Topo do mundo

Sombras do passado, luz do presente.


POV Rose

Eu empalideci, um tofu perdia pra mim. A criança atingida era eu! Mas como. Essas coisas como ser atingida por uma luz que tem a energia de milhares de sóis não se esquece, como se esquecer de um número de telefone ou um E-mail. Eu estava e estou confusa. Sempre quis saber se eu tive um bom passado, e achava que a minha “amnésia” era porque eu tivesse uma péssima memória e era muito pequena, mas isso… isso não é passado. Tampouco deveria ser origem do que eu chamo de futuro, o que é o meu presente. O pior que aquela era mesmo eu, era meu vestido listrado rosa e lilás com minha sapatinha branca brilhando. E os meus olhos… era eu, era inconfundível. Nem se eu quisesse mentir. É incontestável.

Mamãe quero ir lá fora.”A minha versão menor disse soltando os materiais químicos apontando para a porta.

Não Rose, é muito perigoso. Tá vendo aquela luz, é perigosa. Nem eu chego perto. E por isso que deve ficar aqui, onde está segura, você entende minha flor?” Minha mãe disse no seu jeito terno. Eu senti lágrimas brota nos meus olhos.

“Sim mamãe.” Falei cabisbaixa com a resposta. Sempre fui meio cabeça dura.

Rose minha filha escute sua mãe, ok. Depois você vai tomar um grande pote de sorvete!” Meu pai afirmou me pegando no braço. Eu comecei a rir na gravação, sorvete é vida e meus pais sabiam disso.

Agora, papai tem que ir com a mamãe. Fique aqui.” Disse.

Muito bem Sr. Krei. Estamos prontos.” Meus pais disseram em uníssono ao mesmo.

“Não acho que ela deveria vir. Sei que ela é um prodígio, mas não acho seguro para a Rose.” Meu pai disse ao Krei antes de começar.

“Isso vai ser produzido em grande escala, para o portal. Temos que ter certeza que é seguro até para crianças. Não se estresse, ela é esperta, ficará bem” Krei afirmou. O experimento teve início.

Nível de energia e radiação estáveis.” Minha mãe afirmou no comunicador ao lado do seu rosto. Enquanto isso, eu mais nova estava na cúpula.

A mamãe esqueceu o crachá.” Exclamei. Eu peguei o objeto, e tentei sair. Porém, a porta estava trancada, porém eu peguei um pouco de pó não tóxico, coloquei um esparadrapo e abri com a última digital que tinha. Eu sou tão sem noção assim! Deve ter sido assim que eu sai. Mas, como tô viva é o que eu quero saber. Esse ponto eu já estava chorando litros, essa nostalgia, essas lembranças. Será que a vida não acha que eu já sofri o suficiente? Que eu não já chorei demais por causa do meu passado? Que a perda de quase todos que eu amava não bastava?

A essa altura também eu podia sentir o Hiro apertando minha mão de forma protetora. Protetor. Eles sempre foi assim comigo, só agora eu fui saber o motivo. Mas, sei lá… eu meio que já sabia e não queria admitir. Eu sabia também o porquê dele está fazendo isso. Ele sabe que eu estou abalada e preciso de apoio, eu não sou de ferro. Por mais que eu queira,ás vezes, ser. Ele chegou mais perto para me dar apoio moral que eu estava precisando,

Por onde eu vou?” Minha versão mais jovem indagou. Foi aí que aconteceu. A luz começou a sair do controle.

Sr. Krei a luz está começando a mostra irregularidade.” Minha mãe afirmou.

Algum problema?” O general perguntou.

Não nada demais” Ele disse. No entanto, a situação fugiu de vez do controle.

Sensores indicam perda de controle” Um cientista falou. Logo depois, o painel de controle explodiu. Todos os materiais começava a entra em pane.

Krei desligue isso já!” O general falou.

Mamãe!” Minha versão mais jovem berrou no lado de fora da sala de comando. Eu estava totalmente desprotegida e com o crachá da minha mãe na minha mão esquerda. No local, permanecia uma descomunal ventania, que fazia meus cabelos rodarem e a luz parecer um buraco negro que puxava matéria pra si. Era uma visão pavorosa. Nesse cenário de horrores, meus pais estavam apavorados e presos na sala já que tudo entrou em curto incluindo a porta automática. Já aqui, Honey estava levando a mão a boca de choque, Gogo com uma cara incrédula, Wasabi quase desmaiado, Fred sem reação, e eu, Hiro e Baymax, chocados.

Na gravação tudo ficava cada vez mais instável. Eu me segurava em uma mesa presente para não se chocar na luz, uma coisa que possivelmente tiraria minha vida em frações de segundos.

Krei, eu vou acabar com isso já” Minha mãe afirmou decidida querendo desativar tudo manualmente, parando em assombro em seguida.

Meu crachá!” Que azar! O crachá que desligaria tudo estava comigo.

Eu tenho que sair já Krei!” Papai disse sem paciência.

Não dá! Tudo entrou em curto. A luz vai explodir em segundos, não importa o que façamos!” Exclamou.

Rose!” Meus pais me chamavam desesperadamente. No lado de fora, eu ficava o mais longe que podia da luz. Até que chegou a um estado crítico. A luz explodiu. Eu tentei correr o máximo que pude, mas o impacto era inevitável. Meu corpo ficou cara a cara com a radiação, bom quase se não fosse por uma mesa que me protegia.

Assim que a claridade da explosão se dissipou, só restou uma sala em pedaços, materiais destruídos e uma menina desacordada. Ninguém fez nada nos primeiros 5 segundos. Após disse, minha mãe procurou loucamente até achar um botão vermelho que abria a porta manualmente, com mais calma ela pode pensar. Assim que isso aconteceu, ela correu até mim.

“Rose!” Mamãe gritou da porta. Ela correu até mim colocando minha cabeça em suas pernas. Eu não esboçava reação alguma.

“Rose…” Ela me chamou pálida. Foi aí que rolou uma as coisas mais bizarras que eu já vi (isso já tá virando rotina!). O chão começou a congelar e a luz se estabilizou. O chão inteiro ficou assim. Todos estranharam. Aí aconteceu o impossível, eu estava me mexendo. Cada vez que eu mexia o gelo sumia.

“Mamãe?” Disse fracamente, ela sorriu.

“Minha linda, você está bem?” Ela perguntou calma, mas visivelmente abatida e com medo.

“Onde… onde eu estou? O que aconteceu? Por que tem essa gente toda?” Eu indaguei. Minha mãe parou e pensou.

“Você estava dormindo, volta a dormir.” Eu não tava dormindo! Depois disso a gravação acabou. Eu estava arrasada e os meus amigos, apavorados! Estava sem fala.

— Minha memória.— Murmurei.

— Como assim?— Todos perguntaram em uníssono.

— Quando eu fui atingida, a radiação justo ao impacto deve ter provocado uma amnésia em mim. Por isso não consegui lembra até agora, isso deve ter afetado a minha cabeça e, consequentemente, minha memória.— Afirmei em tom pesaroso.

— Quer dizer que…— Hiro começou.

— Ela perdeu a memória.— Baymax completou.

— Agora nós sabemos o que aconteceu. Mas, não vamos para. Temos que fazer isso até o fim.— Afirmei. E não será isso que vai impedir de nós completarmos essa missão.

°°°

Certo eu não me recuperei 100% do choque que foi ver aquilo tudo mas, eu ia continuar, era a minha cidade que estava em jogo. As pessoas que eu amo, o lugar que eu cresci. Tudo não poderia existir mais. E não quero saber dessa possibilidade, não comigo viva.

— Você foi muito guerreira por não desisti depois de tudo.— Ouvi uma voz familiar. De quem mais poderia ser?

— Obrigada Hiro.—Disse meio sem graça. Agora que todo mundo sabe que eu sou meio… afim dele. Que eu quero enganar?! Eu sou totalmente afim desse completo irresponsável sem noção!

— Também acho.— Honey falou com um sorriso amigável.

— Enfim, não vamos mais falar sobre isso.— Afirmei.

— Então Rô, você está se sentindo bem?— Cara, o Hiro não sabe disfarça. Está estampado em letras maiúsculas na cara que ele quer faze milhões de perguntas!

— Pergunta logo.— Disse com ironia na voz.

— Como você tá viva?!— Ele disse com os olhos saltando pra fora.

— Ninguém sabe. Só sei que eu tô.— Falei pondo um fim a isso.

Nós andávamos tranquilamente até que aconteceu o que procurávamos.

— Gente — Baymax começou — Localizo sinais de radiação naquela direção.— Disse apontando a um caminho ao norte.

— Só pode ser…— A Gogo começou.

— Luz do infindo.— Honey terminou.

— Vamos.— Hiro disse começando a correr na direção do caminho. Nós formos atrás dele. Quando ele parou de correr, sabíamos que era pra nós irmos devagar. Esse sem noção parou bem no meu lado.

— Hiro você não sabe disfarçar.— Afirmei com um sorriso travesso.

— É. Pelo jeito me conhece muito bem.— O mesmo falou passando a mão na nuca. Eu soltei uma risada.

— Rose, eu sei que você não quer falar sobre o seu acidente, mas eu realmente admiro a sua garra. Eu achava que você era meio doida, só porque queria. Mas, não. Você ria pra não chorar. Teve uma vida muito difícil, mas nunca deixou de ser legal como você é.— Ele pegou na minha mão — Você é incrível. E vamos sair vivos daqui. Eu te prometo.— Eu sorrir.

— Olha gente, o amor é lindo e tudo mais, eu sei. Mas, deixa pra namorar depois que isso tudo acabar.— Fred falou. Gente que mico!

— O quê?! Não é bem isso…— Ele ficou vermelho assim como eu. Gente, ele fica muito fofo assim!

— Bem enfim, isso não vem ao caso agora, temos que continuar.— Hiro disse gaguejando.

— Não precisa ficar tão nervoso assim. Parece que nunca chegou perto de uma garrota na vida.— Brinquei com a situação.

— Não de uma como você.— Eles disse me deixando vermelha.

— Os seus níveis neurais estão altos — Baymax disse á nós dois — Vocês estão felizes.

Andamos e andamos mais. Até o Wasabi bater a cabeça em algo.

— Ai!— Ele gritou.

— Uma interjeição de dor. Wasabi, qual a sua queixa?— Baymax indagou.

— Eu bati em alguma coisa!— Ele exclamou massageando a cabeça.

— Impossível não tem coisa nenhuma aqui.— Hiro falou estendendo a mão para frente.

— Viu.— Disse tranquilamente.

— Por que vocês tão me olhando assim?—Perguntou.

— Porque você tá apoiado no nada.— Baymax respondeu tranquilamente. O Hiro se virou dando um grito.

— Que coisa é essa?!— Ele exclamou apavorado olhando para o ponto que ficou.

— Acho que é um campo de proteção!— Fred falou a nós. Ele estava certo, era mesmo um campo de proteção.

— Acho que deve ter um botão por aqui.— Todos nós começamos a procurar, mas nada, nem sinal de botão nenhum.

— Será possível! Fizemos tanta coisa, passamos por tanta coisa pra isso nos impedir!— Gogo exclamou revoltada.

— Nem me fala, como se abre esse troço!— Foi a vez do Wasabi reclamar.

— Tudo tem solução. Só não sei qual, mas tem!— Hiro disse otimista. Muito legal essa parte dele, porém até eu tô duvidando se tem alguma coisa aqui.

— Ei, o que é isso?— Indaguei. Era uma painel empoeirado. Antigo, mas ainda funcionavam. De metal, era de examinar DNA.

— Gente tem uma coisa aqui que vocês têm que ver.— Os chamei. Todos foram imediatamente onde eu estava.

— É um painel de DNA. E de digital. Acho que foi essa a proteção que os cientistas colocaram.

— Hiro você disse que quando chegasse aqui resolveria, agora resolve!— Baymax lembrou.

Ele examinou um bom tempo, viu os botões e…

— Não tenho ideia.— Disse com pânico na voz.

— Espera, os cientistas, não eram…—Gogo começou a fala e compreendi seu raciocinio.

— Meus pais. Eles que eram os desenvolvedores, o DNA é deles. Colocaram para ninguém nunca mais se machucar. Ou eu, se visse aqui outra vez, não me acidentar.— Pensei.

— Hiro, qual a margem de erro de uma máquina dessas levando a data de fabricação, instalação, local e propósito?— Gente me sinto tão chique falando assim!

— Traduzindo o que você disse, acho que a margem de erro para uma máquina dessas seria muito pouco, quase inexistente. Eu diria 0,1% de margem de erro. E não passa disse, se alguma cisa errada pegar aqui um belo sistema d proteção vai se ativar.— Afirmou irônico.

— Era tudo o que eu queria ouvir.— Eu estendia a mão para o escâner quando Hiro me impediu.

— Não faça. Você pode morrer se isso soltar uma descarga elétrica.— Afirmou preocupado.

— Hiro, eu tenho 99,9% do DNA dos meus pais e 0,1% é só meu. Essa é a margem de erro.— Afirmei, ele entendeu. Assim que fiz, a proteção desativou. Estávamos ais perto do que nunca de completar nossa missão.