Bruno’s POV

Entro pelos corredores do hospital, vendo os médicos passando pra lá e pra cá, com medicamentos e curativos. Laura tinha sido socorrida ainda no local pela equipe que estava com ela. Fiquei desesperado quando eu a vi desmaiando e sangrando muito. Eu precisava ficar calmo.

Laura passou duas horas na sala de cirurgia, para a remoção da bala. Fiquei apreensivo, parecia que um minuto era um ano para mim. De vez em quando olhava para Brendon, que estava muito nervoso e tenso. Os pais da Laura estavam no hospital também, tentando saber de informações. Cléo, Phil e os meninos da banda e os garotos do Panic! At The Disco também se encontravam no hospital. Todos desmarcaram seus compromissos e apresentações para ficarem perto da Laura. Estávamos ansiosos para saber se a Laura estava se recuperando, já que ela teve que ficar em coma. Por causa do tiro.

Já se passavam dois dias e eu não conseguia pregar o olho. Eu ficava sentado nas poltronas do hospital, não estava comendo e bebendo direito. Mais um momento naquele hospital, pra mim seria uma tortura.

- Bruno... – Era o Brendon. – Cara, por que você não vai pra casa e descansa um pouco. Você não está bem.

- Fica tranquilo, Brendon. Irei ficar aqui olhando a Laura.

- Bruno, a Laura tá em coma. Eu sei que ela pode acordar a qualquer momento, mas você está deixando de cuidar da sua vida. Tipo, você está sem tomar um banho decente, sem dormir. Vá pra casa, você está pilhado.

Do nada o médico chega.

- Alguma informação, doutor? – Pergunta Brendon.

- A Laura está sendo forte e está reagindo. Tem alguém que tá iluminando a vida dela, foi sorte a bala ter se alojado a um cm da artéria aorta. Tem alguém torcendo por ela. Bem, alguém quer ir lá vê-la?

- Eu! – Eu e o Brendon exclamamos.

- Bem, deixa o Bruno ir primeiro, depois eu vou. – Brendon coloca a mão no meu ombro.

- Mas você é o noivo, é prioridade...

- Não. Mas o Bruno merece mais do que eu. – Brendon olha para mim. – Vai lá cara. Eu vou depois.

- Obrigado. – Agradeço, pegando em sua mão.

- Por aqui Sr. Hernandez. – O médico me guia até a UTI do hospital.

Quarto 715, esse era o quarto que a Laura estava. Tive que entrar de capa, touca, luvas e máscara, já que ela estava em alto risco precisava desses cuidados. Entrei naquela sala mal iluminada, vi Laura toda entubada, respirando por aparelhos. Queria desabar ali mesmo, nunca imaginei vê-la naquela situação. Via ela sempre feliz, sorridente, alegre e cheia de vida. Tinha duas crianças dependendo dela para viver e ela assim.

Fui chegando mais perto, peguei na mão dela e comecei a falar o que eu tinha guardado durante muito tempo.

- Laura, eu sei que você passou por muita dificuldade, teve que aguentar muita coisa. Mas saiba que eu sempre estive aqui, sempre te esperei, sempre te amei e nunca te abandonei esse tempo todo. Fui fraco e deixei que acabassem com o nosso namoro. Agora você sabe que não lhe traí por querer, que a Sarah armou tudo para acabar com você. Fiquei esse tempo todo com a Sarah para tentar suprir o que faltava em mim. Pensei que ela fosse ocupar o lugar que você deixou, mas não. Eu fui tolo e burro mais uma vez, menti pra mim mesmo que eu poderia te esquecer. Vi você passando por cima de tudo e indo atrás do seu sonho, você sempre batalhou pelo que queria e fazia isso sorrindo, feliz. O Brendon te ajudou a se reerguer do mesmo jeito que você o ajudou a curar a dor que a Sarah deixou nele. O Brendon fez coisas para você que eu queria ter feito, mas eu não podia. Ele virou seu companheiro para o que precisar, agradeço a ele por ter cuidado de você. Sempre quis estar perto de você, eu queria cuidar de você e das nossas crianças. Queria te dar o amor e a alegria que o Brendon te deu. Você não sabe o quanto dói ver você assim, machucada. Sou eu que devia estar no seu lugar, sou eu que deveria ter levado esse tiro. Você não sabe o quanto eu sofri esse tempo todo longe de você. Queria que você estivesse acordada, para eu dizer o quanto eu te amo e como eu sinto a sua falta... – Apertei a mão dela, chorando.

Do nada, Laura responde meu gesto, apertando minha mão.

- B-Br-u-no... Você está aí? – Laura abre os olhos e começa a falar, fraca.

- Meu Deus, obrigado por tudo. – Agradeço a Deus pela prece atendida. - Estou aqui meu amor, calma. – Tiro o inalador do rosto dela.

- Nunca vou te deixar, nunca te abandonei, sempre te amei, nunca te esqueci. – Laura começa a chorar, apertando a minha mão. – Eu fiz isso porque te amo, não queria ver você se machucando...

- Fica tranquila, você não pode fazer esforço. Fica calma. Você está segura, está bem.

- E minhas crianças? Como elas estão?

- Elas estão na maternidade, mas eles estão bem, pegaram uma infecção, mas estão bem.

Laura pega no meu rosto, chorando, olha para a janela do quarto. Brendon estava parado, olhando a cena. Olho para a janela também, Brendon sorri, positivamente.

- Queria não ter acreditado no que a Sarah fez. Sempre prejudicando os outros. O que aconteceu com ela? – Laura pergunta, prevendo a resposta.

- Laura, a Sarah não resistiu. A Linda foi presa e o corpo da Sarah foi movido para Londres. – Bruno baixa a cabeça.

- Que pena. – Laura acena para que o Brendon entre.

Alguns minutos depois, Brendon entra, do mesmo jeito que a equipe médica mandou, trajado em roupas hospitalares.

- Você está bem? – Brendon pergunta. Dou espaço para ele ficar perto dela.

- Bem, não estou. Mas estou melhorando. – Laura sorri. – E você?

- Estou bem. Bem aflito. – Brendon ri. – Bruno, pode ir pra casa, você precisa descansar. Eu fico aqui com a Laura, precisamos conversar.

- Tudo bem, eu já ia deixar vocês a sós. – Beijo a mão de Laura. – Volto mais tarde.

- Tudo bem. – Laura fala.

Saio do quarto, deixando Laura com Brendon. Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, Laura ainda está com o Brendon e foi revelado que eu sou pai das crianças. Não irei decidir nada, já que isso é muito precoce, a Laura irá decidir o que irá fazer daqui pra frente. Cabe a ela escolher qual o destino que quer seguir.

Entro no carro, pensando no que eles poderiam estar conversando lá dentro. Enquanto dirigo, passo em uma lanchonete para comprar algo pra comer. Depois de algum tempo, chego em casa e vejo todo mundo reunido. O que me surpreendeu até então.

- E aí Bruno. Como está a Laura? – Phil pergunta.

- A Laura acordou, está se recuperando. – Falo, me sentando na poltrona.

- E agora Bruno? Como você e a Laura vão se resolver? – Urbana pergunta.

- Isso fica nas mãos dela, é complicado, mas ela vai saber o que fazer. Espero o tempo que for necessário.

Fim Bruno’s POV


Laura’s POV


- Diga, o que quer conversar? – Laura pergunta.

- Laura, eu escutei tudo o que Bruno falou pra você enquanto estava no coma. Ele o ama mais do que tudo e a Sarah estragou tudo isso. Vocês poderiam estar casados agora e poderiam estar criando seus filhos normalmente. – Brendon fala, com lágrimas nos olhos. – Agora eu pergunto, como a gente fica agora?

Veio-me turbilhões de pensamentos, estava indecisa quanto a isso. Eu sabia que eu teria que escolher entre um dos dois, mas não tão rápido. Respirei profundamente e falei a minha decisão.

- Brendon, você me faz muito bem. Ficou do meu lado nos momentos que eu precisei, fiquei do seu lado quando você precisou. Você me ajudou em muita coisa, cuidou de mim e da minha gravidez, da produção do meu CD... Você é um anjo na minha vida. Acho que você já sabe qual a minha decisão né?

- Sim, e a apoio com toda a firmeza. – Brendon sorri. – Vocês se amam de verdade e não quero atrapalhar a felicidade de vocês. Agora que o sofrimento acabou e não tem mais ninguém para impedir vocês, o que me resta é ver quem eu amo feliz.

- Não fala assim. Parece que você está se culpando por tudo isso... – Pego na mão do Brendon. – Me promete uma coisa... Mesmo não sendo mais namorados, você vai ficar perto de mim sempre? Vai continuar sendo aquele amigo que eu nunca tive e que vai me ajudar e apoiar em tudo?

- Prometo. – Brendon cruza os dedos.

Estava feliz por isso, o Brendon é uma pessoa legal e merece uma pessoa legal e que o faça feliz. Ele vai encontrar e eu tenho certeza.

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Se passou um mês depois da minha internação, estava saindo do hospital confiante e mais feliz. Bruno estava ao meu lado e Brendon também, segurando a bolsa das crianças. Tudo estava perfeitamente bem e voltou tudo ao normal. A imprensa estava eufórica tentando saber como que começou a perseguição contra a Sarah, o sequestro dos gêmeos e o volta do meu namoro com o Bruno. Não queríamos falar mais nada a respeito e resolvemos viajar para o Havaí, para ficar mais perto dos pais do bruno, conhecer melhor a família dele e acertar algumas coisas a respeito do novo álbum do Bruno, que ele resolveu terminar no Havaí.

Minhas crianças estavam lindas e fortes, eles se chamam Elvis e Gina. Bruno escolheu Elvis por causa do Elvis Presley, e eu achei essa ideia linda. Escolhi Gina porque sempre gostei desse nome, eu queria me chamar Gina, mas não tive a sorte de ser chamada assim.

Estávamos jantando quando Bruno se levanta da mesa para falar alguma coisa.

- Mãe, pai. Vocês já conheciam a Laura por intermédio da imprensa, por ter trabalhado comigo na turnê e por ter me envolvido com ela na maior parte do tempo.

- E por ter me dado dois belos netos né Peter? – Pete começa a rir, me fazendo soltar um riso. Bruno fica vermelho, mas continua a falar.

- Bem, isso já é previsível... Mas é melhor fazer isso logo antes que alguém leve a Laura de mim. – Bruno tira um porta-anel do bolso, abrindo para mim. Um anel de brilhantes que eu nunca vi na vida.

- Ádrya Laura Winchoffer Siebra, aceita se casar comigo?

- Se eu dissesse não, estaria louca. – Bruno sorri. – Aceito sim.

Bruno me beija com ternura, a gosto da família dele, que aplaude o momento. Me senti feliz, realizada. Estava noiva de quem eu amo e pra mim era isso o que importa naquele momento. Tudo estava ficando perfeito, deixei de lado o CD e voltei a ser a Laura de sempre.

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