– Não. Ela deve ter ido à faculdade resolver alguma coisa. – Eu pensei.

Fui tomar um banho e fui fazer aquele velho brigadeiro de panela. Sentei no sofá e liguei a TV, resolvi ligar para a Cléo e só dava caixa postal, já era quase 18:00 e nada dela chegar, eu estava já pra entrar em desespero, quando eu penso que ela ia demorar mais, ela acabou chegando com um mooooooonte de sacolas

– Boa noite dorminhoca! – Como sempre, jogando as sacolas em cima do sofá.

– Cléo, pra onde você foi que eu liguei para teu celular e só dava caixa postal? – Me levantei do sofá e me dirigi à cozinha.

– Oué, fui as compras! Além disso, comprei aquela roupa que você adorou quando estávamos passando por aquela loja lá no centro. - Ela falou tirando o sobretudo, a blusa bordada de cor preta e o short jeans que eu amei.

– Ah Cléo, só você mesma! Por isso que te adoro! - Beijei o rosto dela e a abracei. - Agora que temos roupas novas, que tal a gente se arrumar e ir jantar fora?

Cléo concordou fazendo sinal de positivo. Enquanto eu me arrumava, a Cléo banhava. Eu usava o modelito que a Cléo comprou para mim, menos o sobretudo. Ficava mentalizando como esse momento iria ser mágico, nunca pensei em ver um show ao vivo do Bruno, além disso, esse show vai servir para eu ver o método americano de tocar nos instrumentos de sopro.

Eu já estava pronta quando a Cléo saiu do banho, ela se trocou rápido, passou a prancha na sua franja e descemos para a garagem, para pegar o carro.

Fomos para um restaurante de comida brasileira, pedimos nosso prato preferido, feijoada, comemos e ficamos conversando um pouco, quando eu me levanto dou de cara com o Phil.

– Oi Laura! Vai ao show?

– Oi Phil, vou sim, estamos indo para lá agora - Cléo olhou para mim e suplicou que eu apresentasse o Phil a ela, o que eu não faço por ela né?

– Phil, essa aqui é a Cléo, estou morando na casa dela enquanto eu me adapto a cidade.

– Muito prazer. - Phil olhou para ela de cima para baixo. - Muito bonita sua amiga, Laura.

– Imagina, são seus olhos. - Corada, Cléo o agradece pelo elogio.

– Phil, precisamos ir, queremos ficar na frente!

– Eu também estou indo, tenho que ir pra lá também. - Disse ele limpando os óculos. - Nos encontramos lá.

Nos despedimos e o Phil saiu com um segurança, enquanto nós fomos pagar a conta, fui pegar o carro e seguimos para o show.

Chegamos ao Hollywood Bowl umas 21:30, já estava lotado, para qualquer lado que eu olhasse, eu via alguma fã com uma foto, camisa, ou CD do Bruno. Ajeitamos-nos em um lugar privilegiado, dava pra ver o palco inteiro e era na frente do Bruno.

22:00, 22:15, 22:30 e nada do Bruno aparecer, Cléo estava impaciente.

– Laura, se ele não aparecer até as 23:00, a gente vai embora! - Ela ficava roendo as unhas enquanto falava.

– Cléo, para de roer as unhas! Ele vai aparecer, espere um pouco! - Falei pegando na mão dela e tirando da boca.

Não demorou muito e começamos a ouvir alguns sons de guitarra, as fãs só faltavam pular a grade de tão loucas que estavam. Quando começou os acordes, as cortinas se abriram, o Bruno vinha entrando e eu estava gritando o nome dele, ele focou o olhar em mim, eu fiquei corada, mas mesmo assim retribuía os olhares dele, começaram com The Other Side, depois o Phil entrou e acenou para nós. Eu estava com vontade de beber e fui atrás de algo pra tomar. Eu e Cléo tomamos duas garrafas de smirnoff, foi o suficiente para me deixar mais a vontade. Quando começaram a cantar Runaway Baby, eu e a Cléo só faltávamos fazer as coreografias, cantávamos e dançávamos sem saber se amanhã vamos estar inteiras. Bruno e Phil olhavam soltavam gargalhadas, com isso, o Bruno falou enquanto estava trocando o instrumento: "You guys are very crazy!"; Sim! Somos muito loucos, dou créditos à vodka que eu tomei (risos).

Quando o palco ficou escuro, Cléo comentou.

– É agora que eu vou chorar mesmo! - Colocou a mão no meu ombro, esperando começar a próxima musica.

Quando escutamos os primeiros toques, gritamos que nem loucas, era Talking to The Moon, os hooligans acompanharam o Bruno num coro só, todo nós ligamos nossos celulares e ficou perfeito essa hora, o Bruno olhava maravilhado e agradecia imensamente ao público pelo carinho. Ele voltou a olhar para mim, senti uma coisa diferente dentro de mim, não sabia bem o que era isso, mas é uma sensação boa, plantaram algo dentro de mim que eu nunca senti na minha vida, aqueles olhos castanhos me penetraram com doçura, todo o meu conceito sobre ele se confirmou. Quando os nossos olhos se encontraram, eu senti isso.

Depois do show, voltamos para casa, Cléo estava toda besta por ter conhecido o Phil, tava gamada nele e ela não escondia nada, quando chegamos em casa, a única coisa que eu fiz foi me jogar na cama. Agradeci a Deus por ter me proporcionado um momento tão bonito como aquele da minha troca de olhares com o Bruno, nunca vou esquecer-me do brilho daqueles olhos tão bonitos.

Perdida nos melhores pensamentos acabo adormecendo e a Cléo acaba vendo que eu estava dormindo, mas sorrindo.

– Ah Laura, tomara que você consiga alcançar seus sonhos!

Vejo Cléo fechar a porta, agradeço mais uma vez a Deus e acabo dormindo.

Acordei com uma mensagem de voz da Cléo, acabo vendo, mesmo com sono.

– Boa tarde, liguei para avisar que você está atrasada para a prova prática da banda, se cuida logo, senão você perde a audição do curso, é as 15:00. Beijos, Cléo.

Olhei para o relógio, era 14:30, me levantei depressa, tomei meu banho, almocei qualquer coisa e desci para pegar um táxi para me leva até a produtora.

Não consegui nenhum táxi, teria que ir de pé até o centro, comecei a correr com meu instrumento e poupando minha voz para não ter problemas na hora de cantar.

Atravesso a rua e acabo encontrando uma pessoa...