Brutos estava em cima de Beatriz e ela de joelhos, toda coberta por sangue, ele estava pronto pra quebrar o pescoço dela, Patrick segurando os braços e pés dela. Precisamos fazer alguma coisa. Caroline e eu nos jogamos em cima de Brutos. Já Magnus derrubou Patrick no chão. Beatriz gemeu de alivio e caiu no chão. Rolamos e logo nós cinco estávamos de pé. Um olhando pro outro. Todos os Rastreadores pararam de tacar fogo e fizeram um circulo em volta da clareira. Não sei se me sinto aliviada por ter alguns Pilares do meu lado ou não.

“Finalmente se juntou a nós, irmãos! Fico feliz com isso” cuspiu Patrick.

“Não posso dizer que estou feliz em vê-lo, irmão, pois estaria mentindo” rebateu Magnus.

“Peg, vai ajudar Beatriz. Cuidamos deles, pois isso é assunto de família!” disse Caroline. Nunca vi tão fria, chegando a ser sombria. Hora de agir.

Brutos e Patrick estavam bufando e gritando em outra língua. Fui em direção a Beatriz. Coloquei o braço de Beatriz em volta do meu ombro, quando toquei nela ela gritou, pelo visto havia ossos quebrados. Ela mal se colocava em pé, seu rosto estava com sangue e sujeira, seu corpo todo cheio de hematomas e sangue, seus olhos orbitavam. Até parar em mim e olhar pros irmãos.

“O que... que vocês estão fazendo?” perguntou.

“Estamos te salvando” respondi.

“Vocês não deviam fazer isso.” disse ela. Como assim? O que queria dizer com isso?

“Mestre, devemos atacar? ” disse todos os Rastreadores em sincronia.

“Rastreadores, se afastem!” ordenou Caroline. Eles não se afastaram “Obedeçam”

“Como se atrevem a não obedecer? Se afastem!” ordenou Magnus.

Rastreadores se aproximaram de mim e Beatriz. Seus olhos refletiam o fogo, eu era de novo, um premio. Caroline e Magnus gritavam em outra língua. Ela apenas se encolheu e eu fechei meus olhos esperando a morte. Coloquei seu corpo colado atrás do meu. Abaixei-me. Que coisa, voltei as mãos dos Rastreadores! Morrerei aqui, tão perto da minha família! Que madrugada...

Houve tiros e todos se afastaram. Abri os olhos. Os rapazes estavam ali. Ian. Meu Ian. Com armas na mão. Passaram correndo pelos Rastreadores, que logo, fecharam o cerco, agora com eles dentro.

“Como vamos sair daqui, agora?” disse Aaron.

“Pra que a pressa? A festa só esta começando. Então é verdade a existência de tanto humanos... seria um troféu e tanto” disse Brutos. Tomei o maior susto com essas palavras, eram as mesmas palavras que os Rastreadores usaram para mim...

“Você é um Rastreador” disparei contra ele.

“Muito bem minha jovem, sou o criador, fui eu que os criei e mestre dos Rastreadores” disse ele com o maior orgulho possível.

Aquilo seria um banho de sangue. Caroline e Magnus se uniram aos humanos. Formando um roda. Mas com costas com costas. Com Beatriz, desacordada no centro. Preciso fazer algo. Agora ou nunca.

“Ian segure Beatriz!” gritei, ele carregou seu corpo. Fui á frente.

“Muito bem, Peregrina, vejo que esse corpo é bastante forte.” Patrick.

“Peg não faça isso!” gritou Ian.

“Percebi também que seu amado esta bem ali.” disse ele apontando para Ian.

Dei um passo a frente, se ele tentar algo contra Ian terá que passar por mim. Esse corpo tem uma força que sinto pelo corpo todo, a adrenalina só fazia cada vez mais ser forte e destemida. Não tenho medo dele é como se o meu corpo quisesse brigar. Mas percebi, não era o corpo, sou eu!

“Como é a sensação de morrer na mão de um Pilar, ou melhor, dos seus Rastreadores?” perguntou ele “Rastreadores! Ataquem!” gritou.

“Sempre sendo um covarde, irmão” veio uma voz baixa. Consegui olhar. Era Beatriz tentando ficar de pé. Ian e Jared tentando ajuda-la.

“Irmãzinha, ambos sabemos que você não conseguirá...” começou Patrick. Ela tinha algo em sua mão começou a brilhar, ela apontou pro céu e a luz se tornou um canhão de luz, todos tiveram que tampar os olhos. Podia alcançar quilômetros na direção vertical. Impressionante.

“Estou devolvendo o favor que você me fez anos atrás.” disse ela e desmaiou. Jared pegou em seus braços agora. A luz apagou.

Fúria. Por Brutos, Patrick e os Rastreadores. Seus olhos era fúria total. Patrick chegou á minha frente e olhou em meus olhos. Cuspi na cara dele.

“Isso foi por ameaçar minha família!” sussurrei. Ele limpou o rosto e se afastou.

Os Rastreadores gritaram de raiva. Pareciam cachorros raivosos prontos pra atacar. Foram cercando cada vez mais. Humanos e almas morreriam juntos.

“Alguém, por favor, tem alguma ideia agora?” perguntou Nate.

“O único que manda nos Rastreadores é Brutos, mas duvido que vá nos ajudar” disse Magnus, olhamos para Brutos.

“Pense rápido, pois temos pouco tempo” disse Kyle. Todos andando para trás.

“Não sei se perceberam, eles vão atirar” disse Jared, com Beatriz nos braços.

Pensa, deve haver mais algum jeito. Os Rastreadores apontaram suas armas pra nós, senti a mão de Ian se entrelaçar na minha, apertei-a suavemente. Pensa, pensa, se Beatriz estivesse consciente...

“Somente uma pessoa é acima de Brutos” disse Caroline, seus olhos estavam imersos em pensamentos.

Antes de perguntarmos quem seria. Os Rastreadores carregaram suas armas. Tarde demais, fim de jogo. Virei e beijei Ian com todo amor que tinha, como se fosse nosso ultimo beijo e era. Quero morrer aqui, nos braços do meu amado. Ele retribuiu o beijo com a mesma intensidade ou ainda mais forte, rodeando seus braços na minha cintura e me apertando em seu corpo. Mesmo de olhos fechados senti uma luz se ascender. Esperei o fogo em mim ou a dor, mas nada. Será que morrer é tão fácil assim?