P.O.V. Blake.

Eu não podia estar mais assustada e confusa.

—Henrik o que tá acontecendo? Quem era aquele cara e o que ele queria comigo?

—Você era uma isca Blake. Aquele cara era o meu tio que por muitos anos eu pensei ser o meu pai.

—O que?!

—Minha irmã e eu fomos trocados na maternidade lembra?

—Sim.

—Tem que contar a verdade pra ela mano. Toda ela.

—Vamos chegar em casa primeiro.

—Que verdade? Do que ela tá falando?

—Vou contar quando chegarmos em casa. E você não vai poder voltar para a sua casa nunca mais.

—Porque?

—Porque o meu tio só conseguiu entrar porque você o convidou. Ele provavelmente te compeliu a fazê-lo.

—A gente tem que dar verbena pra ela. Urgente.

—Verbena?

—Impede que seja controlada. Toma Blake coloca essa pulseira, tem verbena dentro.

—Valeu. O que é isso de ser controlada?

—Chama compulsão. Podemos forçar a pessoa a fazer qualquer coisa e quando acaba ela não se lembra de nada.

—Temos que levar ela pra mãe. Se o tio Klaus fez alguma coisa com a cabeça dela a mãe vai saber.

—Quem é a mãe?

—Nossa mãe.

—Henrik cuidado!

O Henrik não parou.

—Vai atropelar o cara!

—Ele vai sobreviver. Vai por mim.

Ele pisou no acelerador.

—Toma essa híbrido desgraçado!

O cara fez o carro capotar.

—Blake? Você tá bem? Tá machucada?

—Eu não consigo mexer as pernas.

—Fica parada. Eu vou sair e virar o carro.

Virar o carro? Como?

Vi o meu namorado virar um carro com uma única mão. Ele pegou o carro como se fosse uma bola de praia.

—Henrik atrás de você!

O cara pegou ele pelo pescoço e o ergueu.

—Achou mesmo que poderia me vencer moleque?

—Ainda tenho certeza que posso.

—Henrik! Irradia!

Logo o cara tava no chão se contorcendo, como se tivesse levado um choque. Henrik entrou no carro e meteu o pé no acelerador.

—Quanto falta pra chegar em casa?

—Muito.

—Se corrermos chegamos mais depressa.

—Mas, a Blake não corre como nós.

—Carrega ela nas costas gênio!

—Tá. Vamos nessa.

—Correr?

—Sobe nas minhas costas e segura firme. Aconteça o que acontecer não solte.

—Tá.

Eles corriam a uma velocidade humanamente impossível. E logo chegamos á casa.

—Chegamos. Entra rápido.

Assim que passamos pela porta Hannah a trancou e uma garota exatamente igual a ela veio correndo desesperada:

—Meus filhos! Estão machucados? Ele os feriu?

—Não mãe.

—Mãe? Sério o que tá rolando? O que você é?

—Blake...

—O que você é?!

—Sou metade vampiro metade bruxo.

—O que?! Não, essas coisas não existem são apenas mitos para assustar crianças.

—Não são. Infelizmente não são, uma bruxa criou os primeiros vampiros e essa bruxa era nossa avó e a bruxa que criou os primeiros imortais é ancestral duma amiga nossa e os primeiros imortais do mundo também são nossos ancestrais assim como os originais.

—O que? Isso é muita doideira.

—Ela tá machucada mãe?

—Fisicamente, ela está bem, mas a cabeça dela tá entrando em parafuso meu filho.

—Porque aquele demônio tava atrás de mim?

—Por minha causa. Ele não é demônio, é o meu tio o primeiro híbrido de vampiro com lobisomem da história.

—Lobisomem?!

—A magia da minha avó Ester o fez vampiro, mas ele nasceu numa linhagem de lobisomens. Ele queria usar você para me atingir, é assim que eles fazem a família original joga sujo, eles são baixos, inescrupulosos na essência eles são como demônios, só que demônios são piores.

—Demônios também existem?

—Sim. Fadas, ninfas, sereias, metamorfos, transformos, mutantes, bruxas, vampiros, lobisomens, duplicatas.

—Duplicatas? O que são duplicatas?

—Eu sou duplicata como a minha mãe, minha tia, minhas ancestrais. Somos cópias humanas de Amara nossa ancestral imortal. Ela é o rosto que gerou milhares de duplicatas.

—Sósias?

—Não. Sósias tem diferenças entre si, duplicatas não. Sósias são parecidas, duplicatas são iguais.

—Só fisicamente já que temos nossa própria personalidade.

—Mãe, dá pra você verificar a Blake?

—Claro. Por favor, sente-se.

—Espera, ela tá usando verbena.

—Tira a pulseira rapidinho.

Obedeci e a mãe deles fez alguma coisa comigo e de repente ela soltou a minha cabeça que segurava entre as mãos.

—Ela tá limpa. Recoloque a pulseira, vou fazer chá de verbena pra você beber.

Eu bebi o chá sem nem perceber. Estava no piloto automático, eu estava surtando meu namorado é um bruxo vampiro.

—Como você virou vampiro?

—Eu nasci vampiro. Como a minha mãe antes de mim.

—Então...

—Não. Somos minoria, a maioria dos vampiros já foram humanos um dia e existem duas raças a dos meus avós que é mais forte e mais resistente e a do meu pai que é bom modelo ultrapassado.

—Estacas?

—Apenas a estaca feita com a madeira da árvore do carvalho branco mata um original, mas nos outros da raça deles qualquer estaca no coração funciona.

—E a outra raça?

—Essa não há como um humano matar. Apenas um outro vampiro da mesma raça ou uma bruxa é capaz de matá-los.

—E como se mata um desses?

—Não responda.

—Porque não?

—Niklaus está aqui. Ele seguiu a menina porque sabia que você contaria a ela como se mata um dos nossos.

—Desculpe, mas eu não posso responder. Pelo menos não agora.

—Tá. Eu acho isso bom, to meio sobrecarregada no momento é muita informação.

—Está com fome Blake?

—Não. Eu só quero dormir.

—Venha comigo por favor.

—Henrik?

Estendi a mão para ele.

—Claro.

—Podemos?

—Sim.

Era um quarto imenso, era a réplica exata do meu antigo quarto só que maior.

—Obrigado. Am, Henrik?

—O que foi?

—Pode por favor ficar comigo? Eu não quero ficar sozinha.

—Claro.

Tranquei a janela e a porta.

—Relaxa, eles não podem entrar sem serem convidados e temos um verdadeiro exército guardando a casa.

—É. Notei que haviam várias pessoas de olhos vermelhos guardando a casa, mas eles não estavam usando lentes estavam?

—Não.

P.O.V. Klaus.

Eles conseguiram escapar! E levaram a garota com eles.

Meu celular começa a tocar.

—E então Elijah?

—Eles conseguiram fugir. E os seus?

—Idem.

—Acho melhor desistirmos Niklaus, talvez dessa vez seja mais prudente deixar passar.

—Deixar passar?! Eles vão nos matar?!

—E daí Niklaus? Nós já vivemos mil anos, já vivemos aventuras incríveis, nos apaixonamos, nos magoamos, vimos coisas maravilhosas, fizemos coisas maravilhosas e coisas terríveis também. Tivemos nossos filhos, perpetuamos a nossa linhagem, garantimos a sobrevivência da nossa linhagem. Talvez esteja na hora de passarmos para o outro lado.

—Está desistindo?

—Estou. Estou cansado irmão, cansado de lutar eu quero descansar. Mil anos é tempo demais. Pense bem, Hope um dia vai morrer vai partir e vai nos deixar para trás, todos um dia partem menos nós porque somos os originais.

—Exatamente. Somos os originais.

—Talvez o Elijah tenha razão.

—Rebekah?

—Nik, o que a gente faz não é viver. É existir, eu nunca tive um namorado, nunca tive filhos, nunca tive amigos eu sou só. Nik somos sombras, vagantes brancos.

—Vagantes brancos?

—Isso. Somos como aquelas coisas do Game of Thrones, cadáveres que andam.

—É isso mesmo o que você quer Rebekah? Morrer?

—Antes morta que sozinha. Eu estou cansada de estar sozinha, estou cansada das pessoas me odiarem, de vocês, de tudo.

—De nós?

—É. Estou cansada das infindáveis ordens do Elijah, de suas promessas mal cumpridas, estou cansada de você me apunhalar pelas costas, estou cansada da nossa dinâmica familiar atual.

—Mas, eu sou a âncora para o outro lado. Se eu morrer o outro lado morre comigo.

—Então talvez seja o melhor. Todas as almas presas no purgatório serão finalmente libertadas.

—Eu acho que não. Essa duplicata é esperta demais pra isso, ela não se daria ao trabalho de me fazer a âncora para o outro lado só pra me matar.

—Eu desisto Niklaus. Não vou matar meus filhos.

—E eu não vou matar os meus. Não poderia nem se quisesse, afinal eu sei como é ter um pai que te quer morto e não farei essas crianças passarem o que eu passei e não permitirei que se tornem o que eu me tornei.

—Concordo.

—Eu não digo isso com muita frequência, mas considerando que vai ser a última vez que nos falaremos eu amo vocês.

—Nós também te amamos irmão. Apesar de tudo.

Eu viajei até a propriedade onde eles moravam e de lá de fora pude ouvir a duplicata dizer:

—Não responda.

—Porque não?

Perguntou a voz da garota a tal Blake.

—Niklaus está aqui. Ele sabia que você diria a ela como matar um dos nossos e por isso o seguiu até aqui.

Ela está errada.

A duplicata saiu.

—Não vou deixar se aproximar dos meus filhos.

Disse ela tomando a posição de batalha e com uma estaca na mão.

—Estaca de carvalho branco?

—Sim.

Ela fez uma cara de indagação.

—O que o fez mudar de ideia?

—Elijah.

—É mesmo? E desde quando você escuta alguém especialmente o Elijah?

—Eles são meus filhos e não são apenas meus filhos são filhos da Caroline também. E eu acho que nunca disse a ela, mas eu a amo e saber que ela teve esses dois lindos gêmeos me basta. Eles são filhos meus com a mulher que eu amo, jamais poderia machucá-los.

Ela olhou para mim como se me estudasse, como se procurasse alguma coisa.

—Finalmente. Foi um teste e você passou.

—Um teste?

Os meus gêmeos saíram.

—É. Nossas mães queriam saber se eram mesmo dignos de confiança e bolamos esse plano, o fato de que iríamos matar vocês foi uma isca, um truque de mágica.

—O que?!

—Feitiço do glamour. Uma ilusão tão poderosa que pode levar qualquer um a fazer qualquer coisa.

—Niklaus. Ainda está vivo, porque?

—Não fale nada. Está mesmo disposto a matar seus próprios filhos?

—Não. Eu jamais poderia machucá-los.

Eu queria falar, mas não conseguia.

—Porque não?

—Porque eles são meus filhos nossos filhos e eu te amo Renesmee Cullen como nunca amei nenhuma outra. Jamais poderia tirar a vida de qualquer filho meu e ainda mais de filhos que foram gerados em seu ventre.

—Aprovado.

—O que?

Ela estalou os dedos.

—Foi um teste Elijah. Eles queriam saber se éramos realmente dignos de confiança, a profecia da bruxa era falsa. Tanto Caroline quanto Renesmee queriam saber se seriamos capazes de machucar os nossos filhos para salvar nossa própria pele por isso fizeram um tal feitiço do glamour.

—Exato. Tatiana!

Uma garota aparece.

—Mas, está morta. Eu vi você cortar sua própria garganta.

—Feitiço do Glamour aquilo nunca aconteceu realmente. Foi apenas uma ilusão.

—Então...

—Você realmente lutou com meu filho, ameaçou sua namorada, fez o carro deles capotar e ele te eletrocutou e fugiu.

Mas, que merda! Ela enganou a gente.

—Pois é. Eu sou boa com jogos mentais. Entrem, sejam bem vindos a minha humilde residência.

Os portões se abriram para nós.

—Lembrem-se sempre deste momento. Gentileza gera gentileza e sangue gera sangue. Klaus é melhor ficar longe da Blake por um tempo.

—É concordo.