This is Hogwarts Bitches

Lucy - Poção Calmante em excesso, ops.


P.O.V Lucy


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Virei a noite de cara nos livros, tentando aprender algo para as provas finais que vinham aí. Eu realmente não havia aprendido nada e se eu quisesse tirar pelo menos um Aceitável teria que estudar pra caramba. E foi então que, depois de passar exatamente doze horas em claro, eu percebi que estava uma pilha de nervos. Quando abri as cortinas da minha cama percebi que não havia mais ninguém lá, nem mesmo Katherine que deveria ter me esperado como uma boa amiga ou me chamado. Uma luz forte entrava pela brecha da janela, o que me fazia notar que já eram no mínimo meio dia. Eu não estava com a mínima fome então decidi me encaminhar para o banheiro e tomar um demorado banho com água fria pra ver se me ajudava a acalmar.

Minha cabeça estava fervendo e meus olhos ardendo, eu só precisava de um bom calmante. Sai do banheiro e me troquei sem demora. Deixei meus cabelos soltos e vesti algo folgado, esse era um dos dias que tudo me incomodava.

Sai do dormitório em rumo à ala hospitalar, mas me lembrei que não seria fácil conseguir um calmante com Madame Pomfrey, por ser tão autoritária quanto as regras. Bufei com raiva e decidi que faria eu mesma minha poção. Hora de testar o que aprendi com esses malditos livros e com essas doze horas em dormir!

*

Não sei se a poção deu certo... Estou meio zonza. Minhas pálpebras pesavam, porém ao menos minha cabeça havia parado de rodar e minha mente havia parado de repetir como um eco todos os ingredientes para as poções. Eu estava no segundo andar, provavelmente perto do banheiro da Murta-Que-Geme. Entrei no banheiro cambaleante e rindo de um jeito meio drogado. Eu não estava entendendo direito o que estava acontecendo, mas tudo de repente havia se tornado muito engraçado e divertido. Tropecei nos meus próprios pés e caí sentada no chão. Coloquei as mãos como apoio para meu queixo e deixei que o peso de minha cabeça caísse sobre ela. Suspirei. Murta apareceu e me cumprimentou fungando:

— Olá?

— Olá, Murta! – Falei. – Murta-Que-Geme... Murta-Que-Geme... Murta-Que-Ge... – E então desandei a rir descontroladamente sem nenhum motivo. Continuei repetindo o nome da fantasma e rindo desesperadamente e Murta saiu chorando de perto de mim, falando algo em meio a sua voz embargada.

Então uma figura surgiu no final do banheiro e veio em minha direção, apertando os olhos. Os olhos de Draco estavam vermelhos e levemente inchados, seu rosto não escondia que ele havia andado chorando descontroladamente por aí. Como um bebê chorão... E então a gargalhada veio novamente.

— Baudelaire? – Ele se aproximou mais um pouco e parou na minha frente com um olhar intrigado, abaixei o olhar para meus dedos e fiquei brincando com eles enquanto fazia barulhos toscos com a boca. – Merlin! Você é realmente mais ridícula do que pensei.

— Ora! – Me levantei repentinamente e coloquei as duas mãos na cintura. – Não sou que estava chorando como um bebê! – Retruquei e entortei a boca, tentando não rir novamente. O encarei seriamente. Por um instante pude jurar que ele havia ficado sem graça e ver seus olhos enchendo d’água.

— Cale a boca garota! Você não sabe do que fala... – Ele disse desviando o olhar.

— Sei sim! E vejo que você andou chorando. – Levantei meu polegar e passei em seu rosto na marca das lágrimas. Ele afastou minha mão rápido e me olhou assustado. – Seus olhos estão sem brilho. Sem contar que estão vermelhos.

— Sem brilho? – Ele debochou, se aproveitando do meu estado.

— É. – Falei sem ver nenhum problema. Rolei os olhos pelo garoto não me entender. – Geralmente você tem um brilho diferente no seu olhar. É meio... especial? Acho que essa é a palavra. O brilho no seu olhar é especial. – Expliquei como para uma criança de oito anos. Articulei com as mãos para me entender bem. Draco me olhou por um tempo longo com um sorriso de lado. Nos seus olhos agora eu podia notar o brilho especial novamente. Depois riu escandalosamente.

— Conta outra Baudelaire! Eu me ofereceria à te levar de volta ao Salão Comunal... – Olhou novamente para mim de cima a baixo. – Ou ala hospitalar, levando em conta seu estado. Porém, eu tenho coisas mais importantes esperando por mim, como garotas gostosas que estão esperando na fila pela chance de beijar estes lábios.

O garoto passou o indicador sobre a boca rosada e riu, em seguida se virando de costas e saindo da minha frente andando em direção a saída com ar esnobe.

— Ei! Draco! Espera! – Ele continuou andando sem se dar ao trabalho de me ouvir. Ao vê-lo sair do banheiro fui atrás e gritei no meio do corredor vazio: - POR QUE ESTAVA CHORANDO, MALFOY?

Ele parou um pouco e depois se virou enfurecido para mim me pegando bruscamente pelo braço sem me poupar de sua força e levando novamente para dentro do banheiro.

— Ai! Tá me machucando! – Reclamei tentando afastar a mão dele de mim. – Não pegue em mim desse jeito! – Cruzei os braços e bufei, quando ele me largou.

— Escuta aqui, sangue ruim. Isso não é da sua conta, entendeu? Se você contar para alguém essa sua paranoia de que me viu chorando no banheiro eu juro que... – Parou de falar e abriu a boca sem emitir nenhum som. Me olhou com raiva e se virou de novo para sair dali, mas não andou. Apenas ficou parado de costas como se fosse sair.

— Ah! Draco! Todo mundo precisa chorar, sabia? – Eu fiz um biquinho. – Até os mais durões como você. – Eu gargalhei novamente. – Eu nunca pensei que te veria como um fraco chorando nos cantos do banheiro da Murta-Que-Geme. – E é assim que se acaba com um diálogo amigável! Eu não estava em um momento muito apropriado para conversar com alguém, não foi exatamente culpa minha.

Dracou se virou com ainda mais raiva e me segurou com tanta força pelo braço que eu via as pontas dos seus dedos ficarem brancas por não ter circulação de sangue. Ele me levantava pelo braço, me tirando alguns centímetros do chão.

— Eu. Não. Sou. Fraco. – Falou pausadamente com os dentes cerrados. – Não sou como você! Não me iguale a você, sua imunda.

O garoto me soltou com tanta força que eu desabei no chão. As lágrimas tomavam conta do meu rosto. Me levantei pronta a bater nele, mas as lágrimas embaçavam minha visão.

— Você me machucou! – Gritei para ele, o vendo mudar o olhar enfurecido para um olhar um pouco mais “humano”.

— Ah vamos... Nem foi tão forte assim, sangue ruim. – Tentou disfarçar o olhar preocupado que lançava para minhas lágrimas.

Eu não estava chorando pelo ato dele. Estava chorando por tudo. Eu simplesmente havia desabado ali e não sabia o motivo. Fiquei tonta e minhas pálpebras pesaram e então minhas pernas bambearam e meu corpo amoleceu, senti minhas costas contra o chão e depois tudo como um zumbido. Eu queria rir enquanto o som de minha risada se encontrava com as lágrimas escorrendo, mas tudo que sentia era sono e uma estranha sensação de calma e de que tudo está bem. Eu só queria dormir ali mesmo, sem me importar com as outras aulas.

— Ah não, Baudelaire! Não aqui! Não comigo! – Draco falou bufando. – Vamos! Levante!

Ele me cutucou duas vezes e eu só me encolhia ainda mais no chão, sem ter forças para levantar.

— Vamos, sangue ruim! – Depois de perceber que não teria jeito ele deu um soco no ar com raiva e exclamou: - Por que você tinha que dar um treco justo comigo?!

O garoto me pegou no colo segurando minhas costas e a parte de baixo dos meus joelhos. Eu podia o ver reclamando. Bocejei e fechei meus olhos.

— Me coloca no chão, Malf... – Minha voz saiu toda embaralhada e eu não conseguia mais falar nada, apenas deixei que aquela sensação de leveza me dominasse para eu poder ter um descanso merecido.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.