Capítulo único.

Um mundo sem Okabe Rintarou...

Para ela, um mundo onde ele não existia era o mesmo que um mundo sem parte dela mesma. Porque não seria o mesmo mundo. Porque viver tendo a missão de esquecer a pessoa que ela mais amava era doloroso demais. Insuportavelmente doloroso.

Solidão.

Solitária. Era como seria uma vida sem ele. Era o sentimento que ela teria pelo resto da vida. Ter apenas vagas e meras lembranças dele era simplesmente insuficiente. Corrosivamente insuficiente. Seria uma vida incompleta, vazia. Seria insuportável.

Queimar as lembranças que ela possuía seria tortura. As poucas lembranças. Os poucos momentos que vivera com ele. Queimar as lembranças seria torturar o próprio coração. E ela não poderia suportar. Ela não aguentaria.

Porque o amor que ela sentia era intenso demais, real demais, verdadeiro demais. E ela queria compartilhar tantos sentimentos com ele... Ela queria criar tantas novas e outras lembranças. Boas. Verdadeiras. Reais. E com ele.

E ela teria coragem de sacrificar passado e presente por isso. Porque ela sabe que haveria sacrifícios. Sempre há. Mas ela queria viver. Viver co mele. Ela queria vê-lo. Ouvir a voz dele, ver o sorriso dele. Sentir o toque dele. E ele queria que ela vivesse. Mas ela queria que ele e ela vivessem. Juntos. Por muito, muito tempo.

Eles tinham tanto o que saber um do outro, tanto o que conhecer... Eles tinham muito o que compartilhar, muito o que viver. Ela não queria ter as lembranças de outras linhas de mundo. Ela queria novos momentos, em uma mesma linha de mundo, para que pudesse haver muitas outras lembranças. Reais.

E ela não sabia o que fazer... Ela apenas sabia que sentia o coração bater forte e incontrolável dentro do peito, como marteladas agonizantes.

Ela queria compartilhar sentimentos, palavras, momentos. E então ela só teria que correr. Correr ao passado e reparar os danos já feitos, minimizar os efeitos. E então eles teriam que correr para o presente. Para uma vida juntos. Uma vida em que ambos existiam e sempre estiveram lá.

E então eles construiriam um futuro. Juntos. Fazendo novas e outras lembranças. Se conhecendo sempre mais e a cada dia. E eles seguiriam em frente. Sempre em frente. Vivendo cada momento e escrevendo uma mesma história. Porque eles estavam ali. E então eles viveriam, sempre mais. Juntos. E compartilhariam sempre mais. Juntos. E eles se amariam sempre mais, cada vez mais. Sorrindo, chorando, cantando gritando, brigando. Vivendo. Amando.

Porque eles estavam ali. E continuariam ali. Juntos.