Together

The new enemy is invisible


- Arrume uma mala, você vai passar um tempo comigo Mars. - As amigas estavam na Baker Street. Jennifer ia dizer que isso era desnecessário, que Davis não iria fazer aquilo.

Era o que ela ia dizer, mas nem ao menos ela acreditava nisso.

Só que Mars não teve tempo de dizer nada, Madeline não era uma pessoa fácil de mudar de idéia e, considerando o fato que Jennifer estava com medo pela amiga, já que Davis as viu juntas, deixou ela achar que a loira fazia aquilo pelo bem próprio.

Como se ela se importasse.

Seria uma ótima morte. Assassinada. Oras, quem queria morrer sem ser lembrada?

Ambas saíram do 221B e pegaram um táxi. Jennifer conferiu o motorista, havia escutado a história do Study in Pink, e desde então, olhava todos os motoristas de táxi.

- Vamos, amanhã é sexta e poderemos aproveitar. Tem uma festa de começo das férias na casa de Luke e não tem maneira nenhuma de ambas não estarmos lá Mrs. Mars.

- Você sabe o que eu acho dessas festas.

- Você costumava gostar.

- É antes de conhecê-lo. - Disse a jovem, abaixando o olhar. Ela não conhecerá ninguém novo, não namorará, nem se interessará por ninguém e isso frustrava a jovem ruiva.

- Pelo amor de Deus Jennifer. Sherlock era um grande homem, provavelmente o amor da sua vida, mas ele morreu minha querida, e ele não gostaria de vê-la assim. Ele queria vê-la feliz. - Ela apenas concordou, segurando as lágrimas. Madeline estava certa e ela sabia. Ele iria querer que ela fosse feliz.

- Temo que seu tempo nas sombras esteja terminado meu querido irmão. - Mycroft disse, chegando no apartamento em que Holmes estava vivendo. O moreno ergueu o olhar do jornal, tentando compreender.

- O que quer dizer com isso Mycroft? Aconteceu alguma coisa? Jen está ferida?

- Eu toco no assunto do mundo lá fora e ela é a primeira pessoa que passa em sua cabeça não? Pois bem, não, Jennifer está bem, por hora. - O Holmes mais novo olhou o irmão, preocupado. - Davis escapou da prisão hoje mais cedo. Jonh acabou de me ligar, ao que tudo indica Jen já está sabendo disso.

- Ele vai matá-la... - Sher disse para si mesmo.

- É a teoria. - E Sherlock Holmes sabia que Jen nem tentaria se salvar, porque, para ela, morrer era se encontrar com ele.

Preciso salvá-la.

Sexta feira, esse é um dia aclamado por qualquer um que esteja cursando a faculdade de Direito. Madeline acordou de bom humor, mesmo depois da perseguição do dia anterior. Aquilo não a afetava, ela até gostava e era por isso que estava na faculdade de Direito. Ela queria ação.

Já Jennifer se levantou atrasada, só acordou quando Mad jogou-lhe um copo de água, e pegou uma roupa qualquer. Não tomou café ou se preocupou em ficar muito arrumada, ela só queria que aquele dia terminasse logo.

Na realidade, ela só queria que sua vida terminasse logo.

- Vamos, já estamos atrasadas para primeira aula, mas pegamos a do Lestrade. - Naquela tarde ela teria que ir a Yard, provavelmente ela deveria contar o que havia acontecido na noite anterior, mas não iria. Ela não precisava de uma sombra.

O dia passou rápido, ela nem ao menos se lembrava o que havia feito na Yard durante a tarde. A festa, que antecipava as férias, era daqui meia hora e ela nem havia começado a escolher a roupa. Era uma noite quente do fim da primavera e ela preferia voltar para o 221B e ficar por lá. Quem sabe ver alguma coisa na TV, ou ler algum livro pela décima vez, mas com toda a certeza do mundo, o que ela menos queria, era o que ela ia fazer naquele momento.

Ir a uma festa.

Madeline estava praticamente pronta. Jennifer achou melhor se vestir logo ou perderiam a carona da atual paquera da ruiva. Jen optou por um short preto com tarraxas pratas que cobriam a metade dele, uma regata preta e uma jaqueta de couro preta também. Colocou um All star cinza escuro, prendeu os cabelos em um rabo alto e fez uma maquiagem pesada em apenas alguns minutos.

- Bem, não posso dizer que você não está linda. Posso dizer que você está diferente. - Madeline, em seu vestido rosa e sua sandália de salto alto dourada, disse.

- Estilos diferentes minha cara, vamos, ou seja lá quem for que vai nos dar carona, vai ficar impaciente.

Ambas desceram e, o garoto abriu a porta para Madeline. Já para Jen, ele deu uma olhada torta e a ignorou. Na faculdade ela era conhecida como a sabe tudo, literalmente, ou seja, as pessoas tinham medo de se aproximar dela, já que Mars poderia descobrir qualquer coisa em um piscar de olhos.

Não demorou mais do que alguns minutos para chegarem a casa de Luke, que estava cheia de gente da faculdade, como Jen chamava. Desde os calouros mais descolados, até os veteranos, todos estavam ali na festa.

- Bem, eu vou ali com Gabriel pegar um ponche e Jen... - Mad disse, se aproximando da amiga, - não faça besteira, sim?

- Como se eu fosse fazer isso Mad, sou uma santa... Você não vê minha auréola? - Mars disse, juntando as mãos como se fosse rezar e fazendo Covington revirar os olhos e rir.

Minutos depois de Madeline deixar a jovem loira sozinha, Jen já se encontrava no bar, com o segundo copo pela metade de Vodka e energético.

- Então a sabe tudo sai de casa. - Ela escutou uma voz sedutora dizer. Se virando encontrou o veterano Luke Berrigan. - E não brinca em serviço. - Disse ainda, apontando o copo.

- Não é como se eu fosse santa. - Ela respondeu. O homem que estava à sua frente tinha 23 anos, de olhos castanhos e cabelos negros arrumados para o lado. Tinha um porte físico de um jogador de Rugby, já que ele era o capitão do time da faculdade, estava se formando no curso de engenharia e vestia uma camiseta vermelha e um jeans escuro. Jen estava pronta para fazer sua mágica quando estancou, não quis. Ela estava tentando parar com aquilo. Parar de analisar as coisas com a mente que ela tinha há um ano atrás.

- Agora eu vejo. Pelo que sei, você é a preferida do Lestrade em toda a faculdade.

- Oh, sim. Mas é porque temos história. Ele já me prendeu e tudo. - Ela disse, virando o segundo copo, exigindo o terceiro.

- Você já foi presa?

- E fui fugitiva. Digamos que santa será a ultima coisa que serei chamada em meu velório. - Luke riu. Um sorriso de tirar o fôlego... Jen sacudiu a cabeça, afastando o pensamento.

- Então a espertinha não é nada do que os outros dizem.

- E o que os outros dizem sobre mim?

- Ah, que você é uma sabe tudo irritante, pode contar a vida de uma pessoa com o olhar e que provavelmente será presa antes de se formar.

- Oh, eu sou tudo isso que dizem sobre mim. Isso e mais. - Ele não pode deixar de rir.

- Também dizem que você era a atual namorada de Sherlock Holmes antes...

- Eu não gosto de falar sobre isso.

- Mas...

- Eu realmente não gosto. - Jen fechou a cara, apertando o copo entre as mãos. Ela fechou os olhos e se concentrou em não chorar.

- Eu o conheci. - Foi o que o moreno disse.

- Como? - Ela disse, abrindo os olhos. Era evidente as lágrimas que estavam em seus claros olhos. - Você conhecia Sher?

- Não... Eu conhecia Moriarty. - Aquilo realmente a surpreendeu. - E é por isso que eu sei que era tudo mentira. O que os jornais falaram sobre ele. Sobre ser tudo inventado para ele ganhar fama. Moriarty... Era impossível uma pessoa fingir ser daquele jeito... Você o conheceu?

- Oh sim. Ele matou meus pais, me torturou e tudo...

- A garota que apareceu para toda a Inglaterra era você?

- Yeah, eu ainda tenho algumas cicatrizes. - Ele se aproximou dela. Muito mais do que qualquer um. E pela primeira vez, durante um ano, ela não afastou.

- Não deve ter sido moleza.

- Não, não foi... Mas, eu aprendi que a vida vai te derrubar muitas vezes e você só têm que... Pegar uma vodka e erguer a cabeça. - Ela ergueu o copo e o virou.

A noite passou naquele estilo, Jen não achava mais Madeline, o que, provavelmente, deveria a preocupar, mas não o fez. Ela poderia ligar para Jonh e pedir então que ele a levasse de volta ao 221B. Mas antes que tivesse essa oportunidade, Luke disse:

- Sua carona já era?

- Isso ai! Eu vou matar aquela ruiva quando eu vê-la. Mas tudo bem, posso ligar para...

- Pode dormir aqui se quiser. - Ele disse. A festa já havia terminado, só sobrara o casal. Mars encarou o garoto e sorriu, sem nem ao menos saber o porque. O que era estranho vindo dela, porque por mais que tentasse, ela acabava analisando um pouco as coisas e ela sabia. Sabia que o reconhecia de algum lugar.

Queria eu ter uma super memória.

O negócio é que Jennifer estava bêbada e sem condições de pensar direito, Luke não parecia ser perigoso e ela não queria que Jonh a visse naquele estado ainda mais sabendo que Davis estava por ai perdido e caçando-a.

- Posso aceitar, mas já vou avisando-o: eu estou sendo caçada. - Luke riu.

- E eu sou um ótimo lutador, vamos, podemos dividir a cama. - E então o garoto a ajudou a subir as escadas.

No meio de tudo, em quanto ela tirava a regata e o short e colocava uma camiseta dele e ele saia do banho, ambos se beijaram. Ela não conseguia se lembrar muito bem, afinal, sua mente estava entorpecida pelo etanol que havia ingerido noite passada. O que não era pouco. No final, ambos dormiram na mesma cama e ela não o afastou quando ele a abraçou no meio da noite.

Ela apenas se sentiu... Feliz por um momento.