Topo do mundo

Pesadelos, sonhos e realidades.




POV Baymax

Rose acordou assustada. Ela parecia que era um fantasma de tão branca que conseguiu ficar depois do pulo que deu quando acordou. Aos poucos, a sua cor pêssego voltou-lhe a face, mas a calma já não posso dizer o mesmo. Ela estava suando muito e os batimentos acelerados, a respiração estava intensa e piscava freneticamente, tudo indicava que ela estava tendo um pesadelo e um dos bem reais para ela se encontrar naquele estado perturbador e apavorante. Ela parecia distraída enquanto nós só a observava, nenhum de nós falava nada até Hiro perder de vez a paciência com o silêncio que se encontrava no ar:

–Rose você está vendo a gente? -ele falou, parecendo tirar a garota de um pequeno transe que se encontrava.

–Gente?O que acabou de acontecer?-ela falou pausadamente balançando a cabeça, sentada no colchonete enquanto nós sete: Eu, Honey, Gogo, Hiro, Wasabi, Fred e A senhora Cass a observava em circulo. Ela parecia confusa e pensando em algo.

–Você tava tendo um pesadelo, tava gritando apavorada. Deu um susto na gente. -Hiro afirmou preocupando com estado que ela se encontrava. Ele e eu, fomos os primeiros a acordar quando a ouvimos gritar, era um grito desesperador, aflito como se ela precisasse desesperadamente de ajuda. Ela não se acalmava de jeito nenhum. Aos poucos acordou todo mundo quando foi à vez dela acordar. Quando o Hiro a viu gritar que nem uma louca assim que acordou, foi à vez dele de ficar branco, ele permaneceu parado sem reação.

–Eu estava tendo um pesadelo, era tão real e... -ela parou de falar e recomeçou a frase. Balançou a cabeça em seguida.

–Enfim, foi só um pesadelo, desculpe por acordar vocês. -ela disse com calma. Nem parecia está gritando histericamente há poucos segundos atrás.

–Não precisa se desculpar querida, eu vou fazer um chá de camomila pra você. -a senhora
Cass disse acariciando o cabelo dela de forma materna, fazendo a mesma abrir um sorriso meigo de agradecimento.

–Obrigada. -Ela respondeu. Com certeza aquilo estava sendo uma noite um tanto incomum, de novo.

***

Depois desse alarme todo que aconteceu a noite, Rose disse que estava bem e que foi só um susto. Depois de muita insistência, quase uma guerra, o pessoal dormiu menos os relutantes, quem ficou foram: Eu, Gogo, Honey e Hiro. Nos fomos ao andar de baixo e saímos para a parte do café para relaxarmos um pouco, saímos de pijama mesmo já que a rua estava deserta e a luz estava ligada e as janelas entreabertas. Ficamos em uma mesa enquanto a Rô tomava um chá de camomila preparada pela senhora Cass que já estava na cama depois de perguntar se ela estava bem, se queria ir pra casa ou companhia.

–Gente, eu tô bem vão dormir. Eu estou bem, até estou indo pra cama. -ela falava. De acordo com a análise, ela é o tipo de pessoa que não quer preocupar os outros, mesmo quando a razão para tal estado. É muito nobre da parte dela, mas, humanamente falando, ela precisa de ajuda!

–A gente acordou com você gritando em um completo pânico. Eu quase tenho um ataque do coração com seu grito, eu pensei o pior admito. -Hiro pronunciou surpreso com a reação de resistência da Rô.

–Você ficou pálida quase branca, suada, a respiração acelerada e gritando até pular de susto, desde quando isso e tá bem Rô?!-Gogo falou retoricamente.

–Realmente, a gente acordou com você gritando apavorada. O que houve?-Honey indagou.

–Vou dizer o que houve; o pior pesadelo da minha vida foi isso que houve. -ela disse com certa irritação na voz por causa da insistência.

–Com que você tava sonhando?-Gogo perguntou.

–Com a... Minha mãe. -ela disse meio acanhada se levantando indo em direção da escada.

–Poxa, isso é embaraçoso. -Honey afirmou se levantando também.

–Não, tá tranquilo. Só quero voltar a dormir, certo. -ela disse bocejando.

–Certo. Está tarde mesmo. -Honey falou indo lá pra cima com todo mundo.

–Então você está bem mesmo?-eu indaguei a ela. A mesma respirou fundo.

–Eu vou ficar. -ela piscou pra mim de forma brincalhona pra mim. Ela subiu. Hiro fechou as janelas e luz do local soltando um bocejo alto em seguida.

–Vamos. -Hiro me chamou. E subimos pra dormir. Que dessa vez, ainda bem que foi mais tranquila para todos. Incluindo eu.

***

Depois dessa noite um tanto conturbada, nós dormimos e acordamos bem e em paz. Eu fui o primeiro a despertar. Como minha bateria estava cheia, pude me ativar. Todos ainda dormiam e vi uma cena um tanto fofa. O Hiro estava todo espalhado pela cama, roncando bem alto com as cobertas por todos os lados, e embaixo de um de seus braços estava o Mochi dormindo e no outro braço na mão estava um celular. Ele ficou com o celular na mão a noite inteira, depois do incidente se precisasse chamar a ambulância, ele não conseguiu dormir metade da noite e ficou enfurnado na garagem pensando nas melhorias e fazendo “só Deus sabe lá o quê”. Até o ponto que o vi dormindo pela bancada inteira, e até babando, e o levei pra cama. Ele se importa muito com a Rose, virou parte da nossa família e acho que pra ele, essa responsabilidade tem um peso maior por algum motivo. Ele acordou depois desse meu “pensamento”. Ele se espreguiçou e se levanta.

–Bom-dia Baymax. -ele falou abrindo os olhos ternamente e se espreguiçando.

–Bom-dia, galera. -era a Rose, também tinha acordado, ela se espreguiçou, sentando-se em seguida.

–Bom-dia. -todo o pessoal disse em uníssono. Todo mundo estava acordado.

–Miau. -era o Mochi, também acordou indo para o colo da Rose que acariciava ele o fazendo ronronar. Ela gostava muito de animais e de músicas e várias outras coisas.

–Vem cá Mochi. -Hiro disse chamando o gato que foi em direção ao garoto, que esboçou um sorriso brando a garota que fez a mesma coisa.

–Parece que todos acordaram. -a senhora Cass apareceu no quarto.

–Bom-dia tia. -Hiro deu um abraço forte na mulher.

–Parece que todos dormiram melhor, o café está lá embaixo. -ela avisou indo embora.

–Então gente, eu queria dizer algo muito importante. Hoje vamos dar um último acabamento nas nossas armaduras e nos preparar, porque amanhã vamos atrás da luz do infindo. -ele disse meio temeroso.

–Então vamos atrás disso mesmo?-Wasabi falou.

–È porque, seja lá o que o Callaghan queira com isso não vai ser bom. –Fred disse.

–Certo, mas como vamos pegar aquilo. Deve, ou melhor, vai queimar o que tocar. -Rose afirmou cruzando os braços.

–É por isso que eu passei a noite em claro, ou parte dela, fazendo isso. -ele mostrou um cubo de metal.

–Certo! O que é isso?-Fred perguntou confuso. Na verdade todo mundo estava assim.

–Isso e um cubo que, de acordo com os projetos da luz do infindo que eu pesquisei, vai sugar a energia aqui pra dentro com um imã. Não vamos nem precisar tocar. -ele explicou empolgado.

–Certo. Excelente ideia. - Gogo pronunciou.

–Olha, eu não quero ser chata, mas a entrada esta selada por DNA, como vamos entrar?-Honey se pronunciou.

–Eu cheguei à conclusão de que isso vai ter que pensar lá, pois vai ser mais fácil. –ele respondeu colocando a mão na nuca.

–Certo então vamos terminar logo com isso. -Wasabi falou.

***

Depois de eles trocarem de roupa e realizar os processos de higiene pessoal, descemos. A senhora Cass estava atendendo os clientes do café. Eram vários clientes mesmo, até pelo fato que aqui é o melhor café da região. Assim que a mesma nos viu, deu um abraço no sobrinho.

–Hiro, até que fim desceu. -ela disse abraçando o mesmo.

–Bom-dia, tia. -ele respondeu corespondendo o abraço.

–Bom-dia pra vocês também. -ela nos disse. Nós respondemos e como hoje seria um dia lotado de atividades, levamos o café à garagem. As armaduras estavam lá, assim como as armas, porém estavam escondidas. Nós tomamos café na mesa das invenções e ficamos conversando por um bom tempo antes de começar a trabalhar. Todos, incluindo eu, estávamos preocupados com o futuro, mas estando juntos, não tinha muito que temer.

Eles começaram a trabalhar. Depois de uma meia hora, todos estavam começando a suar e cada um estava em uma parte da garagem, que estava toda trancada depois de uma longa desculpa à senhora Cass, dizia que ia começar o trabalho de robótica. Todos se concentravam intensamente em seus projetos.

Rose estava totalmente focada em sua armadura, que estava quase pronto, e nas suas aramas que era um arco e flecha rosa e verde-água. Ela estava testando os botões do bracelete (que foi inspirado no seu incrível amor por pulseiras), que programava a aljava que estava cheia de produtos químicos e gota a gotas para ejetar o soro nas novas sementes. A armadura estava pronta e estava vendo o tamanho da aljava que ficava preso ao cinto. Eu fiquei curioso e fui perguntar como funcionava.

–Rose, como funciona a aljava?-indaguei a ela.

–Eu programo aqui-ela apontou aos botões do bracelete, programando em seguida – E as pontas das flechas saem aqui. –disse pegando uma das flechas.

–E você Hiro?-perguntei a ele que estava em outra parte.

–Eu estou trabalhando no seu soco e nos seus jatos. -ele respondeu com uma chave de fenda na mão.

–E quando eu acabar grandão, isso vai quebrar a barreira do som!-ele exclamou continuando seu trabalho.

–E Gogo, seu projeto?-indaguei a ela.

–Nada de mais, isso só vai ficar mais rápido que um tigre. Sem falar que vai ficar mais fácil de equilibrar e sem falar na potência do imã que vai permiti eu jogar a maiores distâncias. –ela disse de forma sarcástica, mas simpática no final.

–Honey, e você?- eu disse.

–Oi, Baymax! Eu estou programando para agora soltar duas ou três bolas de uma vez!-ela exclamou me mostrando os botões da tabela periódica.

–Wasabi, e você?-perguntei chegando perto.

–Ei, Baymax atrás da linha. -ele advertiu me fazendo ir atrás da tal linha.

–Isso. -ele disse ligando as luzes de plasma.

–Legal. -eu disse o vendo partindo uma maça em vários pedaços finos como papel.

–Fred... -eu comecei.

–Baymax, essa é minha obra prima. A ciência vai lembrar-se de mim por décadas. -ele disse fazendo uma pose heróica.

–Na realidade ela vai se lembrar de mim por décadas já que fui eu que fiz. -O Hiro falou enquanto via os jatos e conseguiu fazer todo mundo rir.

–Detalhes, Hiro, detalhes. -Fred disse não ligando ao comentário.

–Enfim, isso teve as molas ajustadas e vai pular mais alto, além do maior alcance do fogo. -ele falou empolgado.

–E parece que as melhorias estão indo muito bem por sinal. -Hiro comentou soltando um suspiro cansado.

–Muito bem. -Honey disse enquanto testava uns produtos químicos da bolsa.

–Acho que merecemos uma pausa, alguém que comer alguma coisa?-Hiro indagou.

–Sim!-todos exclamaram em uníssono.

–Não tem nada melhor que comida de graça. -Fred exclamou animado.

***

–Oi tia Cass. -Hiro falou à mulher que estava no balcão da lanchonete.

–Oi querido, como está o projeto?-ela perguntou terminando de atender um cliente.

–Está indo tudo bem, e que a gente veio fazer uma pausa. - ele afirmou.

–Estão com fome querem alguma coisa?-indagou.

–Até que um rango iria cair bem. -Hiro falou e todos os outros assentiram.

–Então o que querem?-a senhora Cass perguntou.

–Tia, eu vou querer um copo de limonada mesmo, construir acaba comigo. -Hiro afirmou cansadamente se sentando em uma mesa perto do balcão.

–Eu vou querer um suco de laranja. -Honey falou se sentando.

–Eu também quero um, por favor. -Wasabi disse, e todo mundo sentou em seguida.

–Eu quero um refri, por favor. -Fred afirmou.

–E eu, uma vitamina de morango. -Rose pediu vendo umas plantas do balcão.

–Ok. Volto já, podem cobrir o restaurante pra mim enquanto eu faço isso tudo?- ela pediu.

–Sim. -dissemos meio hesitantes. E fomos atrás do balcão. Por sorte ninguém chegou ou pediu nada, exceto um cara que quis um doce de morango, mas fora isso correu tudo tranquilamente, pelo menos na medida do possível.

–Moço, eu gostaria de um doce de morango. -um rapaz pediu chegando.

–Quem vai atender?-perguntei a eles fazendo o rapaz se assustar.

–Gogo?-Hiro sugeriu deixando o rapaz mais confuso.

–Ei, o estabelecimento é da sua tia, que atende é você. -ela falou autoritária. Fazendo o mesmo bufar.

–Olá, bem-vindo a lanchonete gato da sorte o que você vai... -ele começou a falar, mas o cliente não estava mais lá, eu o entendo, ele saiu correndo depois disso tudo.

–Querer?-ele completou com surpresa.

–Ignorado. -Rose falou irônica.

–Voltei. -a senhora Cass disse com uma bandeja cheia de bebidas.

–Que bom. -todos exclamaram. Em seguida, todos pegaram suas bebidas e foram, mas a senhora Cass nos chamou.

–Hiro, você está bem?-ela perguntou ao sobrinho que deu meia volta.

–Sim, por que não estaria. Eu estou estranho por acaso?-ele indagou desconfiando.

–Você parece mais... Alegre, de certa forma. Está tendo algo além do projeto que eu devesse saber?-ela perguntou alegre com a resposta.

–Não é que só estou me sentindo mais feliz, o tempo me mostrou que há motivos pra sorrir e ficar me lamentando não vai resolver nada. O tempo passa e você supera os problemas. -ele explicou contente com certo brilho nos olhos.

–Agora eu tenho que ir. Voltar pro projeto. -ele disse correndo me puxando. E por causa disso não ouviu a última parte.

–Não era bem a isso que eu me referia, Hiro. Não é coisa, e sim pessoa... -a senhora Cass disse sozinha.

***