25 de junho de 2009

“O astro pop, Michael Jackson, é internado depois de uma parada cardíaca. As atenções estão voltadas para o hospital de Los Angeles. Alguns dos jornais mais importantes dos Estados Unidos afirmam que ele está morto”.

Eu me lembro que apenas aquelas palavras foram o suficiente para acabar comigo completamente. Eu nem fiquei ali pra terminar de ouvir a notícia. Corri pro meu quarto, tranquei a porta, me joguei na cama e chorei como se fosse o fim de mundo. Bem, e era pra mim.

Eu tinha 9 anos na época, jovem demais para sofrer do jeito que eu sofri. Hoje tenho quase 17, e ainda sinto a mesma coisa quando paro para pensar nisso. Claro que não deixei de viver por isso. Vou para escola, para festas, tenho amigos, uma religião (evangélica, com muito orgulho), mas o que eu senti naquele dia foi indescritível. Foi como se um pedaço de mim houvesse sido arrancado. Eu costumava sonhar que um dia o encontraria por aí, na rua, no mercado, em qualquer lugar, e eu o abraçaria e diria que o amava. Mas esse sonho foi arrancado também.

Não posso dizer que não sou feliz com a vida que tenho, pois sou e muito. Eu tenho meus pais, um apartamento enorme, e minha melhor amiga, Anna. Mas ainda sinto que falta algo. Sei lá, um vazio.

E o que me faz sentir ainda pior é que eu sei a causa da morte dele, e não posso fazer nada para reverter. Aquele maldito acidente, quando seu couro cabeludo pegou fogo durante as gravações de um comercial da Pepsi. Foi aquilo que o deixou viciado em remédios, e foi isso que o matou.

Ah, se eu pudesse voltar até aquele dia e mudar tudo o que aconteceu, quem sabe ele ainda estivesse vivo?

Mesmo sabendo que não tem a menor chance disso acontecer, eu continuo tendo essas ideias malucas na cabeça.