Asgard, 14 de dezembro de 2016

Thor acordou, Jane dormia feito um anjo encostada em seu abdômen, coberta o máximo possível. Acariciou seus cabelos castanhos, e pensou como sua linda cientista ficaria após a adesão de poderes, afinal havia afirmado no dia anterior que nada mudaria, porém de fato ele sabia do que estava falando? Deu-lhe um beijo na cabeça, foi à suíte apenas de calça. Lavou o rosto e começou a arrumar o cabelo de frente para o espelho, quando viu Jane entrando e sentiu o toque levemente gelado em sua cintura, depois acariciando seu abdômen, fazendo-o sorrir. Ela encostou a cabeça em suas costas, ele segurou suas mãos.

_ Você é tão quente – deu vários beijinhos em suas costas.

_ Cuidado com as palavras, assim eu posso entender mal... – ambos riram.

_ Entender mal, por quê? – fazendo-se de ingênua, depois colocando parte dos dedos dentro da calça do marido.

Thor virou-se para ela encostado na pia:

_ Assim você vai me deixar doido, sabia?

_ Uhum - passou a língua em seu abdômen.

Segurou-a junto ao corpo firmemente, começou a beijá-la com veemência, colocando-a sentada sobre a pedra da pia, acariciando seu corpo, quando se deu consciência de que já estava atrasado para comunicar a decisão tomada de permanecer em Asgard a seu pai:

_ Eu tenho que ir falar com meu pai – interrompeu o beijo.

_ Ele espera – beijou-o novamente.

_ Não espera não, eu tenho que ir – sorriu.

_ Quem disse que eu vou deixar? Ele não me quer aqui mesmo! – entrelaçando as pernas na cintura dele.

_ Ele quer sim – mordeu o lábio inferior dela.

_ Você quer – Thor passou os lábios pelo pescoço da cientista que ficou em êxtase, relaxando as pernas.

_ E ele aceitou – sugou os lábios dela para si e foi em direção a porta do aposento rapidamente.

_ Você vai me largar aqui mesmo? Me aguarde, Thor, Odinson! – foi atrás dele jogando-lhe uma almofada.

O príncipe caminhou pelos corredores do castelo com um sorriso no rosto e encontrou com Lady Sif e Frandall pelo caminho:

_ Nossa, o que será que aconteceu naquele quarto que o deixou tão alegrinho, não? – tentando provocar o príncipe.

_ Muitas coisas, o que posso lhe dizer é que eu e Jane decidimos ficar, estou indo comunicar meu pai agora mesmo.

_ Odin permitiu a permanência da sua mortal? Quer dizer, Jane? – Questionou Lady Sif.

_ Entramos em acordo a respeito de determinadas condições que ainda não sei como funcionarão, quando souber exatamente, conto a vocês!

_ Tudo bem, nós estamos muito felizes que vai ficar, sentimos sua falta nestes tempos que esteve fora, não é Frandall?

_ É – abraçou Thor, que em seguida abraçou Sif também. _ Bem vindo ao lar!

Acenou que sim com a cabeça sorrindo.

Entrou na sala do trono, caminhou lentamente até o rei, que se encontrava sentado no trono de ouro cravejado de brilhantes. Ajoelhou-se perante ele, pousando o mjolnir no chão ao seu lado:

_ Meu rei, nós decidimos ficar.

_ Fico lisonjeado! – levantou-se, foi até o filho. _ Levante-se – Thor o fez. _ Você está feliz?

_ Muito, este é o lugar ao qual eu pertenço, com as pessoas que eu amo, nunca estive tão satisfeito – o pai colocou a mão sobre seu ombro e sorriu levemente.

_ Com relação a Jane Foster, quando estiver pronta podemos fazer a transferência dos poderes. E também será necessário que celebre o matrimônio novamente aqui, para que seja válido, apenas após isso será feita a coroação.

_ Acredito que ela vá querer primeiro a cerimonia de coroação, depois os poderes, há algum entrave?

_ Não, só digo que não procede ter medo de adquirir poderes, eles vão circular por seu corpo um dia.

_ Entendo, porém o medo acompanha o coração de todos nós, o que podemos fazer...

_ Lutar contra ele, como sempre lhe ensinei.

_ E como sempre fiz e Jane também fará.

_ Um dia seu avô, Borr, me disse, “Supere tudo o que colocar-se em seu caminho, como os rios, que só atingiram seus objetivos, porque souberam contornar os obstáculos” *.

–--

Enquanto o marido conversava com Odin, Jane foi até o quarto que tinham arrumado para a filha, cheio de brinquedos exóticos, que até a cientista tinha vontade de pegar. Elli segurou uma bola prateada e jogou para a mãe, logo que esta entrou no quarto, fazendo-a levar um tremendo susto, até perceber que o brinquedo flutuava a sua frente ao som do riso da garotinha:

_ A você ri né? Sua pestinha!

_ A sua cara foi muito engraçada, mamãe!

_ Vamos lá para o seu treinamento?

_ Que treinamento?

_ Lembra que você queria entender o que é isso que pode fazer com as plantinhas?

_ Aham.

_ Então, lá vão dizer para você o que é e como controlar, tudo bem?

_ Tudo.

_ Então vamos trocar essa roupa.

_ A não, essa está boa.

_ Nossa, sua mãe não é das mais vaidosas, você então... – riram.

Trocou-a, foram até Aaron, subiram e foram até o local de treinamento, deixou Elli com Frandall, que estendeu a mão para ela dizendo:

_ Senhorita, a sua honra?

_ Agora você diz: Concedida! – ensinou a mãe.

_ Concedida! – respondeu prontamente recebendo um beijo no dorso da mão e riu olhando para Jane. _ O bigode, faz cócegas! – continuou rindo.

_ Vai falar mal do meu bigode, é?

_ Ai essa menina não tem jeito mesmo – comentou Jane divertida. _ Vai lá com ele minha loirinha.

_ Com sua licença - disse o guerreiro, sempre dotado de exacerbada gentileza, levando a menininha para dentro, segurando em sua mão.

_ Até mais tarde!

_ Até mais tarde filha!

Jane montou novamente no cavalo e foi em direção a Heimdall pela ponte do arco-íris:

_ Vamos Aaron! Mostre-me o que você pode fazer! – fazendo o animal correr.

Os cabelos esvoaçaram ao vento, naquele instante se lembrou daquele dia terrível, em alta velocidade daquele mesmo jeito, com a bola de fogo fazendo-a cair e perder o filho, as lágrimas saiam dos olhos e secavam devido ao ar frio. Porém num momento enxugou os olhos, aumentou ainda mais a velocidade e sorriu sozinha, vendo-se no atual momento, totalmente realizada, sentindo a adrenalina nas veias, aquele frio na barriga, vontade de mais, maior que o anseio de cair.

Diminuiu a velocidade quando estava chegando, desceu e Heimdall precipitou:

_ Está tudo certo entre eles.

_ Seus sentidos ficam cada dia mais apurados em?

_ Pode ser, no entanto me parecem um pouco obvias as intenções da senhorita ao vir até mim nesta velocidade.

_ A, eu queria conversar também. Sabe, você sabe, eu vou ganhar poderes.

_ Sim.

_ O que você acha que vou poder fazer?

_ Não sei, algo extraordinário com certeza.

_ Você não viu nada que o Odin está pretendendo fazer?

_ Não – sorriu.

_ Estou com medo de algo dar errado...

_ Thor não vai deixar nada de mal lhe acontecer, pode ter certeza, nem Odin, ele sabe o que faz.

_ Espero que sim.

_ Olhe, está vendo aquela constelação? É a mesma que viu da primeira vez que Thor desceu a Midgard.

_ Oh, é ela mesma. É fascinante, aqui é bem mais fácil de observar, estive estudando-as uns dias atrás lá da minha janela, todavia daqui, é muito melhor.

_ Eu gosto daquela – disse o guardião apontando.

_ Gosto também, é linda.

Ficaram em silêncio por alguns instantes, depois conversaram mais um pouco até Jane comentar:

_ Essa vista é incansável, eu podia viver aqui, como você – Heimdall sorriu.

_ Você é uma garota muito especial, Thor não poderia ter escolhido melhor.

_ A, nem sei se sou tudo isso...

_ Ei! Quantos elogios são esses, é minha mulher! – Apareceu Thor com seu bom humor colocando a mão no ombro do guardião.

_ De maneira alguma tive qualquer intenção...

_ Eu sei, eu sei – sorriram ambos. _ Como está?

_ Tudo ótimo!

_ Que bom.

_ Vim buscá-la, já que ela não voltava mais e o treinamento de Elli teve ter terminado – segurou no ombro de Jane.

_ Ai, nossa me esqueci do horário, deve estar quase na hora da refeição da tarde e nem aparecemos para o almoço, vamos indo então.

Deu a mão ao marido que se despediu e foram até Aaron. Thor bateu com as rédeas no cavalo, fazendo-o voltar só.

_ Ei! O que você pretende mandando meu cavalo embora?

_ Seu?

_ É, meu.

_ Pensei que fosse nosso – indo para cima dela.

_ Pois está muito engado – batendo com o dedo indicador no peito dele. _E agora vamos ter que voltar a pé.

_ Claro que não, nós vamos voltar de um jeito muito mais legal.

Segurou na cintura da esposa, ergueu o mjolnir, em seguida levantou voo sob os gritos dela que depois sorriu largamente apertando suas costas. No meio do caminho, Thor disse:

_ Sabia que eu nunca beijei voando!?

_ Aé? Quer tentar agora!?

_ É, seria uma ótima ideia!

Beijaram-se sentindo a liberdade do céu, e do amor, até o príncipe, todo derretido de paixão, perder altitude e quase esbarrar numa das pilastras da ponte, jogando os corpos para o lado num desvio inesperado.

_ Oow meu Deus! – disse ela após o susto.

_ Eu?

_ Não, idiota! – riu.

Passaram pelo campo de treinamento e viram que Elli já os esperava lá fora:

_ Elli já saiu, vamos lá pegá-la – desceram e a garota foi até eles correndo.

_ Papai, eu aprendi que eu tenho um poder e que eu sou especial como todos daqui!

_ Aé? Isso é ótimo – respondeu atencioso recebendo um beijo no rosto.

_ Vocês vieram voando?

_ É – responderam entreolhando-se.

_ Eu quero voltar voando também!

_ Sério? - disse Thor com preguiça.

_ Aham, por favor, por favor, é tão divertido!

_ Tudo bem, vamos lá pequena – pegou-a no colo. _ Te vejo daqui a pouco - deu um beijo no rosto de Jane.

Alçaram voo.