Nos dias seguintes, as coisas fluíam razoavelmente bem, fui encarregada de varrer os camarins e a Capela da Ópera; sinceramente, não nasci pra isso. A Prima Donna é completamente temperamental e me acusou de roubo várias vezes e ainda ri da minha cara depois de descobrir que o objeto supostamente roubado estava todo tempo em sua mão.

Um desses dias, estava eu terminando de limpar o camarim da excelentíssima senhora, quando notei algo no espelho; curiosa que sou, cheguei mais perto para examiná-lo e notei que o vidro estava deslocado. Não fui eu, juro! Encostando avassoura na parede, empurrei o vidro um pouco mais, e encontrei no chão uma bela rosa vermelha, aberta, envolvida por uma fita de cetim preta - um arranjo singular. O que estaria fazendo lá? O que havia com o espelho, será que havia mágicos no teatro? Ri com esse pensamento.

Tomei a rosa do chão, depois a colocaria num vaso com água, não deixaria largada lá. Porém, não voltei ao camarim, estava disposta a descobrir de onde vinha aquele presente, a desvendar os mistérios da Ópera. O chão estava molhado e havia ratos, no entanto isso pra mim era irrelevante e continuei a jornada, até me deparar com um cavalo negro. Céus, com certeza há alguém vivendo aqui embaixo... Uma sensação ruim me desceu pela espinha, mas já era tarde pra voltar, não queria voltar.

Andando um pouco mais, eis que havia um barco num lago reluzente, não havia porque não entrar nele e ver até onde levava, e foi o que fiz. E, fui levada a um recinto repleto de velas, bustos de ouro e bronze vendados, bonecos de papier mâché, uma caixa de música em formato de realejo com um macaco persa tocando pratos e um magnífico piano. Oh meu Deus... Um homem estava ao piano...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.