Topo do mundo

Partiu Biblioteca!


POV Hiro

Depois da minha ideia, eu consegui pegar os dados de memória do Baymax e reproduzir a teia de arranha na tela que temos na garagem, era touch screen o que deixava mais fácil de manusear. Estava idêntica da ao vivo que vimos antes. Assim que fiz isso parece que a Rô reconheceu algum dos símbolos dos vários que estava lá assim como eu, eram emblemas de vários locais da cidade, incluindo laboratórios.

–Você os conhece?-eu perguntei a ela.

–Sim, são centros de lugares importantes e toda cidade Senhor Óbvio. -ela falou com uma dúvida irônica na voz. Estávamos com caras muito confusas.

–Por onde começar?-perguntei aflito com aquela bagunça. Ia demorar um tempão.

–Eu já sei onde começar e podemos procurar todos os símbolos de uma vez só e em um lugar só! -ela falou animada dando pulinhos.

–Então fala onde!-eu disse impaciente.

–É melhor falar quando todo mundo tiver aqui. Eu vou chamar a galera, me espera. -ela falou saindo da garagem.

Eu voltei a encarar a teia de arranha. Eu não queria cometer os mesmos erros de novo, eu não quero agir da forma infantil de novo. Mas não sei se vou me controlar, porque só de me lembrar do que ele fez a meu irmão... Isso não tem perdão! Tirar a vida de uma pessoa inocente sem razão, ele poderia ter o salvado, mas ele não fez porque não quis! Era a única pessoa que eu tinha da minha família. É claro que tenho a tia Cass, mas sabe não é exatamente a mesma coisa. E não permaneceria calmo se ele me tirasse o Baymax ou meus amigos. É a coisa que mais prezo na vida. Mas... Apesar de tudo eu não posso pensar assim, esse ódio todo não vai me faz bem. Não era isso que Tadashi iria querer, eu fiz uma besteira, vou defender meus amigos sim, entretanto sem morte e sem ódio. Mas afinal o que eu fiz; o que eu senti; aquele ódio todo não se originou nada mais do que... Desespero. O desespero que eu senti de saber que meu irmão foi salvar uma pessoa que não deu o mínimo a sua vida e o culpado de tudo. Perdi a cabeça, eu queria vingança. Entretanto eu estava agindo do mesmo modo que ele, aquele não era eu, perdi meu bom-senso. Não era o certo. Eu me arrependeria todos os dias da minha vida se o tivesse o matado. Graças ao Baymax eu não fiz essa burrada de proporções catastróficas. De todas as emoções e tudo que eu poderia ter feito, eu cai em prantos... Era demais pra min, eu não estava mais suportando, aquela tortura, aquele sofrimento.

–O que esta afligindo você Hiro?-Baymax me perguntou.

–Nada, só estou refletindo no passado. –disse fitando meu melhor amigo.

–Seu nível emocional parece está bem. Companhia de amigos faz bem a você. -ele falou explicando, acho que a historia de passado o fez lembrar-se da recomendação que ele me fez de ficar perto de amigos e parentes, ele estava completamente certo. Parentes... Tadashi o que eu mais queria era você aqui...

–Certo Baymax. -eu disse me levantando da cadeira onde estava.

Quando fui sair eu vi um desenho de uma rosa branca em um caderno, era o desenho da Rose. Rose. A garota que eu conheci ao acaso, na primeira vez que eu a vi ela jogou uma caixa na minha cabeça. Que recepção em... Mas como ela diria do seu jeito poético (eu conheço ela o suficiente pra dizer isso), todos têm seus atributos. Ela era doida, insana, sem noção ou sem qualquer senso de cautela ou consciência. Exagero? Tenho certeza não. Mas também adimito... Era corajosa, engenhosa, criativa, tinha um espírito livre e pode ser exagero da minha parte, mas eu nunca vi um só momento triste perto dela, ninguém se sentia assim, não que eu saíba. Ela tem uma animação, uma alegria contagiosa, pra uma pessoa que já sofreu tanto na vida era alegre e divertida. Não queria que mau nenhum acontecesse a ela ou aos meus amigos. Ela tinha deixado algumas coisas dela lá, entre eles seu caderno florido (a menina pra gosta de flores!). Era uma garota legal em ter companhia, como a Honey ou a Gogo, só que essa companhia tinha um preço. O Callaghan compreendia que era nossa amiga, e é lógico evidente que ele usaria isso contra nós, uma vida inocente; que pelo menos pra nós, era algo que tinha peso em nossas escolhas. Eu sei, meus amigos sabem e infelizmente o Callaghan sabe. Ela chegou com a galera.

–Então já estão todos aqui?-eu perguntei.

–Sim. -responderam em um uníssono.

–Então mocinhos, nos deixaram plantados no quarto. Descobriram algo?-Gogo perguntou se jogando um puff.

–Sim e não. -eu respondi com um ar de dúvida de min mesmo.

–Como assim?-Wasabi indagou confuso.

–Temos a teia de arranha, só que todo lugar e conhecido. -eu falei explicando mostrando a tela.

–E sendo assim todos os locais, podem ser o local possível. -Baymax falou levantando o dedo em forma de explicação.

–Ótimo vai demorar séculos pra verificar cada um do jeito certo. – Fred disse irônico sentado no chão.

–Não exatamente. - a Rô se pronunciou.

–Tá, qual é sua sugestão?-Honey perguntou. Eu sinto que e ela que gosta mais da Rose, todo mundo gosta, mas, eu acho que ela gosta como irmã mais nova, já que a mesma era filha única e sempre quis ser irmã mais velha.

–Não precisamos, já que fizeram esse trabalho pra nós. –ela falou cruzando os braços.

–Como?-todos indagaram, incluindo eu.

–Gente, onde procuramos as coisas sem ser na internet? –ela lançou uma charada. Eu não gosto de charadas desse tipo!

–Fala logo menina! Vou começar a hiperventilar. -Wasabi disse inquieto.

–Poxa vocês tão ruim, na biblioteca! Como os antigos faziam antes da internet, ou como gosto de chamar, antes de inventarem a diversão. –ela disse fazendo um movimento de mãos engraçado.

–Já que tocou no assunto porque não fazemos pela internet. -eu disse apresentando o computador da garagem.

–Porque apesar de maluco, o Callaghan ainda sabe hackear um computador. Ele pode fazer isso no seu se notar o que está procurando pode ser uma ameaça pra ele, ou até mesmo usar um sistema de rastreamento na gente, já que ele está procurando também. -ela falou em respostas. Raios! Ela estava certa!

–Então vamos à biblioteca, alguém tem algo contra?-perguntei.

–Não. -Wasabi disse.

–De jeito nenhum. -Gogo falou.

–Por que não?- Honey respondeu.

–De jeito nenhum, sem problema. -Fred concordou assim como todos.

–Certo, vamos até lá, mas antes vamos avisar minha tia, na última vez que sair sem avisar eu ouvi um senhor sermão. -disse lembrando-se do episódio da perseguição, não foi nada confortável.

–Nós levamos as armaduras?-Wasabi perguntou.

–Vocês têm armaduras?-a Rô perguntou surpresa.

–O que usamos em batalha não são roupas casuais. -eu falei em um tom zombeteiro.

–Tem mais alguma coisa que eu deva saber?-ela perguntou levantando uma sobrancelha.

–Bom o Hiro e nosso líder... -Fred começo, mas foi interrompido pela Rô.

–É serio?-ela disse surpresa de novo.

–Pois é. -falei irônico.

–Bem em relação às armaduras e melhor não levar. -completei serio.

–Então vamos?-continuei.

–Vamos. Partiu biblioteca. -Rô falou animada.

***

Depois de avisar a minha tia aonde íamos, pegamos o bonde da cidade pra biblioteca. Conversamos e concluímos que além de ser mais seguro, existem documentos mais antigos se o que procuramos for de muito tempo, vamos encontrar. Levávamos cadernos para fazer anotações do que descobrirmos, pois a memória não é lá muito confiável. Já que a van do Wasabi tá no fundo do mar (de novo! Culpa minha), pegamos transporte público. Quando eu disse que nunca mais ia pegar ônibus, não rolou isso acontecer, como depois daquela ocasião era o que o mais pegava pra ir à faculdade, além do bonde. Formos pela parte de fora do mesmo e a vista da cidade era linda. O pôr-do-sol deixava as primeiras luzes da cidade aparecer, a biblioteca não era muito longe, só se você fosse a pé. Conversávamos ao passar do tempo.

–Chegando lá o que vamos fazer?-Fred perguntou.

–Procurar os símbolos. -eu respondi.

–São vários. Esta ciente né?-Honey me inquiriu.

–É impossível que não encontremos, e na biblioteca é mais fácil. -eu disse; bem provavelmente era.

A viagem continuou, não andava de bonde faz um tempo. Esqueci como era boa a sensação. Eu ia de pé segurando na barra, fechei os olhos e senti aquele vento no rosto, a mesma energia quando eu voei no Baymax pela primeira vez. Eu observei que ele estava falando com o resto do pessoal. Juntei-me a eles e dialoguei também. Conversamos muito, fazíamos piadas e observações da vida (filosofando!). A viagem demorou mais que o esperado, então quase todos adormeceram com a calmaria do passeio. A ordem era mais o menos assim: Wasabi no ombro do Fred, no ombro da Gogo, no ombro da Honey, no ombro da Rô que estava em cima do Baymax. Todos dormindo confortavelmente, o vento batia nos cabelos de todos, inclusive o meu. Ver aquela paz fazia bem pra min, almejar as pessoas em paz, essa era a minha razão pra lutar. Não deixar aquela serenidade acabar. Eu olhava pra frente, encarando a paisagem junto ao Baymax.

–Baymax, você acha que o que eu fiz poderia ser evitado?-eu perguntei a ele fitando a cidade recém-iluminada.

–Como assim?-ele rebateu virando a cabeça para o meu lado.

–O dia que eu tirei seu chip de cuidados, Baymax não há um dia que eu não me culpe por ter feito isso!Eu to muito mal.-eu falei cabisbaixo, estava constantemente tendo sentimentos de culpa. Isso ainda acabaria comigo.

–Hiro, não precisa ter remorso, o pior não aconteceu. -ele falou.

–Mas poderia ter acontecido. Baymax eu quase fui um assassino! Eu não iria me perdoar nunca! -eu me apoiei também no Baymax e fiquei a encarar a vista da cidade. Eu respirei fundo e acabei adormecendo um pouco também.

***

Quando abrir os olhos; estávamos chegando, a viagem demorara meia hora no máximo. Eu me virei e todos ainda estavam dormindo; eu fiquei a observa meus amigos. E vi todos ainda calmos, percebi que ao meu lado, junto ao Baymax à Rose ainda dormia. Ela era engraçada dormindo, nem parecia à menina cheia de vigor que ela é, a garota que foi corajosa o suficiente para enfrentar o Yokai, ela salvou a minha vida e saiu ferida por causa disso. Ela também me lembrava de cada habitante da cidade, ela me lembrava do motivo de eu lutar. Eu fiquei a observa-la junto aos meus amigos, era calma, uma boa pessoa. Chegamos ao nosso destino, seria uma pena acordá-los.

–Gente, nós chegamos. -eu avisei a eles que começavam a despertar.

Todos eles acordavam lentamente e observamos nosso destino. Descemos do bonde e caminhamos em direção da biblioteca.

Gente é que biblioteca! Era a biblioteca da cidade e como era linda! Era um grande prédio com um estilo bem antigo, sua estrutura era ancestral, mais ou menos da época renascentista, a fachada era branca, com uma entrada circular, tinha grandes colunas de mármore e a escada tinha três corrimões. Era do mesmo tamanho da faculdade sendo maior um pouco, o movimento de pessoas era grande de todas as idades, subimos os degraus. Tinha uma placa da época da fundação, foi em 15 de abril de 1852. Ao entrarmos ficamos boquiabertos, era mais belo ainda! Livros era o que você mais via. Tinha grandes estantes, contendo milhões de exemplares de obras do mundo todo com iluminações laterais. Seria impossível não encontrar alguma informação aqui! As luzes laterais iluminavam o local, o teto era circular, havia varias mesas com computadores e um grande movimento de pessoas com lá fora, as janelas envidraçadas deixavam a luz natural entrar, o que deixava a duvida do porquê das luzes ligadas. E muitas pessoas lendo; não me diga senhor óbvio. Mais só tinha um problema. Era grande demais e vários lugares pra procurar.

–Esse lugar é enorme! Vai levar muito tempo pra procurar em todo lugar tipo... Uns mil anos. -Gogo falou irônica.

–Eu to com ela. -Fred disse olhando o lugar.

–Gente é melhor nos separarmos. -eu falei dando a ideia.

–E se a gente se perder uns dos outros?-Honey perguntou preocupada.

–A cada meia hora vamos nos encontrar aqui e revesar. Assim vamos trocando e cobrimos uma área maior. -eu disse, e como ninguém tinha uma ideia melhor.

–Quem vai ficar com quem?- a Rose perguntou com as mãos na cintura com um olhar de dúvida.

–A sorte que vai decidir. -eu respondi travesso pegando uma caneta.

Peguei uma folha e escrevi o nome de nós sete, sendo assim teria um grupo três pessoas e os outros dois de duas pessoas. Cortei e balancei os papeis na mão, rápido, o primeiro nome que saiu foi o meu. Então o grupo um tinha começado.

–Eu pego agora. -disse a Gogo. A próxima pessoa do grupo ia ser o Baymax (uhhh!). Então o grupo um ser eu e o Baymax.

–Grupo dois. -eu falei balançando mais os papéis.

Chegou à vez de a Honey tirar um papel.

–Rose!-ela falou animada abraçando a mesma, pulando. Arrancando risadas de todos, inclusive da Rô que abraçava a Honey também.

Depois foi a Rose, após da Honey solta-lá em seguida a muita insistência, não a largava de jeito nenhum. Ela pegou o papel da minha mão. Eu senti um arrepio leve atrás da minha nuca... Não pensem besteira! É a adrenalina demais por causa da situação e nervosismo em relação ao Yokai e a situação como um todo, e que nunca chego tão perto da mão de uma garota só isso. É serio nem da Honey nem da Gogo. Garota nenhuma. Não julguem! Só uma vez numa situação um tanto desagradável na fabrica.

–Honey saiu você. -ela disse alegre abraçando uma a outra; iam dar-se muito bem.

–Uhhh!-elas comemoraram. O grupo dois seria ela e a Rose. Sendo assim a equipe três ia ser a Gogo, Fred e Wasabi, foram os que sobraram. As equipes estavam formadas. Cada um foi para o lado, nos despedimos e cada um foi para sua direção. É eu só me lembrava dos pensamentos de hoje mais cedo na garagem e a mesma frase de Baymax no bonde: “Não precisa sentir remorso”.

“Será que eu realmente não preciso sentir”?...

***

Gente tem caroço nesse angu! Para as pessoas que acham que não tem ação, os próximos capítulos, vai ter treta! Muita treta! De tirar o fôlego, é só espera. A escritora me disse, é treta! É só esperar! Vai ter muita ação e descobertas! Da sua louca favorita. Beijos.*DJ com ma batida irada*.