Na escuridão da noite o céu de cor roxo escuro era iluminado por lua e estrelas que tinham seu brilho desperçebido pelas altas copas de árvores, dentre algum lugar na mata 3 figuras caminhavam: as duas masculinas (Alex e Aimé) seguiam a direção da ninfa Lisa (que de acordo com ela mesma sabia de um lugar pra abrigar as duas almas humanas na sua terra). Inicialmente ela só queria sair pra se aventurar numa caça noturna diária envolvendo acabar com monstros de lama que viviam por aí a noite e voltar antes que seus pais descobrissem (mas só quando se sentia estressada demais). Mas agora tinha esses dois estrangeiros inter dimensionais, ela estava disposta a ajuda-los até que ela pudesse leva-los a uma ajuda mais adequada, mas ela também estava em dúvida se foi uma boa ideia (apesar do hábito de ninfas de serem cordiais) e o caminho estava parecendo meio longe: "Será que eu devia ter usado o círculo de transporte? Meh, eu não preciso acordar cedo amanhã mesmo" ela pensou ignorando a sua preocupação envolvendo a escola:"Espero que sejam de caráter ou que pelo menos saibam se defender.." ela virou a cabeça levemente pra encarar eles. De fato eles eram convincentes tritão e fauno transformados se não fosse pela falta de um bracelete dourado.

Na mente de Alex ele ainda não confiava em ambas companhias especialmente na garota ninfa que o prendeu em erva daninha e confudiu bastante a cabeça dele, embora meio que também estivesse grato por ela ter salvo a vida dele e dado uma pequena explicação daquele lugar (mas era orgulho demais pra admitir). Aimé estava um pouco mais confiante em relação a Lisa e muito agradecido por ela ter oferecido abrigo mesmo conhecendo ele e seu outro colega de sala há muito pouco tempo, mas então uma dúvida surgiu:

—Ehh Lisa, quando você disse que não podia nós ajudar você também falou que conhecia alguém que podia. Quem é?.-Perguntou atrás dela enquanto Alex comentava pra si mesmo atrás dele "Esse garoto é mais curioso que uma criança de 6 anos, meu Deus!". Na verdade Lisa ficou meio empolgada quando ele perguntou:

—Ah! Eu não acredito que você não sabe quem! A nossa alteza é a única que tem chance de ajudar vocês forasteiros!!.-Havia muita alegria nela parando de andar e mencionando alguém tão importante na sociedade dela deixando o garoto curioso refletir:

—Uau! Uma realeza que governa uma terra mágica de seres místicos! Igualzinho nos meus livros de fantasia!!

—O que é um "livro de fantasia"?.-Falou a menina de olhos e roupas verdes o encarando com um rosto confuso com a comparação do garoto:

—Bom é que..-Tentou explicar até ser interrompido pelo ruivo cansado daquele papo querendo focar no essencial:

—Olha podemos só continuar a caminhar?!

—Tá bom, tá bom, você é apressado hein?.-Depois desse comentário ela voltou a desaparecer entre as árvores. O ruivo não entendeu a cara descontente que o garoto de regata azul deu por ser mandão com a ninfa:-O que foi?.-Falou dando uma cara confusa pro outro.

De repente ouviram a voz dela de novo:-Ei, humanos venham ver aqui!.-Seguindo as ordens dela eles seguiram seus passos e se encontraram livres da mata com Lisa encarando um penhasco rochoso na frente dela:-A minha casa de férias é depois do morro! Só precisamos escalar e pronto, moleza!.-... Moleza só pra alguém que não seja humano mesmo:

—"Moleza"? Tá de brincadeira?.-Recrutou Alex:

—Como você vai subir isso aí?.-Aimé perguntou mais curioso do que sarcástico:

—Vocês tem a memória mais fraca do que uma sereia, observem!.-Ela agora focou os olhos verdes nas pedras, semelhante as suas outras habilidades vegetais ela ergueu sua mão fazendo seu bracelete brilhar em verde de novo. Mas além disso outra coisa aconteceu envolvendo um leve tremor fazendo os dois garotos humanos caírem, as pedras que eram íngrimes e irregulares começaram a ser reformar e se ajustarem numa espécie de escada em zigue-zague feitas das mesmas rochas sendo possível até mesmo andar sobre elas. Paralisados de fascinação eles observaram a garota ninfa com a mesma cara descontraída e orgulhosa:-O que foi? Vai me dizer que vocês humanos não fazem nada disso.-A julgar pelas suas expressões faciais ela diria que não:"Ainda bem que escolhi ajuda eles até amanhã!". Na verdade ela sorriu achando divertido as caras de chocados deles, parecia como os irmãos dela antes do treinamento:-Enfim, vamos...-Ela começou a andar a escada de pedra. Aimé e Alex a acompanhando em seguida ainda admirados com a habilidade sobre humana da garota:"Impressionante!". Pensaram ambos garotos na mente.
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Na parte de cima mais plana da colina Lisa chegou primeiro apoiando as mãos pra subir e deu uma olhada em volta do lugar pra ver se era livre de monstros. E infelizmente não era.. Não mesmo!!...

Alex alcançou o topo seguido por Aimé mas não tiveram tempo de observar a vista quando Lisa os pegou pelas mãos e correu até uma pedra com eles sendo pegos de surpresa pela rapidez e estando ao lado dela atrás da pedra:-O que foi agora?!.-Alex ainda não havia se acostumado com as ações espontâneas dela (e provavelmente nunca ia). Quando ele olhou na mesma direção que ela ele entedeu. Mais ali na frente outros 3 monstros de lama formados todos exatamente iguais (talvez exceto pelo tamanho, duas menores em comparação com a outra maior) todos tinham uma forma semelhante a uma formiga desde as antenas, as patas e o formato da cabeça. Como as outras criaturas que os três já viram na mesma noite eram todas feitas de lama, Lisa murmurou:-Olha só! Três de uma vez meu dia de sorte..-Seu rosto era determinado e traiçoeiro pras formigas de lama em contraste dos rostos parados dos dois garotos humanos. As formigas gigantes pareciam não notar eles (por enquanto):

—Ok, mudança de planos, eu fico aqui e luto e vocês vão pra minha casa de férias há alguns quilômetros daqui, ok?.-Ela falava sem medo da possível morte e deixando Alex e Aimé chocados e/ou apavorados com a ideia:

—Não? Vocês não queriam ir pra lá?

—Você não tem medo?.-Perguntou Aimé, mas ao invés de responder Lisa riu dele e tirou a mesma lança pequena do seu bracelete que tinha usado antes no primeiro monstro:-Primeira regra da sobrevivência de Viridi: Sempre esteja armado!.-Após isso ela se levanta e se aproxima das bestas:-Oi! Venham me pagar suas aberrações!.-Uma das formigas gritou e Lisa começou a correr pro outro lado com todas atrás dela, rapidamente ela mirou sua mini lança na maior formiga causando um grito. Infelizmente a lança começou afundar onde ela atirou pra dentro da cara da criatura!

As outras duas tentaram ir atrás dela, mas ela usou novamente sua geocinese fazendo brotar da terra pedras pontiagudas do chão bem na mira do corpo das duas menores, seguido por outros gritos delas e se desfazendo em lama normal.

Enquanto isso ambos estudantes humanos já deviam ter ficado pela quarta ou quinta vez em êxtase de choque/admiração de tanto que já viram desde que chegaram. Agora eles já haviam corrido pra parte de trás da colina enquanto Lisa estava prestes a lutar contra a maior de todas elas:-A gente não devia ajudar ela?!.-Perguntou Aimé pro garoto ruivo:

—Ela mesma falou que dava conta disso!.-Embora o recuo dos passos de Lisa dizia o contrário sem estar armada com a sua mini lança, ambas opiniões deles se constratavam:"Poxa, qual é a dele? Não da pra abandonar ela! Ela esta desarmada agora". Essa foi a linha de raciocínio do garoto de olhos azuis enquanto a linha de raciocínio de Alex era mais cínica:"Ele só pode tá brincando. Ele viu a quantidade de poder dela!". Mesmo que fosse verdade que a ninfa tivesse poderes divinos eles não estavam sendo páreo pra criatura formiga de lama, amarrar numa rede de erva daninha não estava funcionando. E os dois perceberam isso!

Convencido, resolveu ajudar-lá, agora só tinha um problema... Eles não tinham a menor idéia de como! Aimé notou seu pé perto de um graveto mediano e fez uma tentativa de jogar pra ela:

—Lisa! Pega!.-Por sorte ela pegou, não era uma lança mas também suficiente pra lutar. A besta formiga rugiu de novo tentando assusta-lá (mais ela não se intimidou). Ela correu pra parte de trás tentando causar ferimento.

Alex notou a distância uma coisa pontiaguda saindo na lateral. Era a própria mini lança de Lisa! (Talvez estivesse saindo enquanto se movimentava) Instantaneamente ele foi lá pra pega-lá porém não foi percebido pelo monstro que estava mais focado em Lisa. Conseguindo tirar ele agora viu: ele não tinha a menor ideia do que fazer com aquilo! Só viu que tinha que recuar pra onde estava. Já o outro garoto de óculos ficava parado sem noção do que fazer, ele mal percebeu a alça caindo da sua bolsa aberta pra deixar no chão uma bola de pólen da flor gigante de Lisa em algum dos bolsos*. A garota de longa saia verde estava ficando sem táticas de luta e estava indo pra mesma direção que os meninos. Ela ainda podia ver um buraco feito no tronco do monstro e outro na cabeça (ambos feitos pela sua arma). Agora só precisava de uma.. distração!

Nisso ela viu atrás do falso garoto tritão uma bola amarela semelhante ao pólen da sua flor gigante e então uma ideia veio a cabeça:

—Ei Aimé, se importa de me emprestar isso aqui?.-Ela disse pegando o pólen gigante com as mãos, mas o garoto não entendeu:

—O quê?!!

—Ótimo!.-Sem escutar a real resposta ela pegou a bola com o mesmo sorisso despreocupado. A formiga de lama rugiu de novo quase chegando nos três. O plano de Lisa foi assoprar na bola fazendo a criatura ficar temporareamente cega na neblina amarela dando tempo suficiente pra Lisa criar do chão outra rocha pontuda (dessa vez mais afiada). Aquilo foi suficiente pra fazer a criatura gritar uma última vez e se reduzir definitivamente em inofensiva lama comum e deixando os três em paz. Após um breve silêncio apenas Aimé e Lisa falaram algo de novo:

—...Caramba!

—Eu disse que seria moleza.-..Na verdade nesse caso ela não disse.
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Depois disso os três continuaram a caminhada depois da fadítica luta que Alex nem mesmo conseguiu processar direito:"É oficial! Isso não é um sonho! Tudo aqui em Viridi é um lugar selvagem com criaturas monstruosas além da compreensão humana! Eu nem devia estar preocupado em voltar, e sim em ver todo isso!". Internamente havia muita alegria genuína pra ele em se aventurar num lugar novo (por trás da carranca entediada) ele estava apaixonado pelo desconhecido e agora queria continuar a viagem. Aimé também estava nos próprios pensamentos:"Aquilo foi uma formiga gigante?! Meus Deus eu morri e esse é o céu.. ou o inferno?". Apesar da dúvida ser meio sombria ele tinha certeza nunca coisa: Aquele lugar estava além desses conceitos, mas talvez de uma forma boa também...:"Espero que eu volte pra casa, mas acho que estou longe demais pra voltar, pelo menos não tô sozinho". Apesar da companhia não ser bem o que ele esperava numa impossível aventura (como alguém que ele era próximo) ele estava feliz de não estar totalmente sozinho ou perdido (mas podia ser um colega seu mais agradável).

Finalmente depois de outra caminhada Lisa parou na frente de uma estrada de terra depois da mata:-É aqui!.-Lá na frente tinha uma modesta casa talvez de dois andares com janelas e tintura branca, eles caminharam até lá com a porta fechada:-Espero que não se importem com a sujeira, já faz um tempinho que eu não passo as férias por aqui!.-Novamente seu bracelete tinha mais uma função: No lugar de fechadura havia uma jóia parecida com a do seu bracelete, mostrando ela a esmeralda brilhou e a porta magicamente se abriu. A casa era suavemente grande (mesmo para o que seria uma casa de férias). Do lado esquerdo levava uma sala com sofás, uma mesinha de centro e vários quadros de família (não muito visíveis, lógico) e uma grande janela na esquerda. Mais depois na frente havia uma entrada (provavelmente levando a cozinha) e na parede á direita tinha uma escada de madeira com um corrimão levando pro andar de cima:

—Por enquanto vocês tem onde dormir!.-Disse Lisa simpaticamente, mas ela deu um aviso:-..Mas eu eu descobrir que vocês não são confiáveis! Ou roubar qualquer coisinha vocês vão ter o mesmo destino que aquela formiga! Entendido?.-Nessa parte ela aumentou o tom de voz fazendo uma ameaça e deixando os estudantes mais quietos que nunca num sinal de acordo:

—Sou uma pessoa honesta!.-Declarou Aimé:

—Não sou como outros da minha espécie, não se preocupe..-Alex afirmou e ao mesmo tempo fazendo um comentário leve sarcástico. Lisa se suavisou por um tempo esperando que fosse verdade:-Vou confiar por enquanto.. venham comigo!

Tinha um pequeno corredor para os quartos e ela os levou pro corredor da esquerda com duas portas, ela abriu a primeira revelando um quarto bem escuro meio iluminado pela luz da lua pela janela. Sem que os dois percebessem ela fez uma sequência de movimento com as mãos criando um pontinho de luz, depois aumentou um pouco sendo capaz de iluminar o quarto inteiro revelando paredes verde claro com duas camas um pouco pequenas e idênticas com cobertas iguais e uma janela no meio. A diferença é que na cama da esquerda tinha um baú meio aberto e na parede direita tinha um armário simples pra roupas. Outra coisa eram desenhos infantis nas paredes e alguns bichinhos de pelúcia com pedaços faltando na parte debaixo da cama:-Olha vocês podem até dizer que não são ladrões, mas por segurança vou colocar uma trava de segurança em todos os quartos!

—Já disse que eu não...-Alex ia argumentar de novo:-Escolha uma cama, meus irmãos não precisam ficar sabendo que agora tem dois "seres humanos" dormindo nas camas deles...-Aimé estava escolhendo:

—Acho que vou ficar com a da esquer-...-Antes que pudesse ir ate na cama escolhida uma bolsa marrom de explorador foi jogada encima dela, marcando território do ruivo:

—O que você ia dizendo?.-Alex perguntou entediado, mas sem a intenção real de escolher uma cama, só jogou por jogar. Mas Aimé não viu dessa forma com um ligeiro rosto descontente:-Nada, eu fico na outra.-Ele finalmente tirou a bolsa que pesava uma tonelada e que foi forçado a carregar desde que chegou e deu um sorriso de alívio se confortando:-Obrigado mesmo Lisa, nem sei como agradecer!.-Ele agradeceu pra ninfa:-A gente vê isso amanhã, ok? Mas eu ainda tenho as travas, voçês só vão poder andar daqui pra baixo. Se forem dormir é só tocar no feitiço de luz:

—Porque você tá fazendo tudo isso? Você mal nós conhece e não deve nada!.-Alex apontou, ainda sem entender porque ela dava tanta ajuda:

—Eu já percebi que vocês eram estranhos desde o começo lá no muro, desde que que você não estava vestido direito e notei que vocês pareciam duas crianças na mata com aquele aquilo de "não estarem nem na Terra". Agora se derem lincença eu tenho que voltar pra casa antes que me peguem!.-Depois da explicação ela saiu da porta esclarendo as dúvidas de Alex mas antes de continuar ela já tinha saido pro lado de fora da porta com um saquinho de pedras (para teletransporte):-Humanos né..?.- Ela continuou a caminhar pra ir onde queria e partiu.

Enquanto isso no quarto verde foram minutos de silêncio constragedor entre os garotos até Aimé tentar uma conversa por puro tédio:

—Então.. que dia hein?

—É..-Alex como sempre não estava afim de conversa:

—Você ainda acha que Lisa não é confiável? Eu sinceramente acho que ela é..

—Sei lá..-O ruivo não era do tipo de conversar com qualquer um. Desistindo pelo cansaço do dia o garoto de olhos azuis parou depois de longos 8 minutos e tirou da bolsa uma caixinha pra óculos de emergência, bocejou pronto pra dormir apesar da companhia desconfortável, o fato de estar preso em outra dimensão longe de todos que conhecia e estar numa cama um tanto pequena, o sono falou mais alto. Finalmente livre de conversas Alex se sentiu livre pra refletir suas experiências numa só noite começando por atravessar numa rachadura no muro até lutar com monstros de lama. Normalmente alguém surtaria, mas o sentimento de liberdade e aventura superava tudo isso! Ele pensou nisso quase sorrindo. Era uma chançe única na vida, poxa! Infelizmente ele também foi pego pelo sono vendo seu celular com a tela meio rachada: 22 horas da noite. O sono não era á toa.

Ele viu que tinha perdido uma mensagem do seu irmão mais velho durante o dia (estranho, deve ter sido a única mensagem que foi enviada antes daquilo tudo). Ele tentou responder dizendo enigmaticamente que ele não fazia ideia onde estava (obviamente a falta de sinal não deixou a mensagem ir). Antes de fechar os olhos ele tirou da bolsa o mesmo livro em branco de antes e apagou a luz brilhante como Lisa falou. A última coisa que o ruivo de olhos castanhos fez foi ligar a lanterna do celular e anotar de novo tudo no seu livro:"...Agora é isso, agora é explorar tudo desse lugar. Essas férias vão valer a pena..". Ele pensou com determinação, mas depois se lembrou do garoto curioso ao lado e da ninfa (talvez) louca. Sem mais tempo pra continuar a pensar no ambiente anormal ou nas pessoas que agora é forçado a ficar perto ele resolveu finalmente dormir...

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Capítulo 2*