Nick e Judy não faziam a mínima ideia do que era a criatura na frente dos seus olhos. Ao olhar para ela através do vidro, só puderam confirmar que não se encaixava nos padrões da aparência de qualquer animal que conhecessem ou, até mesmo, que existisse. Ele era alto. Pelo menos 5 vezes mais alto que judy (dos pés à ponta das orelhas levantadas). Não tinha pêlo, ou tinha muito pouco. Apenas tinha cabelo na parte de cima da cabeça. Cabelo escuro, liso e cuidadosamente penteado. Tinha botas pretas militares, calças de camuflagem da selva e uma t-shirt branca. A pele era bastante pálida, e os olhos roxos escuro.

Nick e Judy olharam a criatura mesmo nos olhos. Ele permaneceu imóvel, como se nada se passasse.

"Ele não nos vê pelo vidro espelhado." Informou Johny. "Também não nos ouve. Mas consegue sentir uma presença."

"Ele está só ali parado..." Guaguejou Nick.

"Claro. Ele é uma máquina assassina, programada para se manter em completa serenidade em situações estranhas."

"Ele não parece assim tão forte." Afirmou Judy.

"Haha ! Exato. Não parece forte." Respondeu Johny. "A maioria dos predadores de grande porte pensaria ter chances contra ele. Mas não tem. O seu design foi inspirado pelos estudos feitos em primatas na guerra. Segundo as descobertas, o ADN dos macacos podia ter evoluído para algo semelhante. Mas, por alguma razão, não o fez."

"O que o torna tão especial ?" Questionou Nick.

"Bem, vejamos....estrutura óssea de titânio inoxidável, pele com ADN de armadilho, que o torna altamente resistente, fazendo que para ele balas disparadas sejam meros toques na pele, com capacidade de refletir as balas também. Os tendões e músculos das pernas são ADN de coelho e canguru, maioritariamente, o que o faz saltar vários metros, bem como correr a mesma velocidade que um carro desportivo moderno. Tem sistemas digestivo e respiratório equipados com filtros de alta qualidade que tornam quase impossível envenená-lo. Dentes afiados de aço pintado de branco e saliva com carácter 2 vezes mais ácido que o normal. O ácido do estômago é forte o suficiente para digerir partes de veiculos blindados. Os olhos têm equipadaos lentes capazes de visão noturna, e visão térmica. O cérebro é um modelo realista da mente, mas também um supercomputador capaz de arquivar toneladas de informação, tornar uma impossibilidade lógica para ele falhar um alvo quando dispara uma bala, e tornando-o num génio da comunicação ,matemática e informática. Tudo isto o torna em UMCFAT, Unidade Militar Compoturizada para Fins Anti Terroristas."

Judy e Nick tentaram focar a sua atenção nas palavras de Johny, mas continuavam fascinados com a criatura.

"Agora, a parte má." Falou Johny de novo. "Esta unidade tem um pequeno defeito na fabricação do cérebro que não conseguimos corrigir. Com comportamentos antisociais muito elevados, esta máquina de destruição revelou que são poucas as vezes que em ele é capaz de demonstrar empatia."

"Empa-quê ?" Perguntou Nick, obtendo olhares reprovadores.

"Nick, seu burro." Repreendeu Judy. "A empatia é a capacidade das pessoas de sentirem a dor dos outros. É por causa desse sentimento que nos sentimos tristes quando vemos outros sofrer."

"Exatamente." Concordou Johny. "E esta coisa é quase incapaz de a sentir. Portanto, ouçam bem. Vou libertá-lo e têm de seguir as instruções à risca. Primeiro: em nenhuma, nenhuma mas mesmo nenhuma situação o irritem ou demonstrem medo dele. Segundo: não se incomodem a tentar impedi-lo de procurar armas. Ele é capaz de matar pelas mãos. Terceiro: caso tenha de ser controlado, a única, e ÚNICA fraqueza é um eletrochoque diretamente no córtex cerebral, que o deve atordoar tempo suficiente para o trazerem para aqui. Estas paredes devem ser a única coisa que o mantêm preso."

"Eu tenho um mal pressentimento." Disse Judy, sacando do taser.

Johny ignorou as preces dos policias e abriu a jaula. O vidro que ocupava toda a parede dividiu-se em 2, soltando a criatura, que sem pressas ou preocupações caminhou até eles, dando ênfase à sua expressão monótona.

"Bem, bem, bem..." disse ele, numa voz tão profunda que fez os órgãos da dupla tremer. "Se não é a DPZ, a tentar meter-se na minha vida outra vez. Johny, quem são estes ?"

"São Judy Hopps e Nick Wilde, Tomazzo."

"Tomazzo ?" Perguntou Judy.

"Sim. Lembram-se do que eu disse ? Sobre ser italiano ?"

"Oh, pois..."

"Tomazzo Vincenti." Falou o soldado, dobrando-se para apertar a mão de Nick. "Para os amigos, Tom. Nick Wilde, presumo."

"O próprio." Respondeu ele, aproveitando a fala cuidada de Tomazzo para se sentir alguém rico e importante.

"E deve ser a menina...perdão. senhora Hopps. Encantado." Tomazzo olhou nos olhos da coelha uns segundos e pegou-lhe delicadamente na mão, fazendo Judt corar ligeiramente.

"Bem, ummm...e agora ?" Sussurrou Nick a Johny,

"O Unida...Tomazzo precisa de se adaptar à sociedade. Levem-no para Zootopia. Ensinem-lhe a cultura, vigiem-no a tempo inteiro e certifiquem-se de que não se mete em sarilhos. E se for preciso....hummm...vocês sabem....córtex," Tom pareceu perceber a intenção nas palavras Johny. Embora a dupla achasse que ele estaria a momentos de explodir de fúria, pois foi-lhes descrito como impulsivo e raivoso, ele permaneceu quieto e profissional.

"Tenho um péssimo pressentimento..." Susurrou Nick, ao ouvido de Judy.