Topo do mundo

Contra o tempo --- Parte 1


Pov Narradora

Olá povos e povas! Sou eu de novo. Vocês devem estar se perguntando, o que vai acontecer, e é por isso que estou aqui. Está bem perto de eu ficar sem emprego! Eu vou ter que me aposentar! Não! Enfim, choros à parte, eu vou narrar o fim dessa história que levou um bom tempo, sem mais delongas, eu vou realizar meu papel.

°°°

Todos ainda estavam em estado de choque com aquela notícia, o que não era pra menos. Uma máquina do tempo! O que ele poderia fazer, as coisas que poderia mudar! O rumo de tudo tinha a chance e mudaria drasticamente. O que poderia rolar era algo que metia muito medo.

― O que a gente vai fazer agora?― Baymax fez a pergunta que ninguém tinha coragem de realizar. Todos se entreolharam, nunca tiveram muito medo do futuro. Porém, tudo estava diferente. Esse cara era oficialmente maluco e um completo psicopata.

― Nós temos que resgatar a Rose primeiro, ela é a única que sabe desativar a luz sem se ferir ou ferir alguém.― Hiro afirmou tentando não transmitir o medo que sentia no fundo de sua alma. Ele não queria perder mais ninguém, não queria que a cidade perdesse mais ninguém, a imagem do pânico que tomou conta de São Fransokyo no dia do portal ainda ficava gravado na sua cabeça, até tinha pesadelos com isso volta e meia. No entanto, não tinha tempo pra se permitir sentir medo ou dúvida.

― Hiro, eu sei que você está com medo. Mas, tenta entender, o mundo não está em cima de você. Porque você tem a gente, nunca vai ficar só. E a Rô vai ficar bem, ela é uma menina forte e uma garota esperta e corajosa, ela sabe se virar sobre pressão. Por isso combina tanto com você.― Honey afirmou com um sorriso confiante no rosto, fazendo o garoto ficar um pouco sem jeito, por causa do final da frase.

― Eu sei, e que não tem como eu deixar de me preocupar com tudo que acontecer.― Disse com um rosto brando.

― Sei, e depois que vocês se beijaram fica mais difícil ainda.― Fred comentou.

― Fred!― Hiro exclamou com o comentário do amigo. Todos deram um risinho com o comentário.

― Vocês não são reais. Só vocês pra me acalmarem. Vamos acabar com isso.― Hiro disse mais confiante e bem-humorado. Todos se encolheram em uma cúpula de última hora. Eles estavam se entreolhando e decidindo o que fazer, pelo menos pra começar.

― Certo. Qual o plano?― Wasabi indagou. A pergunta que consagrou o individuo.

― Ótima pergunta, no ponto que eu queria.― Hiro afirmou fazendo os 4 ficarem surpresos com a resposta e o Wasabi com um olhar de “eu falei que minha pergunta era importante é um dia vocês iam reconhecer”.

― Primeiro nós temos que achar a Rô e tirar ela daqueles microbôs. Depois nós vamos levá-la até a luz do infindo para ser desativada. Nesse meio tempo, vamos proteger o perímetro pra que nada atrapalhe, qualquer coisinha e aquela coisa pode explodir. Após isso, vamos usar o cubo com finalidade de conter a radiação e escondê-la. O Callanghan volta pra prisão, salvamos a cidade e com muita sorte o tempo e o espaço não será alterado, alguma pergunta? Não, ótimo.―Hiro terminou com um sorriso calmo. Todos estavam sem reação.

― Você pensou nisso tudo agora?― Gogo indagou com um tom de pura incredulidade.

― Um ano de missões e se não soubesse fazer planos rápidos que tipo de líder eu seria?― Afirmou com um jeito ofendido.

― OK, você que sabe. Já temos o plano, então vamos colocá-lo em prática!― Fred exclamou com entusiasmo.

°°°

Rose estava brincando com uma das suas mechas castanhas, sentada no chão com uma cara de mau humor. Certeza que daria o troco no Hiro depois de ser a isca, a primeira missão oficial e já tem um azar como esse. Ele veria muitas plantas no laboratório por um bom tempo. No entanto, no fundo, não deixava de ficar preocupado com seus amigos, incluindo ele. Na boa, a frase seria “principalmente ele”. Não conseguia, melhor, não queria parar de pensar no que podia acontecer. Ela nunca, eu disse NUNCA, foi muito socializável. Assim, ela não era uma maluca que queria se isola de tudo e de todos, mas é que se prodígio tem seu lado ruim, nesse caso, a mesma sempre foi só. Nunca teve lá muitas amigas, era como uma nômade. Se acostumou ter a companhia de livros, desenhos e química. A sua imaginação era a sua melhor amiga. Sem os pais, ela aprendeu a se virar. Como Krei sendo seu tutor nunca estava em casa, cresceu com as uma das governantas em especial, Alana. Sempre foi a mais próxima da garota, e a única com quem tinha contato no tempo da depressão. Rose era ainda muito nova, tinha acabado de perder os pais. Resolveu se trancar no quarto, saia às vezes pra ir ao banheiro, ler ao ar livre ou simplesmente porque queria. Porém, a maior parte no tempo era no quarto, até as refeições eram no mesmo, já que afirmava que não queria comer na sala de jantar, alegando que seria somente mais uma lembrança que agora estava só. No entanto, depois de um ano, tudo resolveu-se. Krei queria chamar um médico, mas não tinha necessidade, o problema não era dessa natureza, o tempo passou. Lia muito ao ar livre, fora o fato de vez enquanto, ia até o jardim de sua casa, e fazia um piquenique para ler e comer, amava a natureza em que vivia. Seu jardim era florido e frondoso, amava o vento nos seus cachos. Ia muito nos telhados para sentir melhor a brisa, e via a universidade. Quem diria que conseguiria entrar, Krei dizia que sua vaga estava garantida, mas preferiu do método original e passou. E foi assim, no primeiro dia, conheceu a pessoa que mudaria seu jeito de ver tudo, e por sinal, também mudou o jeito de ver do mesmo. Ela estava no meio desses devaneios, quado ouviu um som de esperança.

― Rose?― Hiro a chamou no comunicador. Levantou-se e sua expressão mudou quase instantaneamente para radiante.

― Hiro, galera! Onde vocês estão? O que é para fazer?― Indagou. A garota sentia a adrenalina pulsando a mil nas veias. Só queria ver a cara do Callganhan quando escapasse, já estava pensando até em alguns trocadilhos pra dizer.

― Prepare as flechas. Vamos fazer história!― Hiro exclamou com entusiasmo.

― Não resistiu ao trocadilho, não foi?― A morena perguntou com sarcasmo.

― Foi!― Ele respondeu. De fato, que venha as tretas.

°°°

Honey, na escuta? ― Hiro perguntou a amiga que estava em um lugar estratégico. Ela se encontrava de pé, com uma pose heroica ereta só pra constar, em um dos telhados mais altos da rua, observando o perímetro.

Tudo limpo, Hiro. ― Respondeu jogando duas bolas químicas pra baixo, formando uma espécie de trampolim. Quando a mesma pulou, a reação amorteceu a queda e ela foi em direção ao prédio.

―Fred, Wasabi. Estão todos prontos aí?― Hiro indagou sobrevoando o prédio com o Baymax, os outros dois estavam na lateral do casarão que, francamente, estava caindo aos pedaços.

― Gogo, e seu perímetro? Tudo ok?― Dessa vez foi Gogo. Ela estava na porta dos fundos. Com os discos megalev, mais finos e o aumento do magnetismo, ficava mais fácil atacar.

― Rô, na escuta?― Indagou a mesma que estava ansiosa com o que aconteceria.

― Não imagina. Eu tô presa, obvio que estou na escuta. Mas, não por muito tempo agiliza aí, por obséquio!― Ela exclamou sem paciência.

― OK, estressadinha, vamos tirar você daí não se preocupe.― Hiro falou de modo reconfortante a garota.

― Não é com o resgate que eu estou preocupada. Se cuidem, não quero ter que visitar ninguém no hospital.― Afirmou desligando o comunicador. Do nada, Yokai apareceu. Rose fez um perfeito papel de quem não estava planejando nada.

― Olá de novo, você está confortável?― Indagou em deboche.

― Claro, eu amo ficar presa em uma cela desconfortável.― Rô respondeu.

― Que bom, minha convidada merece o melhor.― Rebateu em deboche.

― Eu não diria “convidada”.― Afirmou fazendo aspas com os dedos. Ele não deu muita bola ao que a morena disse.

― Por que está fazendo tudo isso?― Indagou segurando as mãos nas grades com dúvida. Realmente, qual o motivo de tudo? A garota estava com os olhos cheios de curiosidade.

― Qual o motivo de você querer saber?

― Você tem sua filha, está vivo, a cidade, não graças a você lógico, ainda está de pé e diferente do Krei, não tem mais ninguém jurando vingança contra você. Até o Hiro desistiu já dessa ideia. Então por que você ainda insiste nessa loucura? Sr. Robert, você tem problemas, precisa se cuidar. Eu sei que praticamente todo a sua vida foi pro vinagre, você perdeu tudo incluindo o respeito e admiração que a sua filha tinha por você. Mas, tenha consciência que tudo foi exclusivamente culpa sua. Eu imploro não faça isso, não tente brincar com o tempo, isso pode acabar com a realidade que conhecemos hoje, de uma forma ruim.― Ela falou sendo bem franca. A sua voz demostrava racionalidade absoluta.

― Você não entende. Do que adiantou isso tudo, vou mofar na cadeia até morrer, minha filha não quer nem mais olhar na minha cara. Eu vou concertar isso, não importa as consequências.― Falou elevando a voz.

― Isso inclui destruir tudo, inclusive pessoas inocentes!― Exclamou já com raiva. O instinto de altruísmo da garota sempre existiu, porém quando virou heroína, isso se desenvolveu ainda mais.

―Já parou pra pensar que quanto mais você tenta se aproximar da Abigail, mais você se distância? Ela quer te entender. Mas, os métodos que você usa, francamente, acha que ela aprovaria? Pense um pouco. Ela te ama, você é o pai dela, é e sempre vai ser a única família que ela tem. Mas, tem tanta convicção assim, que você merece o perdão que ela quer te dar se só faz burrada atrás de burrada?― A garota indagou. Pela primeira vez, nessa treta toda Callanghan demostrou uma ponta de arrependimento.

― Não importa o que você acha garota. ― Foi tudo que ele disse.

― Você pode não querer me ouvir, mas não pode deixar de ouvir seus próprios pensamentos. Sabe que sua consciência, se quer se você tem uma, está te acusando.― Disse friamente.

― Já chega garota! Você…― Ele disse em tom ameaçador para Rose que deu um passo pra trás assustada.

― Vai a lugar algum!― Uma voz exclamou― A não ser com a gente, ouviu?― Era Hiro.

― Você de novo moleque! Ainda não aprendeu a lição?― Perguntou colocando a máscara pronto para atacar.

― Não, eu sou teimoso e cabeça dura. Sou muito difícil sabe?― Respondeu em deboche fazendo Rose rir. Essa risada era música para os ouvidos do jovem, ficar apaixonado é o cúmulo.

― Tarde de mais Hamada, a máquina já está pronta, você não pode me impedir.― Yokai o desafiou.

― Vamos ver.― Honey afirmou fazendo duas bolas químicas de congelar e jogou na máquina do tempo. Ela era cilíndrica, grande e com um campo e controles que você escolhia o dia pra você voltar. E nessa altura estava toda congela, no entanto, não estava quebrada.

―Chega!― Um exército de microbôs começou a se aglomerar ao redor do mesmo, e quando isso aconteceu, um tentáculo deles foi arremessado em direção dos heróis que desviaram por pouco.

― Galera!― Rô exclamou em pânico― Já chega, isso maluquice!― Afirmou pegando seu arco e flecha, atirando uma no teto da cela, explodindo a mesma. Ela não fi afeta, já a cela…

― Fica longe dos meus amigos!― Gritou com coragem apontando uma das flechas de forma ameaçadora. Yokai balançou a cabeça em negação, e lançou um tentáculo de microbôs em direção da garota. Ela não sai do lugar, simplesmente soltou a flecha. Ela foi de encontro ao tentáculo e cara… assim que tocou, vários cipós apareceram formando uma corda enrocada gigante que por sinal, tinha ácido sulfúrico concentrado. Transformou os microbôs em poeira. Todos ficara atônitos com a magnitude do poder das flechas da Rô. Yokai não perdeu tempo, outro ataque. Ela correu desviando e atirando até aos amigos para ajudá-los. A mesma sentia a conexão entre ela e a luz do infindo, tanto que conseguia fazer luz ficar fraca e oscilar, o que quebrava o campo de energia na viagem.

―Hiro!― A morena foi até ele dando um abraço forte no garoto―Você está bem? Seu maluco quase me mata do coração! Tá feliz?!

―Melhor agora com você aqui.― Ele respondeu acariciando o rosto da menina.

― A gente existe também sabia?― Gogo reclamou.

― Eu sei.― Afirmou com um sorriso radiante.

―Yokai, sua viagem foi cancelada.― Afirmou depois de ajudar todos a ficarem de pé.

― Não resistiu o trocadilho não foi?― Hiro perguntou.

― Foi.