Depois de algumas doses do saboroso uísque e umas boas risadas, resultado da conversa entre eles sobre coisas banais, Temperance Brennan encostou suavemente sua cabeça no ombro de Seeley Booth. Quando a pele da antropóloga forense encostou na sua ainda protegida pela camisa, ele sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo e uma parte muito sensível de seu corpo se manifestou. Por mais que ele sentisse prazer tendo-a naquela posição, ele sabia que aquilo não tinha como seguir adiante, aquilo tinha de parar.

— Eu não quero ser estraga-prazeres Bones. Este momento ao seu lado está sendo maravilhoso, mas você não acha que já bebemos demais? Já está na hora de pararmos. Amanhã – ele consultou seu relógio – ou melhor, mais tarde teremos de ir ao trabalho.

—Não, não acho que bebemos demais. Não seja careta Booth, vamos continuar a beber e a aproveitar o momento! Veja como estou feliz! – ela comentou com voz já grogue.

— Isso não é verdade! Você não está feliz, você está bêbada. Nós estamos bêbados. Venha, eu te levo para casa – ele argumentou tentando levantar-se ao mesmo tempo em que pegava o braço de Bones, tentando levantá-la também. Não obteve sucesso. Os dois caíram juntos no sofá, Brennan sobre o colo de Booth.

Ambos sentiram a corrente elétrica que percorreu seus corpos. Foi Bones quem deu o primeiro passo. Ela, sem avisar, colou seus lábios nos dele e enlaçou suas mãos no pescoço de Seeley. Ele foi pego desprevenido, no entanto, a sensação de ter os doces lábios dela sobre os seus mais uma vez – sim, eles já haviam se beijado uma vez antes – fê-lo experimentar uma ida ao céu e voltar totalmente embriagado de amor.

Para Seeley Booth, um experiente agente especial do FBI, que estivera diante da morte diversas vezes, o sentimento que experimentava em relação a Temperance Bones era algo inédito – já estivera apaixonado uma vez no passado, no entanto agora era diferente - Com Bones, tinha vontade de protegê-la, de envolvê-la em seus braços, de fazer de tudo para que ela não sofresse mais. Se fosse possível daria sua própria vida pela dela. Somente agora havia se dado conta de que estava total e perdidamente apaixonado por sua parceira de trabalho. Não sabia ao certo em que momento se apaixonara, mas o que sabia e que agora admitia, era que esse sentimento era novo e sincero. Talvez tenha se apaixonado por ela a primeira vista e tenha sido tolo o bastante para não perceber que ela o completava. Teria sido o beijo responsável por aquela compreensão de seus verdadeiros sentimentos?

— Booth, quero você. Quero fazer amor com você – ele pensou estar sonhando. Devia estar sonhando. Ela repetiu:

— Quero fazer amor com você Booth.

Não era sonho. Ela realmente estava dizendo que queria seu corpo junto ao dela, ela queria fazer amor com ele. Era a realização de seu mais profundo desejo. Lembrou-se de que todos os seus amigos, Caroline, Sweets e até o pai de Brennan pensavam que eles estavam intimamente juntos. Ainda não sabia o porquê. Ainda que a ideia de fazer amor com ela foi absurdamente deliciosa, ele, cavalheiro como era, não podia aproveitar-se da condição em que se encontravam. Ele se viu respondendo:

— Você não sabe o que está falando Bones. Você está bêbada, eu estou bêbado! Isso não é certo!

— Sim, eu estou ligeiramente ébria, porém isso não afeta minhas capacidades mentais. Talvez somente um pouco – ela respondeu sorrindo – Eu sei muito bem o que desejo e nesse momento o que desejo é ter você comigo, dentro de mim.

— E se você se arrepender? Eu não me perdoarei se isso acontecer.

— Não me arrependerei, eu garanto. Sabia que estatisticamente as pessoas que bebem em demasia, geralmente não lembram do que lhes aconteceu no dia anterior? Fique calmo! Muito provavelmente nós não nos lembraremos de nada do que acontecer aqui. E se nos lembrarmos, o que acontece entre nós fica entre nós. Será uma espécie de segredo. Apenas uma noite para celebrar a derrota do ciúme – ela garantiu – De acordo?

Booth pareceu pensar por alguns segundos e por fim concordou:

— Trato Feito!

Em um acordo mútuo, Booth tomou os lábios de Bones em um beijo profundo, cheio de paixão. Eles se livraram de suas roupas com pressa. Ele lançou um olhar demorado para o corpo de Temp.

— Você é linda! – ele exclamou maravilhado – Perfeita!

— Eu sei – ela assegurou.

­Deixou-se conhecer o corpo glorioso, centímetro por centímetro. Deu prazer a ambos possuindo aqueles seios generosos e firmes, primeiro com as mãos, depois com a boca. Baixou as mãos e acariciou-lhe as costas, ouvindo a respiração de Bones se tornar mais e mais ofegante. Então desceu novamente as mãos e tocou-lhe as nádegas.

A pele dela era quente e macia, exatamente como imaginara. Ele a deitou no sofá – não havia tempo para irem ao quarto – sentindo o corpo desejoso sobre o seu. Suave, rendido. Os lábios de Bones responderam aos seus. Sedentos, generosos.

Eles se entreolharam. Moveram-se juntos. Primeiro um suspiro, depois um gemido. Bones encontrou músculo, a pele áspera de uma velha cicatriz e o gosto que combinava com seu paladar. Explorou o peito largo e quando Booth segurou os seios novamente, levando-os à boca, os braços dela tremeram.

Brennan sentiu o calor aumentar, percorrendo seu corpo como uma febre, até que a respiração estava curta e rasa. Podia ouvir a si mesma murmurando o nome dele repetidamente, enquanto Booth, com incrível paciência, a levava ao topo.

Seus olhos azuis estavam turvos de tanto desejo. Os lábios macios tremiam, assim como o corpo glorioso. Mesmo quando a necessidade de liberação o estava consumindo, ele continuou saboreando-a, até que finalmente, ele levantou-se, dirigiu-se até onde estava sua calça, pegou um preservativo, abriu-o, desenrolou-o pelo seu membro ereto e posicionou-se entre as pernas longas dela e, olhando-a fixamente, a penetrou.

Os movimentos começaram lentos, contudo aos poucos foram se intensificando. Bones arqueou as costas, agarrando-se ao sofá, o corpo inundado de prazer.

— Booth – sussurrou totalmente ofegante – Nunca... Não dessa maneira... Booth... – Brennan não sabia como ordenar suas palavras e pensamentos para dizer-lhe como aquele momento estava sendo maravilhoso. Perfeito!

Antes que ela pudesse falar de novo, ele cobriu-lhe a boca com a sua e amou-a. O ápice não tardou a chegar. Saciados, eles renderam-se ao sono. No dia seguinte eles resolveriam o que aconteceria, como seria suas vidas a partir de então. Por hora, ambos desfrutavam da doçura do momento que viveram. Por hora bastava apenas saber que aquela noite ficaria marcada neles para sempre, mesmo que eles nunca mais tocassem no assunto.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.