lá, levantou-se imediatamente e pretendia sair. Ela caminhava como quem pisava em ovos, vagarosamente. Abriu a porta devagar e colocou somente a cabeça para fora. O corredor estava vazio, ela saiu e caminhou rápido com medo que alguém aparecesse, mas quando estava chegando ao final do corredor, ela viu Trunks e a namorada na sala de espera e pareciam estarem discutindo. Pan se escondeu atrás de uma coluna para que pudesse ouvir o que eles falavam.

– Não entendo por que você se importa tanto com essa garota. Que interesse você tem nela?

– Eu já te disse, ela é uma amiga muito especial.

– Você gosta dela, não é? – Terlla estava firme e não baixava a guarda – Está na cara que é apaixonado por ela.

– Não diga asneiras – Trunks estava nervoso – O que você acha que eu vou querer com uma menina de quatorze anos?

– Esse é o problema? Então quer dizer que o problema é a idade dela, quer dizer que se ela fosse mais velha estaria com ela e não comigo?

– Eu... Eu não vou discutir.

– Então fique com ela – disse pegando a bolsa que estava numa mesinha de centro – Eu vou para casa.

– Espere Terlla – pediu enquanto ela saia sem olhar para trás. Trunks passou a mão no rosto. Depois sentou-se no sofá com os cotovelos apoiado nas pernas e mãos segurando o rosto.

Pan ouviu tudo e vibrou com a discussão dos dois. Ela então percebeu que tinha todas as armas para acabar com aquele namoro. A garota voltou correndo para o quarto. Deitou-se na cama. A filha de Videl e Gohan teve alta no mesmo dia e foi para casa.

***

Assim que chegou em casa, foi para o quarto o celular e ligou para Trunks. A cada toque, o coração acelerava. Ela não sabia o que iria dizer, talvez ela não tivesse nada a dizer e que seu objetivo era de tão somente ouvir a voz dele. Quando ele atendeu.

– Alô! – falou Trunks, mas ela não respondeu – Pan? Está tudo bem? – e novamente não teve resposta – Pan, se estiver me ouvindo, responda, por favor!

– Oi – finalmente respondeu – Está tudo bem com você?

– Sim, está sim. E você?

– Estou bem também – durante alguns segundos os dois ficaram calados – Trunks, eu queria que viesse me vê. Eu estou doente e precisava conversar com alguém.

– Mas é claro que eu vou, eu vou jantar com Terlla, quando voltar, eu passo ai para gente conversar.

– Trunks, eu quero que você venha agora. Eu estou doente e preciso de você aqui.

Trunks hesitou, mas acabou concordando.

– Ok, chego ai em meia hora.

***

Gohan e Videl saíram naquela noite, no começo ele não queria ir por que a filha havia passado mal, mas a filha os convenceu de que ela ficaria bem sozinha. Como foi prometido, em meia hora ele chegou. Pan fingiu que estava doente, era a única forma que ela acreditava que o faria ficar perto dela. Ela atendeu a porta e fingiu está caminhando com dificuldades, usou maquiagem para que parecesse está pálida.

– Você está bem? – perguntou Trunks preocupado.

– Estou me sentindo um pouco mal.

– Cadê seus pais? Por que eles a deixaram sozinha?

– Eles tinham um compromisso muito importante, eu disse a eles que tudo bem de irem...

– Você não deveria ter feito isso...

– Eu sei, mas eu não queria que eles se preocupassem à toa.

– Não é à toa, você é a filha deles.

– Trunks, joga uma partida de xadrez comigo – disse Pan mudando de assunto.

– Jogar xadrez?

– Vai ou está com medo de perder? – perguntou a garota como se tivesse desafiando.

– Sério que você acha que vou perder – disse com quem tivesse aceitando o desafio.

***

Depois de uma hora e meia de jogo, o sayajin saiu vencedor e é claro que deu provocada na garota.

– Eu sou o melhor – disse cantando – você é muito ruim!

– Você teve muita sorte, eu quero uma revanche.

– Tudo bem, teremos uma revanche, mas em outro dia... tenho que ir agora.

– Mas já?

– Eu tenho um compromisso agora.

– É com ela, não é?

– Sim, a Terlla está me esperando, eu pedi para ir pegá-la mais tarde justamente para vir aqui te vê. Agora que você está melhor, eu vou vê-la.

– Certo, pode ir – disse um pouco decepcionada. Ele deu-lhe um beijo na testa e saiu. Ela queria muito que ele ficasse, por isso numa medida desesperada, ela caiu no chão, fingindo estar desmaiada.

– Pan, acorda – disse enquanto dava leves tapas no rosto dela para que ela acordasse.

***

– Ela não tem nada – disse o médico – Ela está muito sadia.

– Mas então por que ela desmaiou? – perguntou Trunks.

– Pode ser algo psicológico, mas para isso ela vai ter que fazer alguns exames.

– Entendi, posso ir vê-la.

– Claro, ela já até pode ir para casa.

Trunks entrou no quarto em que Pan estava.

– Bem, seus pais já devem está chegando e assim que eles chegarem, eu vou.

– Vai se encontrar com sua namorada?

– Não, eu não tenho mais namorada – aquelas palavras por um instante fizeram Pan vibrar de alegria por dentro, mas ela percebeu o olhar de tristeza do sayajin – Nós terminamos agora há pouco por que a deixei esperando para te socorrer.

– Então vocês terminaram por minha culpa – disse Pan se sentindo mal.

– Não foi sua culpa, foi minha. É que...

Nesse instante Videl e Gohan entraram no quarto.

– Filha, eu sabia que não podia deixá-la sozinha – Videl dizia isso enquanto abraçava a filha. Gohan também foi abraçar a filha. Trunks vendo aquela cena, saiu.

Pan chegara em casa triste, ela tinha alcançado seu objetivo que era de acabar com o namoro de Trunks, mas ela não estava feliz por isso. Ela estava sofrendo por ter visto a tristeza nos olhos dos sayajins, era o sayajin que ela amava e ele estava infeliz por culpa dela. Quem sabe realmente ele gostasse da Terlla e ela tenha atrapalhado a felicidade dele.

Pan chegara em casa triste, ela tinha alcançado seu objetivo que era de acabar com o namoro de Trunks, mas ela estava feliz por isso. Ela estava sofrendo por ter visto a tristeza nos olhos dos sayajins, era o sayajin que ela amava e ele estava infeliz por culpa dela. Quem sabe realmente ele gostasse da Terlla e ela tenha atrapalhado a felicidade dele.

***

Uma semana se passou e finalmente chegou o dia da festa de Pan. Durante todos aqueles dias ela nem viu e nem falou com Trunks. Os dois se afastaram. Pan se sentia muito envergonhada pelo que fizera. Ela sabia que tinha que corrigir o erro que cometera. Então ela ligou para ele, mas ele não atendia. Tentou a segunda vez e nada, na terceira vez ela decidiu deixar um recado na caixa postal:

“Trunks, sou eu Pan. Eu queria dizer que sinto muito por ter provocado o termino do seu namoro. Eu fiquei com muito ciúme quando vi vocês dois juntos. Então eu fingi está doente para te forçar a estar comigo e não com ela. E sabe por que fiz isso? Por que te amo muito, desde sempre. Mas me senti muito mal por ter te feito sofrer. Então, você pode voltar para Terlla e sejam felizes. E se não quiser aparecer no meu aniversário hoje, eu vou entender. Perdoe-me por tudo!”

***

Já era meia-noite e Trunks não havia esperado. Era a hora tão esperada. Pan entrou com um lindo vestido azul-turquesa que mostrava bem suas curvas e como ela não era mais aquela menininha e sim, uma linda mulher.

Pan dançou a valsa com o pai e já havia perdido a esperança de que Trunks aparecesse.

– Com licença, pode me dar a honra de dançar com sua filha.

A garota reconheceu aquela voz e seu coração bateu forte naquele momento. Imediatamente Gohan a entregou para Trunks.

– Trunks, você veio? Eu achei que não viesse – disse enquanto dançavam juntos.

– Por quê?

– Por causa do que eu fiz...

– Estou muito envergonhada.

– Acha mesmo que não estava percebendo seu joguinho? – disse dando um sorriso de canto – eu deixei me levar para vê até onde você iria. Ou você acha que não percebi seu ki enquanto discutia com Terlla na sala de espera.

– Então por que me evitou durante esse tempo todo?

– É que eu não queria admitir meus sentimentos, mas vi que era impossível te tirar de mim.

– E agora? O que a gente vai fazer?

– Acho que vou ter que ter uma conversa séria com seu pai, para saber se me permitir cortejar a filha dele.

Os dois sorriram um para outro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.