Lyn POV
Eu estava tomando o meu café, brava. As aulas não foram nada boas.
–-Lilith?- escuto uma voz familiar dizer
–-Léo?!- exclamo fitando o garoto
O garoto me abraça e eu retribuo.
–-Senti sua falta- ele sussurra
–-Por onde raios você esteve?!- sussurro de volta
–-Bem, depois da morte de Esperanza, eu fui morar com a tia Rosa, que me mandou para um internato, bem, e eu descobri que sou semideus.
–-Um semideus?!
Ele ri.
–-Sim! Filho de Hefesto!
Suspiro.
–-Já escolheram sua casa?
–-Já, lufa-lufa. Dizem que ê a casa dos idiotas, mas eu não me importo.
Sorrio. Ele nunca se importa.
–-Tem um isqueiro?- pergunto
Ele ri. No seu dedo tinha uma pequena chama. Sorrio e acendo meu cigarro. Fica
Eu tinha várias aulas chatas hoje, como sempre. A primeira era feitiços.
–-Acho melhor eu ir sentar na minha mesa- ele me da um beijo na bochecha- Tchau
Aceno, corada.
–-Corallyin! Corallyin!- escuto Lucy gritar, desesperada
–-Que foi, guria?- respondo
–-A Kath sumiu, você viu ela em algum lugar?
Balanço a cabeça, indiferente.
–-Vamos para as aulas, quem sabe ela aparece- digo
Ela assente, ainda preocupada.
Vou para a sala de feitiços. O professor era um anão MUITO baixinho, ele ficava em cima de uma pilha de livros e usava um óculos redondo.
–-Bom dia alunos- ele diz numa voz fina- Hoje iremos aprender o feitiço Bombarda. Mas tomem cuidado! É um feitiço perigoso!
Ele distribui pequenos bloquinhos de madeira, que nós deveríamos destruir.
Enquanto a sala inteira grita "bombarda", eu simplesmente olho para o bloquinho, que explode.
–-Srta. Mongtomery?- o professor pergunta, olho pra ele- Não ouvi a Srta. Falar o feitiço.
–-Sou uma conjuradora, estou acostumada com feitiços mentais.
Um burburinho percorre a sala. "Conjuradora?" "O que é isso?"
–-Mais uma aberração- Malfoy diz pros seus amiguinhos
Olho para o pé de sua cadeira, que explode. Ele vai pra trás.
–-Sua sangue ruim- ele começa- DIFFINDO!
O feitiço faz um corte em minha bochecha.
Estralo o pescoço e sorrio. Faço correntes de fumaça negra percorrerem a sala até ele. As correntes o levantam no ar. Malfoy já estava gritando. Jogo-o para o outro lado da sala o mais forte que eu consigo. Ele choraminga. Eu ia fazer pior, mas o professor grita:
–-Já chega! Srta. Mongtomery e Sr. Malfoy menos 10 pontos para a Sonserina, cada um. Srta. Mongtomery, vai passar essa noite na detenção!
Sorrio. Uma etapa para sair daqui está completa.
O tempo passou rápido, eu tinha aula de DCAT, iríamos voltar a ver sobre os "bixos papões".
Eu era a segunda da fila. Sinceramente, eu não sabia do que eu tinha mais medo.
A garota da frente tinha medo de coelhos gigantes e cor de rosas. E quando eu achava que nada ia ficar mais ridículo, o coelho começa a dançar ragatanga.
Minha vez. O bicho papão gira, e gira e gira e gira, até que para. Na forma de uma mulher desconhecida. Ela sorri.
–-Ridikkulos!- grito, mas nada acontece.
Ela ri.
–-Não use esses feitiços tolos comigo.- ela se vira para Lupin- Em quatro dias, todos que estiverem dentro dessa escola, morrerão.
–-Ridikkulos- o professor grita, mas nada acontece também.
Ela da outra gargalhada, e com um gesto de mãos, abre a janela e pula. Corro para ver, mas ela havia desaparecido.
–-A aula acabou- diz o professor, com medo no olhar.
Todas as aulas foram canceladas, e ninguém podia sair. Ajudo Lucy a tentar encontrar Kath, sem sucesso.
Chega a hora da minha detenção. Isso eles permitem. Eu tinha que achar algumas ervas na floresta. Peguei um mato qualquer e fiquei vagando, até dar o horário. Ouço um barulho de galho se quebrando. Pulo, assustada. A mulher estava lá.
–-Fique longe- ameaço
–-Não há necessidade disso Lilith- ela diz.
–-Como sabe meu nome?- pergunto
–-Por favor, você sabe quem eu sou- ela diz revirando os olhos
–-Como.Sabe.Meu.Nome?
–-Eu o escolhi
Tropeço, recuando.
–-Ainda duvida? O que sua tia idiota lhe disse? Que eu havia morrido?- ela mostra a marca de nascença de nossa família.- Eu estou muito viva, criança.
Soluço, sentindo lágrimas brotarem.
–-Por que não veio me buscar?
Ela assume um olhar genuíno de tristeza.
–-Eu não podia.- ela suspira- Mas não importa. Eu a quero de volta. Você tem quatro dias para pensar.
–-Você me abandonou- sinto as lágrimas descerem com mais frequência- Nem um cartão, nem nada, me abandonou! Você tem ideia de o que eu passei?! Eu quase fui morta, expulsa de cidades, até de países!
Ela comprime os lábios e desaparece.
Corro. Chorando. Acabo caindo de joelhos numa ponte. Seguro meu rosto com as mãos e choro até não conseguir mais.
Foi aí que eu percebo que tem alguém do meu lado. Alguém que estava dormindo. Katherine.
Sacudo ela. Aos poucos ela vai abrindo os olhos. Então ela arregala eles e caí pra trás. No lago. Ou teria caído, se eu não fosse uma boa alma e tivesse usado um conjuro para levita-la.
–-Sabe- comento- Tem uma lula gigante nessa lagoa
Ela ofega.
–-Você estava chorando?- ela pergunta finalmente
–-Não
–-Seu rímel está borrado
–-Estava chovendo
–-Por que eu estou seca então?
–-Eu vou te tacar da ponte, garota.
Ela se vira e fica olhando o céu.
–-Por que você veio pra cá, afinal?- pergunto.
E ela explica tudo. As "almas" monstruosas, os pesadelos, o bicho papão.
–-Hm- digo
–-"Hm"?- ela exclama- eu te conto o meu pior pesadelo que faria Gaia voltar para a cama, e você diz "Hm?"
E então, já nervosa, eu solto toda a minha história, minha vida inteira.
–-Ah, desculpe.
Se passa um tempo e ela diz.
–-Mas qual é a das mechas?
–-O que?
–-As mechas, eu não gosto delas.
–-Por que?
–-Sei lá, eu não gosto.
Passamos meia hora discutindo sobre as mechas dela, até que eu me canso.
–-Diffindo- digo, e corto seu cabelo.
Ela grita.
–-CORALLYIN!
–-Obliviate- digo.
Ela cai no sono.
Suspiro e volto para o castelo. Foi um longo dia.